Resenhas

As Origens de uma Etnosociologia Combativa nas Fronteiras Coloniais

Gustavo Dias
Universidade Estadual de Montes Claros, Brasil

Revista TOMO

Universidade Federal de Sergipe, Brasil

ISSN-e: 1517-4549

Periodicidade: Semestral

núm. 35, 2019

revistatomo@gmail.com

BOURDIEU Pierre, SAYAD Abdelmalek. El desarraigo: la violencia del capitalismo en una sociedad rural. 2017. Buenos Aires. SigloVeintiuno Editores. 272pp.. 9789876297196

Recepção: 16 Fevereiro 2019

Aprovação: 03 Julho 2019



Resenha

A republicação do clássico livro El desarraigo: la violencia del capitalismo en una sociedad rural, pela Siglo Veintiuno Edito- res, possibilita-nos retornar aos primeiros estudos de campo de Pierre Bourdieu (1930-2002) e Abdelmalek Sayad (1933-1998), conduzidos na Argélia colonial, e compreender o empenho dos dois, desde cedo, com uma sociologia engajada com a pesqui- sa de campo. Passados 53 anos, desde sua primeira publica- ção, temos aqui um estudo que segue, sem sombra de dúvidas, essencial e atual para o campo das Ciências Sociais. Ele revela não apenas dados de trabalho etnográfico que, posteriormente, dariam corpo a conceitos caros para as Ciências Sociais como, por exemplo, habitus, campo e capital; mas oferecem, também, elementos para entender os efeitos perversos produzidos pelo fenômeno da colonização, tanto nas sociedades colonizadas quanto nos próprios colonizadores.

Infelizmente, os trabalhos desenvolvidos por Bourdieu e Sayad, na Argélia, ainda seguem carentes de traduções para o português, bem como são de difícil acesso para pesquisadores brasileiros. Tal deficiência ressalta a importância dessa tradução em espanhol – a primeira na América Latina – e que veio às vésperas de completarmos, no ano passado – 2018 –, 20 anos da morte de Abdelma- lek Sayad. Ressalta, portanto, o quanto o legado deixado por esse estudioso no campo das migrações, como veremos mais adiante, segue bastante atual. Adiciono, ainda, que temos aqui uma edi- ção única, pois conta com textos inéditos compilados na seção apêndice, além da apresentação - La liberación del conocimiento. Bourdieu y Sayad frente al colonialismo - redigida por Amín Pérez, que reflete sobre o posicionamento crítico e engajado desses dois, então, jovens pesquisadores perante o mundo colonial.

A breve, porém, decisiva, passagem de Bourdieu pela Argélia (1956-1960) e sua parceria com Sayad são muito conhecidas. Entretanto, cabe retomar aqui, sucintamente, elementos que, indiretamente, contribuem para nossa compreensão acerca do universo acadêmico e político do qual esse importante livro emerge. Após quase dois anos servindo o exército francês, Bour- dieu assume, em 1958, uma posição na Universidade de Argel para lecionar filosofia e sociologia. Surpreso com as condições de vida impostas pelo regime colonial francês em solo argelino, o jovem professor passa a questionar a falta de conhecimento que intelectuais francófonos, sobretudo de esquerda e defen- sores da independência armada (representados, sobretudo, nas figuras de Jean-Paul Sartre e Frantz Fanon), tinham sobre a região. Para ele, filosofia e sociologia, enquanto ciências “colo- niais”, não ofereciam ferramentas epistemológicas e conceituais capazes de assegurar uma compreensão da realidade vivida na- quele país (Bourdieu, 2013a). Processo similar era vislumbrado nos ditos trabalhos etnográficos até então realizados na região. Produzidos, em geral, por orientalistas e funcionários do gover- no francês sem uma formação prévia rigorosa, esses estudos reafirmavam a já exótica imagem construída no imaginário eu- rocêntrico da metrópole. Bourdieu, portanto, inicia uma série de pesquisas de campo pela Argélia. Seu objetivo era produzir uma sociologia capaz de denunciar mortes, prisões e o forte impacto do capitalismo sobre uma economia tradicional, pautada na reciprocidade.

Ciente da necessidade de acessar seus entrevistados – campo- neses e operários locais – através do árabe e berbere, Bourdieu monta uma equipe composta por estudantes universitários dis- postos a desenvolver trabalhos etnográficos em uma Argélia sob guerra (Yacine, 2013). Dentre eles, destaca-se Abdelmalek Sayad, um jovem estudante de psicologia que participaria dos estudos etnográficos focados na prática colonial de reassenta- mentos, que ocorrerá durante o verão de 1960 e que se prolon- gou até 1962. Sayad será responsável por guiar Bourdieu através da região da Cabília, mediar e, ainda, conduzir entrevistas com aldeões em sua terra natal, Aghbala. Será a partir desta pesquisa que esses dois jovens pesquisadores se tornariam, também, parceiros intelectuais ao longo de suas vidas.

Vemos, assim, o surgimento de uma pesquisa que funde, de ma- neira perspicaz, disciplina e sensibilidade exigidas pela etnogra- fia com uma análise sociológica crítica e denunciativa das condi- ções impostas pelo estado colonial francês sobre a Argélia. Como Loïc Wacquant (2004) e Tassidit Yacine (2013) cuidadosamente analisam essa primeira fase dos trabalhos de Bourdieu e Sayad, trata-se de uma etnosociologia de fôlego, conduzida, de forma cautelosa, com e entre campesinos que vivem em uma região sob ocupação militar francesa desde o século XIX. Controle de mobili- dade – postos de controle, minas terrestres e estradas bloqueadas –, atentados e mortes fazem parte das negociações envolvidas na pesquisa de campo, que foi, em geral, conduzida durante o dia e teve seus dados analisados e discutidos na calada da noite. Hénine Moulah, a quem El desarraigo é dedicado, torna-se prova do quan- to o cenário estudado é trágico. Amigo pessoal de Sayad e, na época, um estudante de medicina que compõe a equipe de pesquisa, Moulah, durante uma das incursões a campo, foi assassinado pela Organização Armada Secreta (OAS), grupo paramilitar francês.

É ao correr pelas páginas do livro que vemos o resultado dessa etnosociologia em tempos de guerra. O livro é composto por oito capítulos e quatro textos inéditos, que compõem a seção apêndice. Os jovens pesquisadores revelam como o governo francês, ao tentar controlar regiões no Magreb argelino que se encontram isoladas geograficamente, mas com a presença de rebeldes inde- pendentistas da Frente de Liberação Nacional (FLN), contribui, decisivamente, na desorganização social e econômica do mundo rural argelino. Trata-se de um processo que desenraiza, brutal- mente, o camponês magrebino. “Pacificar” através de desloca- mentos e campos de reagrupamentos, por exemplo, forçam a saída de mais de 1.175.000 pessoas das ditas “zonas proibidas” (áreas rurais de Chlef, Kabilia e maciço de Collo), enquanto mais de 2.350.000 pessoas são enviadas para as regiões de reagrupa- mentos. Estes, como o estudo demostra e Pérez ressalta, operam como verdadeiros campos de concentração.

Através dessa análise de dados empíricos, Bourdieu e Sayad sistematicamente descontroem a definição de “pacificar” e a substituem por “desenraizar”. Mais do que propor formas com- pensatórias para as desigualdades sociais e econômicas locais, a política colonial francesa de “pacificação” desenraiza uma população campesina organizada em torno de uma economia tradicional – baseada na reciprocidade e solidariedade – e os lança em um distinto contexto, mediado pelo salário e novos modos de trabalho e consumo. Neste mundo cindido, magrebi- nos permanecem como estrangeiros em seu próprio território. As fronteiras coloniais francesas avançam sobre a Argélia, reti- ram campesinos de suas aldeias e os encarceram nos campos de “reagrupamento”. Dali em diante, todo movimento, aglutinação de pessoas, conversas e outras práticas coletivas, consideradas forças estranhas, passam a ser intensivamente medidas e con- troladas nesse espaço geométrico vigiado. Os reagrupamentos de Kerkera, Djebabra ou Matmata – apresentados através de ma- pas, no livro – circunscrevem tal população num mundo enfeiti- çado pelos poderes do outro: o estado francês.

A queda da produção agropecuária é sensível. Como o título do capitulo três indica – Los reagrupamentos y la crisis de la agricultura tradicional –, o desenraizamento provoca a crise nas formas agrícolas que estruturam essa sociedade, ainda predo- minantemente rural. Através de dados estatísticos, Bourdieu e Sayad demonstram como trabalhadores com habilidades para o cultivo de cereais, tabaco, azeitonas, frutas cítricas, criação de gado – ovino e caprino – e o corte de madeira, sensivelmente, têm reduzido a sua capacidade de produção.

Em alguns casos, reduções que oscilam entre 85% e 100%. A compreensão sobre a quebra na organização econômica e social desses camponeses pode ser aprofundada, ainda, por meio das entrevistas coletadas pelos próprios pesquisadores nesses reagrupamentos. O sofrimento causado pela colonização ganha marcas psicossociais. Através de trechos de falas, vemos como uma prolongada inatividade e dependência das autoridades civis ou militares implicam em uma desmoralização profunda e, pouco a pouco, no sentimento de uma existência parasitária. O distanciamento da terra, como apresentado acima, gera a que- bra da posse da mesma por parte dos homens mais velhos. Se- gundo Bourdieu e Sayad, é a posse que produz a identidade de campesino e, também, estabelece a ordem de um sistema pa- triarcal. Como os títulos dos capítulos seis – Una agricultura sin agricultores – e sete – Ciudadanos sin ciudad – sugerem, a essên- cia da vida campesina é estar entrelaçado com sua terra, a terra onde nasceu e que está ligada aos seus costumes e memórias. É a noção de “ser no mundo” – presença de um pensamento feno- menológico forte na formação intelectual de Bourdieu e Sayad. Uma vez desenraizados, morre a paixão que os faz campesinos. Contudo, não são os únicos a sofrerem nesses reagrupamentos.

Será entre os mais jovens que a penetração dos modelos e valores da economia moderna ganhará menor resistência. Cada vez mais, essa parcela populacional passa a assumir a responsabili- dade de abastecer e manter as casas nesses reagrupamentos. Tal tema será explorado no capítulo quatro – El descubrimiento del trabajo. O trabalho monetário e a migração, sobretudo, tornam-se a opção entre uma geração que já não vê mais sentido na agricultura. Posteriormente, Bourdieu dirá, em For Abdelmalek Sayad (2013b), uma homenagem póstuma ao companheiro de trabalho, que esses trabalhadores despossuídos do ethos cam- pesino tornar-se-iam a mão de obra ideal para o neoliberalismo. Formam, agora, uma espécie de subproletariado desqualificado e barato. No caso daqueles que migram para a França, são, ain- da, “ilegais” e, portanto, substituíveis quando não mais necessá- rios. Vivem precariamente; em suas palavras, “amontoados” nas Bidonvilles, que margeiam os grandes centros urbanos, com o claro propósito de atender a demanda de trabalhadores exigida pelo mercado de trabalho.

O tema das Bidonvilles (pode ser traduzido como favelas, para o português), aliás, será caro para os estudos posteriores de Sayad acerca da migração argelina (1998, 2008a, 2008b, 2010). Toda- via, é em El desarraigo que vemos os dois jovens etnosociólogos darem início às primeiras reflexões sobre o tema. Os impactos psicossociais sobre os camponeses não advêm, apenas, das rup- turas sociais e econômicas provocadas pelo colonialismo fran- cês, através de um discurso oficial de “pacificação”. A arquitetu- ra desses verdadeiros campos de reagrupamentos também gera profundas transformações. Dispostas de formas enfileiradas e padronizadas, as novas casas atendem, exclusivamente, um controle militar do estado francês sobre a população magrebi- na. Essas, como a etnografia demonstra, são casas destituídas de uma organização simbólica pautada, por exemplo, na divisão sexual do trabalho e tarefas domésticas – tema que Bourdieu, por exemplo, com auxílio do próprio Sayad, analisaria no texto The Berber house or the world reversed (1989). Desta forma, as casas e os centros de reagrupamento produzem um pernicioso desenraizamento na mulher argelina.

Com o intuito de combater a “barbárie” à qual estavam submetidas tais mulheres, os militares criaram, ainda, em quase todos os agrupamentos, centros femininos e salas de costura; no caso especifico de Kerkera, os autores registram a privação de água corrente nas casas, ao mesmo tempo em que o exér- cito constrói fontes e lavanderias no centro do agrupamento. Forma de forçar a circulação das mesmas nas áreas abertas. Esses novos espaços sociais não são bem recebidos pelo pú- blico feminino, que acaba ficando mais isolado em suas novas habitações. Homens passam a assumir a responsabilidade de abastecer a casa com água. Bourdieu e Sayad argumentam que tal tentativa ocidental de “liberação da mulher” afetou, direta- mente, o código de honra desses campesinos. Segundo eles, o que se vê é uma mudança de funções de trabalho que estavam diretamente organizadas pelo sexo.

Vemos, portanto, o surgimento das Bidonvilles rurais; nas palavras de Bourdieu e Sayad, verdadeiras “aglomerações sem alma e que só têm, da cidade, a sua aparência exterior, porém, nenhuma das vantagens normais associadas à vida urbana (sobretudo, o emprego, a vivência e o mínimo de conforto)” (2017, p.142, tra- dução minha). Os campesinos, como já dito anteriormente, são, nesses reagrupamentos, desumanizados e transformados em subproletariados sem seus antigos ideais de honra e dignidade. Ao serem postos em uma situação desonrosa e na condição de “assistidos”, tornam-se, nesses espaços sociais, sujeitos privados de uma segurança que as antigas aldeias lhes proporcionavam.

Como dito anteriormente, essas são práticas de “pacificação” que culminaram no desenraizamento. Refletir acerca do significado que a palavra desenraizar carrega, nos mostra o quão forte é este processo. É o ato de deslocar de forma brusca as raízes de vidas que estão emaranhadas com o mundo. Aliená-las. Deixá-las soltas e à mercê do tempo que, implacavelmente, as deteriora. Vemos, portanto, o surgimento gradual de um êxodo rural – como já dito anteriormente, formado, em sua maioria, por jovens com baixa escolaridade e que se tornaram uma mão de obra desqualificada – em direção às periferias dos grandes centros argelinos e franceses. Migrar, portanto, é a forma encontrada por esses campesinos, já desenraizados, para resistir ao desmanche nefasto de suas estruturas familiares, de suas práticas cotidianas e de seus saberes agrícolas.

Contudo, El desarraigo nos deixa uma importante reflexão: o ato de desenraizar, por mais forte que seja, não tem capacidade de cortar as raízes desses campesinos. Através de suas redes ge- racionais, esses argelinos têm a capacidade de suspender suas raízes, por meio da migração, para os grandes aglomerados. Taticamente, desenraizam-se para manter seus modos de vida mi- nimamente oxigenados.

Aqui, vemos o que, mais tarde, se tornará o tema central de pesquisa desenvolvido por Sayad e que o consagrará internacionalmen- te, enquanto um divisor de águas, no campo dos estudos migrató- rios (Mohammedi, 2014; Vettorassi e Dias, 2018). Sayad revisará, criticamente, os estudos migratórios produzidos na França que desconsideram os impactos produzidos pela ocupação francesa na Argélia. Em seguida, introduzirá, em suas análises, – através de uma leitura maussiana – a necessidade de compreender a mi- gração enquanto um fato social total (Sayad, 1998). Não se trata de um fenômeno causado meramente por desigualdades econô- micas, como teorias neoclassistas, na época, insistiam. Como ele e Bourdieu demonstram, a migração argelina faz parte de um emaranhado maior. Ela é fruto de um sistema colonial brutal. Compreender o “trabalhador ilegal”, no chão de fábrica francês, requer retraçar sua jornada migratória, que teve origem nos des- locamentos forçados produzidos pelo próprio exército francês, por exemplo, nas montanhas de Cabília.

A “pseudopacificação”, produzida pelo período colonial e anali- sada por Bourdieu e Sayad, deixará sua herança nefasta em uma Argélia já independente, porém não totalmente emancipada. O mesmo ocorrerá com a França. E, aqui, creio que reside a maior atualidade desse importante livro. Governos argelino e francês passarão a lidar com a migração em massa como resultado dessa violência que perdurou por séculos. Presenciarão, até hoje, uma população campesina migrando para as bordas de suas principais cidades ou cruzando o mediterrâneo em busca de emprego em uma França avessa à migração. Deste modo, temos, nessa obra, respostas para compreender os inúmeros noticiá- rios e estudos que são, diariamente, produzidos, por exemplo, sobre os sans-papiers (sem-papéis) marginalizados nos subúr- bios das grandes capitais europeias; migrantes e refugiados que enfrentam, diariamente, através de pequenas embarcações lota- das, a morte que os espreita no mar mediterrâneo, em direção a Malta e Lampedusa, ou as longas cercas que aprisionam as cida- des africanas de Melila e Ceuta do resto do continente africano. Espectros de um passado colonial ainda vivo.

Referências

Bourdieu, Pierre. The Berber house or the world reversed. In: Bourdieu, Pierre. The logic of practice. Cambridge: Polity Press, 1989. p. 271-283

Bourdieu, Pierre. For a Sociology of Sociologists. In: Yacine, Tassadit. (Org.). Algerian sketches. Cambridge: Polity, 2013. p. 283-287.

Bourdieu, Pierre. For Abdelmalek Sayad. In: Yacine, Tassadit. (Org.). Algerian sketches. Cambridge: Polity, 2013. p. 295-300.

Mohammedi, Sidi Mohammed (Org.). Abdelmalek Sayad, migrations et mondialisation. Oran: Éditions Crasc, 2014.

Sayad, Abdelmalek. A imigração ou os paradoxos da alteridade. São Paulo: EDUSP, 1998.

Sayad, Abdelmalek. Uma família deslocada. In: BOURDIEU, Pierre. (Org.). A mi- séria do mundo. Petrópolis: Vozes, 2008. p. 35-52.

Sayad, Abdelmalek. La doble ausencia: De las ilusiones del emigrado a los padecimentos del inmigrado. Barcelona: Anthropos Editorial, 2010.

Sayad, Abdelmalek e DUPUY, Étiane. Un Nanterre algérien, terre de bidonvilles. Paris: Éditions Autrement, 2008.

Vettorassi, Andréa e Dias, Gustavo. Estudos migratórios e os desafios da pes- quisa de campo. Sociedade e Cultura, Goiânia, v.20, n.2, p.7-27, jul./dez. 2018.

Yacine, Tassadit. At the origins of a singular ethnosociology. YACINE, Tassadit. (Org.). Algerian sketches. Cambridge: Polity, 2013. p. 13-34.

Wacquant, Loïc. Following Pierre Bourdieu into the Field. Ethnography, Ams- terdam, v. 5, n.4, p. 387–414, out./dez. 2004.

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