Construção e validação de questionário para avaliar a saúde mental de professores que atendem crianças com Transtorno do Espectro Autista

Shabbina Ribeiro Messina
Hospital Santo Antônio, Brasil
Manuel Gustavo Leitão Ribeiro
Universidade Federal Fluminense, Brasil

Revista de Estudos e Pesquisas sobre Ensino Tecnológico

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, Brasil

ISSN-e: 2446-774X

Periodicidade: Frecuencia continua

vol. 11, núm. 0, e258525, 2025

educitec.revista@ifam.edu.br

Recepção: 10 Novembro 2024

Publicado: 31 Janeiro 2025



Resumo: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição definida por dificuldades na comunicação e comportamento. Crianças com TEA têm o direito à inclusão no ensino regular, sendo fundamental o papel dos professores nesse processo. No entanto, a docência é uma das profissões mais afetadas por doenças ocupacionais, o que pode impactar as qualidades do trabalho. O presente trabalho tem o objetivo de descrever o processo de construção e validação de um questionário para avaliar a saúde mental de professores do Ensino infantil e do Ensino fundamental do município de Uberaba-MG que atendem crianças com TEA. O estudo adotou a metodologia de participação pesquisa-ação, foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal Fluminense (UFF) e contou com a participação de 86 professores. A pesquisa revelou de forma qualitativa como os problemas enfrentados pelos professores, como condições precárias de trabalho, falta de apoio, excesso de trabalho e lacunas na formação profissional contribuem para o desgaste psicológico dos educadores. Isso foi essencial para a elaboração colaborativa de um questionário de pesquisa para investigar a fundo esses aspectos. Os resultados advindos da aplicação e análise dos dados desse questionário poderão auxiliar a implementação de políticas e ações para promover a saúde mental desses profissionais e melhorar suas condições de trabalho, resultando, por conseguinte, em um processo de ensino-aprendizagem mais inclusivo para estudantes com TEA.

Palavras-chave: autismo, professores da educação básica, saúde mental.

Abstract: Autism Spectrum Disorder (ASD) is a condition defined by difficulties in communication and behavior. Children with ASD have the right to inclusion in regular education, and the role of teachers in this process is fundamental. However, teaching is one of the professions most affected by occupational diseases, which can impact the quality of work. The present work aims to describe the process of construction and validation of a questionnaire to assess the mental health of teachers in early childhood and elementary schools in the city of Uberaba-MG who teach children with ASD. The study adopted the action research participation methodology, was approved by the Research Ethics Committee of the Universidade Federal Fluminense (UFF) and had the participation of 86 professors. The study revealed in a qualitative way how the problems faced by teachers, such as precarious working conditions, lack of support, overwork and gaps in professional training contribute to the psychological exhaustion of educators. This was essential for the collaborative elaboration of a research questionnaire to investigate these aspects in depth. The results arising from the application and analysis of data from this questionnaire may help the implementation of policies and actions to promote the mental healthof these professionals and improve their working conditions, resulting, therefore, in a more inclusive teaching-learning process for students with ASD.

Keywords: autism, elementary school teachers, mental health.

Resumen: El Trastorno del Espectro Autista (TEA) es una condición definida por dificultades en la comunicación y el comportamiento. Los niños con TEA tienen derecho a la inclusión en la educación regular, y el papel de los docentes en este proceso es fundamental. Sin embargo, la docencia es una de las profesiones más afectadas por las enfermedades profesionales, que pueden afectar la calidad del trabajo. El presente trabajo tiene como objetivo describir el proceso de construcción y validación de un cuestionario para evaluar la salud mental de profesores de escuelas de primera infancia y primaria de la ciudad de Uberaba-MG que atienden a niños con TEA. El estudio adoptó la metodología de investigación-acción participativa, fue aprobado por el Comité de Ética en Investigación de la Universidad Federal Fluminense (UFF) y contó con la participación de 86 profesores. El estudio reveló de manera cualitativa cómo los problemas que enfrentan los docentes, como las condiciones laborales precarias, la falta de apoyo, el exceso de trabajo y las brechas en la formación profesional contribuyen al agotamiento psicológico de los educadores. Esto fue esencial para la elaboración colaborativa de un cuestionario de investigación. investigar estos aspectos en profundidad. Los resultados que surjan de la aplicación y análisis de los datos de este cuestionario pueden ayudar a implementar políticas y acciones para promover la salud mental de estos profesionales y mejorar sus condiciones laborales, resultando, por tanto, en un proceso de enseñanza-aprendizaje más inclusivo para los estudiantes con TEA.

Palabras clave: autismo, profesores de educación básica, salud mental.

Construção e validação de questionário para avaliar a saúde mental de professores que atendem crianças com Transtorno do Espectro Autista

Introdução

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), também denominado autismo, é um transtorno do neurodesenvolvimento amplamente prevalente, de natureza altamente hereditária e heterogênea, com características cognitivas subjacentes e frequentemente associado a outras comorbidades (Lord, 2020). É caracterizado por traços significativos, generalizados e persistentes na comunicação social, além de comportamentos e interesses restritos e repetitivos.

O impacto do TEA abrange diversos domínios de desenvolvimento, incluindo aspectos cognitivos, habilidades motoras e funções de autocuidado. Esses prejuízos variam em intensidade e apresentam diferentes manifestações, o que reforça a necessidade de abordagens individualizadas tanto no diagnóstico quanto no tratamento.

Segundo Cirino e Godoi (2021), a expressão "autismo" foi empregada pela primeira vez por Eugene Bleuler em 1911, com o propósito de descrever a perda de contato com a realidade, acompanhada por dificuldades ou impossibilidades de comunicação. Esse comportamento foi observado por Bleuler em pacientes apresentados com esquizofrenia. Embora originalmente associado à esquizofrenia, o termo "autismo" evoluiu ao longo do tempo para se referir a um conjunto distinto de características comportamentais e cognitivas, hoje reconhecido como TEA.

As alterações nas áreas de socialização, comunicação e comportamento podem ser identificadas em crianças antes dos três anos de idade (Fernandes; Tomazelli; Girianelli, 2020). As investigações que corroboraram esse diagnóstico precoce se destacaram, especialmente, por focarem nos aspectos genéticos relacionados ao TEA, embora também tenham considerado a influência de fatores ambientais (Guedes; Tada, 2015; Orrú, 2016). O aprofundamento desses estudos contribuiu significativamente para a compreensão das causas e manifestações do TEA, apontando para uma interação complexa entre predisposições genéticas e fatores ambientais.

Desde o final da década de 1990, a transformação nas políticas públicas, tanto nacionais quanto estrangeiras, tem orientado a matrícula de estudantes com deficiência, priorizando o sistema regular de ensino (Leite; Barros, 2024). Como resultado, a presença de alunos com TEA tornou-se cada vez mais comum em turmas inclusivas, suscitando discussões sobre a adaptação curricular, a oferta de Atendimento Educacional Especializado (AEE) e a formação docente adequada para atender a essa demanda.

As adversidades enfrentadas pelos professores no processo de promoção da aprendizagem de indivíduos com TEA são multifacetadas e dificultam uma compreensão aprofundada das características típicas do espectro. Isso implica a necessidade de familiaridade com as características comportamentais, sociais e comunicativas que o TEA envolve, além de compreender como tais particularidades impactam diretamente o processo de ensino-aprendizagem e a socialização dos estudantes.

Um dos principais desafios é definir abordagens educacionais específicas que respondam às demandas desses alunos (Oliveira, 2020). Tais abordagens devem ser orientadas para a promoção da inclusão educacional, garantindo a integração desses estudantes nas turmas regulares de maneira eficaz. Para isso, é imperativo o desenvolvimento contínuo de estratégias pedagógicas e experiências adaptadas às necessidades individuais dos alunos com TEA, que para serem elaboradas exigem do professor uma intensa dedicação e permanente aperfeiçoamento de sua prática e atualização de conhecimentos.

Adicionalmente, o exercício da docência, especialmente no âmbito da educação especial, caracteriza-se por uma rotina intensa, permeada por múltiplas exigências e pressões, tanto internas quanto externas ao ambiente escolar. Esse processo gera situações que muitas vezes resultam em impactos profundos tanto na saúde mental dos professores quanto na qualidade da aprendizagem.

Nos últimos anos, observou-se um aumento significativo na incidência de transtornos mentais entre os trabalhadores, com especial ênfase na categoria dos professores (Biavati-Guimarães; Freitas; De Oliveira, 2024; Machado; Cardoso; Guilherme, 2024; Nascimento; Seixas, 2020). A docência é apontada desde 1983 pela Organização Internacional do Trabalho como a segunda categoria profissional a manifestar os maiores índices de doenças ocupacionais (Trevisan et al., 2022). Diversos fatores são importantes para essa situação, incluindo a baixa remuneração, a insuficiência de recursos materiais e didáticos, o excesso de alunos nas salas de aula, condições precárias de trabalho, relações interpessoais adversárias com os alunos, aumento da carga de trabalho e atividades repetitivas, redução no número de professores, incremento de tarefas e novas responsabilidades, cobranças excessivas por resultados, autonomia limitada, participação inexpressiva no planejamento institucional e nas políticas educacionais (Antonini et al., 2023; Da Silva et al., 2024; Gomes et al., 2023).

A busca por melhores condições de vida muitas vezes leva a classe trabalhadora a modificar seus hábitos, resultando em sobrecarga de trabalho e responsabilidades. Os professores, em particular, não estão isentos dessa tendência, estendendo muitas vezes suas jornadas de trabalho além do horário escolar. Eles frequentemente levam tarefas para casa, dedicando tempo adicional à preparação de aulas, correção de atividades e envolvimento em atividades extracurriculares (Koga, 2015). Essa sobrecarga não afeta apenas a saúde mental e física dos educadores, mas também pode comprometer a qualidade do ensino.

O estudo de Cunha (2015) evidencia que a atuação na inclusão pode gerar no professor sentimentos de frustração, impotência, ansiedade e culpa. Observa-se que os educadores muitas vezes não obtêm os resultados esperados nem observam a evolução da criança, o que acentua esses sentimentos (Cunha, 2015). Essa situação ressalta a importância de um suporte adequado e de estratégias formativas que permitam aos professores desenvolver habilidades e competências para lidar com a diversidade na sala de aula, promovendo um ambiente educacional.

Diante desse cenário, a presente pesquisa levanta questões que visam compreender de maneira mais aprofundada os desafios enfrentados pelos docentes que atuam com o público da educação especial, especialmente crianças autistas. O trabalho visa detalhar o processo de construção cooperativa e validação consensual de um questionário de avaliação da saúde mental de professores do Ensino infantil e do Ensino fundamental da rede pública de Uberaba-MG que atendem crianças autistas. O questionário contém perguntas específicas sobre como a relação e o trabalho com alunos autistas afetam a saúde mental dos professores. Espera-se não apenas identificar as demandas e dificuldades desses profissionais, mas também contribuir para a formulação de medidas que possam mitigar os possíveis impactos negativos sobre sua saúde mental e, consequentemente, aprimorar a experiência educacional e contribuir para um ambiente mais inclusivo e propício ao desenvolvimento e à aprendizagem de alunos autistas.

Metodologia

O presente estudo adotou a metodologia de participação pesquisa-ação (Koerich et al., 2017) e o instrumento que foi construído e aplicado se apresenta como ferramenta de caráter participativo, elaborada de forma coletiva e cooperativa entre professores e pesquisadores.

O estudo contou com abordagens qualitativas e quantitativas. A integração entre esses métodos permite a articulação entre subjetividade e objetividade, o que possibilita uma compreensão integral de fenômenos na área da educação, tais como a relação professor-aluno, o processo de ensino-aprendizagem, o cotidiano da escola, as condições de trabalho, dentre outros (Rodrigues et al., 2021).

Foi inicialmente realizado contato com as escolas solicitando o endereço eletrônico dos professores do Ensino infantil e Ensino fundamental I, aos quais foi enviado um e-mail com informações sobre a pesquisa e os dados dos pesquisadores responsáveis. A concordância em participar da pesquisa esteve sujeita à leitura e à assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido[3].

Os encontros foram realizados 1 vez por mês durante 6 meses de junho a dezembro de 2023, em 6 escolas do município de Uberaba e tiveram duração de 60 minutos, sendo realizados durante a reunião de formação dos professores, fora do horário de expediente. Participaram desses encontros 86 professores do Ensino Infantil e do Ensino Fundamental I da Rede Municipal de Uberaba-MG (número que corresponde a 2,8 % do total de professores de apoio e regentes de turma no Ensino Infantil e Ensino Fundamental I e II que atuavam em 2023, segundo dados da Secretaria Municipal de Educação de Uberaba), que em 2023 trabalhavam diretamente com crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Nos encontros, doravante denominados Etapa 1, a discussão partiu de temas geradores que fossem relevantes e significativos aos professores, tais como saúde mental, relação professor-alunos e professor-coordenação pedagógica do local de trabalho, percepções dos professores em relação ao seu ambiente de trabalho (tempo de profissão, carga horária, titulação, condições de trabalho, etc...) sentimentos de frustação, tempo para lazer, inclusão do aluno com autismo, assim como as suas percepções sobre tensão, estresse, inseguranças e medos relacionados ao autismo. Os professores puderam se manifestar livremente durante as discussões, nas quais foi possível confrontar diferentes saberes, acadêmicos e práticos, evidenciando assim o caráter participativo desta etapa. Esses encontros serviram para conhecer um pouco da realidade cotidiana daqueles profissionais e os resultados obtidos serviram de base para a elaboração do instrumento de pesquisa (Etapa 2).

Durante a Etapa 2, foram realizadas buscas na literatura por artigos indexados nas principais bases de dados (Scielo, Periódicos Capes, ERIC, LILLACS, Web of Sciece e Scopus) em português e inglês sobre saúde mental e trabalho docente, e uma busca por instrumentos específicos, traduzidos, validados ou adaptados para a realidade brasileira, que tenham avaliado o nível de tensão de professores que atendem crianças com TEA.

A elaboração do questionário foi o resultado de uma relação de complementaridade entre abordagens qualitativa e quantitativa, conforme descrito previamente em uma investigação da saúde mental de docentes universitários (Souza et al., 2022). De posse da primeira versão do instrumento, doravante denominado questionário de pesquisa, este foi apresentado aos professores que participaram da Etapa 1, de forma a obter-se validação consensual do seu conteúdo e verificar-se a sua consistência interna. Esses professores fizeram sugestões e correções que foram incorporadas para elaboração da versão final do questionário de pesquisa.

Ao fim das discussões realizadas durante Etapa 1 e incorporação das sugestões após validação, a versão final do questionário[4] contou com 8 blocos divididos da seguinte maneira: Bloco A, dados pessoais; Bloco B, formação e trabalho profissional; Bloco C, condições de trabalho e capacidade para o trabalho; Bloco D, saúde e possíveis relações do trabalho com a saúde; Bloco E, saúde mental; Bloco F, sono; Bloco G, hábitos alimentares; Bloco H, relacionamento com o aluno com TEA. Vale ressaltar que as questões envolvendo saúde mental se baseiam em instrumentos internacionais já validados para fins de avaliação, conforme segue: 1) as perguntas sobre tabagismo e ingestão de álcool inseridas no Bloco E foram modificadas do questionário CAGE (acrônimo de Cut down drinking, Annoyed by criticism, Guilty e Eye-opener)[5]; 2) o bloco E (saúde mental) foi elaborado utilizando-se como referência questionário da presença de Transtornos Mentais Comuns – SRQ-20 (Harding et al., 1980); o bloco F (sono) foi construído com base no Questionário de Qualidade do Sono de Pittsburgh (Buysse et al., 1989). As demais questões foram elaboradas principalmente a partir do processo participativo trilhado na Etapa 1.

A pesquisa obteve anuência da Secretaria de Educação de Uberaba, MG contou com o compromisso ético de todos os pesquisadores envolvidos e foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da UFF (registro CAAE n° 66790623.3.0000.5243).

Resultados e Discussão

Fundamentação teórica - saúde mental de docentes que atuam na educação inclusiva

A literatura especializada exibe um conjunto de dados robusto acerca do adoecimento de professores brasileiros no que diz respeito à saúde mental (para uma revisão atualizada em revistas indexadas na área de Ensino ver Gomes et al., 2023; Machado, Cecílio, 2024; Salvi et al., 2023). No entanto, quando se trata especificamente da saúde mental de professores que atuam na educação inclusiva, as pesquisas ainda são escassas e há divergências com relação à existência de maiores agravos à saúde mental entre docentes que atuam com estudantes com deficiência.

Os estudos de Silva, Corrêa e Silva (2022) e Llorent e Ruiz-Calzado (2016), por exemplo, evidenciaram a prevalência de Burnout em professoras que atuavam em salas de aula com alunos com deficiência. Por outro lado, Silva e Almeida (2011) e Braun e Carlotto (2014) não encontraram diferenças significativas ou identificaram risco menor de Burnout entre estes professores e aqueles que não atuavam com alunos com deficiência. Esses resultados demonstram a necessidade de realização de mais estudos e o desenvolvimento de instrumentos de análise que investiguem em detalhes a saúde mental de professores que atuam em salas inclusivas e o possível impacto em estudantes com deficiência.

O questionário de Souza et al. (2022), formulado para estudar a relação entre trabalho e saúde mental de docentes universitários, foi utilizado como base para a elaboração do instrumento nesta pesquisa por abordar uma ampla variedade de aspectos sobre saúde e trabalho e por partir de uma premissa com a qual concordamos: os preceitos neoliberais vêm causando mudanças na organização e no funcionamento das universidades e escolas públicas e adoecimento de seus docentes (Leme; Valente, 2023; Paula; Lima, 2020; Souza et al., 2022).

Desta forma, utilizando-se um percurso metodológico similar (discussões prévias com professores e construção cooperativa), foi realizada uma adaptação daquele instrumento (questões condensadas e ajustes de acordo com o cotidiano dos professores das escolas) para estudar a saúde mental de professores do Ensino Infantil e do Ensino Fundamental I que atendem crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Além das questões sobre saúde mental, sono, hábitos alimentares, etc., a partir das experiências vivenciadas e compartilhadas pelos professores nos encontros de discussão foram incluídas no questionário perguntas específicas sobre a relação dos professores com seus alunos autistas. Até onde chega nosso conhecimento, não existe na literatura um instrumento investigativo que busque correlacionar a saúde mental de professores com o atendimento a estudantes com TEA.

Construção e validação do instrumento

O presente estudo descreve o percurso colaborativo característico da metodologia de pesquisa-ação, que permitiu construir e validar um instrumento para investigar a saúde mental de professores que atendem crianças com TEA. Os encontros com os professores foram iniciados com uma breve introdução sobre a temática da pesquisa e sobre 3 fatores muito associados à saúde mental: exaustão emocional, despersonalização e baixa realização profissional. Em seguida, os professores foram separados em pequenos grupos, em que as discussões partiam dos temas geradores citados na Metodologia. Nessa abordagem,

[...] a forma de trabalho educativo é o grupo de discussão, que conduz processo educativo buscando os conteúdos problematizadores, realizando as discussões, compartilhando as descobertas, definindo as atividades e os temas geradores como ponto de partida para a decodificação das sílabas e, principalmente, a decodificação do mundo social, histórico, político e cultural onde vivem os oprimidos nas sociedades desiguais (Tozoni-Reis, 2006, p. 104).

Os temas geradores serviram de partida ao processo educativo dos professores, que foram incentivados a refletir criticamente sobre sua realidade e a buscar soluções para os problemas identificados, tornando a pesquisa mais contextualizada e ligada ao seu cotidiano.

A dinâmica de coletar os dados e registrá-los coletivamente, discuti-los e contextualizá-los é o caminho para a construção de novos saberes e/ou teorias científicas. Essa construção do conhecimento a partir das vivências e experiências do indivíduo é o princípio do que Paulo Freire denominou de educação problematizadora: “A educação problematizadora se faz, assim, um esforço permanente através do qual os homens vão percebendo, criticamente, como estão sendo no mundo com que e em que se acham” (Freire, 2009, p. 82).

A profissão de professor, muitas vezes, envolve uma carga de trabalho significativa e ritmo acelerado, especialmente com o aumento das demandas curriculares, administrativas e sociais nas escolas. Isso pode levar a um processo de esforço permanente, resultando em estresse físico e mental. Dentre os aspectos que acabam por influenciar no cotidiano do professor estão o excesso de responsabilidade em relação ao tempo e meios que o professor dispõe para realizar seu trabalho; a insegurança típica das atividades sobre as quais não se podem estabelecer normas e ações precisas que resultem, necessariamente, no objetivo desejado; a dificuldade de avaliação quanto aos resultados alcançados; e o fato de ser um trabalho que exige muita atenção com o público (Thiele; Ahlert, 2007).

Observou-se ser necessário elaborar questões que investigassem se o professor se sente culpado em relação ao desenvolvimento e/ou à aprendizagem de alunos com TEA. Essas questões, incluídas no bloco H, indagavam a frequência e em que momento da carreira esse sentimento de culpa aparecia. Na educação especial, as demandas sobre os professores e outros profissionais envolvidos no processo educacional aumentam proporcionalmente às necessidades específicas dos alunos. Isso ocorre porque os alunos com deficiência frequentemente requerem adaptações e suportes adicionais para garantir que recebam uma educação adequada e inclusiva. Os professores seguem pressionados para não errarem, obterem sempre sucesso e desempenharem cada vez melhor o seu papel. Mas muitas vezes não ponderam sobre suas condições físicas e psicológicas de trabalho, o que acaba resultando numa cobrança sobre si mesmos, daí o sentimento de culpa.

Cada aluno com autismo pode ter necessidades únicas, exigindo intervenções educacionais individuais e adaptações contínuas no ambiente escolar. A ausência de adaptações curriculares pode prejudicar o desenvolvimento de competências sociais, comunicativas e funcionais necessárias para o sucesso na escola e na vida cotidiana. Daí a importância da elaboração do Plano Educacional Individualizado (PEI), que é recurso pedagógico, centrado no aluno, com metas acadêmicas e funcionais específicas. Observou-se a necessidade de incluir questões que investigassem a elaboração do PEI pelos professores, assim como a articulação com professores de Atendimento Educacional Especializado (AEE) para a construção de estratégias coletivamente pensadas.

As diversas menções à influência das condições de trabalho e aspectos de infraestrutura das escolas refletiram a necessidade de pesquisar em maiores detalhes os efeitos desses fatores no questionário de pesquisa. A conceituação de condições de trabalho inclui não apenas a oferta de recursos para o exercício da atividade profissional (instalações físicas, materiais didáticos e equipamentos disponíveis), mas também as próprias relações envolvidas no processo de trabalho e as condições de emprego (tipo de contrato, salário, plano de carreira, benefícios, etc...). Os fatores ergonômicos, o design do mobiliário escolar, iluminação das salas de aula, isolamento acústico, o nível de ruido e temperatura do ambiente devem compatíveis com as demandas, habilidades e limitações humanas, conforme padronizado pela International Ergonomics Association (IEA) (Santos, 2021). É essencial investigar todos esses fatores para garantir um ambiente de trabalho saudável e produtivo para os profissionais envolvidos.

Outro ponto crítico citado nos encontros foi a formação de professores que atuam em escolas inclusivas. A implementação do AEE, p. ex., enfrenta obstáculos como a falta de profissionais capacitados, a insuficiência de vagas em aulas multifuncionais e a ausência de suporte multiprofissional adequado (Ribeiro; Moreira, 2023). Além disso, a presença de estagiários ou profissionais temporários sem a formação específica necessária acentua as dificuldades enfrentadas no ambiente e é um aspecto desafiante na inclusão desses alunos.

A falta de preparo dos professores em relação à Educação Inclusiva constitui um problema significativo, com impactos diretos na experiência educacional dos alunos com TEA. Muitos relatam sentimentos de incapacidade e impotência ao lidar com esses estudantes, independentemente da natureza específica de suas necessidades. Esse despreparo muitas vezes se manifesta na falta de conhecimento sobre estratégias pedagógicas inclusivas, adaptações curriculares e métodos de ensino diferenciados, os quais são fundamentais para garantir uma aprendizagem efetiva e de qualidade.

A situação de afastamento, esgotamento e sofrimento psíquico entre os profissionais da educação não é uma característica recente. É fundamental considerar as questões relacionadas ao mal-estar docente e ao sofrimento dos professores no contexto da cultura profissional docente (Penteado et al., 2019). O sofrimento psíquico do professor tem impacto no aprendizado dos alunos, uma vez que, ao adoecer, a criatividade e o entusiasmo pelo trabalho são reduzidos. Os estudos atuais sobre agravos à saúde mental docente indicam redução na atenção e na concentração, perda do autorrespeito e autocontrole em sala, além de reações exageradas com alunos em situações diversas (Trevisan et al., 2022). Os relatos acerca de distúrbios do sono, hábitos alimentares pouco recomendáveis e dores estimularam a inclusão de perguntas sobre esses temas no questionário de pesquisa.

O tempo disponível é fundamental para preservar a dignidade dos trabalhadores. Quando os indivíduos têm tempo livre além do trabalho, eles podem dedicar esse tempo a atividades enriquecedoras e gratificantes, como criar, contemplar, estudar, passear ou simplesmente desfrutar de momentos de lazer, como ouvir música. Esse tempo não apenas proporciona bem-estar pessoal, mas também contribui para o desenvolvimento pessoal e cultural dos indivíduos, e a sua ausência indica precarização das condições de trabalho (Lima; Santos, 2024).

A falta de exercícios físicos também é um aspecto que impacta na saúde e foi relatado nos encontros. Durante as discussões, muitos professores confessaram que a dedicação ao trabalho ocupa um tempo que poderia ser dedicado à prática de atividades físicas. Uma questão muito emblemática e que precisou ser considerada no questionário de pesquisa foi o impacto do trabalho com crianças autistas sobre a família do professor. A dedicação que frequentemente o estudante com TEA exige dos professores (mais tempo de estudo e preparo de atividades, além de situações específicas em sala-de-aula, p.ex.) pode se refletir em menor atenção à própria família ou em contradições nas relações familiares.

Considerações finais

O presente estudo adotou a metodologia de participação pesquisa-ação e o instrumento construído e validado se apresenta como ferramenta de caráter participativo, elaborada de forma coletiva e cooperativa entre professores e pesquisadores. As ricas discussões propiciadas pelos encontros permitiram levantar questões cruciais, que foram incluídas no questionário de pesquisa para avaliar os impactos do atendimento a crianças com TEA sobre a saúde mental dos professores, além de outros fatores. Ressalta-se que houve uma preocupação dos pesquisadores na formulação das perguntas de modo a evitar qualquer sentimento de culpabilização das crianças pelos professores.

Até o momento, o questionário foi aplicado a 163 professores da rede municipal de ensino de Uberaba, excetuando-se os 86 que participaram das etapas de discussão e validação. Espera-se em breve aumentar essa amostragem de forma a se obter uma visão mais concreta da situação dos(as) professores(as) e que a análise dos questionários aplicados possa revelar seus anseios (medos), estresse, tensões emocionais, incertezas (falta de capacitação devida), insegurança (despreparo), bem como outras informações que possam revelar as alterações na saúde mental dos professores, com impactos na aprendizagem da criança autista. Os benefícios dessa pesquisa incluem o possível uso desse questionário por outros profissionais, que poderão avaliar como a saúde mental dos(as) professores(as) pode interferir na aprendizagem e no desenvolvimento de alunos(as) com TEA, a fim de melhor direcionar a atuação do(a) professor(a) e melhorar sua qualidade de vida, assim como dos(as) alunos(as).

Além disso, almeja-se que o instrumento aqui produzido seja utilizado na rede municipal de ensino de Uberaba para apontar possíveis sinais e sintomas de ansiedade, depressão e outras condições de saúde que possam estar atingindo o professor e, talvez, influenciando no seu desempenho profissional. E, quando necessário, que o professor possa ser acolhido por profissionais capacitados.

Agradecimentos

Os autores agradecem ao Grupo de Pesquisa Sintheses (ENSP, Fiocruz) e ao Núcleo de Estudos e Pesquisa em Autismo (NEPA, UFF) pelas discussões que auxiliaram no desenvolvimento desta pesquisa. O Projeto foi financiado pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) (E-26/211.069/2019; E-26/211.660/2021).

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