Revista Espinhaço entrevista Wilbor Poletti: experiências da II Semana da Geologia da UFVJM - da especialização técnica ao fortalecimento do coletivo
Revista Espinhaço
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Brasil
ISSN-e: 2317-0611
Periodicidade: Semestral
vol. 13, núm. 1, 2024
Recepção: 07 Julho 2023
Aprovação: 07 Julho 2023
Resumo: Revista Espinhaço entrevista Wilbor Poletti, bacharel e doutor em Geofísica pela Universidade de São Paulo (2012 e 2018, respectivamente), ambos com período de estágio acadêmico na University of Liverpool (6 e 12 meses, respectivamente). Realizou um pós-doutorado de 4 meses em 2018 no IAG-USP. Atualmente é docente do curso de Engenharia Geológica da UFVJM e vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Geologia da mesma instituição. Nesta entrevista, Wilbor fala sobre a experiência da II Semana de Geologia da UFVJM.
Palavras-chave: Semana de Geologia.
O que é a Semana da Geologia e como ela acontece aqui na UFVJM?
A Semana da Geologia é um evento anual que acontece em diversos cursos de Geologia ou Engenharia Geológica de universidades públicas brasileiras. Seu objetivo é promover, ao longo de uma semana, diversas atividades técnico-científicas, artísticas-culturais, bem como debates e reflexões que integram questões sociais contemporâneas relacionadas ao perfil do aluno e profissional de geociências. Sua organização é realizada por meio do trabalho conjunto de diferentes núcleos acadêmicos, de forma a envolver discentes, docentes e técnicos. Além disso, diversas instituições optam por realizar esse evento ao longo da última semana do mês de maio, uma vez que em 30 de maio celebra-se o Dia do Geólogo e da Geóloga.
Na UFVJM ocorreram, até o momento, duas edições da Semana da Geologia: uma antes da pandemia de Covid-19, em 2019, e outra após a pandemia, no final de maio e início de junho de 2023. A primeira edição foi essencialmente organizada por alunos do Centro Acadêmico (CAEGeo) e da Empresa Júnior (Gemma) da Engenharia Geológica. A motivação deles foi de criar um espaço de discussões característico desse tipo de evento dentro da UFVJM. À época, os alunos tomaram a frente da organização e, mesmo sem experiência prévia, propuseram e gerenciaram atrações como minicursos e palestras. A primeira Semana da Geologia finalizou com um ar de satisfação e expectativa para próximas edições.
No ano seguinte à primeira edição do evento, teve início a pandemia de Covid-19, impossibilitando a realização da segunda edição. E essa situação perdurou por mais alguns anos. Em 2023, passado o momento mais crítico da pandemia, a chapa eleita do CAEGeo começou a colocar em prática uma de suas propostas de campanha, que era a realização desse evento. Nessa vertente, formou-se o comitê organizador composto por alunos do CAEGeo, alunos de graduação em Engenharia Geológica e alunos do Programa de Pós-Graduação em Geologia da UFVJM – todos sob orientação de um docente (no caso, eu!). Para além do escopo pré-definido desse evento, a grande motivação foi criar um ambiente confortável de reencontro. Havia uma clara necessidade de um modelo de integração que transcendesse nossa rotina universitária, de forma a provarmos novas experiências técnico-acadêmicas, interações humanas, discussões e reflexões sobre pautas sociais que são urgentes, e tudo isso alicerçado nas geociências. Hoje, relembrando o evento, acredito que obtivemos sucesso em nossa busca.
Para entendermos um pouco mais a respeito dos frutos derivados do evento, seria interessante termos primeiramente um panorama da sua estrutura. Você pode nos dar uma breve descrição?
A II Semana da Geologia da UFVJM aconteceu ao longo de quatro dias, com início em 30 de maio de 2023, ou seja, Dia do Geólogo e da Geóloga. O primeiro dia do evento, terça-feira, foi marcado pela sua abertura no bar Amendoim Tropical, que tradicionalmente acolhe encontros com viés de geociências, dada a sua proximidade com a Casa da Glória (sede do Centro de Geologia Eschwege, IGC - UFMG) em Diamantina. Nos dois dias subsequentes, isto é, quarta e quinta-feira, houve minicursos pela manhã, palestras no período da tarde e mesas redondas no final da tarde e início da noite. No último dia, sexta-feira, foi promovido o II Simpósio Geoprovocações, seguido de encerramento e confraternização.
A abertura do evento aconteceu em um bar para facilitar as interações entre os participantes ou com um propósito diferente, como por exemplo, o que acontece no Pint of Science?
As duas coisas! A decisão por realizar a abertura em um bar que traz essa atmosfera geológica foi, de fato, para criar um ambiente agradável para as primeiras interações. Mas para além disso, foram realizadas as primeiras reflexões coletivas e uma palestra sobre a geologia dos vales do Jequitinhonha, Mucuri e São Francisco. Nesse primeiro momento, havia mais de cinquenta pessoas presentes, dentre elas, discentes, docentes e técnicos da UFVJM; pesquisadores convidados de outras instituições; pessoas externas à universidade, tais como, acompanhantes de participantes, simpatizantes ou meros curiosos pelo tema. Ou seja, um coletivo diversificado estava unido com o propósito de prestigiar, contribuir ou desfrutar do evento. Inclusive, o professor Heron Bonadiman e a professora Flaviana Tavares, de forma muito gentil, estiveram presentes, representando a UFVJM para além da Geologia. Todos acomodados, iniciou-se a abertura por meio das boas-vindas da presidenta do CAEGeo, a discente Lavínia Figueiredo, e por uma breve apresentação inicial feita por mim.
Por ser o primeiro encontro após a pandemia, eu relembrei a primeira edição da Semana da Geologia e adentrei nos problemas que enfrentamos nos anos seguintes. De forma muito aberta, refletimos a respeito da esfera social devido a pandemia. Recordamos esse percalço que assolou a vida de muita gente, que adoentou muitas pessoas (e muitos de nós) devido às incertezas, ansiedades, medo; que culminou em depressão e tristeza. Foi um momento importante para pensarmos que não foi algo pequeno que nos impediu de estarmos ali nos anos anteriores. Somado a isso, houve uma reflexão a respeito do governo frente a esse caso. O simples ato de percorrer por notícias veiculadas à época foi suficiente para relembrarmos que além de uma pandemia, estávamos à deriva em termos de governabilidade. Lembramos juntos que há pouco tempo as lágrimas da população estavam sendo utilizadas, por muitas vezes, como combustível para o deboche daqueles que deveriam ser a nossa maior fonte de amparo. Em seguida, refletimos a respeito da situação da educação à época, com foco na nossa instituição, a UFVJM. Mais uma vez, exercitamos a memória de um passado recente e observamos as consequências do alinhamento entre o diligente da nossa instituição com o governo que constantemente atacava discentes, docentes e todas as categorias universitárias. Relembramos que houve diversos atos que culminaram na precarização de setores essenciais para o progresso da nossa instituição. Feito essas recordações, passamos a refletir sobre a importância daquele encontro. Graças a muitos profissionais sérios, estávamos vacinados e protegidos. Nesse momento a reflexão passou a ser sobre o reencontro. Sobre novos horizontes, dada a renovação do governo federal, da gestão da UFVJM, do final da crise pandêmica. Sobre uma nova fase em que o medo, provocado há pouco tempo de diferentes maneiras, não seria mais fator limitante de nossas ações rumo ao progresso. E finalizamos nossas primeiras reflexões com uma salva de palmas gostosa.
Em seguida, nos acomodamos para desfrutar da palestra/aula do professor Matheus Kuchenbecker. Em uma hora e meia tivemos a oportunidade de aprendermos juntos muito mais sobre a geologia e os recursos minerais da região de atuação da UFVJM - os vales dos rios Jequitinhonha, Mucuri e São Francisco. Além disso, e de forma cuidadosamente posta, pudemos refletir sobre o papel social que o estudante e profissional das geociências possui. Esse momento da abertura foi muito parecido com o Pint of Science, e foi muito enriquecedor e unificador!
Nos dois dias seguintes, quarta e quinta-feira, a estrutura das atividades foram semelhantes, ou seja, minicursos, palestras e mesas redondas. Houve reflexões parecidas às da abertura nesses dias?
Aconteceram diversas reflexões sim, mas não necessariamente como as da abertura. Os minicursos seguiram uma estrutura mais técnico-acadêmica, de forma a proporcionar conhecimento suplementar e específico aos participantes. As palestras tiveram um formato mais abrangente, de modo que extrapolaram a discussão puramente geocientífica. Foram oito palestras ministradas por docentes da Engenharia Geológica daqui da UFVJM e por participantes convidados. Os docentes da UFVJM trabalharam seus conteúdos por meio de revisões de temas e da exposição de oportunidades de desenvolvimento de projetos de pesquisa, como por exemplo, metodologias que possam ser empregadas via parcerias institucionais e laboratórios multiusuários alocados em outros centros de pesquisa. As palestras dos pesquisadores convidados tiveram outra abordagem. Elas trouxeram uma visão que extrapola o que vem sendo desenvolvido na UFVJM, sempre com o cuidado ser transmitida em uma linguagem acolhedora aos alunos de graduação. Uma característica interessante foi que as palestras dos convidados, embora cuidadosas com a linguagem, não perderam a profundidade dos temas abordados. Ou seja, todos puderam desfrutar de pesquisas que estão na fronteira do conhecimento científico, comprovadas por publicações de artigos internacionais e de alto impacto, e de forma relativamente leve. Destaco até uma palestra que trouxe um novo conceito a respeito de uma feição geológica, que vem sendo desenvolvido por pesquisadores da Petrobrás, e que extrapola a forma atual do pensar, isto é, uma nova proposta de paradigma.
Agora, sobre as mesas redondas, duas temáticas foram abordadas: a presença feminina nas geociências, debatido na primeira mesa, e a vida/carreira do egresso do curso em Engenharia Geológica, na segunda mesa. A primeira mesa redonda rendeu discussões aprofundadas sobre o assunto, com a exposição de dados e de vivências pessoais colocadas por diferentes mulheres que estavam presentes. A dinâmica dessa mesa redonda permitiu um diálogo muito abrangente entre todos os presentes, identificações de problemas urgentes, debates e possíveis caminhos. A segunda mesa redonda trouxe mais experiências de egressos, em diferentes momentos da carreira. Houve a exposição de caminhos daqueles e daquelas que seguiram para a iniciativa privada, setores públicos relacionados às geociências e meio acadêmico.
Você disse que o tema da primeira mesa redonda, que abordou a participação feminina nas geociências, rendeu discussões aprofundadas sobre o assunto. Você pode nos dizer mais sobre esse momento?
Antes da abertura dessa primeira mesa redonda, foi realizada a divulgação de projetos que visam o amparo, acolhimento e apoio à mulher dentro e fora da universidade. É importante dizer que não houve qualquer restrição de participação, ou seja, a plateia foi aberta para todas e todos. Aqui na UFVJM, existe um núcleo denominado Rede de Mulheres da UFVJM, composto por três projetos: o Para Maria e Teresas do Instituto de Ciência e Tecnologia, o Núcleo de Orientação Socioeducacional da UFVJM (NÓS) do curso de Ciências Humanas e o MULIER da Faculdade de Medicina. Naquele momento, o projeto NÓS foi apresentado pela Prof. Josélia e pela discente Ellyvânia. O projeto Para Maria e Teresas foi apresentado pela discente Giulia Jacovini, que também foi a mediadora da mesa redonda. O projeto MULIER foi mencionado, mas infelizmente não pode ter uma representante naquele momento. A divulgação inicial dos projetos trouxe uma primeira reflexão sobre questões atuais como violência física e psicológica contra a mulher, dificuldade do acesso feminino em alguns espaços ditos como tradicionais, a falta de políticas de apoio à mulher dentro e fora da universidade. E, em paralelo, como os projetos apresentados atuam no combate a esses problemas.
Na sequência foi iniciada a formação da mesa redonda propriamente dita. Ela foi composta por quatro mulheres do curso de Engenharia Geológica da UFVJM: Alessandra Vasconcelos, Ana Clara Caixeta, Ana Maciel, e Lucilia Oliveira. Cada integrante teve um tempo para expor aquilo que julgasse pertinente e confortável, e essa abordagem trouxe uma dinâmica muito interessante. Após a exposição de cada participante da mesa, ficou muito evidente a discrepância na quantidade de mulheres que atuam nas geociências. Embora hoje a relação entre o número de homens e mulheres em cursos de graduação seja um pouco mais equilibrada, no passado recente o cenário não era esse. Além disso, foi mostrado e discutido que o número de mulheres na pós-graduação é relativamente equilibrado quando comparado ao número de homens, no entanto, os cargos de docência em geociência ou lideranças em meios corporativos ainda são predominados pelo sexo masculino. Discutiu-se que a maternidade ainda é um dos fatores que possui maior impacto na carreira da mulher.
Na sequência, houve abertura para a participação da plateia. Diversos temas foram abordados, mas cabe destacar que a atmosfera criada pelo momento possibilitou que fosse debatido e exposto assuntos que também merecem muita atenção. O tema que gerou maior tempo de exposição e debate foi sobre o assédio físico e psicológico contra a mulher, dentro do contexto de experiências vividas por mulheres atuantes nas geociências, principalmente da UFVJM. Foram relembrados alguns fatos relacionados ao tema que aconteceram em um passado relativamente próximo, e que ainda não foram solucionados, embora tenham sido acolhidos e tratados pela unidade, e encaminhados aos setores superiores. Novos relatos foram compartilhados, discutidos e pensados em coletivo; situações que trouxeram à tona o medo enfrentado pelas alunas de maneira corriqueira. Após as exposições, houve um momento de debate coletivo como meio de criar caminhos. Embora a força e imposição feminina tenha surgido como uma forma de combate à violência, ficou compreendido que não é pertinente cobrar ação de combate por parte da vítima. A responsabilização e punição devem ser canalizadas ao agressor. Houve também a cobrança imediata e rotineira de ações por parte dos participantes homens, como por exemplo, repúdio a qualquer prática machista, observação e impedimento de comportamentos masculinos que possam evoluir para uma agressão contra a mulher, acolhimento imediato das denúncias realizadas de maneira informal, entendendo que essa possa ser a única forma encontrada por uma mulher de pedir ajuda. Ou seja, o amplo debate deixou muito clara a ideia de que a luta é de todas e todos. Foi também sugerida a criação, na UFVJM, de um núcleo da Associação Brasileira de Mulheres nas Geociências, órgão que vem capitaneando este debate a nível nacional.
No final das conversas, ficou clara a importância de projetos voltados ao público feminino, como os que foram apresentados no início dos trabalhos. Além disso, a necessidade urgente de ser criada uma ouvidoria eficaz na universidade, bem como desburocratizados os processos que possam punir agressores. Gostaria de aproveitar para destacar que discussões como essa são fundamentais dentro do espaço universitário para que se crie um ambiente verdadeiramente plural e democrático. E devem ser expandidas para outros coletivos, como por exemplo, LGBTQIAPN+, negros e negras, quilombolas, indígenas, pessoas com baixa renda e acesso limitado, entre muitos outros.
Agora seguindo para o último dia do evento, a atração principal foi o II Simpósio GeoProvocações. O que seria esse simpósio e o que ele traz de reflexão?
O GeoProvocações é um simpósio que teve sua primeira edição em 2021, ainda na pandemia. Seu nome brinca com o do programa Provocações da TV Cultura, enquanto liderado pelo Antônio Abujamra. Tecnicamente, esse simpósio presa por apresentações curtas para todos os participantes. Para você ter uma ideia, apresentadores que submetem trabalho regular para esse simpósio tem dez minutos no total para chegar, apresentar, responder às perguntas e se retirar. Já os apresentadores convidados têm quinze minutos no total. Isso cria uma dinâmica diferente, pois cada minuto é valioso e o conhecimento deve ser passado de maneira muito atrativa, uma vez que não há muito tempo para conquistar a plateia! Além disso, vale destacar que apesar das apresentações tenderem a acontecer de uma forma mais direta, sem muita descrição do embasamento metodológico utilizado, os trabalhos apresentados passam por um crivo de validação que garante haver fundamentação científica. Ou seja, cada apresentação é uma provocação natural. Outra característica é que há mais intervalos ao longo do simpósio, de modo que todos possam interagir mais e tirar as dúvidas daquilo que não deu tempo ao longo das apresentações.
O II GeoProvocações trouxe uma pequena novidade. A apresentação de abertura foi realizada por meio de uma palestra de trinta minutos, seguindo a estrutura das palestras que aconteceram na quarta e quinta-feira. No entanto, o palestrante que iniciou o simpósio, o Daniel Galvão (Petrobrás), trouxe um tema que instigou muita reflexão em todos os presentes. O título da palestra foi: “Transcendendo os obstáculos epistemológicos para o desenvolvimento do espírito Geocientífico”. Com essa palestra, fundamentada na perspectiva teórica do filósofo francês Gaston Bachelard, refletimos sobre a forma do pensar científico. Ou seja, sobre formas eficazes do pensar, vislumbrando tanto progressos acadêmicos e sociais, quanto sobre aquilo que estagna o avanço dos conhecimentos. O interessante desse exercício foi de reconhecer exemplos em nossa prática diária, seja por meio de projetos, metodologias, campo de discussão. Sem dúvida, foi um momento muito importante do dia, pois iniciamos o II GeoProvocações com todos provocados a pensar profundamente sobre a forma de pensar!
Em seguida, desfrutamos de diversas apresentações, das quais mesclaram a participação de discentes de graduação e pós-graduação, docentes e técnicos, em uma dinâmica muito agradável. Algumas apresentações se aventuraram em um formato mais filosófico do pensar, outras abordavam hipóteses a serem testadas frente a problemas em aberto na geologia brasileira, outras trouxeram resultados preliminares. Gostaria de destacar uma apresentação realizada por uma discente que abordou aspectos da geologia regional de Diamantina. De forma muito elegante, a discente questionou se de fato seria suficiente utilizar apenas cor de solo como elemento de identificação de um tipo específico de litologia. Isso colocou em discussão a limitação dessa abordagem ainda praticada. Consequentemente, esse questionamento rendeu discussões muito produtivas, assim como um diagnóstico positivo a respeito do senso crítico que uma boa parcela dos discentes de Engenharia Geológica tem adquirido.
O ciclo de apresentações foi encerrado com uma palestra (provocação) realizada pela Presidenta do Centro Acadêmico da Engenharia Geológica (CAEGeo). Ela fez uma retrospectiva do CAEGeo desde sua fundação, lembrando que esse é o único C.A. das engenharias do ICT (Campus JK Diamantina). Mostrou os feitos realizados até o momento, como por exemplo, os eventos: Café Geológico, que visa para acolher os alunos que ingressaram diretamente no curso; e as I e II Semana da Geologia. Também foram destacadas as melhorias no dia a dia dos estudantes, por exemplo, a aquisição de um microondas para garantir o aquecimento das refeições, disponibilização de kits nos banheiros femininos visando acolhimento, saúde e bem-estar, aquisição de colchões para um repouso após o almoço ou entre atividades. E essa apresentação finalizou com uma discussão a respeito da necessidade de se manter ativo esse coletivo (o Centro Acadêmico), a importância da sua expansão e busca por mais apoio e participantes, e a necessidade da criação de uma área de vivência, onde os alunos poderão ter um ambiente agradável e que certamente impactará na diminuição da evasão.
Para finalizar, como foi o encerramento? E você gostaria de deixar alguma outra observação?
O encerramento aconteceu com a maioria dos participantes da II Semana da Geologia, em um momento mais integrado e descontraído. Houve a participação da banda Noturnália, que além de promover um ambiente delicioso de integração por meio da música, trouxe reflexões a respeito da necessidade de termos um olhar mais sensível nos ambientes em que trabalhamos. O Centro de Estudos de Geociências (CEGeo) abriga diferentes grupos de pesquisa, provenientes da Geologia, Geografia, Arqueologia, Ambiental. Devido a coexistência de diferentes coletivos, o Luis Mafra, também vocalista da banda Noturnália, dialogou respeitosamente com os presentes e pediu maior integração entre todos e todas. E mais, de uma maneira muito incisiva, ele clamou pela mitigação imediata do preconceito contra qualquer LGBTQIAPN+.
A II Semana da Geologia emergiu como um importante fortalecimento do coletivo das geociências da UFVJM. Provou, mais uma vez, que essa prática é fundamental para que possamos avançar tanto na qualidade do nosso curso, quanto na formação mais ampla e sólida de cidadãos que em breve irão atuar no mercado de trabalho e no meio político. Carrego uma certeza de que o evento cumpriu com seu papel inicialmente proposto e que a prática anual será de grande importância.
Por fim, gostaria de listar os nomes que fizeram esse movimento acontecer. Deixo o meu mais sincero agradecimento a todos! Comissão organizadora: Lavinia Ribeiro Figueiredo, Ana Clara Oliveira Magalhães, Viviane Maria da Cruz, Giulia Borges Jacovini, Hugo Marques Ascendino Teixeira, Adna Raissa dos Santos Peixoto, Lucas Lima Rodrigues, Kelviana De Cassia Ramalho, Lilyan de Almeida Cunha, João Pedro Ribeiro Pimenta, Wilbor Poletti. Ministrantes dos minicursos: Amós Martini, Brener Ribeiro, Geysianne Morais, João Pedro Ribeiro Pimenta, Hugo Eslander. Palestrantes: Matheus Kuchenbecker, Lucilia Aparecida Ramos de Oliveira, Grasiane Luz Mathias, Tiago Novo, Pedro Angelo Almeida Abreu, Evelyn Sanchez, Karine Zuccolan Carvas, Júlio Carlos Destro Sanglard, Brener Ribeiro, Daniel Galvão. Integrantes da meda redonda 1: Giulia Borges Jacovini, Alessandra Carvalho Vasconcelos, Ana Maciel de Carvalho, Ana Clara Mendes Caixeta, Lucilia Aparecida Ramos de Oliveira. Integrantes da meda redonda 2: Lilyan de Almeida Cunha, Gislaine Amorés Battilani, Ana Clara Oliveira Magalhães, Felipe Andrade Costa, Lucas Henrique Vieira Santos. Apresentadores convidados do GeoProvocações: Daniel Galvão, Matheus Kuchenbecker, Geysianne Morais, Ana Clara Mendes Caixeta, Meyriele Silva, Lavínia Ribeiro Figueiredo (CAEGeo). Apresentadores regulares do GeoProvocações: Hugo Marques Ascendino Teixeira, Bruno Evangelista Nobre, Danilo Barbuena, Wilbor Poletti, Uliana Franco Medina Procópio, Marco Aurélio Fráguas, Giovanni de Miranda Pereira Neto, Giulia Borges Jacovini, Felipe Andrade Costa, Jéssica de Fátima Pereira Silva, Eduardo Fontana. E todos e todas participantes que contribuíram para que essa semente fosse plantada com sucesso!