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EDITORIAL
Argumentos - Revista do Departamento de Ciências Sociais da Unimontes, vol.. 16, no. 2, 2019
Universidade Estadual de Montes Claros

Editorial

Argumentos - Revista do Departamento de Ciências Sociais da Unimontes
Universidade Estadual de Montes Claros, Brasil
ISSN: 1806-5627
ISSN-e: 2527-2551
Periodicity: Semestral
vol. 16, no. 2, 2019

EDITORIAL

Prezadas(os) leitoras(es),

É com enorme prazer que publicamos o segundo número do volume 16 da Argumentos, Revista do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes-MG). Comprometidos com a produção de dossiês que possam trazer ricas contribuições para os debates vigentes nas Ciências Sociais, apresentamos, aqui, o dossiê Pensamento Social e Político Brasileiro, cuidadosamente pensado e organizado pelos professores/pesquisadores José Henrique Artigas de Godoy (PPGCPRI/UFPB) e Moacir de Freitas Junior (PPGCS/UFU). A proposta dessa coleção de artigos agrega textos de pesquisadorxs que resgatam o pensamento de intérpretes nacionais, clássicos e ?marginais? (Otávio Brandão, Florestan Fernandes, Leandro Tocantins, José Guilherme Merquior e José de Alencar), acerca de temas caros para a sociedade brasileira. Dentre eles, destacamos: as condições de vida dos trabalhadores, a dependência regional, a democracia, a conservação da Amazônia e o liberalismo. O dossiê conta, ainda, com uma entrevista com Vera Alves Cepêda, professora do Departamento de Ciências Sociais e dos Programa de Pós-graduação em Ciência Política (PPGPol) e Sociologia (PPGS), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Importante pesquisadora no campo do pensamento político e social brasileiro, Vera Cepêda tem, ultimamente, dedicado-se ao estudo das ?novas direitas no Brasil?.

Ora... esses são, definitivamente, temas caríssimos para interpretarmos nosso atual cenário político. Somos uma sociedade que busca firmar sua incipiente história democrática. Desde o golpe parlamentar, em 2016, e ainda em curso, acompanhamos uma classe política, blindada por um dúbio discurso nacionalista/religioso, atuar em prol do humor de um mercado, alheio à grande parcela da nossa população. Nessa tônica, minorias sociais resistem, dramaticamente, à retirada de seus direitos sociais ? assegurados pela Constituição de 1988 ?, bem como são pegos de surpresa ao verem seus lugares de vida queimarem e arderem por dias a fio.

Para ilustrar a edição com este importante dossiê, a Argumentos conta com uma foto do painel de azulejos do artista Athos Bulcão (1918-2008), no Instituto Rio Branco, a escola diplomática do Brasil.

Na seção que agrega artigos livres, contamos com quatro valiosas contribuições. Os dois primeiros textos exploram temas caros ? o direito à educação e o acesso aos serviços de saneamento ? às Ciências Sociais. O artigo de Paulo Fernando de Melo Martins, Carlos Alberto Moreira de Araújo Junior e Jacqueline Araújo Rodrigues, todxs ligados à Universidade Federal do Tocantins (UFT), através de dados qualitativos e quantitativos, explora o comportamento das dotações orçamentárias para o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) e quais ações de assistência foram atendidas no contexto de uma Instituição Federal de Ensino Superior (IFES), no período de 2010 a 2018. Já o artigo de Regiane Lopes Rodrigues (FUCAMP), Welber Tomás (UFU) e Carlos César Santejo Saiani (UFU), desenvolve uma análise dos déficits de acesso ao abastecimento de água e coleta de esgoto nas mesorregiões mineiras, avaliando desigualdades, evoluções e convergências entre 1991 e 2010.

Os outros dois textos também ganham destaque nesse editorial. O primeiro é de João Batista de Almeida Costa, professor e pesquisador no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social e no curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Em seu artigo, Almeida Costa desenvolve uma original leitura sobre o processo civilizador da sociedade norte-mineira. Embasado na perspectiva teórico-metodológica de Norbert Elias, o artigo faz uma leitura sobre o papel das redes de inter-relações desenvolvidas entre indígenas, quilombolas e bandeirantes para a constituição da Sociedade de Curral. Já o artigo de Ian Coelho de Souza Almeida, professor no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNM) e doutorando em economia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), analisa uma possível aproximação da Teoria do Ator-Rede com a Semiótica Materialista, ou Novo Materialismo. Como o artigo discute, esse é um diálogo profícuo para a tentativa de superação de análises ainda focadas em dualismos.

Por fim, mas não menos importante, na seção Resenhas, contamos com a resenha do livro Sociological Theory Beyond the Canon, de Syed Farid Alatas e Vineeta Sinha, publicado pela editora Palgrave Macmillan em 2017. De autoria da professora e pesquisadora Daliana Antônio, da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), a resenha Da pretensão generalista das ciências para a denúncia do colonialismo: a proposta de um universalismo pluralista na teoria social instiga nossxs leitorxs a buscar maiores informações sobre esse livro, que questiona a legitimidade das Ciências Sociais produzidas no Norte Global (mais especificamente na Europa). Além disso, a resenhista ressalta a tese central dessa obra: é necessário resgatarmos teorias sociais produzidas na Ásia e África (aqui incluímos a América Latina!), mas que, historicamente, são negligenciadas. Tal ato é fundamental para superarmos as Ciências Sociais ainda bastante Eurocêntricas e Androcêntricas.

Boa leitura!

Atenciosamente

Atenciosamente,

Gustavo Dias, Giancarlo Machado, e Comissão Editorial



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