Artigo

Cartografando o meu lugar: relato de experiência sobre uma viagem formativa pelo Rio Riacho, Aracruz/ES

João Alberto Miranda de Souza
Secretaria de Estado da Educação do Espírito Santo, Brasil
Israel David de Oliveira Frois
Secretaria de Estado da Educação do Espírito Santo, Brasil

Práticas Educativas, Memórias e Oralidades

Universidade Estadual do Ceará, Brasil

ISSN-e: 2675-519X

Periodicidade: Frecuencia continua

vol. 5, núm. 1, 2023

rev.pemo@uece.br

Recepção: 01 Junho 2023

Aprovação: 05 Julho 2023



Resumo: O presente relato de experiência tem como objetivo apresentar os momentos que constituem uma viagem formativa desenvolvida com alunos da Escola Estadual Caboclo Bernardo pelo Rio Riacho, localizado no distrito de Barra do Riacho, cidade de Aracruz/ES. Para isso, valemo-nos da abordagem qualitativa, com o procedimento metodológico da descrição crítica. O intuito pedagógico da proposta foi o de possibilitar aos estudantes outros olhares para o lugar em que vivem, no contexto do desenvolvimento da disciplina eletiva denominada “Cartografando o meu lugar”. Os resultados foram satisfatórios, tendo em vista a mobilização dos estudantes no decorrer do percurso realizado com os pescadores locais.

Palavras-chave: Aula de campo, Ensino de Geografia, Práxis, Formação humana.

Abstract: The present experiential report aims to present the moments that constitute a formative trip developed with students from Escola Estadual Caboclo Bernardo along the Riacho River, located in the district of Barra do Riacho, city of Aracruz/ES. For this, we used the qualitative approach, with the methodological procedure of critical description. The pedagogical intention of the proposal was to provide students with other perspectives on the place where they live, in the context of the elective discipline called "Mapping My Place". The results were satisfactory, given the mobilization of students throughout the journey undertaken with local fishermen.

Keywords: Field trip, Geography education, Praxis, Human formation.

1 - Introdução

Neste relato de experiência colocamos em evidência as potencialidades do trabalho educativo no processo de desvelamento da realidade geográfica. Em especial, no que concerne ao Rio Riacho, que tem a sua foz no bairro de Barra do Riacho, situado no litoral centro-leste do município de Aracruz, região norte do estado do Espírito Santo (Mapa 1). Dessa forma, este relato tem o objetivo de apresentar os momentos que envolveram a viagem formativa pelo Rio Riacho.


Mapa 1. Localização da Barra do Riacho
Fonte: VIEIRA, 2018.

A área urbana do bairro Barra do Riacho, tradicionalmente constituída por uma comunidade de pescadores, situa-se margeada à leste pelo Rio Riacho, que deságua no Oceano Atlântico, ao sudoeste pelo complexo industrial Suzano Celulose, ao sul pelo Terminal Especializado de Barra do Riacho – Portocel, ao norte por um empreendimento na Nutripetro e a oeste pela Lagoa Mãe Boa (FERREIRA et al., 2021). O Rio Riacho, que dá nome ao bairro, é o trecho extremo de um sistema fluvial do complexo da planície deltaica do Rio Doce, que corre no sentido norte-sul na borda leste da zona urbana da Barra do Riacho, colateral à linha costeira, sendo separado do mar por uma barra de areia vegetada (FERREIRA et al., 2021) (Fotografia 1).


Fotografia 1. Rio Riacho e barra de areia da reserva de Comboios
Fonte: Próprio autor (2023).

Cabe salientar que a margem leste da barra, que separa o rio do mar, integra a área indígena de Comboios, tendo, por isso, preservado a vegetação natural de restinga e de manguezal. Na margem oeste, contudo, foi o local onde a ocupação urbana ocorreu. Se inicialmente tal ocupação deu-se em função da pesca artesanal, na qual a apropriação territorial aconteceu considerando as manifestações de identidade e pertencimento ao modo de vida tradicional, após a chegada da Aracruz Celulose (atualmente, Suzano Celulose), na década de 1960, estabeleceu-se outra lógica de apropriação do espaço, que, hegemonizado pelo capital, passou a ser reificado na forma de arranjos produtivos industriais (VIEIRA, 2018).

Assim, constituem-se os conflitos e contradições em que a comunidade está inserida, em um contexto “globalitário”, no qual as demandas da reprodução da mais valia global (SANTOS, 2001) sobrepõem-se e vulnerabilizam as diversas possibilidades de produção de existências tradicionais locais.

É nesse cenário contraditório que a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Caboclo Bernardo está inserida. Trata-se de uma escola pública da rede estadual de educação do Estado do Espírito Santo que oferta o Ensino Médio, Ensino Fundamental Anos Finais e Educação de Jovens e Adultos (EJA), somando o total de 596 estudantes no ano letivo de 2023, distribuídos da seguinte forma: no turno matutino conta com 289 estudantes matriculados no Ensino Médio e 88 matriculados nos 9º anos do Ensino Fundamental; no vespertino são 248 estudantes matriculados nas turmas de 6º ao 8º ano do Ensino Fundamental e no noturno oferta a modalidade EJA e conta com 65 discentes, sendo 20 matriculados no EJA Ensino Fundamental e 45 no Ensino Médio. A escola está localizada no distrito de Barra do Riacho, Aracruz/ES e o seu público apresenta um perfil socioeconômico em que se percebe certa vulnerabilidade social, tendo em vista que mais de 30% dos discentes são beneficiários no Bolsa Família.

Assim, a viagem formativa foi realizada com os 25 estudantes do ensino médio (1ª, 2ª e 3ª séries) matriculados na disciplina eletiva intitulada “Cartografando o meu lugar”. Cabe salientar que a maioria dos discentes, apesar de viverem em uma comunidade com tradição pesqueira, nunca haviam entrado em uma embarcação ou navegado, seja pelo Rio Riacho ou pelo mar. Por isso, entendemos que a experiência foi enriquecedora no desenvolvimento dos estudantes.

Para fins de organização, estruturamos este trabalho em três partes. Primeiramente, apresentamos a base conceitual em que a viagem formativa está assentada, bem como os princípios da educação ambiental crítica. Em seguida, colocamos em relevo os procedimentos metodológicos utilizados no desenvolvimento deste trabalho. Por último, discutimos os resultados da práxis educativa desenvolvida.

2 Bildung: a aula de campo como viagem formativa

Há diversas maneiras de conceber o trabalho educativo escolar fora das salas de aulas como: visitas técnicas (PERES, 2005), aula passeio (FREINET, 1973) e aulas de campo (MARQUES, MOTA; SOUZA, 2020; ZORATTO; HORNES, 2014; SILVA, 2016).

No entanto, esta proposta parte da compreensão da aula de campo como viagem formativa a partir das contribuições do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Educação na Cidade e Humanidades (GEPECH) por intermédio dos estudos, reflexões e produções desenvolvidas pelos seus membros (CÔCO, CHISTÉ; DELLA FONTE, 2019; CÔCO et al. 2021; CÔCO et al. 2022).

Ao chamar a atenção para o termo Bildung, Suarez (2005) dá várias significações, como trabalho, tradução, filologia, formação e viagem. Dentre esses significados, dois deles ganham importância para guiar o que Côco, Chisté e Della Fonte (2021) chamam de “viagem formativa”, Bildung é trabalho e, também, é viagem. É trabalho, pois ele “[...] forma, modela; o trabalho é mediação ou agir formativo; apresenta-se como um processo prático no qual, pela ação sobre o mundo, forma-se o objeto (mundo humanizado) e o próprio sujeito que trabalha como humano” (CÔCO; CHISTÉ; DELLA FONTE, 2021, p. 45). Mas, segundo Suarez (2005), Bildung também é viagem. Para além do sentido estrito do ato de viajar, como deslocamento para um local distante, a “viagem formativa” é concebida não apenas como “[...] um caminhar na cidade, um passeio intencionalmente organizado em alguns lugares citadinos. A viagem possui uma nuança metafórica de evocar a saída do familiar, da vida cotidiana e ordinária, para visitar o extraordinário” (CÔCO, CHISTÉ; DELLA FONTE, 2021, p. 46). Mesmo que este extraordinário esteja próximo, a sua percepção, por vezes, é atravessada por olhares apressados, desatentos e corriqueiros.

Com essa compreensão, inspiramo-nos na poesia de Mario Quintana, que indica as virtudes da “[..] verdadeira arte de viajar [...] como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo” (QUINTANA, 2006, p. 863), sem se importar se os compromissos e as obrigações estejam ali para desenvolver a nossa viagem formativa.

Cabe destacar que o termo Bildung pode ser concebido “[...] para falar no grau de “formação” de um indivíduo, um povo, uma língua, uma arte [...]. Sobretudo, a palavra alemã tem uma forte conotação pedagógica e designa a formação como processo (SUAREZ, 2005, p. 195).

Portanto, a partir da reflexão sobre o termo alemão Bildung (SUAREZ, 2005), recorremo-nos ao seu sentido relacionado à formação, bem como a sua dimensão de trabalho e de viagem para destacar o conceito de “viagem formativa”, pois Bildung refere-se à formação humana que tem como ponto de partida e de chegada o próprio ser humano no seu processo de formar-se na alteridade, isto é, no outro. É nesse sentido que a expressão Bildung remete à viagem, pois “A ‘grande viagem’ que caracteriza a Bildung não consiste em ir a um lugar qualquer, não importa aonde, mas, sim, lá onde nós possamos formar e educar” (SUAREZ, 2005, p. 195)

Por isso, o termo alemão Bildung (formação cultural) é tomado como esteio da proposição das saídas da sala de aula, visto que o processo de formação humana pela mediação do diferente, do outro que compartilha as suas riquezas culturais forjadas ao longo do tempo de maneira coletiva. É a partir desta compreensão que se desenvolveu o processo de planejamento, organização e execução da viagem formativa. Com um caminhar comprometido com a formação humana, preparamo-nos para viajar pelos espaços e pelas vivências, com o intuito de compartilhar novos saberes.

3 Procedimentos metodológicos

Em termos metodológicos, este relato de experiência apresenta abordagem qualitativa por meio de procedimentos metodológicos descritivos (GIL, 2008) da viagem formativa pelo Rio Riacho, em Aracruz/ES, pois busca descrever o fenômeno educativo a partir dos vínculos com a ação pedagógica. Nesse caso, a nossa descrição caracteriza-se como crítica, tendo em vista o estabelecimento do processo de reflexão sobre a prática docente (MUSSI et al., 2021). A partir dessa compreensão, discorremos, a seguir, sobre o momento prévio à viagem formativa, de forma a contextualizar a experiência educativa desenvolvida.

As intervenções pedagógicas relatadas neste trabalho ocorreram no contexto da disciplina eletiva intitulada “Cartografando o meu lugar”, desenvolvida no turno matutino da E.E.E.F.M. Caboclo Bernardo no decorrer do 1º trimestre letivo de 2023. Em um primeiro momento, durante as aulas em sala de aula, foram explicados alguns conceitos de cartografia de acordo com Fitz (2008) e Martinelli (2016), para a posterior elaboração dos croquis cartográficos. Após este momento, foram desenvolvidos alguns conceitos geográficos, tais como: espaço geográfico; território; lugar; paisagem e região (LISBOA, 2020). Em especial, a categoria “lugar”, enfatizada na disciplina, que pode ser concebida como uma parte do espaço geográfico apropriada pela vivência e pela sobrevivência, das quais se desenvolvem diversas atividades cotidianas estabelecidas pelo ser humano, com a construção de vínculos e de relações socioafetivas com este espaço (LISBOA, 2020).

Posteriormente, foram feitas algumas caminhadas pelo bairro, as quais possibilitaram a reflexão com os estudantes sobre as modificações que o bairro sofreu ao longo dos anos como: o crescimento desordenado de casas e empresas nas redondezas; a chegada de equipamentos como Unidade de Pronto Atendimento (UPA); os projetos sociais; uma unidade habitacional do projeto “Minha casa, Minha vida”, do Governo Federal, o que deve impactar no crescimento demográfico da região; o transtorno causado pela ferrovia, que faz parte do ramal da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), pertencente à Vale S.A. e que passa ao lado da comunidade; além de reflexões sobre a poluição gerada pela emanação de gases e vapores de empresas que estão no entorno do bairro e que, por sua vez, deságuam no Rio Riacho.

Por fim, os estudantes começaram a desenhar e pintar o croqui do lugar que eles vivem, de acordo com as suas percepções e, por último, realizou-se o passeio de barco pelo Rio Riacho em conjunto com alguns pescadores que fazem parte da colônia de pesca do bairro Barra do Riacho.

A viagem formativa Rio Riacho foi realizada ao final do 1º trimestre do ano letivo de 2023 como uma das culminâncias da disciplina Eletiva. Para Santos e Malheiros (2020), as eletivas são disciplinas que têm como proposta a realização de atividades diferenciadas dentro das unidades escolares. No nosso entendimento, tal disciplina só faz sentido se for desenvolvida com o intuito de enriquecer o processo educativo, relacionando-a com os conteúdos propedêuticos. Nesse caso, tal disciplina estabelece vínculo direto com a geografia e as suas categorias basilares.

Destacamos que um dos objetivos desta eletiva foi desvelar, aos estudantes, o espaço vivido por eles a partir de outras perspectivas. Em uma delas, foi possível observá-lo de dentro de um barco pelo Rio Riacho. Assim, os estudantes puderam perceber o lugar em que vivem de acordo com a visão dos pescadores que utilizam o rio para a subsistência. Além disso, foi possível ver de perto como o rio vem sofrendo com o desmatamento da mata ciliar, na sua margem oeste, assoreamento e poluição ao longo do seu curso.

4 A viagem formativa pelo Rio Riacho

A viagem formativa aconteceu no dia 05/05/2023 e configurou-se em um momento de interação entre teoria e prática, uma vez que, em um primeiro momento, os alunos estudaram os conteúdos em sala de aula e, em seguida, foram para o rio, observaram e analisaram as diferentes paisagens. Para muitos estudantes, esta aula tornou-se extraordinária, pois essa foi a primeira vez que andaram de barco e apreciaram o rio da perspectiva do navegante, dos pescadores, em consonância com a perspectiva de viagem formativa (CÔCO et al., 2021).

Após a saída da escola, a primeira parada foi no Porto das Lanchas, local onde existe um cais para embarque e desembarque de embarcações. Nesse espaço, onde embarcamos, foi possível observar um estaleiro para construção e manutenção de barcos de muitos pescadores da comunidade. Antes do embarque, já foi possível observar e refletir sobre a pouca infraestrutura que as pessoas que vivem da pesca possuem. Em seguida, os estudantes foram divididos em cinco grupos com cinco alunos em cada embarcação.

Depois do embarque, na maioria das vezes, eram os pescadores que explicavam e dialogavam com os estudantes sobre o rio e sua visão da comunidade. Em uma das falas, os pescadores alertaram que o rio encontra-se cada vez mais poluído. Tal fato impacta diretamente na quantidade de peixe que os pescadores conseguem pescar. Em um dos momentos, foi mostrado para os estudantes algumas tubulações que, segundo os pescadores, contêm materiais que poluem o rio.

Ao longo do percurso, os estudantes ficaram bem próximos do manguezal, o que favoreceu a observação do ambiente e da sua vegetação. O manguezal é um ecossistema situado ao longo da costa e é caracterizado pela transição entre os ambientes terrestre e marinho. Além disso, possui plantas halófilas, ou seja, adaptadas a ambientes salobros e sempre associados ao encontro das águas doce com águas salgadas, em foz ou barra.

Subindo em direção à montante do rio, os estudantes puderam acompanhar como o rio apresenta-se assoreado. Os pescadores relataram que o rio encontra-se progressivamente assoreado, o que torna difícil a passagem de embarcações em algumas porções do leito. Em determinado momento, um dos pescadores precisou utilizar um remo para não deixar o barco encalhar.

Ao longo do rio, é possível observar que alguns barcos ficaram encalhados e, posteriormente, foram abandonados. Para Tucci (2005), o processo de assoreamento é evidenciado com bancos de areia que são concebidos e descritos como acúmulos ou em depósitos de sedimentos ao longo do leito de algum rio. Desse modo, os canais fluviais assoreados caracterizam-se pela pouca profundidade e aumento da largura entre as margens. Tais características contribuem para o progressivo aumento da temperatura da água, impactando no nível do rio e no índice de piscosidade.

Depois de aproximadamente 25 minutos de navegação, os pescadores pararam os barcos na margem leste do rio, situado em uma região de praia. Após o desembarque, os pescadores relataram e mostraram para os alunos o canal que eles precisaram abrir devido à grande quantidade de chuva do último verão. A água da chuva fez com que o rio elevasse o seu nível e atingisse algumas casas. Por conta disso, foi necessário abrir um canal para escoar a água do rio até o oceano Atlântico.

Posteriormente, os pescadores relataram a sua preocupação com a criação de uma APA (Área de Proteção Ambiental) na região. De acordo com eles, a futura APA Foz do Rio Doce vai impedir que eles continuem pescando na região. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a sociedade pode participar com sugestões e/ou críticas sobre a criação desta APA. Ao longo desta reflexão na praia, os estudantes puderam acompanhar o trabalho de um funcionário do Projeto Tamar que catalogou e analisou ninhos de tartarugas marinhas que existiam na região.

Após a conversa na praia, os estudantes embarcaram e desceram até a foz do rio. Antes de chegarem à barra do rio, os pescadores mostraram para os estudantes algumas encanações que despejam líquidos, que segundo os pescadores são produtos químicos de empresas da redondeza, no rio. Ao chegarem à foz do rio, foi possível observar um pescador jogando uma rede artesanal em busca de peixes. Os pescadores nos barcos relataram que o rio não está como antes, pois está “cada vez mais perdendo água que chega no mar”. Para os pescadores, essa diminuição de água que deságua no oceano dificulta a entrada de embarcações de maior porte no rio.

A fotografia 2 abaixo apresenta um dos croquis que foram elaborados pelos estudantes durante a disciplina de eletiva.


Fotografia 2 – croqui elaborado pelos estudantes durante a disciplina
Fonte: Próprio autor (2023).

5 Considerações finais

Desse modo, entende-se que viagem formativa atingiu o objetivo proposto de possibilitar aos estudantes outras perspectivas de olhares para a realidade vivida, isto é, para o lugar em que se vinculam e estabelecem relações sociais, culturais e afetivas. O processo iniciado em sala de aula e culminado na “viagem” (SUAREZ, 2005) pelo Rio Riacho, mediado pelo professor e pelos pescadores, proporcionou aos estudantes uma melhor compreensão dos assuntos estudados na teoria.

Compreende-se que o processo de ensino-aprendizagem acontece articulando teoria e prática, isto é, pela práxis. Portanto, articulando os saberes temos a possiblidade de desenvolver potencialidades educativas que mobilizem os estudantes e promovam uma formação humana ampla. Assim, é possível fazer a análise das relações que constituem a comunidade (local) com a sociedade (global) em que ela está inserida.

Por fim, entende-se que as viagens formativas podem ser entendidas como processo de formação humana e de convite ao conhecimento e ao reconhecimento da alteridade. Diante dessa compreensão, ensejamos que este trabalho inspire outras viagens pelo desconhecido que, muitas vezes, está bem próximo de nós.

Referências

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Referências

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