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Recepção: 30 Maio 2024
Aprovação: 30 Junho 2024
Resumo: Através das redes sociais, sujeitos com e sem deficiência têm protagonizado a discussão sobre inclusão. Este texto busca compreender como o perfil de Ivan Baron no Instagram atua como um currículo cultural para ensinar sobre capacitismo e inclusão. A pesquisa empreendeu uma análise qualitativa do perfil, inspirada na Netnografia. O Instagram apresentou-se como uma importante ferramenta pedagógica, com claro objetivo de ensinar sobre o capacitismo. Foram classificadas três categorias que se destacaram, tanto em termos de métricas quantitativas, como curtidas e visualizações, a saber: eventos cotidianos, humor e trends educativas. O perfil em questão demonstrou potencial na discussão e reflexão das variadas facetas do capacitismo, atuando divulgando e denunciando o tema que é, por vezes, tido como imperceptível ou ignorado.
Palavras-chave: capacitismo, Instagram, educação, inclusão, currículo.
Abstract: Through social media, individuals with and without disabilities have been taking center stage in the discussion about inclusion. This text aims to understand how Ivan Baron's Instagram profile serves as cultural curriculum to educate about ableism and inclusion. The research undertook a qualitative analysis of the profile, inspired by Netnography. Instagram emerged as a significant pedagogical tool, with a clear objective of educating about ableism. Three categories stood out, both in terms of quantitative metrics such as likes and views, namely: everyday events, humor, and educational trends. The profile demonstrated potential in discussing and reflecting on the various aspects of ableism, actively promoting and denouncing a topic that is sometimes perceived as imperceptible or ignored.
Keywords: ableism, Instagram, education, inclusion, curriculum.
Resumen: A través de las redes sociales, personas con y sin discapacidad han liderado la discusión sobre inclusión. Este texto busca comprender cómo el perfil de Instagram de Ivan Baron actúa como una currículo cultural para enseñar sobre capacitismo e inclusión. La investigación realizó un análisis cualitativo del perfil, inspirado en la Netnografía. Instagram se presentó como una importante herramienta pedagógica, con un objetivo claro de enseñar sobre capacitismo. Se clasificaron tres categorías que destacaron, tanto en términos de métricas cuantitativas, como de me gusta y visualizaciones, a saber: eventos cotidianos, humor y tendencias educativas. El perfil en cuestión demostró potencial para discutir y reflexionar sobre las diversas facetas del capacitismo, trabajando para difundir y denunciar el tema que, en ocasiones, se considera imperceptible o ignorado.
Palabras clave: capacitismo, Instagram, educación, inclusión, currículo.
Introdução
Historicamente, as Pessoas com Deficiência (PcD) enfrentaram momentos de estigmatização e exclusão, mecanismos sociais que submetem seus corpos a diversas formas de controle. Tais mecanismos ocorreram através de distintas narrativas, sejam elas míticas, religiosas ou biomédicas, as quais exerceram uma influência dominante sobre a compreensão da deficiência durante um período significativo (Barbosa; Diniz; Santos, 2010). Assim, no âmbito destas narrativas, a deficiência tem sido, e continua a ser, abordada como uma tragédia pessoal, simplificada para uma mera lesão, conforme a perspectiva do modelo médico de deficiência, perpetuada por muito tempo e que ainda hoje influencia nossas formas de perceber a diferença. Esse enfoque tem posto desafios no que tange à deliberação da deficiência como uma questão de natureza social (Diniz, 2007).
Nesse viés, é certo que as diferentes visões da deficiência resultaram em diferentes abordagens históricas, conhecidas como modelos da deficiência. No contexto do modelo médico, a ênfase recai sobre o indivíduo e sua lesão, demandando a ideia de intervenções no corpo, a fim de aprimorar seu funcionamento e mitigar as desvantagens sociais (França, 2013). Essa abordagem fundamenta-se na concepção de que a condição corporal do sujeito com deficiência é a principal origem da exclusão social e da limitada participação deste na sociedade. Destarte, com o objetivo de superar a perspectiva negativa que encara a deficiência como algo menor, emerge o modelo social da deficiência. Essa abordagem sustenta que a deficiência é, na realidade, uma consequência de obstáculos e desigualdades sociais que resultam na exclusão das PcD do convívio social (Bampi; Guilhem; Alves, 2010).
Neste debate, enquanto o modelo médico da deficiência atribui a causa da exclusão social das PcD à sua condição individual, personificando o fato como tragédia pessoal, o modelo social da deficiência indica que a origem do problema reside na forma em que estão estruturadas as dinâmicas sociais. Assim, a perspectiva do modelo social busca ir além da abordagem puramente médica das limitações, priorizando, em vez disso, políticas públicas que fomentem a inclusão social das PcD (Diniz, 2007).
Nesse intento, narrativas que perpetuam uma visão negativa da deficiência exercem uma influência contínua na integração desses indivíduos na sociedade contemporânea, os quais enfrentam diariamente o preconceito conhecido como capacitismo. Este se manifesta como uma forma de discriminação enraizada na convicção de que as PcD são intrinsecamente inferiores ou menos capacitadas do que aquelas sem deficiências. Essa forma de preconceito se baseia na ideia de que as PcD são comparadas às pessoas sem deficiência como o padrão de normalidade, e qualquer diferença é vista como uma limitação (Amaral, 1998).
A despeito das manifestações de preconceito, observamos avanços notáveis no que concerne à participação social, com protagonismo da pessoa com deficiência em diferentes contextos sociais, incluindo espaços mediados pela internet (Luiz; Nuernberg, 2013). Com isso, sabemos que as tecnologias digitais desempenham um papel sólido na dinâmica social, tornando-se um componente fundamental nas relações do cotidiano das pessoas. Dentro dessa nova estrutura, as narrativas midiáticas têm papel significativo, uma vez que representam uma ferramenta crucial na disseminação de informações (Diniz; Rodrigues; Darido, 2012).
Desse modo, reconhecemos que sociedade hoje perpassa por uma mudança cultural mediada pelo digital. Em consequência disso, Mendes (2020) define essa cultura como formas de sociabilidade que surgem a partir das redes descentralizadas. No bojo do debate entre centro/periferia, que é provocado pela tensão estabelecida entre as formas de viver clássicas da modernidade e os novos arranjos mais contemporâneos, Sibilia (2012) questiona a centralidade da instituição escolar em tempos de dispersão de saberes, afetos e formas de socialização, promovidas pelas tecnologias digitais. Posto isto, é exatamente com o aumento dos dispositivos móveis que a cultura digital se tornou ainda mais dinâmica e forte, sendo tributária da tecnologia móvel, a capacidade dos indivíduos carregarem consigo serviços de computação enquanto se movem fisicamente (Araújo, 2003), sendo assim, verdadeiros artefatos culturais de produção e socialização de saberes e práticas.
Desta compreensão, deriva a importância de serem investigados “[...] outros currículos (além do escolar) que contribuem para a formação das pessoas e que disputam espaço na produção de sentidos e dos sujeitos” (Paraíso, 2007, p. 24), inclusive o currículo que vem sendo criado nas redes sociais e sobre diversos temas, tais como o capacitismo, que é o nosso foco.
Em paralelo, estudos como os de Genaro e Rocha (2019), apontam o paradoxo pedagógico de uma geração atravessada por dispositivos móveis e redes sociais. Segundo os autores, os jovens são hoje produtores de conteúdo e, portanto, sujeitos ativos no processo de construção de narrativas e saberes. Contudo, também estão imersos em uma postura compulsivamente consumidora e influenciada por designs e governabilidades algorítmicas. De toda forma, percebe-se que as redes sociais, como todo currículo cultural, se implicam em processos de regulação via construções de narrativas e saberes que “[...] circunscrevem aquilo que pode ser pensado sobre essas condutas” (Silva, 2003, p. 191).
Neste terreno de disputa, que é o currículo cultural, existe uma busca por espaço de PcD nas mídias sociais, que exploram tais redes para interagir e divulgar seu cotidiano, na tentativa também de desconstruir diversos estereótipos (Luiz; Nuernberg, 2013). Do mesmo modo, há um processo de aprendizado de várias causas e uma busca conjunta para a desconstrução de barreiras, tanto culturais quanto estruturais, que atuam como sistemas de exclusão e inferiorizam a existência das PcD (Nunes, 2019). É com base nas teorias pós-críticas que embasamos um debate sobre como as redes sociais podem atuar como um currículo que se interpenetra no currículo formal escolar por meio da circulação e consumo de seu conteúdo por alunos e professores. Assim, acreditamos na “[...] diminuição das fronteiras entre, de um lado, o conhecimento acadêmico e escolar e, de outro, o conhecimento cotidiano e o conhecimento da cultura de massa” (Silva, 2002, p. 139).
Entendemos, com base nas primeiras reflexões de Giroux e Mclaren (1995) e atualizadas por Fischer (2017), a mídia como um dispositivo pedagógico e, portanto, as redes sociais como uma potente ferramenta pedagógica na produção de subjetividades e identidades/identificações sociais. Como respeito às diferenças epistêmicas, interessa-nos pensar tanto com as teorias críticas quanto com os estudos culturais. a convergência de entendimento da potência em problematizar imagens e narrativas dos dispositivos midiáticos para pensar a formação humana, sobretudo com destaque para as relações de poder, de identidade e de representação.
Dessa forma, interessa nesse texto, compreender como o perfil do influenciador Ivan Baron (@ivanbaron)[1] na rede social Instagram, pode funcionar como um currículo cultural que problematiza representações reificadas em torno do capacitismo e inclusão.
O influenciador, nascido em Natal, é uma pessoa com deficiência amplamente reconhecida como influenciador digital que se autointitula um influenciador da inclusão. Ele ganhou destaque devido à sua presença ativa nas mídias sociais, dedicando-se à promoção e defesa de políticas de inclusão para PcD. Na infância, enfrentou uma grave infecção alimentar que se desenvolveu após contrair meningite viral e resultou em paralisia cerebral.
Desde então, nas redes sociais, Ivan Baron compartilha sua vida, trabalho e combate ao capacitismo, promovendo debates sobre inclusão das PcD. Sua entrada nesse campo começou em 2018, com o objetivo de abordar o tema do capacitismo de forma mais acessível para todos, indo além da linguagem técnica de artigos científicos. Consciente da necessidade de ampliar essa discussão, o influenciador sentiu a urgência de levar essas temáticas para além do ambiente acadêmico (André, 2023).
Para fins deste estudo, entendemos que o capacitismo representa a percepção presente na sociedade que tende a considerar as PcD como não sendo iguais, menos capacitadas ou incapazes de administrar suas próprias vidas (Dias, 2013), hierarquizando-as em função da adequação de seus corpos ao padrão “ideal” (Mello, 2016). Assim, o capacitismo pode se evidenciar em diversos aspectos, desde o emprego de linguagens e expressões capacitistas até a representação ou a concepção da deficiência na sociedade. Dessa maneira, configura-se por naturalizar visões estereotipadas das PcD, ora retratadas como vítimas, ora como heróis (Amaral, 1998).
É registrado na literatura que por muito tempo as mídias produziram concepções estigmatizadas sobre indivíduos com deficiência, retratando-os como vítimas ou como super-heróis, especialmente no meio esportivo (Oliveira; Poffo; Souza, 2019). Essa disseminação de estigmas pelos meios de comunicação contribui para reduzir a identidade de uma pessoa à sua deficiência, promovendo uma visão generalizada e minimizando barreiras sociais (Seron et al., 2021).
Nesse enfrentamento, um dos espaços que estão sendo utilizados para a divulgação das questões do capacitismo são as redes sociais. Pesquisas como a de Giupponi (2021) apontam como as narrativas capacitistas nas redes sociais têm ganhado espaço à manutenção de discursos preconceituosos, bem como à denúncia e revolta que eles geram. A autora destaca o aumento da busca pelo termo “capacitismo” nas redes a partir dos anos 2020 e menciona Ivan Baron como um influenciador que atua de forma criativa e impactante diante dessa problemática. Dessa forma, ressalta-se a importância de figuras como o influenciador, que utilizam essas redes sociais para dar visibilidade à luta anticapacitista.
Metodologia
A pesquisa empreende uma análise com abordagem qualitativa do perfil do Instagram de Ivan Baron, inspirados na netnografia. A netnografia é uma pesquisa que ocorre em um campo online, onde as comunicações são mediadas por um computador como fonte de coleta de dados de um fenômeno cultural (Kozinets, 2014). Logo, na prática netnográfica, a tecnologia ocupa um lugar de destaque e desempenha um papel crucial nas interações entre os participantes sociais (Herrera; Passerino, 2008). Já a abordagem qualitativa se preocupa com os aspectos da realidade que não podem ser quantificados, ou seja, trabalha com o universo de valores, significados e motivos dos processos e fenômenos, não se limitando a variáveis (Minayo, 2001).
Desse modo, foi realizada uma análise virtual no Instagram do perfil do Ivan Baron, que atualmente tem aproximadamente 534 mil seguidores exclusivamente no Instagram. O detentor do perfil tem se destacado não apenas nas plataformas de mídia social, mas também por sua participação em diversos eventos e por conceder entrevistas que abordam a questão do capacitismo[2]. Esses elementos fundamentam a seleção desse perfil para análise, uma vez que está sendo reconhecido como uma das principais referências no estado do Rio Grande do Norte (RN) e no Brasil ao tratar dessa temática nas redes sociais.
Dito isso, a coleta de dados foi realizada manualmente por meio da ferramenta de pesquisa da própria rede social Instagram. As postagens coletadas são exclusivamente aquelas disponíveis no feed público do perfil do influenciador, ou seja, as publicações em seu perfil organizadas em ordem cronológica. A amostra da pesquisa considerou o intervalo de um ano e abrangeu o período de janeiro de 2022 a janeiro de 2023. Esse intervalo foi escolhido principalmente devido à notável visibilidade que Ivan Baron conquistou em âmbito nacional durante o ano de 2022. A escolha das postagens dentro desse período precisou atender a critérios de inclusão, como estar associada à hashtag (#) “capacitismo” ou abordar o tema em seu título ou legenda. Consequentemente, as publicações que não continham o termo “capacitismo” nas hashtags, legendas ou títulos, foram excluídas conforme os parâmetros estabelecidos.
Por fim, o fluxo metodológico consistiu na seleção e coleta dessas publicações conforme os critérios de inclusão. Foi constituída uma tabela contendo dados referentes ao título, link da postagem, tipo de postagem (feed estático ou reels), dados quantitativos de interações (curtidas, visualizações e comentários associados a cada postagem). Posteriormente, cada uma das publicações mapeadas por meio da análise temática (Braun; Clarke, 2020) foram agregadas em categorias de análise com base na recorrência das estratégias usadas para tratar o tema capacitismo.
Resultados e análise
Ao final, o estudo teve uma amostra total de 62 publicações, abrangendo tanto formatos de feed estático quanto reels. O feed refere-se às postagens que permanecem na tela inicial do perfil do usuário, podendo ser compostas por uma única imagem ou por um conjunto de imagens, enquanto os reels são caracterizados por vídeos curtos nos quais os usuários podem incorporar edições (filtros, efeitos sonoros e musicais, dentre outros). Esse último recurso foi introduzido como uma nova forma de entretenimento, oferecendo recursos já familiares aos usuários do Instagram, como comentários, opções de interação (curtir e compartilhar), além da capacidade de viralizar em um curto período. Na amostra em questão, observamos uma preferência pelo uso dos reels, como evidenciado no Quadro 1
Fazendo uma leitura do quadro, embora a média de curtidas no feed seja superior, é prática comum entre os influenciadores direcionar a produção de conteúdo para o reels, principalmente para o indicador de visualizações. Nesse contexto, notamos que a média de curtidas nos reels situou-se em torno de 15 mil, ao passo que a média de visualizações atingiu a notável marca de 200.000, destacando, assim, uma discrepância significativa entre esses dois conjuntos de dados. Devido à colocação dos vídeos reels na seção “explorar” do Instagram, eles têm a capacidade de alcançar facilmente diversos públicos e expandir sua visibilidade por meio do uso de hashtag, independentemente de os usuários seguirem o criador do conteúdo original (Ribeiro, 2022).
Já, a partir da análise das publicações dentro desse recorte, foi possível perceber a variedade de conteúdos que Ivan Baron produz. Inicialmente, suas postagens eram conduzidas mais para o humor, e com o passar do tempo, seus conteúdos se diversificaram, incluindo postagens deliberadamente educativas sobre o assunto, compartilhando também aspectos do seu dia a dia. Com a finalidade de simplificar a análise qualitativa de seu perfil, foram classificadas três categorias que se destacaram (1 – Eventos do cotidiano; 2 – Humor; 3 – Trends educativas), tanto em termos de métricas quantitativas, como curtidas e visualizações, quanto na demonstração dos variados formatos que Ivan Baron frequentemente emprega para discutir o capacitismo. Para a eleição das categorias também foi considerada a recorrência temática entre as postagens e seus objetivos/intenções/ estratégias.
Eventos do cotidiano
Nessa primeira categoria, as postagens se fundamentam principalmente em formas de denúncia do cotidiano de falas capacitistas em diferentes formatos de mídia, como a internet, programas de reality show e novelas. Uma das estratégias utilizadas pelo Ivan Baron consiste em aproveitar os momentos em que figuras famosas eventualmente utilizam expressões capacitistas para debater sobre o tema. Como o influenciador relatou em uma entrevista (André, 2023), busca-se aproveitar tópicos populares com o propósito de romper a “bolha” formada pelo seu círculo de amizades nas redes sociais.
Nessa lógica, uma das postagens do tipo reels que obteve maior repercussão refere-se a que Ivan Baron comenta sobre o dia em que o jornalista William Bonner, em 9 de novembro de 2022, se corrigiu ao vivo após utilizar uma expressão capacitista durante a transmissão do Jornal Nacional (Figura 1). Esse episódio representou um momento relevante, considerando a magnitude do jornal da televisão brasileira, que deu destaque a um assunto pouco explorado. Em outras postagens, Ivan Baron expõe falas capacitistas de participantes do reality show Big Brother Brasil (BBB) em 2022 e que também alcançaram grande visibilidade. Nessa perspectiva, esses dados reforçam a eficácia da estratégia de aproveitar espaços/temas em alta para estimular um maior engajamento em suas publicações, e consequentemente, maior alcance sobre a discussão.
Quanto as postagens no formato de feed, uma que teve acentuado destaque envolveu a divulgação da notícia de que o termo “anticapacitista” experimentou um aumento significativo nas buscas em sites de pesquisa após Ivan Baron usar um terno durante a cerimônia de posse do Presidente Lula em 2023 (Figura 2). O terno exibia palavras e frases de protesto, como “parem de nos excluir” e “anticapacitismo”. Os dados apresentados sobre o aumento nas buscas pelo termo “anticapacitismo” após a aparição na TV evidenciam uma conexão entre os meios de comunicação como fonte de pesquisa e aprendizado, anunciando um novo ecossistema de usos dos meios para se informar e performar uma maneira de compreender os eventos sociais.
A partir disso, Ivan Baron demonstra uma presença marcante no meio político por intermédio de suas diversas postagens e diálogos, abordando questões políticas e expressando seu posicionamento sobre o contexto político atual no Brasil, sempre relacionado com a causa da inclusão de PcD. É de suma importância ressaltar esse aspecto, pois a luta das PcD no âmbito político é um traço intrínseco à história do Brasil, com muitas conquistas alcançadas devido a uma contínua e persistente luta que ainda se desenrola atualmente.
Humor
Nessa segunda categoria, as publicações caracterizam-se por interpretações, nas quais, Ivan Baron recria cenas capacitistas de forma irônica, seguidas pela proposição/possibilidade de uma solução. Inicialmente, ele adotou uma abordagem humorística ao perceber a seriedade excessiva do conteúdo, transformando vídeos engraçados da internet em material palatável. O influenciador reconhece que uma abordagem leve e não combativa em relação à deficiência pode gerar maior engajamento, ciente das frequentes piadas envolvendo PcD, muitas vezes respaldadas pelo público (Oliveira, 2022).
O humor frequentemente reforça estereótipos e, quando combinado com preconceito, pode contribuir para uma visão mais estigmatizada de certos grupos sociais. As expressões humorísticas e as piadas são construções culturais que variam conforme o contexto social e os significados culturais compartilhados entre as pessoas (Moreira, 2019). Assim, o humor, apesar de sua natureza cômica e aparentemente inofensiva, carrega consigo significados culturais que podem reproduzir preconceitos e estereótipos dentro de uma comunidade específica.
Contudo, mesmo que de forma não consciente, o riso ganha relevância a partir da aprovação de grupos sociais em determinadas piadas (Dahia, 2008). Dessa forma, quando o público ri de uma piada específica, aparentemente demonstra concordância com a mensagem. Assim, como existe o racismo recreativo, também ocorre o capacitismo recreativo. Logo, segundo Dahia (2008), tornar alguém objeto de riso é enfraquecê-lo e infantilizá-lo.
Portanto, durante o recorte dessa pesquisa, Ivan Baron abordou sobre essa temática do humor e o capacitismo recreativo. Diante de uma das postagens, ele expõe um caso de capacitismo que sofreu de um humorista no Brasil. Na publicação em questão, o humorista faz uma piada com a voz de Ivan Baron, ao dizer que “eu sei que o certo é ‘surdo’ e não surdo-mudo, mas se minha voz fosse desse jeito aí, acho que também preferia ser mudo”. Em uma outra postagem, Ivan Baron fala sobre a falta de criatividade de alguns humoristas em utilizarem a deficiência nos seus repertórios.
Já em seu trabalho sobre o racismo recreativo, Moreira (2019) relata que discursos preconceituosos são comumente disfarçados pelo uso da piada e do humor, parecendo sempre como algo inofensivo ou um mal uso das palavras. Esse aspecto dificulta a luta contra os discursos preconceituosos, pois são vistos apenas como piadas, contribuindo cada vez mais para estereótipos e gerando impactos negativos na forma como determinadas minorias serão percebidas. Essa é uma questão que também se apresenta como um desafio para o movimento anticapacitista, como evidenciado nas postagens de Ivan Baron, que frequentemente é alvo de críticas e rotulado como alguém chato por expressar seu desconforto em relação a essas piadas.
Entretanto, o humor pode servir como uma ferramenta para desmantelar esses estereótipos, buscando conscientizar a sociedade, como evidenciado no conteúdo produzido pelo influenciador. Com isso, a autora Giupponi (2021) ressalta que o reivindicar a participação de PcD, como Ivan Baron, na definição de sua própria imagem, têm o potencial de provocar um impacto significativo nas atuais dinâmicas e crenças sociais. Tal atitude pode resultar na reversão de conceitos e comportamentos discriminatórios profundamente enraizados em nossa formação sociocultural.
Finalmente, em vários vídeos produzidos pelo influenciador, ele reproduz situações com um tom cômico, de diversas situações, buscando passar a mensagem e a desconstrução de estereótipos de forma descontraída. Em uma das postagens, Ivan Baron interpreta com ironia como a mídia sensacionalista aborda a PcD, reforçando muitas vezes estereótipos, e logo em seguida, apresenta como essa representação deveria ser. Ele reforça que “Não, nós não somos especiais, anjinhos ou indefesos, e muito menos um castigo divino, isso tudo é capacitismo. Logo, matérias como essa, em jornais ou programas de TV, não devem acontecer porque só inferioriza nós, PcD”. Acerca de outro vídeo, ele interpreta como ocorre de pessoas acharem que todas as PcD são iguais. Ressalta que cada um tem seu jeito, sua personalidade e as individualidades como todo sujeito.
Trends educativas
Nessa terceira e última categoria, o uso das trends representou quase metade das publicações do recorte desta pesquisa, demonstrando ser um marco característico das postagens de Ivan Baron nas suas redes sociais. A palavra “trend” é uma abreviação do termo “tendência” e geralmente, no contexto das redes sociais, são tópicos ou hashtags que estão sendo discutidos e se tornam virais por um período. Essas tendências podem assumir a reprodução de desafios, memes, recriações de coreografias, criação de quadros, entre outros. Assim, Ivan Baron utiliza as trends ao realizar suas postagens no formato de “quadros temáticos”, como, por exemplo, “Verdades capacitistas check” ou “Top 5 nomes errados de deficiências”, sempre acompanhados de músicas e efeitos visuais.
Diante disso, nesta categoria as tendências se subdividem em: (01) orientações sobre a conduta a ser adotada em determinadas situações e (02) aquilo que deve ser evitado, ambas visando sempre à educação e conscientização sobre o capacitismo. Desse modo, acerca de uma das publicações que obteve maior alcance, Ivan Baron aborda a maneira adequada de discutir o tema da deficiência com crianças, reproduzindo situações e comportamentos capacitistas e, em seguida, demonstrando uma abordagem que evita estereótipos como sendo a mais adequada.
Nessa lida, quanto ao que deve ser evitado, foram identificadas três postagens que abordavam expressões inadequadas dirigidas a PcD. Essas publicações tratavam do tema 'o que não fazer com pessoas cegas', incluindo uma colaboração com Fernando Campos (@fernandocampos), um ativista contra o capacitismo e uma pessoa com deficiência visual. Essa parceria destaca mais uma vez a convergência que ocorre entre indivíduos nas redes sociais, onde, por meio de posts colaborativos, conseguem atingir uma audiência mais ampla e gerar engajamento para disseminar a essência de seus conteúdos. Além disso, reforça a crescente presença dos sujeitos com deficiência nas redes sociais, transformando-as em espaços para expressar questões relacionadas ao combate contra o capacitismo, à promoção da inclusão e ao compartilhamento de seus cotidianos.
Diante do exposto, observamos que a adoção dessas tendências está fortemente ligada à cultura digital e à linguagem presente nas redes sociais e em várias plataformas, estabelecendo diálogos tanto com o cotidiano quanto com outras formas de mídia. Ao compartilhar narrativas, discursos e ideias em diversos suportes e meios, opera-se pelo processo de interação e integração que reflete o fenômeno da cultura da convergência, conforme teorizado por Jenkins (2009). Destarte, a cultura da convergência se revela como uma transformação cultural significativa, instigando os consumidores a investigar novas fontes de informação e estabelecer conexões entre uma variedade de conteúdos midiáticos dispersos. Ela se apresenta como um cenário onde tanto as mídias tradicionais quanto as contemporâneas se entrelaçam, ao mesmo tempo em que as dinâmicas de poder entre produtores e consumidores assumem configurações surpreendentes (Jenkins, 2009).
Nesse sentido, Ivan Baron, ao recriar e adaptar os vídeos em formato de trends sobre o capacitismo, adota essa abordagem convergente das redes sociais, visto que os vídeos produzidos por ele possuem a possibilidade de serem replicados e de serem adaptados para explorar outros assuntos, contribuindo para a perpetuação de uma forma de “corrente” na cultura convergente, assim como mostra a Figura 3.
Dessa maneira, durante o estudo, identificamos comentários negativos e preconceituosos nas postagens, especialmente quando Ivan Baron aborda termos capacitistas do cotidiano. Ele ressalta que seu objetivo não é ser visto como uma pessoa problemática, mas sim destacar os equívocos existentes. Sua intenção é educar e ele expressa o desejo de não ser rotulado apenas como alguém que aponta erros, sendo este um dos motivos pelos quais busca diversificar seu conteúdo (Oliveira, 2022).
Todavia, as reações hostis identificadas ainda exemplificam uma relutância em reconhecer a existência do capacitismo, mesmo quando não se manifesta por meio de insultos diretos. No entanto, tais expressões contribuem para a manutenção de estereótipos em relação às PcD. Essa dificuldade decorre, em parte, porque a identificação do preconceito, por vezes, depende da percepção individual do sujeito hostilizado, em vez de ser baseada em uma determinação objetiva e consensual do que é considerado hostil ou não. Essa situação frequentemente enfrenta resistência, uma vez que o capacitismo pode ser identificado em discursos afetivos e humorísticos, muitas vezes acompanhados pela justificativa de que não houve intenção de ofender (Giupponi, 2021).
Assim, devido à falta de reconhecimento de que a responsabilidade recai sobre a sociedade, frequentemente o ônus é atribuído às PcD, como se fosse um problema delas e devido à suposta falta de inclusão de suas próprias deficiências. No entanto, é crucial destacar que é a sociedade em si que demanda mudanças, o que, por sua vez, pode causar desconforto, uma vez que implica na necessidade de alterar hábitos e preconceitos profundamente enraizados culturalmente.
Considerações possíveis
A guisa de conclusão, está registrado na política curricular brasileira atual a lógica da inclusão como um dos marcos legais (Brasil, 2018). Contudo, é perceptível que historicamente o currículo escolar tem manifestado, implícita e explicitamente, formas de estigma sobre diversos sujeitos, inclusive os sujeitos com deficiência (Magalhães; Ruiz, 2011). Nesse sentido, em revisão integrativa recente abordando a produção científica sobre inclusão no ensino básico, Silva e Camargo (2021) apontam que um dos principais temas sobre inclusão na literatura acadêmica é o tema curricular, com ênfase em adaptações dos formatos de ensino, além discutir e apresentar tal tema para a garantia da participação plena de todos nas atividades escolares.
Em paralelo temos o pujante tema da circulação e consumo de redes sociais em espaço escolares e extraescolares por diversos atores sociais, tendo sua relevância ganho respaldo inclusive na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (Brasil, 2018), que se ocupa em defender sua tematização tendo em vista desenvolver “[...] aprendizagens relativas às formas de processar, transmitir e distribuir a informação de maneira segura e confiável em diferentes artefatos digitais” (Brasil, 2018, p. 474), considerando as redes sociais como práticas contemporâneas de linguagem.
Desse jeito, o fato é que as redes sociais têm desempenhado um papel fundamental na discussão do capacitismo e na temática da inclusão das PcD. Ainda assim, é comum que os espaços midiáticos estejam concentrados em representações da pessoa com deficiência de forma estereotipada, ora como vítima, ora com foco em enfatizar atos heroicos e de superação, evidenciando a importância das PcD em protagonizar essa discussão nas mídias sociais.
Contudo, o perfil do Instagram de Ivan Baron demonstrou ser um potencial canal de discussão e reflexão das variadas facetas do capacitismo, atuando desde as divulgações e casos de denúncias de agressões sofridas, a principalmente, um espaço de educação sobre falas e gestos capacitistas. Tais gestos, muitas vezes são imperceptíveis ou ignorados de tal forma, que é possível notar que, ao compartilhar seu dia a dia e expor diversas situações de capacitismo, Ivan Baron enfatiza a importância de enxergar além da deficiência de um indivíduo e evitar a perpetuação de estereótipos frequentemente reproduzidos.
Assim, ao longo da análise do perfil de Ivan Baron, constatamos que ele se apropria da linguagem da cultura digital, utilizando de elementos como as trends e as hashtags, como meio de fomentar a discussão sobre o capacitismo. Através de seus vídeos, o influenciador direciona o foco para diversas facetas em que o capacitismo pode se expressar (nas músicas, na política, nos programas de entretenimento), diversificando também seu conteúdo, ora com postagens mais formais, ora utilizando o humor e dinamicidade que as redes sociais oferecem.
Dessa forma, o Instagram de Ivan Baron apresentou-se como um importante dispositivo curricular, uma vez que os principais objetivos das postagens estão centrados na emissão de valores, afetos e saberes sobre o capacitismo em diversos contextos da sociedade. Entendemos esse movimento como parte de um currículo que deve ser problematizado na/com o espaço escolar porque, conforme Maknamara (2020, p. 69):
[...] toda problematização de currículo é uma questão de poder e de constituição de sujeitos, tenho entendido currículo como produto da disponibilização de formas de raciocínio, saberes, valores, afetos e comportamentos que contribuem, através de estratégias e técnicas específicas, para a formação de pessoas ao atribuir significados a lugares, coisas, fenômenos, práticas e/ou sujeitos. Afinal, currículos incorporam e produzem significados, saberes, valores e verdades, sendo inevitável estabelecer ligações entre eles e processos de subjetivação.
Tal movimento de incorporação de outras narrativas (ex.: redes sociais) e sujeitos (ex.: sujeitos com deficiência) precisa ser incorporado e debatido junto aos espaços escolares, dado que a marginalidade destes só ganha concretude em alguma perspectiva social que reifica signos eleitos de currículo e aluno pautado em compreensão higienista e eugenista de educação.
Então, concluindo, é fato que experimentos didáticos, mesmo que timidamente, já estão aparecendo neste sentido (ex.: Mesquita, 2008), mas compreendendo a escola como um espaço de formação de indivíduos e de construção de afetos sobre/com o outro, torna-se necessário observamos, consumirmos e usarmos politicamente outros currículos que atuam fora da escola para oxigenar práticas pedagógicas mais inclusivas e afeitas à produção de diferentes modos de ser e de existir.
Referências
AMARAL, Lígia Assumpção. Sobre crocodilos e avestruzes: falando de diferenças físicas, preconceitos e sua superação. In: AQUINO, Júlio Groppa. Diferenças e preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1998. p. 11-30. Disponível em: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/211/o/Sobre_crocodilos_e_avestruzes__Ligia_Amaral_1_.pdf?1473202737. Acesso em: 5 jun. 2023.
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Notas
Autor notes