ARTIGOS
ANÁLISE DE CONTEÚDO SOBRE O CONCEITO DE NICHO ECOLÓGICO: O QUE DIZEM OS LIVROS DIDÁTICOS?
CONTENT ANALYSIS ABOUT THE ECOLOGICAL NICHE CONCEPT: WHAT THE TEXTBOOKS SAY?
Revista de Ensino de Ciências e Matemática
Universidade Cruzeiro do Sul, Brasil
ISSN-e: 2179-426X
Periodicidade: Trimestral
vol. 8, núm. 5, 2017
Recepção: 27 Dezembro 2016
Aprovação: 22 Novembro 2017
Resumo: Os livros didáticos se constituem como uma interessante e pertinente fonte de pesquisa para que se possam discutir aspectos relacionados à aprendizagem e até mesmo avaliar a qualidade do ensino em determinada disciplina partindo de sua utilização. Nesse sentido, a análise desse material como fonte de pesquisa em Educação contribui para que se possa (re)pensar para além da dimensão didática de sua estruturação textual ao mesmo tempo em que permite uma verificação conceitual. Em sendo os conceitos essenciais para a compreensão de uma ciência e seus pressupostos - e partindo do princípio que de acordo com a escrita e a estruturação do pensamento dos autores podem apresentar-se de maneira diferente - este artigo propõe a utilização da ferramenta da análise de conteúdo para a verificação das especificidades, diferenças e similaridades em um conceito muito discutido e importante para a Biologia, mais precisamente para a Ecologia: o conceito de nicho ecológico.
Palavras-chave: análise de conteúdo, nicho ecológico, livros didáticos.
Abstract: Textbooks are an interesting and relevant source of research for which to discuss issues related to learning and even evaluate the quality of education in a given discipline starting from its use. In this sense, the analysis of textbooks as a source of research in education contributes to a view to (re) think beyond the didactic dimension of its textual structure while allowing a conceptual verification. In being the concepts essentials for understanding a science and its assumptions - and assuming that according to the writing and structuring the thought of authors such concepts may present differently in texts - this article proposes the use of content analysis tool for checking the specifics, differences and similarities in a much discussed concept and important to Biology, specifically for Ecology: the concept of ecological niche.
Keywords: content analysis, ecological niche, textbooks.
Introdução
A análise de conteúdo empreende uma série de metodologias utilizadas para a análise textual. A partir dela, é possível fazer inferências e determinar a semântica estatística de um determinado discurso (KAPLAN, 1943; KRIPPENDORFF, 1980; WEBER, 1985). As características semânticas e sintáticas de um texto permitem ao pesquisador realizar conjecturas que vão desde a inferência de valores até atitudes, estereótipos e visão de mundo de seus autores. Bardin (2011) ressalta que a utilização da análise de conteúdo pode ser associada para além dos registros textuais. Elementos de natureza icônica e semiótica também podem ser analisados (BARDIN, 2011, p.40).
Nesse sentido, frente à amplitude de seu uso na pesquisa, aliar esse método ao campo da Educação (associado ao discurso de uma ciência dura como a Biologia) nos permite compreender a dupla dimensão analítica a qual esse artigo se propõe. O conceito de nicho ecológico utilizado pela Ecologia foi alvo da presente análise. A ideia é – por meio do uso da análise de conteúdo – observar como este termo é trabalhado em dois níveis: superior (graduação e pós-graduação) e no ensino médio. Para tanto a análise de livros destes dois segmentos foi essencial para que se pudessem observar as nuances destes discursos.
Com isso, o problema que se coloca no presente artigo pode ser desdobrado em duas dimensões. A primeira delas diz respeito ao discurso ecológico que pauta a educação básica e o ensino superior, guardadas as respectivas diferenças e os distintos – e necessários – aprofundamentos. A segunda, por sua vez, está relacionada a como uma análise de enunciado conceitual, a partir de um trabalho minucioso e exploratório sobre conceito – realizado por parte do professor – pode contribuir para uma melhor compreensão to termo em questão. Logo, a análise da regularidade conceitual na multiplicidade discursiva dos livros didáticos de Biologia para educação básica e para o ensino superior pode conduzir a uma melhor construção e entendimento de nicho ecológico.
Assim, é preciso que se diga que o presente trabalho não tem a pretensão – e tampouco a presunção - de avaliar as atribuições conceituais dadas por cada autor em seus respectivos livros sobre o conceito de nicho ecológico definindo-as como certo ou errado. Pelo contrário: ele tem a pretensão de estabelecer quais os elementos comuns, regulares, mais recorrentes em ambos os discursos e aqueles outros considerados irregulares, pouco recorrentes e por vezes, únicos. São eles que constituem os rumos do discurso sobre o conceito em questão adotado em nível superior e médio. Nesse sentido, avaliar o tipo de ênfase que é dada ao termo nestes dois âmbitos de ensino pode explicar, por exemplo, a amplitude e complexidade do nicho ecológico cuja gênese está na própria Evolução, mais especificamente no conceito de adaptação.
Em assim sendo, a análise de conteúdo foi a ferramenta analítica escolhida para observar entre as duas dimensões discursivas nas quais circula o conceito. As categorias estipuladas durante o processo metodológico permitiram uma visão mais ampla sobre o tema proposto e a partir de análises qualitativas e quantitativas, pôde-se inferir sobre o viés que lhe é dado – as diferenças e similaridades relacionadas ele – no sentido de descobrir sobre quais pilares do discurso biológico este conceito está assentado nesses dois níveis de ensino.
Metodologia e análise de dados
Como metodologia empregada para a análise dos livros didáticos foi empregada a análise de conteúdo segundo Bardin (2011). Os livros foram previamente selecionados de acordo com a disponibilidade na Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e no acervo pessoal do pesquisador. Em um primeiro momento, foi realizada a leitura das unidades sintáticas (blocos textuais) e, das mesmas, foram retirados fragmentos, excertos dos livros específicos de Ecologia – utilizados em nível de graduação e pós-graduação – que fazem referência ao conceito de nicho ecológico conforme a Tabela 1.
Uma vez isolados os fragmentos textuais, em um segundo momento foram submetidos a leitura para que se pudessem estipular as denominadas unidades de análise ou unidades de registro. Tais unidades nos permitem uma posterior categorização do material a ser analisado permitindo, também, estabelecer freqüências de ocorrência (BARDIN, 2011, p.134). Tomando como referência os livros selecionados (Tabela 1), realizou-se uma análise em nível semântico que culminou no estabelecimento das unidades de registro (Tabela 2).
Para cada unidade de registro a qual se chegou a partir da leitura dos fragmentos isolados foi estipulada uma categoria. As unidades de registros nos permitem categorizar elementos que aparecem nos excertos selecionados para análise. A categorização, nada mais é do que uma “classificação de elementos constitutivos de um conjunto por diferenciação e, em seguida, por reagrupamento segundo o gênero (analogia), com os critérios previamente definidos” (BARDIN, 2011, p.146). A Tabela 3 apresenta as categorias e subcategorias estabelecidas a partir das unidades de registro que foram estipuladas de acordo com o conteúdo presente nos fragmentos selecionados e isolados.
Após a categorização faz-se necessário observar a ocorrência das categorias e subcategorias por obra analisada (Tabela 4). O somatório das categorias nos livros indica aquelas que são mais recorrentes para a conceituação de nicho ecológico. Também é possível observar o número de categorias e subcategorias (incluindo o número de repetições, referências a cada uma delas) contempladas em cada livro analisado.
A categoria “B” (relação com o meio), seguida pelas categorias “C” (nicho e complexidade da comunidade), “A” (Referência ao papel funcional ou ecológico do nicho) e “F” (Analogias relacionadas ao conceito de nicho ecológico) são as mais freqüentes na construção do enunciado do conceito de nicho ecológico. Em termos porcentuais correspondem, respectivamente, a 52%, 18%, 11% e 11% do total de categorias estipuladas (Tabela 5).
O que se pode verificar em um primeiro momento é que as categorias utilizadas como base para a construção do conceito de nicho ecológico em livros específicos de Ecologia utilizados em cursos de graduação e pós-graduação estão centradas em torno da relação dos seres vivos com o meio (principalmente relacionada às variações características do ambiente, os gradientes ambientais) e suas relações com o meio numa perspectiva de ocorrência, de moradia – o que caracteriza o habitat. Ainda, a complexidade da comunidade, das relações que nela podem ser encontradas, é o que de mais evidente caracteriza o aspecto “multidimensional” relacionado ao conceito de nicho. A complexidade das relações em uma comunidade é que leva os seres vivos a desempenharem papéis que, embora específicos, acabam por abarcar múltiplas estratégias de sobrevivência.
Como a ideia é a de realizar um contraponto entre o discurso dos livros específicos com os de Biologia utilizados pelos alunos do Ensino Médio, a análise de conteúdo para estes seguiu-se da mesma maneira. A Tabela 6 apresenta os fragmentos isolados que fazem referência ao conceito de nicho ecológico nestes livros.
As unidades de registro foram retiradas a partir da leitura dos excertos dos livros didáticos de Biologia conforme a Tabela 7.
A categorização foi mantida de acordo com as categorias e subcategorias que emergiram ainda na Tabela 3, mas ampliadas como se pode perceber na Tabela 8. A categoria “A” (Referência ao papel funcional ou ecológico) ganhou uma subcategoria relacionando-a ao “modo de vida” do ser vivo, assim como a categoria “D” (Referência à origem do termo) que, por sua vez, desdobrou-se em sua relação com a “dupla interpretação” - em perspectiva - do termo nicho ecológico. Houve ainda a emergência de uma nova categoria, denominada de categoria “G” que diz respeito à natureza complexa do conceito.
A incidência das categorias e subcategorias nos livros didáticos analisados pode ser observada na Tabela 9. O somatório inclui categorias e subcategorias como referência nas ocorrências das mesmas. Também é possível observar o número de categorias que cada livro utilizou para fazer referência ao conceito de nicho ecológico, ou seja, - para tal - o número de categorias contempladas por autor.
Nos livros didáticos de Biologia em nível de Ensino Médio as categorias “B” (Relação com o meio), “A” (Referência ao papel funcional ou ecológico do nicho), “D” (Referência à origem do termo) e “G” (Natureza complexa do conceito) são as mais recorrentes. Conforme a Tabela 10, estas categorias em termos percentuais representam, respectivamente, 67%, 20%, 5% e 5%.
Resultados e discussão
Confrontando o resultado da análise a qual esse artigo se propõe podemos perceber que existem semelhanças e diferenças não exatamente na maneira como o conceito de nicho ecológico está estruturado, pois a essência do conceito é única. O que de fato podem ser percebidas são as variações na ênfase dada ao conceito quando comparados o texto específico dos livros de Ecologia com os dos livros didáticos de Biologia. Artigos como os de Da Silva Nunes e Cavassan (2011) e de Zamberlan e Da Silva (2012), corroboram a discussão.
Pelo fato de ser um conceito científico consolidado dentro da Ecologia e, portanto, da própria Biologia, a variação encontrada nas referências tem a ver com a perspectiva na qual passa a ser observado. No intuito de construir a noção/conceito de nicho ecológico, o professor pode se valer de uma série de estratégias relacionadas às categorias emergentes. Isso que acabou por ser evidenciado com o presente estudo: a partir de quais lugares do discurso biológico podemos falar sobre o nicho ecológico?
Com relação aos professores, uma discussão como esta baliza a importância para que se construa um pano de fundo onde um conceito possa ser inserido com a finalidade de que os acontecimentos desse cenário possam criar conexões, associações outras, que sejam possíveis para que os estudantes tenham uma maior compreensão da dimensão do funcionamento conceitual. De modo a corroborar a exploração do conceito de nicho ecológico em uma perspectiva evolutiva, evidenciada nas categorias emergentes e em sua incidência nos gráficos que seguem, reiteramos a importância de que em ciências sempre devemos trabalhar com um conceito em funcionamento, por isso a construção dos cenários evidenciados pós-análise de conteúdo e materializado pelas categorias emergentes.
No Gráfico 1 se pode observar a ênfase dada na construção textual dos livros nos dois segmentos analisados.
Ainda, como resultado observado, a categoria “E” (Referência a quem faz uso do termo) é específica dos livros de Ecologia, que trazem e comentam sobre a figura do papel do ecólogo enquanto profissional da Ecologia e que faz uso do termo, o que não é citado nos livros de Ensino Médio. Em contrapartida, a “natureza complexa do conceito” representada pela categoria “G” é citada – pelo menos de forma direta – apenas pelos livros de Ensino Médio que durante muitos anos reduziram o conceito á “profissão” que o ser vivo exerce no ambiente em que vive.
Inserir no ensino médio o papel do ecólogo seria descortinar possibilidades para os estudantes, mostrando-lhes a complexidade sobre com a qual esse profissional deve lidar quando se debruça ao estudo do meio ambiente. Uma reflexão como essa poderia ser elemento de problematização do professor para com seus estudantes, convidados ao exercício da reflexão, da crítica e na proposição de alternativas relacionadas também ao conhecimento mobilizado para o exercício da profissão, bem como as tecnologias correlacionadas a ele.
Em outros termos, não tão explícitos, nos livros de Ecologia essa complexidade diz respeito às relações existentes nas comunidades biológicas. Essa seria a causa da natureza do nicho ser complexa e, portanto, multidimensional, o que se encontra caracterizado pelo enunciado da categoria “C”. A razão pela emergência de outra categoria, no caso a “G” para abordar aspectos relacionados ao nicho ecológico e a complexidade é que nos livros de Ensino Médio essa concepção está explícita sem que se perceba a natureza dessa complexidade, ao contrário do que ocorre nos livros de Ecologia, que cita elementos que se constituem nas causas dessa natureza complexa sem dizer diretamente que “nicho ecológico” se trata diretamente de um termo ou conceito complexo, o que acaba por empobrecer a discussão sobre o tema nas escolas.
Ainda, em ambos os segmentos (graduação/pós-graduação e Ensino Médio), a categoria “B” (Relação com o meio) é a mais preponderante. Isto pode ser explicado pela tendência dos autores relacionarem em seus textos o conceito de nicho ecológico com a função do ser vivo no ambiente, mais especificamente na relação com seu habitat. Nessa relação com o meio, pouco fica explicitada a ideia de “estratégia” como quesito essencial e elemento possível para a resistência às pressões ambientais, o que aproximaria a discussão do âmbito evolutivo contribuindo para a construção de um pano de fundo mais vivo para inserção do conceito, ou seja: para colocá-lo em perspectiva.
Isso se encontra muito bem evidenciado pelos dados apresentados no Gráfico 2 mostra a ocorrência das subcategorias da categoria “B” na construção do conceito de nicho ecológico.
O que pode ser percebido no Gráfico 2 é o foco dado a categoria “B” nos diferentes níveis de ensino. No universo dos livros específicos de Ecologia, a ênfase dada à relação com o meio diz respeito a questões referentes aos gradientes ambientais e ao habitat. Isso significa que o nicho é observado antes da perspectiva que coloca o ser frente às condições do meio e, em um segundo plano sua atuação em seu local de ocorrência, muitas vezes distinguindo os termos “habitat” de “nicho ecológico” ou situando o leitor em termos da complementaridade de ambos.
Já nos livros de Ensino Médio, a ênfase é o habitat, mas na perspectiva dos recursos ambientais disponíveis nesse habitat, e, portanto, no conjunto de estratégias as quais os seres vivos lançam mão para garantir sua sobrevivência e perpetuação. Não foi encontrada uma problematização nestes livros que possa conduzir a discussão para o âmbito da dupla influência em termos da relação habitat-ser vivo, o que daria uma ideia melhor e possibilitaria uma maior compreensão dos efeitos de um sobre outro.
Conclusão
A partir do que foi exposto no trabalho pode-se concluir que o conceito de nicho ecológico por si está centrado na ideia de adaptação, mas o fator que justifica as estratégias adaptativas não são os mesmos. De acordo com os dados obtidos, quando se trata de analisar o discurso sobre o conceito de nicho ecológico em nível superior, a relação dos seres com o meio está voltada aos aspectos relacionados aos gradientes ambientais, variações do meio configurado como seu habitat. Nas múltiplas variações desses gradientes como luminosidade, temperatura, salinidade, pH, etc., estão implícitas as múltiplas dimensões que se circunscrevem no próprio conceito em análise. Frente a essas variações é que os seres vivos se constituem como um “multi” estrategistas na tentativa de garantir a sua sobrevivência.
O que corrobora essa percepção é a relação do nicho frente à complexidade da comunidade, também muito recorrente nos fragmentos analisados nos livros de Ecologia. A trama das relações complexas da biota faz com que - no aumento de suas interações – o ser vivo estabeleça inúmeras outras posições funcionais devido a relações que demandam uma série de estratégias vinculadas a elas como preconiza a categoria “A” (referência ao papel funcional ou ecológico do nicho), terceira mais freqüente quando se trata de analisar os excertos em questão.
Por outro lado, com relação ao conceito de nicho ecológico no Ensino Médio, temos que a relação entre seres vivos e meio também é o que norteia sua construção conceitual, mas em outro sentido. A ênfase nesse nível diz respeito à variedade de recursos disponíveis no ambiente, o que justificaria uma série de estratégias de sobrevivência que devem ser empreendidas pelo ser. A perpetuação dessa perspectiva pode dar a falsa ideia dos estudantes de inesgotabilidade do meio, caso não haja uma condução adequada pelo professor complexificando a temática com exemplos reais. O meio não é apenas uma fonte de recursos, mas o território que deve ter sua prerrogativa de sustentabilidade mantida e perpetuada.
Com isso, percebe-se que a ideia de nicho multidimensional é a mesma nos dois casos, mas enfatizada e justificada por questões adaptativas, mas diferentes. Uma explicação possível poderia ser a transposição didática cuja finalidade poderia ser a geração de analogias (principalmente com ciclo de vida do ser vivo), o que facilitaria a explicação sobre o que é nicho ecológico partindo das demandas/recursos frente à necessidade de sobrevivência do ser.
Em assim sendo, pode-se concluir que o conceito de nicho ecológico no ensino médio tem a ver com a relação entre ser e disponibilidade de recursos, enquanto em nível superior na relação entre o ser e a variação (gradiente) ambiental. Enquanto no primeiro a complexidade é explicada a partir das estratégias para aquisição de recursos, no segundo ela é justificada pela capacidade de resistência do ser às modificações do meio.
Observa-se então a centralidade do papel dos docentes na complexificação do conhecimento dos alunos, o que inclui a discussão de conceitos e não a simples apresentação dos mesmos sem uma contextualização. O fato é que independente do âmbito discursivo analisado, o nicho ecológico deve ser entendido à luz da evolução – neste caso em especial sob o viés do conceito de adaptação. Portanto, qualquer tentativa de desvincular os termos nicho e habitat pode ser perigosa para a compreensão por parte dos estudantes. Cabe ao professor promover a discussão em sala de aula e vincular a aprendizagem deste conceito com outros construídos a partir do entendimento do que vem a ser o processo evolutivo.
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Ligação alternative
https://revistapos.cruzeirodosul.edu.br/index.php/rencima/article/view/1236/934 (pdf)