Editorial
Editorial
Publicado: 25 Abril 2019
É com grande satisfação e na certeza de que estamos oferecendo um conjunto de ótimos estudos a você, leitor, que apresentamos a primeira edição do ano de ٢٠١٩ da Revista de Administração, Contabilidade e Economia, a RACE. O número ١ do volume ١٨ de nossa revista atende aos interesses científicos e gerenciais de estudiosos e profissionais da Administração, da Contabilidade e da Economia. Os oito artigos incluídos neste quadrimestre despertarão interesse da comunidade e serão reconhecidos por suas contribuições fortemente ancoradas na literatura, pela metodologia cuidadosa e por agregarem novos conhecimentos aos seus respectivos campos.
A Unoesc, Universidade do Oeste de Santa Catarina, por meio dos Cursos de Mestrado Profissional em Administração e Doutorado Acadêmico em Administração exerce sua vocação e materializa seu papel fundamental na construção de conhecimento por meio da pesquisa na área dos negócios.
A maioria dos estudos da edição atual versa sobre questões da gestão. O artigo Conformidade contábil-fiscal e gerenciamento de resultados contábeis no Brasil, de Antonio Lopo Martinez e Lennilton Viana Leal, realiza uma análise de um conjunto amplo de variáveis para um período de seis anos. Além desse bom conjunto de dados, os autores conduzem cuidadoso procedimento metodológico buscando elucidar se maior conformidade contábil-fiscal limita o gerenciamento de resultados em companhias de capital aberto, não financeiras e listadas na B3. Os autores identificam que quanto menor é a conformidade contábil-fiscal, maior é a propensão ao gerenciamento de resultados. Já o artigo Conhecimento sobre gestão financeira dos dirigentes de pequenas empresas do Sul de Santa Catarina, de Silvete Moterle, Rodney Wernke e Ivone Junges lança um importante olhar sobre a questão do conhecimento financeiro de gestores de micro e pequenas empresas. Ao evidenciar estatisticamente que esse tipo de conhecimento é baixo por parte dos gestores, os autores possibilitam maior conhecimento da comunidade a respeito de lacunas na formação e atuação do segmento de profissionais analisado.
O artigo Relações entre irmãos: impacto da rivalidade na gestão, de Mara Vogt, Juçara Haveroth e Vinícius Costa da Silva Zonatto, por sua vez, utiliza-se de metodologia de natureza qualitativa para endereçar uma questão importante da gestão de empresas familiares, que é a rivalidade entre irmãos. Ao descrever as diferentes formas de como a rivalidade entre irmãos pode prejudicar os resultados das empresas, os autores propiciam reflexões importantes sobre a composição do quadro gerencial desse tipo de empresa que tem ganhado representatividade no Brasil e no exterior. Oferecemos ainda ao leitor a oportunidade de compreender os efeitos da corrupção na economia. O artigo Pé no freio ou no acelerador? Uma análise empírica dos efeitos da corrupção sobre o empreendedorismo, de Bruna Teixeira Baungarte, Vivian dos Santos Queiroz Orellana, Rodrigo Nobre Fernandez e Gabrielito Menezes, propõe-se a analisar e discutir essa questão. Contando com ampla série de dados os autores conduzem boa análise estatística a esse respeito. Os resultados mostram que sim, a corrupção influencia negativamente o empreendedorismo em nações em desenvolvimento. As evidências adicionais presentes neste artigo reforçam a urgência de um esforço da sociedade contra a corrupção.
O último artigo que diz respeito especificamente ao campo da gestão é intitulado Efeito do recall do patrocínio Máster nos fatores de consumo de bens e serviços de um Clube de futebol, e, apresentado por Thiago Bruno Jesus Silva, Luís Antonio Lay, Cristian Baú Dal Magro, Denise Isabel Rizzi e Rafael Ferla, aproxima-nos de um objeto amplamente adorado no Brasil: o futebol. Ao verificar como características individuais podem ser utilizadas como fatores explicativos do hábito de consumo dos torcedores, os autores colocam em debate aspectos emocionais e racionais dos consumidores desse segmento. Contando com uma análise quantitativa de boa amplitude, o estudo posiciona o recall do patrocínio Máster como uma variável que media a relação entre fatores explicativos e o hábito de consumo dos torcedores com interesse por produtos ofertados pelos clubes de futebol.
Há também nesta edição dois artigos que respondem a questões latentes no campo da contabilidade: em Big Bath Accounting e turnover de executivos em empresas listadas na B3, de Viviane Theiss, Henrique Portulhak, Marcos Roberto Kuhl e Romualdo Douglas Colauto, o debate sobre o gerenciamento de resultados é posto em evidência. Apesar de não suportar a hipótese previamente estabelecida, o estudo utiliza ampla base para realização dos testes estatísticos com boa diversidade de variáveis incluídas nos modelos. Certamente outros autores interessados no tópico encontram aqui indícios de estudos futuros que possam vir a identificar novos sentidos e intensidades da relação entre a troca de executivos e os modos de gerenciamento de resultados. Já Alini da Silva, Sheila Patrícia Ramos, Adriana Kroenke e Nelson Hein nos trazem uma Análise exploratória de indicadores de desempenho para leitura. Os autores procedem uma verificação do agrupamento de indicadores de desempenho econômico, desempenho financeiro e desempenho de mercado, fazendo uma análise fatorial exploratória. Ao identificar uma diferença de resultados para aquilo que a literatura inicialmente sugere, o estudo explora as peculiaridades de sua ótima base de dados e variáveis de controle para compreender a origem dessa alteração.
As preocupações dos profissionais e acadêmicos que lidam com políticas públicas – os economistas – são subsidiadas nesta edição com contribuições do último artigo. É interessante perceber que em Análise entre os gastos do governo local e o crescimento econômico das cidades portuárias há indicativos claros de como os gastos públicos podem potencializar características econômicas específicas dos municípios. Os autores Cristiane Aparecida da Silva, Barbara Gonçalves Amaral, Marcielle Anzilago e Rogério João Lunkes conduzem o leitor a uma radiografia do desenvolvimento de municípios portuários. Os resultados e as discussões podem, sem dúvida, oferecer novas ideias para o debate da elaboração de políticas públicas em situações similares.
Todas essas contribuições são oferecidas, a partir de agora, em um novo e agradável visual. Esperamos que a nova capa, que encerra um ciclo de mais de 10 anos do visual anterior, bem como as fontes e diagramação estimulem o interesse e facilitem a leitura dos artigos.
Um ótimo ano a todos e boa leitura!
Juliano Danilo Spuldaro