Secciones
Referencias
Resumen
Servicios
Descargas
HTML
ePub
PDF
Buscar
Fuente


Editorial
RACE-Revista de Administração, Contabilidade e Economia, vol.. 18, núm. 3, 2019
Editora Unoesc

EDITORIAL

Caros leitores da RACE, é com satisfação que apresentamos o Editorial da edição v. 18, n. 3, 2019. A Revista de Administração, Contabilidade e Economia—RACE é uma publicação eletrônica quadrimestral (nesta edição, de setembro a dezembro) sob responsabilidade de professores que integram o Mestrado Profissional em Administração e do Curso de Doutorado em Administração da Universidade do Oeste de Santa Catarina. Nesta edição apresentamos oito artigos originais teórico-empíricos que contribuem para o desenvolvimento da literatura nos respectivos temas.

No primeiro artigo, Compensar ou monitorar os executivos?, os autores Alberto Granzotto e Igor Bernardi Sonza buscaram analisar a eficiência dos mecanismos de governança corporativa, especificamente a compensação aos executivos e monitoramento, na resolução dos conflitos de agência entre os executivos principais e os acionistas de empresas de capital aberto brasileiras. Metodologicamente, aplicaram modelos dinâmicos de regressão linear múltipla, em uma amostra de 42 empresas, no período de 1999 a 2016. Os resultados mostraram que o monitoramento é o meio mais eficiente para mitigar os problemas de agência, sendo os conselheiros agentes ativos no processo de verificação das ações dos executivos, gerando resultados consistentes que afetam positivamente o desempenho. Este estudo contesta a prerrogativa de que o conselho de administração é “figurativo” no Brasil, mostrando que tem um desempenho significativo no monitoramento.

No artigo Práticas sustentáveis voltadas à Green Logistic: Estudo multicaso em empresas de cosméticos, os autores Mariliza Rech, Débora de Gomes, Valmor Reckziegel e Marcos Antônio de Souza aproximaram os temas de sustentabilidade e Green Logistic, analisando quais práticas de sustentabilidade, voltadas à Green Logistic, são evidenciadas pelas três maiores empresas de cosméticos atuantes no Brasil (Avon, o Boticário e Natura), entre 2014 e 2018. Os resultados mostraram que as três empresas evidenciam práticas de sustentabilidade voltadas à Green Logistic, especialmente com relação à redefinição de processos, de toda a cadeia produtiva e de distribuição; redução de gases de efeito estufa; uso de outros modais de transporte; parcerias com transportadoras, cadeia de fornecimento, operadores logísticos e terceiros; redução e otimização na distribuição dos produtos; logística reversa; e redução das pegadas de carbono.

No terceiro artigo, Associação entre o nível de evidenciação dos ativos intangíveis e o desempenho econômico-financeiro dos clubes de futebol brasileiros, as autoras Juliane Pacheco e Maíra Melo de Souza verificam a associação entre o nível de evidenciação dos ativos intangíveis e o desempenho econômico-financeiro dos clubes de futebol, que participaram do campeonato brasileiro das Séries A e B, em 2017. Os resultados evidenciam que o resultado líquido e o ativo intangível estão associados ao nível de evidenciação. Concluíram, ainda, que os clubes são parcialmente transparentes, em razão de metade da amostra apresentar um nível de evidenciação acima da média, cerca de 60%. Esse resultado sugere que é preciso ser mais abrangente na evidenciação das informações, para os clubes se adaptarem completamente à norma de contabilidade.

As autoras Janaina Piana e Elizângela Mara Carvalheiro, no artigo Trajetórias de acumulação de capacidades tecnológicas: O caso da indústria leiteira do Sudoeste do Paraná, analisam as trajetórias de acumulação de capacidades tecnológicas e processos de aprendizagem da indústria leiteira da região Sudoeste do Estado do Paraná. Por meio de um estudo qualitativo, com recurso a entrevistas em quatro empresas, observou-se que: em um laticínio há uma trajetória de acumulação de capacidades tecnológicas que resultou em capacidade de inovação intermediária; e, em três laticínios, há uma trajetória de estagnação em capacidades tecnológicas de produção básica, em dois deles há mais de 30 anos. Verificaram, ainda, que os laticínios, independente da trajetória, possuem foco na produção do queijo mussarela, observando-se poucos movimentos de diversificação de produto.

No quinto artigo, Adoção de “Gestão Estratégica” por uma empresa distribuidora de derivados de petróleo, os autores Luciano Maldonado Felipe e Claudio Antonio Rojo exploraram as características da gestão de uma empresa distribuidora de derivados de petróleo, usando o método relato técnico-científico. Os autores verificaram que faltam ferramentas e técnicas que permitam a atuação dos sucessores e dos colaboradores e incentivem a inovação. Foram propostas duas intervenções: a adoção de um modelo de desempenho organizacional com o uso de diversos indicadores de gestão, e o uso da ferramenta Canvas, conferindo à empresa uma “gestão estratégica”.

Em A legitimidade do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) frente aos demais Índices B3, Roberto Francisco de Souza, Adhmir Renan Voltolini Gomes, Samuel Lyncon Leandro de Lima, Gracielly Vieira dos Santos e Delci Grapegia Dal Vesco analisam a relação e a influência de vários índices, com o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). A amostra final inclui 22.284 observações, que foram selecionadas por meio de séries e das variações diárias de cada índice, entre 2012 e 2016. Os resultados evidenciam uma relação forte e positiva do ISE com os demais índices. Os resultados indicam que as empresas buscam se legitimar participando desse Índice, isto é, buscam incorporar cada vez mais estruturas isomórficas que refletem o ambiente institucional. Os autores questionam a legitimidade do ISE e sugerem que a legitimidade proporcionada por ele pode ser atrelada à composição dos demais índices.

No sétimo artigo, Direitos decisórios e de contribuição nas estratégias de TI: Estudo em uma empresa de grande porte no Estado do RS, os autores Karen Hackbart Souza Fontana, Geruza Rodrigues Thiel, Adolfo Alberto Vanti e Pedro Solana González analisaram, por meio da matriz de arranjos de governança e arquétipos políticos abordados por Weill e Ross (2006), a participação de gestores nos direitos decisórios e de contribuição nas estratégias de TI, em uma empresa de grande porte no Estado do RS. Os resultados encontrados apontaram que as decisões-chave relacionadas à Governança de TI são tomadas por Duopólio de TI. Verificaram, ainda, que o arquétipo predominante é a monarquia de TI, ou seja, a participação exclusiva de indivíduos ligados à área de TI. Isso quer dizer que há um forte envolvimento de profissionais de TI no processo decisório da empresa. Esse alinhamento entre TI e estratégias de negócios pode fornecer expectativas realistas para a TI.

O último artigo, Estrutura de concorrência e estratégia de preço no mercado brasileiro de aviação civil, é de autoria de Thiago Cavalcante de Souza, Sarah Farias de Andrade e Aniram Lins Cavalcante. Neste, os autores analisaram o padrão de competição, os preços e a estrutura de mercado do mercado brasileiro de aviação civil, tomando como referência a oferta e a demanda de assentos no tráfego doméstico. Metodologicamente, utilizaram os indicadores de concentração CRN (4...8) e o Índice Herfindahl-Hirschman. Os resultados evidenciaram que grande parcela do mercado brasileiro de aviação civil é dominada por um pequeno grupo de companhias aéreas, confirmando a hipótese central de oligopolização do mercado. Observou-se que as estratégias de competição das firmas estão associadas à ampliação da capacidade de oferta e captação de passageiros, muitas vezes evidenciada pela concentração da malha aérea e aumentos de slots aeroportuários centrais. Por fim, a regulação governamental parece exercer influência sobre as estratégias adaptativas das empresas desse segmento.

Desejo uma ótima leitura a todos!

Cláudia Sofia Frias Pinto



Buscar:
Ir a la Página
IR