Dossiê

Conferência: Pete Seeger: 100 anos1

Márcia Ramos de Oliveira4
Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Brasil
David King Dunaway2
Universidade do Novo México (UNM), México
Lívia Bernardes Roberge3
Universidade do Novo México (UNM), Brasil
Igor Lemos Moreira5
Universidade do Estado de Santa Catarina , Brasil

Revista Orfeu

Universidade do Estado de Santa Catarina, Brasil

ISSN: 2525-5304

Periodicidade: Semestral

vol. 5, núm. 3, 2020

revistaorfeu@gmail.com

Recepção: 30 Setembro 2020

Aprovação: 06 Novembro 2020



DOI: https://doi.org/10.5965/2525530405032020010

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação.

Resumo: A conferência apresentada, transcrita e traduzida tem como abordagem principal a trajetória de Pete Seeger, como parte das efemérides relacionadas aos 100 anos de nascimento do artista. Músico, cantor e, especialmente, ativista político, Seeger desenvolveu uma sólida carreira musical dando destaque ao gênero folk estaduni dense, porém dimensionado sob distintas formas de mobilização pelos direitos trabalhistas, liberdades individuais e coletivas, como destaque as mobilizações em prol dos direitos civis nos Estados Unidos, além de causas ambientalistas. Atuou política e musicalmente desde os anos 1930 e destacou-se internacionalmente no século XX. David Dunaway dedicou-se ao estudo de sua trajetória em boa parte de sua vida como pesquisador, com publicações destacando sua importância histórica e musical, envolvendo o gênero biográfico associado a linguagens sonoras e de radiodifusão. Na Conferência apresentada, destaca a biografia de Pete Seeger imersa em sua própria relação de aproximação e identidade com o músico, destacando a experiência pessoal e profissional no desenvolvimento da pesquisa realizada sobre ele, descrita no percurso como biógrafo, nas ações do artista, na documentação utilizada e percalços enfrentados para que seu trabalho investigativo pudesse ser conhecido do público ampliado.

Palavras-chave: Pete Seeger, música folk, direitos civis.

Abstract: The conference presented, transcribed and translated, approach the trajectory of Pete Seeger in the events related to the artist’s 100 years of birth. Musician, singer and, especially, political activist, Seeger developed a solid musical career highlighting the American folk genre with different forms of mobilization for labor rights, individual and collective freedoms, as highlighted the mobilizations for civil rights in the USA, in addition to environmental causes. His political and musical performance since the 1930s stood out internationally in the 20th century. David Dunaway dedicated his study to trajectory of Pete Seeger for much of his life as a researcher, with focused publications on his historical and musical importance, involving the biography narrative associated with sound and radio broadcasting languages. In this lecture, Dunaway introduce the biography of Pete Seeger immersed in his own relationship with the musician, highlighting the personal and professional experience in the development of the research carried out on him. The researcher described the course as a biographer, the artist’s actions, the documentation used and mishaps faced so that his investigative work could be known to the wider public.

Keywords: Pete Seeger, folk music, civil rights.

APRESENTAÇÃO

Em março de 2020, David King Dunaway esteve na Udesc, no Laboratório de Imagem e Som (LIS/Faed/Udesc), para o desenvolvimento de uma série de aulas sobre a realização de documentário radiofônico. Sua participação estendeu-se também à conferência aqui transcrita, como atividade apoiada pelo PPGH, PPGMus e Direção de Extensão/Ceart da Universidade.

(https://www.udesc.br/faed/noticia/udesc_realiza_minicurso_sobre_radiodocu-mentario_e_conferencia_com_david_dunaway)

A presença do Prof. Dunaway na Instituição ocorreu também em momento anterior quando realizou a Aula Magna do PPGH/Udesc em março de 2018, ocasião em que concedeu entrevista sobre sua trajetória acadêmica ao Projeto Guardar Canções (https://www.udesc.br/faed/guardacancoes).

Como professor da University of New Mexico (UNM), em Albuquerque, é pesquisador em aparentemente distintas, porém aproximadas áreas. Historiador de formação e experiente profissional de rádio, é conhecido por sua atuação nas áreas de história oral, história pública e história do tempo presente e, especialmente, como biógrafo e documentarista que faz uso da escrita e da mídia sonora. Sua produção pode ser conhecida por meio do sítio de pesquisa institucional (http://www.unm.edu/~wrtgsw) ou da página individual (http://www.davidkdunaway.com).

É um autor profícuo e entre seus livros destacam-se How can I keep from singing? The ballad of Pete Seeger, ou, ainda, o antológico A Route 66 Companion; somando-se a Oral history: an interdisciplinary anthology, como coletânea de textos de referência sob sua organização, que circulou acentuadamente nos anos 1980 a 1990. Além das publicações impressas, destaca-se Across the tracks: a Route 66 story, como parte da série de documentários de rádio transmitidos pela National Public Radio (Estados Unidos).

No Brasil, seus textos e entrevistas estão presentes em livros e revistas reconhecidas nas áreas de Comunicação e História, além de ensaios jornalísticos. Participou como conferencista em eventos da Rede Brasileira de História Pública e do Centro de Estudos em Música e Mídia (Musimid).

As produções de David Dunaway exacerbam seu posicionamento profissional e político, na medida em que considera parte fundamental da função social do(a) historiador(a), assim como dos pesquisadores nas áreas de ciências humanas, sociais e artísticas, o ato de comunicar e compartilhar o resultado de suas pesquisas, como compromisso fundamental assumido. Neste sentido, destaca as potencialidades e usos da comunicação mediatizada como ferramentas de conscientização e veículo de crítica às desigualdades sociais, violências, repressões e preconceitos.

Sua participação nos dias 4 a 7 de março de 2020, quando ministrou o Curso “Radiodocumentário Histórico”, integrou docentes, discentes, pesquisadores da Udesc e membros externos à comunidade institucional. A atividade resultou na produção de quatro podcasts, ocupados por temas como “música na ditadura civil-militar”, “repressão policial”, “reforma agrária” e “espaços de religiosidade negra na cidade de Florianópolis”. Em meio a este conjunto de ações, proferiu a conferência “Pete Seeger: 100 anos”, realizada no dia 5 de março de 2020, que segue transcrita e traduzida por iniciativa discente, a pedido do Prof. Dunaway junto ao público presente.

Márcia Ramos de Oliveira

Pete Seeger: 100 anos

Hoje nós examinaremos a vida e o trabalho de uma das figuras mais controversas da música americana: Pete Seeger6. Ele foi o músico mais boicotado da história americana, sendo inclusive chamado de Khrushchev’s Songbird até secular saint7. Em uma carreira que durou 70 anos, ele cantou com milhões de pessoas e se envolveu em movimentos sociais desde os anos 1930 até o presente. Seeger é um homem de importância sem igual para o desenvolvimento da música folk estadunidense e também mundial.

Ainda que muitos já tenham ouvido as músicas de Seeger, poucos conhecem (mais) sobre o homem. Ainda menos pessoas sabem a respeito dos trabalhos perdidos e dos ataques pessoais. O público que cantava suas músicas sabia pouco sobre as forças que moldaram o artista e suas opiniões políticas. Juntos, nós revisitaremos a vida e o trabalho de Seeger: um músico com consciência social e com um talento extraordinário para unir a comunidade por meio da música, criando harmonia entre estranhos.

Peter Seeger gostava de dizer que ele era “um elo da corrente” dentro de uma longa tradição americana de cantar em prol de reformas. Abolicionistas, sindicatos, ativistas pelos direitos civis, pacifistas e ambientalistas, todos recorreram à música, com a ajuda de Seeger, para mostrar seus pontos de vista.

De certa forma, a vida de Peter Seeger se parecia com sua canção Abiyoyo, uma música folk africana que adaptou. Ela conta a história de um menino e seu pai músico, que são banidos de sua cidade por tocarem muito alto ou muito tarde da noite. Então chega um gigante, e o menino o derrota. Eles não lutam, exatamente. O menino usa um ukulelê8, em vez de uma pedra. O gigante, então, dança até perder o fôlego e cai. Em seguida, o pai o espanta com uma varinha mágica. A música do menino salva a cidade. Agora os anciãos da cidade nem se lembram por que esses grandes heróis não devem estar em destaque no desfile: “Voltem e tragam aquele maldito ukulelê!”, e todos cantam juntos.

Não é preciso saber que o pai de Pete Seeger foi expulso do departamento de música da Universidade de Berkeley, nem que seu filho trazia seu banjo para tocar para seus “inquisidores do Congresso” ao decifrar a parábola de Abiyoyo. A música pode ajudar a salvar uma comunidade do fascismo: é uma das forças que unem a humanidade – essa era a crença de Pete Seeger!

Esta apresentação/palestra tem três partes: primeiro, a vida e o trabalho de Pete Seeger; depois, uma breve revisão da perseguição do governo a Seeger. Por último, sugerirei pesquisas que podem ser feitas sobre ele. Antes de começarmos, permitam-me um momento de reflexão para discutir o que me levou a escrever sua biografia.

Eu ouvia Pete Seeger antes mesmo de saber andar. Eu tenho a vaga memória de estar no colo de alguém em um sindicato. Eu ainda não sabia bater palmas, mas todos ao meu redor batiam palmas e cantavam. Era só em lugares assim que eu ouvia pessoas cantando juntas, porque a minha família não ia à igreja.

Quando Pete tinha 19 anos e estava perambulando pelas Montanhas Catskills, o diretor de um acampamento o acolheu para algumas noites de cantoria. O Acampamento Woodland foi fundado pelo folclorista nova-iorquino Norman Studer, que também montou uma escola primária progressista no Greenwich Village, a Downtown Community School. Foi lá que Seeger encontrou trabalho como professor de música, depois de ser banido de praticamente todos os lugares de apresentação. A professora de teatro era a minha mãe, Lillian Dunaway, com quem ele dividia a sala de aula. Em um lado da sala, crianças cantavam, enquanto no outro aspirantes a atores e atrizes faziam esquetes. Na perspectiva de uma criança, Seeger parecia estar me seguindo por todos os lados, aparecendo em quase todos os lugares que meus pais iam. Na verdade, eram eles que estavam sendo seguidos – pelo FBI –, conforme descobri depois, a partir de seus arquivos.

Muitos anos depois, quando eu era voluntário na rádio KPFA-FM, na mesma rua onde eram minhas aulas na Universidade de Berkeley, eu produzi uma peça, um documentário de rádio e, finalmente, uma dissertação sobre Seeger. Grande parte disso tudo veio dos arquivos do FBI – sobre os quais falarei adiante.

Desde o início foi difícil escrever sobre um homem complexo cujo lema é “Se esforce pela simplicidade e aprenda a desconfiar dela”. O biógrafo ideal de Pete Seeger deveria ser um músico e um etnomusicólogo, um ativista e um marinheiro, um folclorista e um guarda florestal, um arquivista, um historiador da política e um lenhador. Eu não sou todas essas coisas. Eu nem tenho certeza se sou alguma delas. Mas, quando eu comecei a biografia de Seeger, 40 anos atrás, ele me avisou: esta biografia não seria autorizada. Ele não leria nem censuraria o manuscrito, mas cooperaria.

As 14 entrevistas que fiz com ele ao longo de 30 anos estão transcritas e publicadas em uma coleção em meu nome no Centro de Folclore Americano da Biblioteca do Congresso, junto com 90 entrevistas orais. Algumas partes foram publicadas no livro Singing out: an oral history of America’s folk music revivals, da editora da Universidade de Oxford. Pete e Toshi9 comentaram mais de uma vez sobre o livro. Em 2006, Pete me chamou na cidade de Beacon, Nova York, para repassar parágrafo a parágrafo para elaborar uma terceira edição, agora chamada “The Ballad of Pete Seeger”. Jim Brown estava fazendo um filme sobre Seeger, The power of song, com comentários de Bruce Springteen, Bob Dylan e Joan Baez.

Pete Seeger nasceu no dia 5 de maio de 1919, em uma família musical. Seu pai, Charles Seeger Júnior, o mais jovem professor da história da Universidade da Califórnia, havia acabado de ser expulso da instituição por protestar contra a Primeira Guerra Mundial. Quando Pete nasceu, Charles e sua esposa, Constance de Clyver Edson, eram professores na Julliard School of Music. Pete foi mandado para um colégio interno ainda bem jovem. Quando ele tinha oito anos, seu pai se divorciou de sua primeira esposa e se casou com Ruth Crawford Seeger, uma etnomusicóloga que transcrevia músicas folk para a Biblioteca do Congresso, onde Pete conseguiu seu primeiro emprego. Ruth é a mãe de Penny, Barbara, Peggy e Mike Seeger, sendo os dois últimos artistas bem-sucedidos e famosos. Esta é a história de como os “Seegers” se encontraram com a música folk, depois que Charlie estava trabalhando com o Coletivo de Compositores.

Aos 21 anos, Seeger formou sua primeira banda, The Almanac Singers, que tocava principalmente músicas pacifistas no Greenwich Village. Por um breve momento, suas músicas contra Hitler tocaram simultaneamente nas quatro rádios americanas. Aos 22 anos, Pete Seeger e seus amigos sofreram o primeiro de muitos boicotes anticomunistas. Segger virou membro do Partido Comunista quando era estudante em Harvard, onde muitos de seus antepassados estudaram. Ele foi membro do partido por aproximadamente 10 anos, ainda que ele e seus amigos valorizassem, muito mais do que o partido, o poder transformativo da música politizada.

Depois da Segunda Guerra Mundial, ele iniciou a criação de um movimento musical de trabalhadores, com um grupo nacional chamado People’s Songs. Desde o início, eles foram perseguidos e “grampeados” pelo FBI. Mas então chegou seu momento de ruptura, aquele em que ele realmente entrou para a cultura popular de seu país, como parte de um quarteto que somente em 1950 chegou a conquistar quatro discos de platina.

As primeiras músicas dos Weavers, gravadas com a orquestra Gordon Jenkins, estavam tocando em todas as rádios. Porém, logo a Variety10 deu ao grupo a distinção de serem os primeiros músicos a serem cancelados em uma casa noturna de Nova York por conta de seus posicionamentos políticos. Eles também foram a primeira banda na história a ser formalmente investigada pelo Senado dos Estados Unidos por sedição. Mas a harmonia do quarteto Weaver, e sua revitalização da música folk, acenderam uma faísca em uma era onde o blues tradicional estava se tornando R&B e rock’n’roll. Essa faísca cresceu, e Pete e outros revivalistas do folk (que eram proibidos de cantar em público por pessoas de posicionamento anticomunista) criaram uma renascença do folk que o colocou, ainda que “embelezado”, de novo nas paradas musicais.

Por uma década, parecia que a música folk estava por todos os lados. Mas Pete Seeger não podia aparecer na televisão nem no rádio. Em todos os lugares onde ele cantava, havia piquetes e às vezes a coisa ficava feia. Ele foi ameaçado com “incêndios” criminosos e recebeu ameaças de morte. Mas junto com Toshi, em 1965, ele começou uma campanha pelo que hoje nós chamaríamos de “bairrismo”… Quando ativistas do Movimento Negro diziam aos liberais do norte que trabalhassem em suas próprias comunidades… E quando Pete Seeger foi barrado, impedido de se apresentar em uma escola em sua cidade natal. Um amigo lhe emprestou um livro sobre as antigas chalupas11 que um dia se acumulavam no rio Hudson, e logo ele e Toshi começaram a organizar eventos para arrecadar fundos para construírem uma réplica, a Chalupa Clearwater. Entretanto, isso não era o iate de um homem rico. Esta é uma comunidade que persiste até hoje, focada na educação ambiental e lembrando às pessoas que manter nossos rios vivos é responsabilidade de todos. Isso gerou imitações em escalas nacionais e interna- cionais, até mesmo na Baía de Chesapeake. As preocupações atuais sobre catástrofes climáticas podem ser diretamente relacionadas aos esforços de Seeger, que atuou no sentido de promover um movimento ambiental de massa. Junto com o famoso livro de Rachel Carson, A silent spring, a música e o ativismo de Seeger formaram a base para as atuais lutas em torno da questão climática. Ah, quem dera mais pessoas o tivessem escutado 60 anos atrás!

Nos seus últimos dez anos de vida, ele parou de se apresentar em público, mas nunca hesitou em cantar em escolas primárias ou em manifestações. Um sociólogo escreveu sobre a redenção de Pete Seeger, que culminou com sua presença na tomada de posse do presidente Obama, junto com Bruce Springsteen e seu neto, Tao.

A pergunta que mais ouço sobre Pete Seeger é como ele sobreviveu a todos os piquetes, boicotes e demais ataques. A primeira metade da resposta está no fato de que Pete Seeger era na verdade o “Show de Pete e Toshi”. Judy Collins um dia me perguntou se eu entendia a diferença entre Pete Seeger e seus demais colegas artistas. “A diferença é que ele tinha Toshi”, disse ela cuidadosamente. “Ela sempre esteve ali.” Don McClean um dia me disse que ela tinha as habilidades organizacionais de administrar uma liga de baseball. Além disso, ela era ceramista, videógrafa e organizadora da comunidade veterana. A segunda parte de como ele conseguiu sobreviver e continuar a cantar está na tradição puritano-liberal do estado de New England, que Seeger representa. Self-Reliance12 é o nome do famoso ensaio de Emerson. Pete tinha desejos modestos, dizendo, aos vinte e poucos anos, que tudo que ele precisava era de uma maçã e seu banjo. Seeger era profundamente influenciado pelos escritos de Scott e Helen Nearing13 e seu movimento socialista “de volta à terra”. Por causa disso, ele dirigia um fusca velho, mesmo quando podia bancar uma limusine com motorista. Ao invés de comprar uma casa, ele construiu uma. Ele costumava dizer: “Eu usei minha formação universitária e pesquisei na biblioteca sobre como construir um chalé de madeira”.

Mas talvez o maior motivo pelo qual Seeger conseguiu superar tantos obstáculos seja a sua crença teimosa nas tarefas que ele havia designado para ele mesmo fazer. Não apenas de “fazer a América cantar novamente” – talvez precisemos de um boné com esses dizeres! – mas também de promover justiça social. Ele encorajava tanto sul-africanos como alemães da Alemanha Oriental a aprender a canção We shall overcome, e nenhum dos dois governos gostava disso.

Eu havia presumido que Seeger estava abatido por perder seu grande público depois de ser colocado na “lista negra”. Mas não, disse ele, pedindo que eu removesse as menções da palavra “carreira”. Ele considerava que havia recebido um chamado.

Carreira? Para a maioria das pessoas, isso significa ganhar dinheiro e ficar famoso, e eu não estava preocupado com isso... É por isso que eu definitivamente não queria ter uma carreira com C maiúsculo. Agora, é verdade, eu poderia ter me tornado um violinista, como minha mãe queria. Eu poderia ter me tornado um homem de negócios, como meu avô queria. Eu poderia ter me tornado um jornalista; se eu tivesse perseverado mais, talvez tivesse sido o caso. Se cedo eu tivesse recebido uma bolsa para ser pesquisador, eu poderia ter sido um. Mas eu não estava disposto a me submeter à disciplina. Para ser um pesquisador de verdade, você precisa pegar aquele diploma e cumprir com todas as obrigações acadêmicas. Em vez disso, eu derivei para um nicho em particular que eu encontrei para mim mesmo que ninguém mais havia encontrado… Havia um trabalho que precisava ser feito, e eu estava lá para fazê-lo. Um soldado precisa de treinamento. Quando você está no meio de uma batalha, você precisa saber qual papel você deve cumprir.

A segunda pergunta que mais me fazem é: por que Pete Seeger é importante? Muitos poderiam responder isso melhor do que eu, mas a minha reposta inclui tanto influências políticas quanto musicais.

Muitos cantores e compositores de hoje não se lembram de um tempo em que músicos não se “apresentavam” para o público, e sim cantavam com ele. Pete Seeger elevou o perfil de instrumentos tradicionais do folk, como o violão, o mandolin, a flauta, o violão de 12 e seis cordas e, é claro, o banjo de cinco cordas. Ele tocava todos esses instrumentos e às vezes levava instrumentos tradicionais ao seu limite. Ele chegou até mesmo a adaptar Jesu, joy of man’s desiring, de Bach, para o banjo. Enquanto seu irmão Mike revitalizava a música montanhesa tradicional com gravações da natureza, Pete replicava estilos antigos transformando músicas country para um público urbano. Ele ensinou músicas de pessoas do campo para pessoas da cidade. Ele inoculou o segundo renascimento da música folk em um concerto em Palo Alto, mostrando à cantora Joan Baez e ao cantor Dave Guard, do Kingston Trio, o que poderia ser feito com canções folk. Na parte política, ele e Toshi demonstraram grande experiência. Quando ele não pôde mais cantar para adultos, começou a cantar canções infantis, encorajando muitos a começar a tocar violão ou banjo. Ele escreveu manuais de instrução. Ele ofereceu as fontes de seu repertório, apresentando os músicos Huddie Ledbetter, Woody Guthrie e muitos outros para seu público. Ele se voltou para a música como uma “cola social da comunidade”, conforme me disse uma vez Bess Lomax14.

Por fim, vamos falar de coragem política: desafiando grandes probabilidades para continuar seguindo seu caminho, ele foi um homem que não se calava, não importava o que fizessem com ele. Os Estados Unidos precisam de mais heróis como ele. Ao ser perguntado sobre o que era mais importante para ele, a música ou a política, ele respondeu por meio da música Letter to Eve: “Se a música sozinha fosse capaz de mudar o mundo, eu seria apenas um músico”.

Nos esforços de Seeger para aumentar o entendimento sobre injustiça, seu principal inimigo foi o FBI. Nenhum resumo da vida e da obra de Seeger deveria se esquivar dos esforços do FBI para subverter a ele e a tradição americana de músicas de protesto. Por mais de 20 anos, o FBI, a CIA e outras agências conduziram vigilâncias sobre músicos folk e folcloristas. Como resultado de documentos divulgados sob a Lei de Liberdade de Informação, hoje é possível revelarmos essas vigilâncias. Essa é a história de homens que adentraram festas e reuniões sindicais e do mal que eles causaram. É uma história de revirar lixo, de grampos telefônicos e de infiltração de informantes na comunidade de músicos folk. As evidências incluem músicas, documentos e pedaços de entrevistas.

Em 1951, o Comitê de Segurança Interna do Senado Estadunidense realizou audiências para processar por sedição e insurreição um popular quarteto de folk, os Weavers, simplesmente por cantar! O que isso nos diz sobre o governo estadunidense, sobre eles acharem a música folk tão subversiva? O que isso nos diz sobre o poder da música?

Os originais das 5 mil páginas de arquivos da inteligência que eu obtive sob uma ação da Lei de Liberdade de Informação estão disponíveis no American Folklore Center, juntamente com a minha coleção de entrevistas sobre Seeger, seus colegas e seus camaradas.

Em julho de 1976, eu processei o FBI e a Agência Central de Inteligência (CIA) por documentos sobre os The Almanac Singers, cantores trabalhadores que, antes e durante a Segunda Guerra Mundial, gravaram Talking Union e canções populares; People’s Artists, um grupo de músicos progressistas, ambos entre 1949 e 1956; e, por fim, sobre o The Weavers. Pete Seeger era um dos fundadores de todos esses grupos.

Eu tenho em mãos uma carta do diretor do FBI, datada de 12 de maio de 1977, finalmente respondendo sobre o meu pedido. Aqui está o que Clarence Kelly15 escreveu:

A revisão de nossos registros centrais na sede do FBI não revelou nenhuma informação que indique que o grupo conhecido como The Weavers foi objeto de uma investigação pelo FBI. Entretanto, nossos arquivos contêm uma cópia do jornal Daily Worker onde é mencionado o nome desse grupo. Segue uma cópia do jornal.

Depois de iniciar o processo, eu recebi cerca de 900 documentos sobre o grupo. Levamos cinco anos para ganhar, anos de custas legais e de revisão de documentos editados – em algumas páginas restavam apenas duas linhas! E não eram sequer boas! No verão de 1981, o governo perdeu. Antes de lhes contar o que eu descobri, deixem-me contar uma pequena história, sobre o dia em que ganhamos a causa.

Meu advogado mandou um mensageiro buscar as caixas de documentos, algo que havia sido aprovado pelo juiz (os juízes recebem os arquivos sem censura para que avaliem o quanto a agência está seguindo a lei em suas deleções). O escriturário do nosso tribunal era novo e inexperiente. Quando o mensageiro chegou, ele lhe entregou TODOS os documentos. Por 24 horas, eu tive mais informação do que deveria, e talvez mais do que eu gostaria de saber. Porque os arquivos não censurados incluíam não apenas as passagens que o governo havia previamente omitido, mas também incluíam os nomes de informantes dentro do mundo da música folk.

Essa informação eu não posso compartilhar com vocês hoje. Os informantes estão mortos ou em seus 90 e poucos anos. Em sua maioria, eles eram recrutados de grupos de esquerda que se opunham ao Partido Comunista, como, por exemplo, os Socialistas. E isso, infelizmente, é tudo que eu posso lhes contar. Porque, na manhã seguinte ao recebimento desses documentos que me deixaram de boca aberta, eu recebi uma ligação do meu advogado, Steve Mayer: “Você sabe que não deveria estar com esses documentos”, disse ele calmamente. “Eu sei! Eles são demais! Tem informações aqui que...”, “Que você não pode usar. Os caras do FBI estão a caminho nesse momento para pegar esses documentos de volta e entregar a você os documentos que você deveria ter recebido, apenas com as deleções aprovadas pelo juiz. E eles têm um depoimento juramentado para você assinar. É melhor você assinar. O depoimento atesta que você nunca vai dilvulgar publicamente, ou publicar em qualquer meio, a identidade dos informantes ou dos agentes do FBI envolvidos. Eles estão bem aborrecidos. É melhor você assinar”.

Então, eu assinei. Mas talvez, quando eu for bem velho e não tiver muita coisa que o FBI possa fazer contra mim, eu escreverei e publicarei tudo. Até lá, se você estiver interessado, o melhor que eu posso sugerir é prestar atenção às notas de rodapé da minha biografia.

No fim, eu havia obtido os materiais não só do FBI e da CIA, mas também do Departamento de Exército, do Departamento de Justiça, do Departamento da Marinha e do Departamento da Guerra e do Distrito Militar de Washington. Quem iria imaginar que toda essa gente se importava tanto com música folk? Será que eles estavam procurando por um bom tocador de banjo?

Em março de 1941, os Almanac Singers criticaram o posicionamento do governo Roosevelt sobre a guerra. Sendo tanto pacifistas quanto antinazistas, os Almanacs promoveram paz durante o período entre o pacto antinazista da União Soviética e a entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial. Depois de Pearl Harbor e a entrada dos Estados Unidos na guerra, esses pacifistas se tornaram subversivos ao esforço de guerra, ajudando o novo inimigo. No verão de 1941, depois que os Almanacs começaram a tocar músicas contra Hitler para grandes públicos, o FBI estava voltado às músicas contra a guerra, como Songs for John Doe. Mas, como os álbuns tinham apenas o selo Almanac Records, os investigadores do FBI não sabiam nem por onde começar.

No dia 1º de setembro de 1942, o agente especial do FBI responsável pelo escritório de New Haven descobriu que os direitos de John Doe pertenciam a uma empresa que há tempo não existia mais. Seis meses depois, seguindo as pistas desses álbuns, o agente dirigiu de Connecticut até Nova Jersey para interrogar executivos da Corporação de Rádio (RCA), uma das empresas de álbuns mais comerciais do mundo. Eles nunca haviam ouvido sobre os The Almanacs. Quando o agente do FBI pediu a eles uma lista de todas as pequenas companhias de gravação dos Estados Unidos, os executivos, frustrados, sugeriram ao FBI tentar na Variety ou na Billboard16.

Depois da entrevista na RCA, vários oficiais tentaram evitar a jurisdição; o escritório de Nova York perdeu, e o arquivo intitulado “Gravações de gramofone de natureza sediciosa” foi reaberto. A essa altura, um ano e meio havia se passado desde que os álbuns contra a guerra haviam sido gravados. Quando o FBI finalmente entrou no escritório da Keynote Records17, o gerente lhes disse que os discos eram itens de colecionadores: “As coisas mudaram desde que esses discos foram gravados”.

Satisfeito que a subversão havia sido examinada, em 28 de abril de 1943, J. Edgar Hoover ordenou ao escritório de Nova York que fechasse o caso. Hoover estava enfurecido porque os três discos que haviam iniciado a investigação agora estavam estragados. Hoover observou severamente: “Cuide para que os registros desse tipo sejam guardados com mais cuidado, para que incidentes como este não aconteçam novamente”.

Em meio às brigas com o FBI, Seeger se automedicava com música. Durante as tardes, ele se sentava sozinho ao piano, onde Lee Hays18 deixara algumas letras e Seeger trabalhava nas melodias. Justo quando as coisas pareciam mais sóbrias, ele se voltava à música para lembrar a si mesmo que tempos melhores estavam por vir, desde que ele conseguisse aguentar.

Come let us build

a way for all

mankind A way to

leave these evil

travel onward to a

better year Where

love is and there

will be no fear,

Where love is and

no fear.

Tomorrow is a

highway broad and

fair And we are the

many who’ll travel

there Tomorrow is a

highway broad and

fair And we are the

many who’ll build in

there And we will

build it there.19

Permitam-me concluir com algumas considerações sobre o poder da música.

A música folk inspirou alguns dos nossos compositores favoritos no Ocidente: Liszt, Mussorgsky, Bartok e Ives, dentre outros. E não é de se admirar. É inevitável que o suave som da flauta através do vale chame a atenção do compositor. E a música folk é um rio, sempre fluindo, firme e livre. Ela sempre foi o rio subterrâneo da cultura musical estadunidense. Deste rio de música folk, nasceram três avivamentos sobrepostos de música folk estadunidense, cada um com sua própria direção, personalidade e prática. Logo, o uso da música para finalidades políticas no século XX tem suas origens na crença romântica na possibilidade humana. É Jean Jacques Rousseau ensinando canções ao menino Émile debaixo de uma árvore. É Walt Whitman21 ladrando para o mar, e o toque alto e solitário de um banjo caseiro à distância.

A música folk e a música política estão sempre conosco. Está no som do martelo até à música da rádio na oficina ou, nos velhos tempos, no próprio canto dos trabalhadores. É o movimento rítmico da serra do marceneiro, a varredura na estação, até a batida das músicas na cabeça do trabalhador.

Os Estados Unidos foram fundados por tais trabalhadores e manifestantes – sobretudo religiosos –, atraídos ou jogados de terras distantes. Na bagagem dessas pessoas estava sua música, seus instrumentos às vezes eram suas únicas posses. E, se eles não tivessem instrumentos, eles rapidamente os encontraram nos gravetos e nas peles do Novo Mundo: banjos eram feitos de guaxinins, flautas entalhadas em ossos. E, assim que as pessoas se reuniram e cantaram as músicas antigas, elas as hibridaram para que se adequassem às novas circunstâncias.

A música sempre serviu como um barômetro da sociedade, independentemente de aqueles que a estão ouvindo refletirem ou não sobre o que ela está lhes dizendo.

Na China, durante a construção da Grande Muralha, um imperador enviou serventes para escrever o que os trabalhadores estavam cantando – uma forma primitiva de pesquisa de opinião. Em 1703, o patriota escocês Andrew Flecher sugeriu: “Se a um homem fosse permitido fazer todas as baladas, ele não se importaria com quem deveria fazer as leis da nação”.

Em nossa própria era, música e política têm sido frequentemente combinadas, com sucessos mistos. Ainda que músicos politizados como Bob Marley, N.W.A.22 e outros rappers tenham tentado diminuir a distância que separa o ato de cantar e o de se organizar politicamente, canções ainda parecem efêmeras quando comparadas com balas ou votos. Seu efeito é sutil e virtualmente impossível de ser medido. O impacto de uma música é frequentemente separado do cantor no tempo e no espaço.

A efetividade limitada da música dentro da organização política pode ser inerente. O poeta inglês Stephen Spender sugeriu que aqueles que escrevem músicas ou poesia revolucionárias podem ser frustrados pela natureza não material dessas atividades: “A música é a droga idealista mais poderosa de todas, com exceção da religião”. Logo, a canção política mais emocionante e efetiva na verdade distrai os ouvintes de suas lutas diárias, como um feitiço. Frequentemente essas canções evocam não a amargura da repressão, mas a glória de um mundo reconstruído. A radiodifusão comercial pode não transmitir essas músicas, mas elas ainda estão sendo escritas e cantadas.

A música folk tem inspirado a alma de formas que poucos discursos políticos conseguem; ela encorajou e inspirou revoluções. Percebendo isso, o governo torturou músicos como Victor Jara, no Chile, ou Mikos Theodorakis, na Grécia, esperando destruir uma música silenciando seu compositor. Mas canções são feitas de coisas inquebráveis, palavras e música, que precisam apenas de voz e espírito para viver.

Em 1958, o radicalismo musical de Pete Seeger incitou um processo fascinante e obscuro. O senhor Seeger havia sido banido do auditório do Instituto de Artes de Detroit. Os curadores conservadores haviam julgado que sua música era política e que seus recintos “não poderiam ser usados para programas de natureza política ou controversa”. Os patrocinadores de Seeger levaram o caso à justiça, apresentando ao juiz um questionamento intrigante mesmo para um crítico profissional: o que o senhor Pete Seeger fazia com o público era primariamente musical ou político?

Em sua decisão, o tribunal se desviou de questões mais profundas: “O posicionamento do juiz era o de que cantar canções não tinha a probabilidade de causar uma manifestação”, conforme noticiado pelo The Detroit Free Press23. A questão mais abrangente, sobre a capacidade subversiva da música, pode ter que esperar uma decisão judicial sobre uma extensão da nossa Declaração de Direitos: a Liberdade da Música.

“As responsabilidades começam nos sonhos”, escreveu o poeta Yeats24, e os sonhos de Seeger por vezes o tornaram severo. Se tivesse nascido antes, Seeger talvez tivesse se tornado um Kodaly, um Grieg ou um Bartok: um compositor sinfônico que escreveu música nacionalista baseada em melodias folk. Em vez disso, como um filho do “Front Popular” de 1935, Seeger fundiu a música folk com a música popular estadunidense. O sonho de estadunidenses tocando suas próprias músicas, ao invés de escutarem profissionais se apresentando no rádio ou em discos, é o que melhor definia Seeger. Para ele, a música folk sempre teve um fundo patriota; a música fora forjada a partir dos ritmos das vidas cotidianas, das curvas da terra americana, o esboço de sua arquitetura vernácula.

Por gerações, o rio da música folk fluiu subterraneamente, debaixo da cultura pop e da alta cultura estadunidenses: danças indígenas, música irlandesa, blues afro-americano. Seeger tentou elevar essas tradições para a superfície musical, para que os estadunidenses pudessem reivindicar suas riquezas. Ele suportou e manteve as mãos em volta da chama, até que outros estivessem prontos para recebê-la. E estes somos todos nós que nos importamos com o futuro do planeta, com a fraternidade e com a sororidade.

Notas

1 Tradução do texto original disponibilizado pelo autor na apresentação da Conferência realizada no dia 5 de março de 2020 na Udesc.
2 Professor do Departamento de Língua Inglesa e Literatura na Universidade do Novo México (UNM), Ph.D. em American Studies na University of California Berkeley, biógrafo e documentarista em programas radiofônicos de temáticas vinculadas à literatura, história e música.
3 Doutoranda em História Social da Cultura na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pesquisadora visitante da Universidade de Sheffield (Programa Capes-Print), bacharela em Relações Internacionais (UNISUL), graduada em História (UDESC) e mestre em História (UFF).
4 Professora do Departamento de História, do Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) e do Programa de Pós-Graduação em Música (PPGMUS) na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), pesquisadora vinculada ao INET/md na Universidade de Aveiro, mestra e doutora em História (UFRGS).
5 Doutorando em História do Tempo Presente na Universidade do Estado de Santa Catarina no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), graduado e mestre em História (Udesc). Bolsista Capes-DS.
6 O autor possui dois websites sobre Pete Seeger: PeteSeeger.org e RememberingPeteSeeger.org.
7 Em português, “O passarinho de Khrushchev” e “Santo secular”.
8 Na definição do Dicionário de Música Zahar (1985): Pequena guitarra de quatro cordas que se desenvolveu no Havaí, no século XIX, a partir da machete portuguesa. É usada em música de dança e está estreitamente relacionada com o cavaquinho e o banjo.
9 Toshi Seeger (1922-2013) foi uma cineasta e produtora estadunidense, e esposa de Pete Seeger.
10 Revista de entretenimento estadunidense.
11 Tipo de barco de pequeno porte, geralmente a remo ou a vela.
12 Ensaio de 1841 do filósofo norte-americano Ralph Waldo Emerson.
13 Scott Nearing (1883-1983) foi um economista, escritor e ativista político estadunidense. Helen Nearing (1904-1995), sua esposa, foi uma escritora e ativista política estadunidense. Ambos defendiam o vegetarianismo e o simple living, um estilo de vida simples.
14 Bess Lomax (1921-2009) foi uma musicista folk, folclorista e pesquisadora estadunidense.
15 Clarence M. Kelly (1911-1997) foi um agente do FBI.
16 A Billboard é uma revista estadunidense que divulga semanalmente as cem músicas do topo da parada musical.
17 Foi uma gravadora nos anos 1940 voltada ao registro e lançamento de canções folclóricas, políticas e de oposição à guerra.
18 Lee Hays (1914-1981) foi um cantor e compositor folk estadunidense.
19 Em português: “Venha, vamos construir um caminho para toda a humanidade / Um caminho para deixar esses anos ruins para trás / Para seguir em frente rumo a um ano melhor / Onde há amor e não há medo / Onde há amor e não há medo. / O amanhã é uma estrada grande e bonita / E nós somos os muitos que viajarão para lá / O amanhã é uma estrada grande e bonita / E nós somos os muitos que irão construir lá / E nós vamos construir isso”.
20 Guitarrista e compositor estadunidense.
21 Walt Whitman (1819-1892) foi um poeta, ensaísta e jornalista estadunidense.
22 N.W.A. (Niggaz Wit Attitudes, em português, “negros com atitudes”), foi um grupo de gangsta rap estadunidense formado na década de 1980.
23 Maior jornal diário da cidade estadunidense de Detroit.
24 William Butler Yeats (1865-1939) foi um poeta e dramaturgo irlandês.
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