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Memórias da filha do pescador e da dona de casa que chegou à Universidade
Memories of the fisherman’s daughter and the housewife who arrived at university
Revista Presença Geográfica, vol. 11, núm. 3, 2024
Fundação Universidade Federal de Rondônia

Revista Presença Geográfica
Fundação Universidade Federal de Rondônia, Brasil
ISSN-e: 2446-6646
Periodicidade: Frecuencia continua
vol. 11, núm. 3, 2024

Recepção: 17 Junho 2024

Aprovação: 11 Agosto 2024

Resumo: Este artigo é resultado do trabalho de conclusão de curso, um Memorial de Formação Acadêmico desenvolvido no Curso de Licenciatura em Geografia Modular. Ele é importante, visto que me permitiu fazer uma autoavaliação e autorreflexão sobre a minha vida pessoal e acadêmica, proporcionando relembrar acontecimentos importantes da minha vida como as conquistas, os desafios e dificuldades que vivenciei. Bem como, objetivo deste trabalho é narrar a minha história de vida, a filha do pescador e da dona de casa de Ipixuna–AM que ingressou na Universidade do Estado do Amazonas. Este trabalho possui uma abordagem qualitativa e os procedimentos metodológicos realizados para a elaboração do memorial e desse artigo foram levantados dados bibliográficos e documental nos meus arquivos pessoais e relatórios de estágio e o trabalho de campo com a técnica da entrevista não estruturada com membros da minha família e a utilização da minha própria memória oral por meio de minhas lembranças para a compreensão da minha história de vida pessoal e familiar. Neste artigo apresento a minha história de vida, contando sobre minha origem na infância, adolescência e juventude. As vivências na educação básica e minha relação com a Geografia no Ensino Fundamental e Ensino Médio. As experiências acadêmicas, da inscrição para o vestibular de Geografia e disciplinas marcantes. Portanto, esse artigo descreve experiências da minha trajetória pessoal e acadêmica, marcos importantes da minha vida.

Palavras-chave: Memorial, Geografia, Docência, UEA, Ipixuna-AM.

Abstract: This article is the result of the end-of-course work, an Academic Training Memorial developed during the Degree Course in Modular Geography. It is important because it allowed me to self-evaluate and self-reflect on my personal and academic life, allowing me to recall important events in my life such as the achievements, challenges and difficulties I experienced. The aim of this work is to tell the story of my life as the daughter of a fisherman and housewife from Ipixuna-AM who entered the Amazonas State University. This work has a qualitative approach and the methodological procedures carried out to prepare the memorial and this article were bibliographic and documentary data collected from my personal archives and internship reports and fieldwork using the unstructured interview technique with members of my family and the use of my own oral memory through my recollections to understand my personal and family life history. In this article I present my life story, telling you about my childhood, adolescence and youth. My experiences in basic education and my relationship with geography in primary and secondary school. My academic experiences, my application for the Geography entrance exam and my most important subjects. This article therefore describes experiences from my personal and academic career, important milestones in my life.

Keywords: Memorial, Geography, Teaching, UEA, Ipixuna-AM.

INTRODUÇÃO

O presente artigo é decorrente do Memorial de Formação Acadêmico desenvolvido no Curso de Licenciatura em Geografia Modular, para fins da aquisição do grau de licenciada em Geografia, pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). O Memorial foi desenvolvido na última disciplina da matriz curricular, em 2023.

Assim, este trabalho visa narrar minha história de vida, a filha do pescador e da dona de casa de Ipixuna-AM que ingressou na UEA. Escrever um Memorial Acadêmico foi importante, visto que me possibilitou fazer uma autoavaliação e autorreflexão sobre minha vida pessoal e acadêmica até o momento da escrita; ademais, proporcionou-me relembrar acontecimentos importantes, como as conquistas, os desafios e dificuldades que vivenciei. Logo, a partir deste trabalho as pessoas podem saber quem realmente eu sou.

Segundo Prado e Soligo (2005, p. 6), “[...] o memorial é um texto em que o autor faz um relato de sua própria vida, procurando apresentar acontecimentos a que confere o status de mais importantes, ou interessantes, no âmbito de sua existência”. E são esses acontecimentos que serão apresentados no presente trabalho.

O presente artigo foi produzido consoante à abordagem qualitativa, que, segundo Gil (2008) é utilizada em pesquisas como estudo de campo, estudos de caso, pesquisa-ação ou pesquisa participante, em que o elemento humano é fundamental.

Os procedimentos metodológicos realizados para a elaboração do Memorial e do artigo se constituem de levantamento bibliográfico, envolvendo artigos, livros, capítulos de livros e, no caso do artigo, também o Memorial.

Os principais autores que embasaram o Memorial foram: Ab'Saber (1970); Santos (1998); Sposito (2000); Becker (2008); Reigota (2006); Pimenta e Lima (2005/2006); Cavalcanti (2010); Saraiva (2023a; 2023b). A bibliografia do Memorial foi selecionada a partir dos textos lidos nos quase cinco anos da graduação, das ementas das disciplinas, autores conhecidos na elaboração de trabalhos e indicados por professores. Também investiguei documentos, como fotos encontradas nos meus arquivos pessoais e meus Relatórios de Estágio Supervisionado no Ensino de Geografia I, II e III. Além de além de usar minha própria memória, por meio de minhas lembranças, desenvolvi um trabalho de campo, no qual apliquei entrevistas não estruturadas a membros da minha família, objetivando conhecer, resgatar e compreender minha identidade a partir da minha história de vida pessoal e familiar.

O texto do Memorial foi escrito cronologicamente, da primeira até a última seção, para que tivesse sentido e eu não me perdesse na escrita. Assim, inicialmente, falei da minha vida pessoal; depois, do início de meu processo escolar; e, por último, da graduação. Desse modo, as informações contidas neste artigo-memorial são as que eu me sinto segura em expor e que, ao meu ver, podem incentivar outras mulheres ribeirinhas a lutar pela educação.

O presente artigo está organizado nas seguintes seções: a primeira consiste desta Introdução; na segunda, apresento minha história de vida, contando sobre minha origem, destacando principalmente minha relação com meus pais e meus irmãos, descrevo minha infância, brincando no quintal de casa, e ainda relato sobre a minha adolescência e juventude; na terceira, apresento as vivências na educação básica, os primeiros passos em busca de conhecimentos, os professores que marcaram, as disciplinas de que eu mais gostava e os amigos que fiz ao longo da educação básico, assim como minha relação com a Geografia no Ensino Fundamental e no Ensino Médio; na quarta, descrevo minhas experiências acadêmicas desde o momento da inscrição para o vestibular de Geografia, bem como as disciplinas que ficaram marcadas ao longo dos quatro anos de curso; na quinta e última seção, trago as minhas considerações finais.

Portanto, neste artigo, descrevo minhas vivências e experiências, minha trajetória pessoal e acadêmica, os marcos importantes da minha vida. Destaques que contam a história de uma mulher que sempre acreditou na educação e no seu poder de transformação. Assim, espero inspirar todas as meninas ribeirinhas a não desistirem de seus estudos.

MINHA HISTÓRIA DE VIDA: ORIGEM, INFÂNCIA E JUVENTUDE

Ninguém escolhe o lugar, o ventre, a cor da pele, a etnia, a condição socioeconômica e sociocultural para nascer. Nasce onde o acaso deixa acontecer. No mundo inteiro, nos países mais diversos, os nascituros emergem nas situações mais diversas do ponto de vista da conjuntura socioeconômica, familiar e sociocultural (Ab’Saber, 2007, p. 159).

Minha origem: a filha de um pescador e de uma dona de casa

Como diz Ab’Saber (2007), não escolhemos onde nascemos, mas sim onde o acaso deixa acontecer. Eu nasci no dia 06 de junho de 1999, no município de Ipixuna-AM, no hospital Maria da Glória Dantas de Lima, às 04h30min da madrugada de um domingo. Sou filha de Raimundo Nonato Saraiva Barroso e Maria Francisca do Nascimento. Minha família ainda é composta por meus cinco irmãos e eu sou a quinta filha.

Meu pai nasceu em Ipixuna-AM, no seringal Monte Ligia. Ele não teve a oportunidade de estudar. Conhece e sabe contar alguns números porque aprendeu na infância, mas não frequentou a escola. Começou a trabalhar desde criança. Trabalhou como seringueiro até os seus 25 anos, assim como meu bisavô, que veio do Nordeste, mais precisamente do Ceará, e trabalhou como seringueiro no segundo ciclo da borracha. Além disso, meu pai trabalhou como operador de motosserra e depois se tornou pescador. Com a profissão de pescador, sustentou seus seis filhos. Profissão que fez com que ele perdesse parte do acompanhamento da vida dos seus filhos, pois, durante as viagens, passava de oito dias a um mês fora de casa. Diante da realidade em que vivíamos, ele não teve muitas opções: ou ficava com os filhos em casa, ou colocava comida na nossa mesa.

Eu e meus irmãos sempre entendíamos que essa era a realidade da sua profissão, mas sentíamos muito sua falta. Sempre perguntávamos para mamãe quando ele iria chegar. Quando ele chegava das viagens, atualizava-o das notícias, como, por exemplo, se o Flamengo, o time pelo qual ele torce, tinha ganhado ou perdido o jogo. Era o momento de interação com ele. Muitas vezes ele saía de casa na incerteza se iria conseguir pescar algum peixe, pois nem em toda viagem conseguia muito pescado. Meu pai pescava com um ou dois companheiros. Quando chegavam de suas viagens, dividiam uma parte dos peixes entre si e a outra vendiam para algum marreteiro[1] que comercializa na Feira Municipal de Ipixuna. Os peixes que garantiam nossa subsistência e destinados à comercialização eram: pacu (Mylossoma spp); curimatã (Prochilodus nigricans); tucunaré (Cichla spp); aruanã (Osteoglossum bicirrhosum); sardinha (Triportheus spp); bodó (Liposarcus pardalis); e a piranha (Serrassalmus spp)(Pereira et al., 2007), dentre outros, essenciais para consumo familiar, assim como a para a venda nos comércios locais.

Minha mãe nasceu em Ipixuna-AM. Também não terminou os estudos, porque se casou muito nova (ela com 18 e meu pai com 23 anos); estudou somente até a 3ª série, mas sabe ler e escreve perfeitamente. Ela conta que começou a trabalhar aos oito anos no roçado, com a agricultura, no sítio dos meus avós, na zona rural do município de Ipixuna. Segundo Castro et al. (2007, p. 56), o trabalho desenvolvido no campo define que “a agricultura familiar na Amazônia se caracteriza como uma importante forma de organização da produção que associa família, produção e trabalho nos diversos ambientes de produção terrestres e aquáticos”. Nesse sentido, a participação da mãe, trabalhando no campo, foi fundamental para sua família.

Após passar a infância trabalhando na roça, quando adolescente, minha mãe começou a trabalhar como babá. No momento em que casou, se dedicou à família, mas algumas vezes lavava roupa e engomava (passar roupa) para contribuir nas despesas da casa. Sinto orgulho de ser filha de uma mulher guerreira, que sempre lutou de forma honesta para dar o melhor para seus filhos. Quando meu pai saía para pescar, quem ficava em casa era minha mãe. Era ela quem tinha que administrar o dinheiro deixado por meu pai para comprar comida e pagar as outras despesas da casa.

Nesse contexto, a minha primeira percepção com as desigualdades de gênero foi dentro de casa ao presenciar como o trabalho da minha mãe não era valorizado. E como os trabalhos do cuidado realizado majoritariamente por mulheres é visto apenas como “ajuda”. Assim, sobrecarregam deste trabalho o sexo feminino, que desde cedo realizam essas atividades em casa como sendo obrigação, na minha casa, por exemplo, quem realiza o trabalho doméstico são as mulheres, mesmo tendo mais homens.

E estas são as pessoas que moravam em nossa casa. O Robério é um dos meus irmãos preferidos, porque é muito bagunceiro; sempre que vem visitar Ipixuna gosta de jogar futebol, assim como gostávamos de jogar UNO. Roberto, meu segundo irmão, é pai de dois meninos e uma menina. Eu não tenho uma relação muito próxima com ele, talvez por sermos muito diferentes, mas isso não quer dizer que eu não o amo. Sempre que pode ele vem a Ipixuna visitar nossa família, pois não mora na cidade.

Com Suelis, a terceira filha, minha relação é ótima; porém, quando criança, eu e meus irmãos gostávamos de implicar com ela. Coisa de criança! Na família, ela tem o título de “chata”. Gosto da sua personalidade. Ela também não mora em Ipixuna. O Rogilis é o quarto filho, um ano mais velho que eu. Pela pouca diferença de idade, eu e ele somos muito próximos um do outro, mas somos muito diferentes. Em alguns momentos, nossas diferenças geram atritos. Ele é o único que mora em Ipixuna, com nossos pais.

Meu irmão mais novo e caçula, o Raimundo, cujo apelido é Raiko sempre foi meu companheiro na infância. Andávamos com o mesmo grupo de amigos. Por onde o Raiko passa, cativa as pessoas. Talvez ele seja o mais calmo da família. João Vitor, meu sobrinho, mora comigo desde que nasceu; então, eu participei ativamente da sua criação. É uma criança muito carinhosa. Quando pequeno, sempre o ajudei a fazer as tarefas da escola, dava banho e muito carinho.

Portanto, minha origem é caracterizada pela vida difícil que meus pais tiveram até meu nascimento e depois dele. Os desafios que enfrentaram para criar seis filhos, os momentos difíceis que tiveram que superar... Minha família é minha base. Se hoje busco um futuro melhor, é para dar aos meus pais: que meu pai pare de trabalhar e que fique mais em casa para descansar. Até hoje meu pai trabalha como pescador e a frequência de vezes que ele viaja para pescar é quase a mesma de antigamente. Vejo que, quando ele volta de suas viagens de pesca, sempre perdeu peso e muitas vezes está doente. Tenho muito orgulho da minha origem, de ser filha de um pescador e de uma dona de casa.

As vivências em Ipixuna: do nascimento à juventude

Ao meu querido Ipixuna

Meu querido Ipixuna

Ati eu quero saudar

Com tuas águas barrentas

Que se chama Juruá

Com tuas praias mimosas,

Que se tornam deslumbrantes

Cada grão de tua areia

Parece mais um brilhante […].

(Varcy Barroso, 1988).

Nasci em Ipixuna-AM, à margem esquerda do rio Juruá, citada nos versos de Varcy Barroso (1988). Ipixuna surgiu com o povoamento da região do Riozinho, uma comunidade ribeirinha, em 1883, por Artur Marques de Menezes e levas de nordestinos. O município foi criado pela Lei Estadual nº 96, de 19 de dezembro de 1955, desmembrado de Eirunepé (Migueis, 2011). Sendo uma área ribeirinha, Ipixuna tem sua dinâmica influenciada pelo Juruá, um dos rios mais sinuosos, que, com todas as suas voltas, parece nunca acabar, assim como suas “praias mimosas” (Barroso, 1988). Ipixuna depende de Cruzeiro do Sul, no Acre, onde compramos nossas mercadorias e é a localidade mais próxima, à qual recorremos quando precisamos de tratamento de saúde especializado ou acesso a políticas públicas específicas que não encontramos em nosso município.

Meu principal lugar de vivência em Ipixuna é o bairro do Extrema, onde moro desde que nasci. O nome do bairro se deve a um igarapé, chamado Extrema, que havia na área, onde as mulheres lavavam roupas e as crianças iam com os pais tomar banho; algumas vezes minha mãe ia ao igarapé e nos levava. Esse é um igarapé que não existe mais, pois foi soterrado e loteado, por causa do aumento da população. Minha casa se localiza na Avenida Miguel Correia, que sempre foi calma e silenciosa. Uma das características do meu bairro, na minha infância, é que ele era bem menor e tinha menos infraestrutura; a maioria das casas era de madeira. Caracterizada pela harmonia entre a vizinhança e uma das figuras marcantes na minha infância é o senhor Antônio Honório, já falecido, mas que ficou marcado na memória: nos dias de domingo, ele pegava seu violão e cantava suas músicas antigas.

Esse bairro onde residi desde a minha infância foi palco das minhas aventuras quando criança, onde brincávamos da ‘bete’[2], do pique esconde, do taco, jogávamos futebol na rua e outras brincadeiras. Brincávamos livremente, porque a rua não tinha muito movimento de carros e motos como hoje. As brincadeiras também ajudam a gastar energia e incentivam a criatividade. Eu me reunia com meus amigos que eram meus vizinhos e com os que moravam na mesma rua para brincar no quintal da minha casa ou na rua. Meus irmãos Rogilis e Raimundo também sempre estavam nas brincadeiras.

A infância foi o momento em que vi meus irmãos mais velhos começarem a sair de casa em busca de novas oportunidades de emprego, pois, em nosso município, no interior do Amazonas, não havia tantas oportunidades nem de estudo e nem de trabalho na época. Quando eu tinha oito anos, meu irmão mais velho, o Robério, saiu de casa. Um tempo depois, meu outro irmão, Roberto também, foi embora de Ipixuna, em busca de oportunidades de trabalho, porque era casado e tinha dois filhos. Minha irmã engravidou muito jovem e o pai da criança não assumiu a responsabilidade; um ano depois do nascimento do seu filho, ela também foi embora e deixou meu sobrinho com meus pais, para tentar conseguir um emprego melhor.

Na juventude e na adolescência eu não dei muito trabalho para minha mãe. Dedicava-me a concluir o Ensino Médio, estudava para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e para o vestibular de Geografia. Às vezes marcava alguma coisa na casa dos meus amigos que cursavam o Ensino Médio junto comigo. Em casa, buscava ajudar minha mãe e também trabalhava fora de casa.

Em síntese, minha infância foi brincando na rua e no quintal de casa, com os amigos, sem nenhuma preocupação. A adolescência foi o início do envolvimento na escola, quando eu passei a ter mais responsabilidade, e a juventude foi focada também nos estudos, buscando tirar as melhores notas na escola e na faculdade.

A RELAÇÃO COM A ESCOLA: UMA DAS ÉPOCAS MAIS FELIZES DA MINHA VIDA

Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo. Educação é solução (Malala Yousafzai, 2012).

Educação Básica: os primeiros passos em busca de conhecimento

Na Educação Básica, temos os primeiros contatos com a escola, início da caminhada em busca de conhecimento. Meus primeiros passos nessa caminhada foram na creche municipal de Ipixuna Maria Lígia, aos quatro anos de idade. Nos primeiros dias chorei, porque não queria ficar na creche, mas, depois de um tempo, me acostumei. Ainda lembro que gostávamos de cantar músicas infantis, desenhar e brincar no recreio.

Meus pais não concluíram os estudos, mas sempre incentivaram os filhos a estudar e valorizam a educação, pois, como Yousafzai (2012) falou em seu discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), a educação é solução para mudar o mundo e a realidade em que vivemos.

O Ensino Fundamental é uma das fases mais importantes, pois é onde nos deparamos com o desafio que é aprender a ler, a escrever e a calcular. Estudei a 1ª e 2ª séries do Ensino Fundamental I na Escola Antônio Amilcar da Silva. Depois, fui estudar na Escola Iracy de Lima Barroso, que era um ambiente muito acolhedor. Minha professora foi a Elisângela, uma professora maravilhosa, que sempre ensinou com dedicação. Na escola Iracy, os recreios sempre eram muito divertidos. Eu gostava de brincar com meus colegas ao redor da escola. Na 2ª e 3ª série do Fundamental I, a Geografia não foi bem explorada, pois as disciplinas mais trabalhadas eram Língua Portuguesa e Matemática.

Na 4ª série do Ensino Fundamental, estudei com a professora Agimeire. Ela foi uma das pessoas em que me inspirei para ser professora. O sonho de ser professora surgiu na 4ª série, quando ela propôs uma atividade em que os alunos que tivessem mais facilidade de aprendizagem em alguns conteúdos deveriam ensinar os outros colegas. Na época, ajudei um colega a fazer uma atividade e eu gostei da sensação de ensinar. A partir daquele dia decidi que seria professora.

Na 5ª série do Fundamental I, a professora foi a Maria da Glória Souza, também um grande exemplo de professora, que sempre ensinava com carinho e dedicação. No 6º ano do Fundamental II, em 2011, eu estudava no turno matutino, na Escola Estadual Ipixuna. Esse foi um dos anos mais difíceis, porque precisei me adaptar a uma nova escola e novas disciplinas; além disso, os colegas que estudavam comigo na Escola Iracy não ficaram na mesma sala. Tentando me adaptar, nos primeiros dias conheci minha amiga Leidiane Oliveira. Ainda lembro que ela me pediu alguma coisa emprestada e nunca mais paramos de nos comunicar. Na escola, Leidiane me ajudava bastante nas atividades de Língua Portuguesa, porque era sua matéria preferida e a que eu mais detestava.

As metodologias usadas pelos professores de Geografia eram sempre as mesmas: fazer exercícios do livro didático. Não exploravam o lado pesquisador dos alunos e muito menos passavam seminários para fazermos. A maioria dos professores de Geografia com os quais estudei durante o Ensino Fundamental não tinha formação em Geografia. Segundo Cavalcanti (2010), para que o aluno fique interessado na disciplina de Geografia, o professor precisa fazer uma mediação didática, incluir os alunos em um ensino ativo, assim como relacionar o que é estudado em sala de aula com a vida cotidiana. Nesse sentido, na Educação Básica, a Geografia tinha pouco espaço, por não ser considerada importante. E era difícil para os professores trabalhar com apenas duas aulas de Geografia por semana.

Além disso, a minha segunda percepção sobre as desigualdades de gênero foi quando percebi que eu tive mais professoras mulheres na educação básica, pois está relacionado ao trabalho de cuidado. E ao remeterem as mulheres que exercem a profissão como mães. Logo, não é uma profissão escolhida pelos homens principalmente os cursos dessa área.

Por fim, meu Ensino Fundamental na Escola Iracy de Lima Barroso e na Escola Estadual Ipixuna foram marcados de muito aprendizado. Tive vários professores que ficaram marcados na minha vida, aqueles que me alfabetizaram, que me fizeram ter gosto pela leitura e que me inspiraram a ser professora.

Experiência do Ensino Médio: ensino e aprendizagem

Chegar ao Ensino Médio é um dos momentos mais esperados e isso aumenta as responsabilidades. Ingressei no 1º ano do Ensino Médio em 2015, na Escola Estadual Ipixuna, no turno vespertino. Nesse ano fiz muitos amigos, que estiveram comigo até concluir essa etapa da Educação Básica.

O 2º ano do Ensino Médio, em 2016, estudei à noite, porque havia somente uma turma de 2º ano no turno vespertino na Escola Ipixuna. Assim, comecei a trabalhar e estudar. A professora que foi muito importante nesse ano foi a Milena, professora de Química, além do professor Jocimar, de Matemática, e outros que deram aula no 1º ano. Ainda no 2º ano resolvi fazer o ENEM pela primeira vez, para ter experiência no 3º ano.

O 3º ano, em 2017. Também estudei à noite. Nossa turma tinha poucos alunos. Meus amigos eram um grupo de seis, que nós chamávamos de sexteto: eu, Leidiane, Maria da Glória, Keliton, Marcelo e Isaac. Nossa turma do 3º ano se caracterizava por ser muito desunida e era dividida em dois grupos: o meu e o grupo de outros colegas. Ao contrário dos outros horários de funcionamento da escola, o turno da noite é bem mais calmo, por ter poucos alunos. Sempre ficávamos conversando durante o intervalo. Eu e meu grupo sentávamos no fundo da sala.

Durante o Ensino Médio, aproveitei mais a escola com meus amigos; mesmo assim, não deixava de estudar e tirar as melhores notas. Eu também não gostava de faltar e nem ficar bagunçando na sala de aula. Os professores do 3º ano eram os mesmos do 2º ano e, por isso, eu tive uma relação bem próxima com eles.

No Ensino Médio, assim como no Fundamental, a geografia se resumia em responder os exercícios do livro didático, que contavam como nota para o bimestre. Eu sentia falta de aulas mais dinâmicas, que realmente buscassem trabalhar os fenômenos geográficos. Dessa maneira, Cavalcanti (2010), destaca que a disciplina de geografia deve ser ensinada por meio conteúdos temas, incluindo informações fenômenos e fatos e que estejam relacionados a realidade dos (as) alunos (as).

Nesse contexto, a Geografia que eu buscava encontrar no Ensino Médio encontrei somente na graduação, um ensino para além de apenas resoluções de exercícios, que me fizesse conhecer os conceitos e pensar geograficamente.

As disciplinas a que eu mais me dedicava e gostava de estudar eram Física, Química e Matemática, porque, além de gostar dos professores, eu gostava dos desafios que eram as provas dessas disciplinas.

No 3º ano, me inscrevi para fazer o ENEM novamente e, aos sábados de manhã, participava do aulão do ENEM, transmitido na sala de ensino tecnológico da Escola Ipixuna. Nessa época saiu também o edital do vestibular, cujas opções de curso eram Geografia, Matemática e Biologia. Resolvi me inscrever... Mas isso vai ser narrado mais adiante.

Assim, durante o meu Ensino Médio na Escola Estadual Ipixuna, aproveitei cada segundo com meus amigos, mas sem deixar de estudar. Fui premiada como uma das melhores alunas da turma em Matemática. Sempre me esforcei para tirar as melhores notas. Essa é uma parte da minha vida da qual sinto saudades, dos amigos, das conversas no intervalo... Essa foi uma das épocas mais felizes da minha vida.

EXPERIÊNCIAS NO CURSO DE GEOGRAFIA DA UEA: INGRESSO, DISCIPLINAS E MOMENTOS QUE FICARAM MARCADOS

O poder da geografia é dado por sua capacidade de entender a realidade em que vivemos (Milton Santos).

A realização de um sonho: do ensino médio à universidade

Sempre tive o sonho de entrar na universidade assim que terminasse o 3º ano, porque tinha medo de perder a vontade de tentar cursar alguma graduação. O vestibular de Geografia surgiu em 2017, justamente quando eu estava estudando o 3º ano do Ensino Médio. Eu soube porque os professores avisaram na escola. No primeiro momento, pensei em não me inscrever para o vestibular, mas minha amiga Leidiane Oliveira, que estudava comigo, insistiu para que eu me inscrevesse e me convenceu a fazer a prova. Os fatores que me fizeram escolher Geografia entre os cursos também ofertados (Ciências Biológicas e Matemática) foi a oportunidade de conhecer mais minha realidade, pois é isso que a Geografia nos proporciona, como fala Milton Santos.

As provas ocorreram na Escola Ipixuna, onde estudei praticamente minha vida toda, e isso foi significativo para mim. Quando soube do resultado, eu estava trabalhando, por isso não expressei muitas emoções. Lembro de não ter falado nada naquele momento, mas, quando cheguei em casa, contei para todos da minha família e a ficha começou a cair. Eu realmente sairia do Ensino Médio direto para a universidade. Na escola, todos os professores me parabenizaram. Da minha sala, somente eu, Leidiane, Marcelo e outra colega nos inscrevemos para o vestibular e todos passamos nos cursos que escolhemos. No curso de Geografia, 51 pessoas passaram no vestibular.

Ao saber que passei no vestibular, minhas expectativas para o curso de Geografia eram viver intensamente cada dia, aproveitar cada trabalho de campo, fazer vários amigos e aprender com os professores o máximo que pudesse. Desse modo, o vestibular de Geografia foi o primeiro passo para a realização do meu sonho de ser professora. Não me arrependo da decisão que tomei, porque, a partir dela, posso mudar a vida da minha família, dando-lhes uma melhor qualidade de vida.

O início de uma jornada geográfica: disciplinas ficaram marcadas

Essa jornada geográfica iniciou no dia 8 de setembro de 2018, um sábado, seguindo a dinâmica de um município amazônico, em que o meio de transporte é o aquático e havia lancha somente na sexta-feira. O professor da disciplina chegou na sexta e a aula foi no sábado. No decorrer do curso de licenciatura em Geografia, vivenciei as mais diversas experiências, conheci pessoas que nunca imaginei conhecer, ganhei amigos para uma vida toda.

A primeira disciplina foi Evolução do Pensamento Geográfico (EPG), que foi bem desafiadora. Eu conhecia poucas pessoas da turma de Geografia: só a Leidiane e alguns colegas, que temos amigos em comum, e a professora Gloria Sales, que foi minha professora na 5ª série. Seguindo a dinâmica comum do primeiro dia, o professor explicou o plano e o programa da disciplina e, logo depois, pediu para que cada um se apresentasse. Após, iniciou as discussões dos conteúdos programáticos. Depois da aula, tivemos uma reunião com a coordenadora do curso de Geografia, que nos explicou e tirou dúvidas de questões relacionadas ao curso modular, que é diferente de cursos comuns; estudávamos uma disciplina de cada vez, totalizando seis por semestre.

No decorrer da disciplina de EPG, o professor expôs os conteúdos programáticos, começando com a Geografia como conhecimento da humanidade na antiguidade e sobre a sistematização da Geografia e sua institucionalização acadêmica. Ainda lembro de geógrafos importantes, como Alexandre Von Humboldt e Karl Ritter, haja vista que “[...] a Geografia se tornou uma ciência autônoma a partir do século XIX, graças aos trabalhos dos geógrafos alemães Alexandre Von Humboldt e Carl Ritter [...]” (Andrade (2006, p. 11). Esses geógrafos são conhecidos como ‘pais’ da Geografia, devido a seus trabalhos no passado e por fazerem parte da história da Geografia. Além disso, ficaram marcados nessa disciplina.

Outra disciplina marcante do primeiro período foi Filosofia da Educação, trazendo temáticas essenciais, mas essa área da educação não me chamou atenção. A professora era maravilhosa. Eu gostava do seu jeito autêntico de ensinar e, por isso, a disciplina ficou marcada em minha memória.

A disciplina Geologia Geral foi uma das melhores do primeiro período. Eu me identificava com a Geografia Física e achava todos os conteúdos incríveis. Estudamos sobre a terra no conjunto do sistema solar, assim como a litosfera terrestre e tectônica global, minerais e rochas. De acordo com Silva e Crispim (2015, p. 9), “a Geologia é a ciência que estuda a Terra, sua composição, sua estrutura, sua história e vida no passado geológico”. Uma ciência importante, que, integrada à Geografia, pode favorecer vários estudos sobre a Terra. Assim, com a disciplina de Geologia Geral o primeiro período foi finalizado com muitos percalços que serviram de aprendizagem.

O segundo período iniciou no dia 13 de fevereiro de 2019, com uma disciplina da área da Geografia Física (Climatologia), que foi uma das mais marcantes. O professor era bastante inteligente e conseguiu fazer com que as aulas não ficassem monótonas: um dia era aula teórica e no dia seguinte aula prática. Nossa turma construiu equipamentos como barômetro, anemômetro, biruta, higrômetro de cabelo, pluviômetro e também fizemos uma experiência envolvendo o efeito estufa. Eu fiquei responsável pelo pluviômetro; então, eu devia fazer a medição da quantidade de milímetros que precipitava todos os dias e fazer um pequeno relatório, a partir do qual seriam gerados gráficos e tabelas. Nessa disciplina, eu e meu grupo passamos um dos maiores sufocos: entregar um relatório às 3h da madrugada no hotel do professor no mesmo dia em que ele iria embora. Assim se deram os primeiros perrengues na universidade.

Outra matéria que ficou marcada nesse período foi Formação Territorial e Econômica do Brasil, na qual fiz um trabalho com foco em Ipixuna. Tínhamos que escolher um seringal e entrevistar moradores antigos, de acordo com um questionário elaborado pela professora. Meu grupo escolheu a comunidade Porto Alegre e fomos um dos únicos grupos que puderam aplicar a entrevista in loco. Entrevistamos os pais de uma integrante do nosso grupo, que residem nessa comunidade, e outro morador.

Foi a primeira oportunidade de aprender sobre a história de Ipixuna, o que nem na escola eu havia aprendido; também conheci a história da minha própria família, pois não sabia que meus bisavôs eram nordestinos que vieram para o Amazonas para trabalhar como soldados da borracha. Nessa disciplina, entendi como aconteceu o processo de ocupação da Amazônia.

A disciplina Geografia Física do Brasil também foi marcante. Estudamos sobre os domínios morfoclimáticos, que se caracterizam pelas terras baixas florestadas da Amazônia e pelos seguintes domínios: das depressões interplanálticas semi-áridas do Nordeste; dos mares de morros florestados; chapadões recobertos por cerrados; dos planaltos de araucárias; e das pradarias mistas (Ab´Saber, 1970). Conheci ainda mais as características da Geografia Física do Brasil. Tivemos um trabalho de campo, na foz do Igarapé Juruápuca[3]. Foi um trabalho complexo, pois precisávamos analisar o solo, do ponto indicado pelo professor, assim como a vegetação, relevo e hidrografia. No fim do segundo período, passei realmente a gostar de Geografia. Vi que tinha feito a escolha certa do curso. Não me via estudando outra coisa.

O terceiro período iniciou dia 11 de setembro de 2019, com a disciplina de Geomorfologia e cada vez mais me identifiquei com a área da Geografia Física. Nessa disciplina, aprendi bastante sobre o relevo. Segundo Jatobá e Lins (2008, p. 11-12), “o relevo terrestre é o objeto de estudo da geomorfologia. A geomorfologia é uma geociência, etimologicamente, significa “o estudo da forma da Terra” (geo = Terra; morphos = forma; logos = estudo) ”. Com esses conceitos, conseguimos compreender em campo e como a Geomorfologia estuda também a transformação do relevo, através do processo de intemperismo e outros fatores.

O quarto período começou no dia 29 de fevereiro de 2020, com a disciplina de Biogeografia. O trabalho da Biogeografia, segundo Carvalho (2013, p. 190), “consiste em três etapas: (1) documentar a distribuição dos organismos (vivos ou fósseis); (2) identificar padrões biogeográficos; e (3) determinar os processos biogeográficos que explicam os padrões observados”. Além disso, a Biogeografia é uma ciência que se caracteriza por ter um vasto campo de trabalho; alguns a consideram um ramo da Biologia e outros da Geografia.

Em Biogeografia, apresentamos um seminário sobre os ciclos biogeoquímicos. O professor fez um sorteio e meu grupo ficou com o ciclo do oxigênio. Deveríamos elaborar um plano de aula direcionado ao nível escolar determinado e preparar recursos didáticos próprios; uma das regras era: não usar data show, retroprojetor ou notebook. O professor sempre gostou de nos desafiar, fazer com que pensássemos em didáticas que poderiam ser utilizadas em sala de aula quando fôssemos professores. Além disso, ele nos levou a um trabalho de campo no sítio Maanain, cujo objetivo era descrever as diversidades de espécies vegetais em uma área de floresta com moderado grau de antropização, no município de Ipixuna. Cada grupo ficou em um ponto do sítio. Nosso grupo determinou uma área onde encontramos vários tipos de morfoespécies e fizemos a contagem das populações e indivíduos.

A disciplina de Geografia Urbana começou a ser ministrada e, no segundo dia de aula, nos deparamos com o vírus da Covid-19, que começara a se espalhar pelo mundo. Então, tivemos que fazer uma parada por conta da pandemia. As aulas foram retomadas dia 3 de novembro de 2020 e continuamos estudando Geografia Urbana, em formato híbrido, conforme os protocolos de segurança indicados na época.

Com a pandemia, tanto os alunos quanto os professores tiveram que se reinventar. A exemplo, a professora de Geografia Urbana usava podcasts para explicar os conteúdos e seus áudios eram dinâmicos; comunicava-se com os alunos por WhatsApp, para tirar dúvidas e passar os conteúdos. Muitas vezes a internet não colaborava, dificultando o acesso aos conteúdos. Essa disciplina fez com que eu gostasse da área, porque conheci geógrafas incríveis, como as brasileiras Ana Fani Alessandri Carlos e Maria Encarnação B. Sposito, que abordam questões importantes sobre o conceito de cidade e espaço. A esse respeito, Sposito (2000, p. 10) afirma que:

[...] o espaço é história e nesta perspectiva, a cidade de hoje, é o resultado cumulativo de todas as outras cidades de antes, transformadas, destruídas, reconstruídas, enfim produzidas pelas transformações sociais ocorridas através dos tempos, engendradas pelas relações que promovem estas transformações.

Nesse contexto, passei a entender o processo de construção das cidades a partir da disciplina de Geografia Urbana, assim como compreendi o porquê de as populações mais pobres residirem em bairros periféricos ou lugares de riscos e como o espaço geográfico é visto a partir dessas autoras.

Outra disciplina que ficou marcada foi Pedologia Geral e Solos da Amazônia, aplicada no quarto período. Estudamos sobre os horizontes do solo, assim como tipos de solo presentes na Amazônia. A Pedologia é a ciência que estuda o solo. Segundo Lepsch (2011), o solo tem diversas camadas, chamadas ‘horizontes’ e existem diferentes tipos de solo; cada solo tem seu próprio arranjo de horizontes, com sua própria história, que o condicionou a ter certas funções refletidas nos seus atributos mineralógicos, físicos, químicos e biológicos.

Além disso, em Pedologia Geral e Solos da Amazônia, construímos um terrário, descrevendo (por escrito) o passo a passo da construção e gravamos um vídeo explicando sobre os horizontes do solo, como se estivéssemos em sala de aula. O melhor dos vídeos eram os bastidores: eu sempre errava alguma palavra, esquecia alguma coisa ou então falava muito rápido. Eu gostaria de ter cursado essa disciplina de forma presencial, porque o ensino remoto limitava as aulas.

O Estágio Supervisionado no Ensino de Geografia I foi ministrado no quinto período, com a pandemia ainda presente e a necessidade de tomar todos os cuidados necessários. Eu e mais duas colegas de sala desenvolvemos esse Estágio na Escola Estadual Armando de Souza Mendes, pois as aulas da Escola Estadual Ipixuna estavam paralisadas devido à reforma que lá estava acontecendo.

Depois das recomendações da professora orientadora, apresentamo-nos ao campo de estágio no dia 27 de setembro de 2021, a fim de entregar a carta de apresentação, que deveria ser assinada pelo pedagogo da escola. Resolvemos estagiar no turno vespertino, na turma de 8º ano Avançar[4], pois, nessa escola, não havia turmas do 6º ano o suficiente para receber todos os estagiários. Nos primeiros dias, fizemos somente observações da dinâmica da escola e também das práticas pedagógicas da professora supervisora, com a qual conversamos sobre a nossa regência. Além das observações, deveríamos elaborar o diagnóstico da escola, o plano de ação, plano de aula, elaborar a regência de uma aula de Geografia e escrever o relatório de estágio completo. Era muita coisa para pouco tempo!

Um dos momentos mais esperados por mim foi à regência. Eu e minhas parceiras desenvolvemos a aula sobre a Região Nordeste do Brasil, apresentando suas principais características. A aula foi expositiva, com o uso de recursos como data show, slides, quadro e pincel. Eu falei sobre a população da região Nordeste, área territorial e número de estados. Usando um mapa em branco da região, mostrei cada estado e sua capital, escrevendo seus respectivos nomes com um pincel. Realizamos uma aula bastante interativa, na qual usamos mapas e outros recursos que fizessem os alunos compreenderem a importância da região Nordeste do Brasil. De acordo com Cavalcanti (2010), as imagens, desenhos e mapas são recursos essenciais para o ensino de Geografia, para que possa ocorrer a mediação entre sujeito e conhecimento.

Depois da aula expositiva, fizemos uma gincana de perguntas e respostas com os alunos. E, assim, finalizamos a regência do Estágio Supervisionado I. Em seguida, resolvemos as questões burocráticas de documentação do estágio e elaboração do relatório. Eu ainda apresentei as experiências de estágio para minha orientadora. Depois dessa disciplina, passei a perceber a importância do estágio, pois conheci, na prática, a realidade escolar de Ipixuna, assim como os desafios que os professores da Educação Básica enfrentam em sala de aula todos os dias. Araújo e Lira (2018, p. 45) entendem que:

O estágio não é somente uma maneira de preparação profissional, envolve pesquisa, didática aplicada de acordo com a necessidade e realidade estudantil e estrutural, habilidade pedagógica de observar e extrair o que os alunos oferecem e ser capaz de aplicar as teorias e práticas aprendidas e alcançar os objetivos almejados, trabalhar em equipe e acima de tudo, buscar dar de si para a educação.

A disciplina de Estágio Supervisionado no Ensino de Geografia I foi de muito aprendizado, pois foi minha primeira experiência com estágio; passamos por muitos desafios, mas nossa aula foi planejada e realizada com êxito. O estágio é a nossa primeira relação com a escola e, ao passar por ele, decidimos se queremos (ou não) exercer a profissão de professor.

No sexto período, ainda no formato online, tivemos a disciplina de Estágio Supervisionado no Ensino de Geografia II, sob a orientação da mesma professora. Esse estágio foi divido em duas etapas. A primeira foi do dia 21 de fevereiro até 12 de março de 2022. Eu e outra colega fizemos esse estágio na turma de 6º ano “3”, na Escola Estadual Ipixuna (que tinha voltado a funcionar normalmente), pois a Escola Armando de Souza Mendes não tinha turmas suficientes para todos os estagiários do curso de Geografia. Nessa primeira etapa, foram poucos dias de observação. A segunda etapa iniciou no dia 28 de abril. Aplicamos nossa regência sobre a Tectônica das Placas, utilizando slides, um vulcão construído por mim e desenvolvemos a experiência das placas tectônicas. Os alunos ficaram encantados quando o vulcão entrou em erupção, o que me motivou ainda mais a pensar em práticas pedagógicas que façam os alunos se interessar por Geografia.

O Estágio Supervisionado no Ensino de Geografia II foi mais calmo, pois já sabíamos como a disciplina funcionava; assim, antes de iniciar a segunda etapa do estágio, estávamos com nossa regência pronta. Desse modo, tivemos muito mais tempo para estudar e nos preparar para a regência. Esse estágio foi um dos mais significantes para mim, porque foi desenvolvido na escola onde estudei do 6º ano do Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio, um lugar muito especial, em que a professora supervisora foi minha professora. Fiquei muito feliz de voltar à Escola Ipixuna como professora em formação. Senti que estava contribuindo com a educação de Ipixuna.

O sétimo período iniciou em 2022, de modo presencial. Uma disciplina que ficou marcada para mim, nesse período, foi Educação Ambiental, através da qual passei a pensar criticamente sobre as questões ambientais. Reigota (2009) diz que a Educação Ambiental é como educação política: ela desperta em quem estuda o interesse em reivindicar e construir uma sociedade com justiça social e pensar nas questões ambientais.

Vejo a Educação Ambiental como uma área bastante importante, que as escolas deveriam trabalhar mais. Infelizmente, muitas vezes, esse é um assunto proibido, como quando o agronegócio interfere no que é ensinado em sala de aula; quando a sustentabilidade é apenas um discurso ou um marketing feito por algumas empresas para ganhar mais dinheiro. Nessa disciplina, tivemos uma aula de campo desenvolvida em vários pontos da cidade de Ipixuna, a fim de marcar cada ponto no aplicativo GeoTracker, observando os problemas ambientais presentes nesses pontos, como poluição, transformação da paisagem, erosão e outras problemáticas socioambientais.

Essa foi à última aula de campo e ela significou bastante para mim. Tive a oportunidade de ir a lugares que eu nunca tinha frequentado, dentro da minha própria cidade; além disso, passei a ter uma nova visão de locais que costumava frequentar e não enxergava os problemas ali existentes. A Educação Ambiental despertou em mim um lado crítico. Passei a me interessar por essa área e a aplicar, na minha vida, os conhecimentos adquiridos ao longo da disciplina. Sei que, sozinha, não vou resolver todos os problemas do município de Ipixuna, mas passei a fazer a minha parte.

Outra disciplina que ficou marcada foi o Estágio Supervisionado III, o primeiro que aconteceu de forma presencial no sétimo período. Continuei na Escola Estadual Ipixuna, estagiando nas turmas de 1º ano “1” e “2”. Não tive muito tempo de observação, pois cada turma só tinha um horário de Geografia por semana; a preparação para a regência também foi muito corrida. Para a regência do Estágio Supervisionado III, utilizei o mapa conceitual sobre a poluição do solo, água e ar no município de Ipixuna, além de fotos e um experimento sobre a temática.

As diferenças entre as turmas eram evidentes: em uma turma, conseguimos aplicar a aula com tranquilidade; na outra, os alunos faziam brincadeiras durante toda a aula. Essa é a realidade dos professores da Educação Básica... Para cada turma a didática tem que ser diferente, pois são turmas com características diferentes. Naquele momento, como estagiárias, não pudemos fazer nada para contornar essa situação. Só seguimos nossa aula. Nessa regência, os resultados não foram totalmente positivos, mas fizeram com que eu aprendesse com meus erros. De acordo com Pimenta e Lima (2005/2006, p. 6), “o estágio se constitui como um campo de conhecimento”. Nesse sentido, no Estágio III, eu estava sempre aprendendo com os erros e acertos, ao longo da regência e das observações.

O componente curricular Ensino de Geografia na Educação Especial abordou temática importante, relacionada à Educação Especial, como leis e decretos que asseguram o direito de que pessoas com algum tipo de deficiência estejam inclusas nos espaços escolares, e também práticas pedagógicas inclusivas para o ensino de Geografia. Nessa disciplina, nosso grupo de trabalho apresentou um seminário utilizando banner sobre a deficiência física e acessibilidade arquitetônica. Para Maior (2015, p. 4), “a deficiência física compreende as condições de dificuldade na marcha, na sustentação e no equilíbrio do corpo, da cabeça e na movimentação dos membros superiores, em graus diferentes de comprometimento [...]”. Por isso, nosso grupo criou recursos didáticos pensando nas características específicas de pessoas com deficiência física, para que elas se sintam incluídas nas aulas de Geografia.

Além disso, produzimos um jogo de quebra-cabeças e um jogo da memória adaptado sobre o relevo brasileiro, os quais podem ser utilizados depois de uma aula teórica, com alunos de 6º ano do Ensino Fundamental. São recursos para facilitar o aprendizado do conteúdo para alunos com deficiência física e potencializam o aprendizado de alunos sem deficiência. Não foi fácil criar esses recursos, mas foi gratificante.

A disciplina de Ensino de Geografia na Educação Especial me possibilitou conhecer as leis e entender que a inclusão de pessoas com deficiências é importante e é um direito. O ato de construir esses recursos pedagógicos me fez pensar no outro, nas dificuldades que pessoas com deficiências enfrentam todos os dias. Enquanto estiver atuando como professora, tenho a missão de levar o que aprendi nessa disciplina para a sala de aula.

Geografia Humana da Amazônia, ministrada no oitavo período, marcou minha caminhada. Conteúdos estudados, como Geografia Territorial e Econômica do Brasil, voltaram a ser discutidas dentro de sala de aula. A Geografia Humana da Amazônia foi marcada pelos conflitos, assim como fala Becker (2005, p. 72):

Com as resistências regionais os conflitos na região alcançam um patamar mais elevado. Não se trata mais apenas de conflito pela terra; é o conflito de uma região em relação às demandas externas. Esses conflitos de interesse, assim como as ações deles decorrentes contribuem para manter imagens obsoletas sobre a região, dificultando a elaboração de políticas públicas adequadas ao seu desenvolvimento.

Becker (2005) destaca questões importantes da Geopolítica na Amazônia, assim como seu processo de ocupação, que ocorreu por meio de conflitos; sejam eles quais forem, esses conflitos dificultam a elaboração de políticas públicas de desenvolvimento para a região. Esses assuntos foram discutidos nas aulas de Geografia Humana da Amazônia. Portanto, estudar Geografia Humana da Amazônia, me permitiu entender o processo de ocupação na Amazônia Legal.

Outra disciplina que ficou marcada foi Geografia Física da Amazônia, aplicada logo após Geografia Humana da Amazônia, por uma professora mulher. Meu lado da Geografia Física aflorou ainda mais! Não tivemos aulas de campo, mas estudar e conhecer características físicas da Amazônia é sempre muito relevante. Segundo Ab'Saber (1996, p. 65), “[...] a Amazônia se destaca pela extraordinária continuidade de suas florestas, pela ordem de grandeza de sua principal rede hidrográfica e pelas sutis variações de seus ecossistemas, ao nível regional e de altitude”. Tenho um verdadeiro fascínio pela Amazônia, por sua variedade de espécies de animais, vegetais, suas características singulares, pelas populações originárias e tradicionais que aqui vivem. Essa foi à segunda disciplina ministrada por essa professora. Para mim, um exemplo dentro da Geografia Física, uma área dominada por homens.

A disciplina de Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi ministrada por um professor surdo, praticante dessa língua. Aprendi bastante. As aulas nunca eram monótonas. Essa foi uma disciplina essencial, pois, de acordo com Oliveira e Lima (2010, p. 9),

[...] os professores precisam conhecer e usar a Língua de Sinais, mas deve-se considerar que a simples adoção dessa língua não é suficiente para escolarizar o aluno com surdez. Os alunos surdos precisam de ambientes educacionais estimuladores, que explorem suas capacidades, em todos os sentidos.

A Libras é uma disciplina importante na graduação; mesmo que não a dominemos completamente, podemos usar o pouco que sabemos para nos comunicar com algum aluno surdo em sala de aula.

E a minha terceira percepção sobre as desigualdades de gênero foi ao finalizar o curso de Licenciatura em Geografia, quando percebi o quanto para nós, mulheres, é difícil o caminho acadêmico, principalmente a permanência na universidade. Eu observava minhas amigas e colegas mulheres, mães, esposas, que trabalhavam em casa e também fora, que, mesmo cansadas, todos os dias iam para a universidade. Quando marcávamos de fazer algum trabalho passado pelos professores, era difícil para elas; muitas vezes levavam seus filhos, pois não tinham com quem os deixar. Assim, concluo dizendo que o espaço acadêmico não foi feito para mulheres, porque em muitas ocasiões nos diziam e nos forçavam a desistir.

Nesse sentido, o comprometimento com as atividades no lar prejudica a dedicação em seus estudos. Essa são barreiras impostas pela sociedade machista e pelo patriarcado, inclusive esse sistema não permite maior participação das mulheres em eventos, trabalhos de campo e projetos, segundo (Costa, 2020).

Por fim, ao longo desses oito períodos, vivenciei momentos muito importantes. Em algumas disciplinas tive um bom desempenho, em outras nem tanto... Construí amizade com cinco mulheres incríveis, que me apoiaram em todos os trabalhos que fizemos juntas. Com elas a risada era garantida. Ao longo do curso, conheci professores incríveis, éticos e responsáveis, que me ensinaram lições valiosas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Chegar ao final do curso de Licenciatura em Geografia Modular no município de Ipixuna-AM e escrever este trabalho fez passar pela minha cabeça todos os momentos que vivi, não somente dentro da universidade, mas também fora dela. Memórias positivas e negativas que fizeram parte da minha jornada durante esses quase 24 anos de vida.

Minha origem está marcada pelas pessoas mais essenciais da minha vida: meu pai, Raimundo Nonato Saraiva Barroso, que, no momento de construção da pesquisa e escrita deste trabalho estava há mais de 19 dias fora de casa, trabalhado, lutando para dar uma vida melhor para seus filhos; minha mãe, Maria Francisca do Nascimento, minha maior inspiração, mulher forte, guerreira e símbolo de resistência.

Vivenciei minha infância no quintal de casa, brincando e me divertindo com os amigos, nas mais diversas brincadeiras. Aproveitei ao máximo essa fase da minha vida, que também foi marcada pela saudade do meu pai, quando saía para pescar, e dos meus irmãos, que saíram de casa muito cedo.

Na juventude e na adolescência, continuei estudando. O acontecimento mais importante da minha juventude foi o ingresso na universidade, um ciclo que continuo vivenciando, com o desejo de ser professora e pesquisadora em Geografia.

Outro momento relevante da minha trajetória foi a Educação Básica. Fiz o Ensino Fundamental I na Escola Iracy de Lima Barroso, lugar em que fui alfabetizada, conheci professores incríveis e nasceu o sonho de ser professora. Na Escola Estadual Ipixuna, espaço em que vivenciei o Ensino Fundamental II e o Ensino Médio, fiz amizades verdadeiras e passei no vestibular de Geografia.

O curso de Licenciatura em Geografia me proporcionou enxergar o mundo de outra forma, através dos conhecimentos geográficos, e me permitiu estudar a verdadeira Geografia, que ainda não tinha conhecido. As disciplinas e os professores vão ficar marcados em minha memória. Esses foram os quatro anos mais incríveis da minha vida, porque estou realizando meu sonho de criança: ser professora. Foram anos de muito aprendizado, que me ajudaram a ser quem eu sou hoje. Além disso, ultrapassamos uma pandemia e muitos momentos difíceis.

O Curso de Licenciatura em Geografia Modular da UEA foi muito importante, pois, a partir dele, posso mudar a realidade da minha família, cuidar dos meus pais. Eu, a filha do pescador e da dona de casa, consegui chegar à universidade e finalizar o curso de Geografia. O curso de Licenciatura não é o final da minha trajetória acadêmica. Pretendo continuar estudando, especializar-me em alguma área da Geografia.

Portanto, este trabalho, escrito a partir do Memorial Acadêmico de Formação, descreveu minhas vivências e experiências de vida pessoal, familiar e na UEA até o momento. Experiências da minha trajetória pessoal e acadêmica, marcos importantes da minha vida.

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Notas

[1] Marreteiro é a pessoa que geralmente compra os peixes para revender para as outras pessoas.
[2] A bete é uma brincadeira de criança, cujo objetivo é casar as pedras do jogo sem ser “morto” pelo grupo adversário. É jogado em um lugar amplo, em que é feito um quadrado no chão e quatro quadrados menores nos cantos do quadrado maior; no centro do quadrado maior, pedrinhas são empilhadas; a equipe que conseguir derrubar as pedrinhas deve coloca-las nos quadrados menores, sem serem “mortos” pela equipe adversária, com uma bola.
[3] O Igarapé Juruápuca fica localizado no município de Ipixuna. Sua foz está na coordenada S 07° 03, 40.3 de latitude Sul e W 071° 42’26.1 de longitude Oeste.
[4] O Avançar é uma modalidade de ensino em que alunos com idade avançada para estar no Ensino Fundamental II precisam fazer uma correção do fluxo escolar e fortalecer a aprendizagem.


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