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Narrativas digitais na formação de professores: revisão de literatura
Digital narratives in teacher training: literature review
Narrativas digitales en la formación de profesores: revisión de literatura
Revista de Estudos e Pesquisas sobre Ensino Tecnológico, vol. 9, e202923, 2023
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas

Revista de Estudos e Pesquisas sobre Ensino Tecnológico
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas, Brasil
ISSN-e: 2446-774X
Periodicidade: Frecuencia continua
vol. 9, e202923, 2023

Recepção: 30 Agosto 2022

Aprovação: 06 Dezembro 2022

Publicado: 06 Janeiro 2023


Este trabalho está sob uma Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.

Resumo: As tecnologias digitais trouxeram novas possibilidades para as construções narrativas, que têm nos recursos multimodais e convergências de mídias uma ampliação nas formas de expressão e comunicação dos sujeitos em seus processos (auto)formativos. A essas dá-se o nome de narrativas digitais, que se configuram como outros modos de contar histórias que utilizam e combinam as tecnologias digitais nas construções realizadas. Na formação de professores, podem ser um recurso de voz e de desenvolvimento de competências e profissionalidade docente. Este texto tem como objetivo analisar estudos em língua portuguesa sobre o tema narrativas digitais na formação de professores, discutindo os objetivos buscados pelos pesquisadores e as metodologias adotadas, por meio de uma revisão de literatura, com recorte temporal entre os anos de 2009 e 2020. Foram encontradas 434 pesquisas, sendo 50 selecionadas, nas quais indicam que a formação de professor foi pesquisada por meio das ou com as narrativas digitais. As ferramentas digitais no trabalho com as narrativas modificam a realidade dos sujeitos em formação, através de suas inventividades, construção de si e do ser professor.

Palavras-chave: Revisão de literatura, Narrativas digitais, Formação de professores.

Abstract: Digital technologies have brought new possibilities for narrative constructions, which have in multimodal resources and media convergences an expansion in the forms of expression and communication of subjects in their (self)formative processes. These are called digital narratives, which are configured as other ways of telling stories that use and combine digital technologies in their constructions. In teacher formation, they can be a resource for voice and the development of competencies and teaching professionalism. This paper aims to analyze studies in Portuguese language about the theme digital narratives in teacher education, discussing the objectives sought by researchers and the methodologies adopted, through a literature review, with a temporal cut between the years 2009 and 2020. It was found 434 researches, being 50 selected, which indicate that teacher education was researched through or with digital narratives. The digital tools in the work with narratives modify the reality of the subjects in training, through their inventiveness, construction of themselves and of being a teacher.

Keywords: Literature review, Digital narratives, Teacher formation.

Resumen: Las tecnologías digitales han aportado nuevas posibilidades para las construcciones narrativas, que tienen en los recursos multimodales y las convergencias mediáticas una ampliación en las formas de expresión y comunicación de los sujetos en sus procesos (auto)formativos. Se trata de las llamadas narrativas digitales, que se configuran como otras formas de contar historias que utilizan y combinan las tecnologías digitales en las construcciones realizadas. En la formación del profesorado, pueden ser un recurso de voz y desarrollo de competencias y profesionalidad docente. Este texto tiene como objetivo analizar los estudios en lengua portuguesa sobre el tema narrativas digitales en la formación de profesores, discutiendo los objetivos buscados por los investigadores y las metodologías adoptadas, a través de una revisión de la literatura, con un corte temporal entre los años 2009 y 2020. Se encontraron 434 investigaciones, siendo 50 las seleccionadas, que indican que la formación del profesorado fue investigada a través o con narrativas digitales. Las herramientas digitales en el trabajo con las narrativas modifican la realidad de los sujetos en formación, a través de su inventiva, construcción de sí mismos y del ser docente.

Palabras clave: Revisión de literatura, Narrativas digitales, Formación del profesorado.

Introdução

As narrativas nunca são neutras, envolvem saberes e reflexões, transitando por fronteiras plásticas que trazem marcas da identidade construída nas relações e processos vividos pelos sujeitos que narram; logo, carregam potencial na produção de significados para o vivido, como assegura Bruner (1991).

O núcleo das pesquisas com narrativas está no dizer dos indivíduos e seus contextos, trazendo os fatos e acontecimentos de sua vida que refletem as suas vivências, e essas vivências ganham profundidade com e por esse exercício de contar. É disso que tratam Frison e Simão (2011, p. 198), ao afirmarem que “[...] a pessoa, ao narrar, narra-se e, ao fazê-lo, ressignifica experiências, vivências, aprendizagens, dando-lhes novo significado”.

Incorporar a arte de narrar/contar histórias às tecnologias é pintar um retrato digital do mundo, do conhecimento que temos, da cultura e das pessoas em formatos nunca antes experimentados, o que assevera a arte e a personificação em cada invenção de si, dada através das narrativas digitais construídas. Assim, sua contribuição envolve subjetividade e estética constitutiva do sujeito amparado pelas tecnologias.

O limiar da cibercultura potencializa essas construções, tendo em vista os diversos e convergentes recursos que nela emergem. Para Prado et al. (2017), com o desenvolvimento das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) ampliaram-se as possibilidades de narrativas, visto serem as mídias digitais recursos que convergem som, imagem e outros subsídios. Além disso, as facilidades de acesso e a manipulação dos novos recursos de textos, imagens, gráficos e sons certamente também têm contribuído para o desenvolvimento dessa perspectiva (PRADO et al., 2017).

A utilização das tecnologias com esse propósito deve atentar em uma perspectiva de educação/formação pelas mídias que torna o usuário ativo, crítico e criativo. Essa questão foi discutida por Cruz (2007), que, ao pesquisar as produções audiovisuais no ensino superior, nos fala do desafio urgente de que professores e alunos se apropriem das mídias, conheçam as linguagens veiculadas e passem a utilizá-las em criações que são potencializadoras e modificadoras de seus processos autoformativos.

Na formação do professor, por sua vez, acreditamos que as mídias possam funcionar como mecanismo de voz e criação para esse professor em construção, que pode reverberar na escrita de si, de sua identidade docente e nas competências de uso das tecnologias digitais. As narrativas no processo de formação de professores dão visibilidade ao próprio sujeito que escreve e conta suas trajetórias e experiências (LARROSA, 2004; JOSSO, 2010; NÓVOA; FINGER, 2010; DOMINICÉ, 2006; LELIS, 2001).

Esse fazer textual digital também valoriza o experimentado, provoca reflexões de forma a dimensionar o que ocorreu e tocou o sujeito da ação, em uma relação de diálogo consigo e com os outros. Dessa maneira, torna-se um mecanismo autoformativo, visto ser o sujeito que seleciona, organiza, mobiliza e regula suas construções digitais.

Por isso é necessário problematizarmos e conhecermos mais a maneira como o fenômeno das narrativas digitais tem se dado na formação do professor. Foi o que nos propomos lançando o seguinte problema para esta pesquisa: o que revelam as produções científicas sobre as narrativas digitais na formação de professores? Dito isso, este texto tem como objetivo analisar estudos em língua portuguesa sobre o tema narrativas digitais na formação de professores, discutindo os objetivos buscados pelos pesquisadores e as metodologias adotadas, por meio de uma revisão de literatura, com recorte temporal entre os anos de 2009 e 2020.

Aproximações Conceituais e Contribuições das Narrativas Digitais

Segundo Oliveira et al. (2006, p. 552),

“[...] a narrativa organiza um discurso em que se imbricam significações diversas, que formam redes e criam uma realidade social no embate com diferentes interlocutores (reais ou internalizados) para legitimar sentidos”. (OLIVEIRA et al., 2006)

É um canal por onde cada sujeito constrói e atribui sentido às experiências que tem, bem como significados à sua existência, a partir do mundo social do qual faz parte. Através das narrativas, o sujeito explicita o processo de construção de si, trazendo o “si”, os outros, os tempos e os espaços que oportunizam essa construção.

Não obstante, as narrativas digitais (ND) constituem-se como um “[...] novo processo de produção textual devido ao uso dos recursos tecnológicos atuais, tornando-se assim uma nova ferramenta pedagógica para os professores” (SANTOS, 2016, p. 40). Para a autora, elas dão ao autor possibilidades “[...] para contar sua história, e esses elementos possibilitam captar a subjetividade e dar voz a quem escreve por meio de uma multiplicidade mais ampla de signos”. Esta é a maior característica das ND, apresentar-se em mídias que traduzam as muitas expressões e possibilitar o criar, recriar e atualizar os sentidos atribuídos.

Para Robin (2008), que integra uma rede norte-americana e canadense dedicada ao estudo das narrativas digitais em contextos educativos (https://www.storycenter.org/history.html), as ND seriam outro modo de contar histórias, que combina e utiliza da variedade de tecnologias digitais. Para o autor, essas criações são personalizadas e dão personalidade a seu criador, deixando de ser ato de reprodução.

Ainda em Robin (2008, p. 1, tradução nossa), as ND são combinações da “[...] arte de contar histórias com uma variedade de multimídia digital, tais como imagens, áudio e vídeo”. Histórias em que se misturam gráficos, texto, narração em áudio gravado, vídeo e música para apresentar um assunto específico sob o ponto de vista particular do narrador.

A mídia nesse contexto torna-se um mecanismo promissor na construção narrativa. Segundo Veloso e Bonilla (2018, p. 11), de fato as TDIC tangenciaram os processos na atualidade, por meio delas,

[...] surgiram novos modos de produzir, transmitir, receber e conservar a informação, e a cultura é influenciada por esse mundo dinâmico, virtual, em rápida mutação. Além da pluralidade das informações disponíveis, estas são de fácil acesso, produzidas e divulgadas de forma horizontalizada, com maior facilidade. As linguagens e os signos que circulam pelos ambientes virtuais permitem materializar as diferentes formas de expressão, aproximando as pessoas, por mais distantes geograficamente que se encontrem. Os textos transformam-se em hipertextos interativos, conectados, que são revertidos, fragmentados, reatualizados e disponibilizados em novo contexto, por uma nova comunidade, com diferente autoria. (VELOSO; BONILLA, 2018)

Uma vez que as formas de contar já não seguem mais os modelos tradicionais, podemos dizer que se trata de um novo gênero narrativo produzido nessa combinação e que os recursos digitais produzem uma linguagem própria referente e formada a partir dos atributos técnicos e estéticos que cada aparato tecnológico oferece. Apresentam uma estrutura que permite estabelecer como marcas a criação, a interação e o compartilhamento, tornando-se trilhas abertas às construções e reconstruções do sujeito.

Santos, Miarka e Siple (2014) atestam uma contribuição das narrativas digitais quando estudam especificamente a construção de blogs na formação superior. Para as autoras, a linguagem adotada e o conteúdo tomado na construção de blogs faz do processo de forma/ação “[...] uma viagem na qual cada um venha a ser o que é, [e] o mestre [orientador] da leitura [e da escrita] é um estimulador para a viagem." (SANTOS; MIARKA; SIPLE, 2014, p. 23). A construção de blogs na formação do professor respeita um movimento subjetivo dos alunos, que favorece desdobramentos nas ações e reflexões, individualmente ou coletivamente.

No mesmo fundamento de aprendizagem, Santos e Santos (2014) postulam que as tecnologias abrem novos espaços de atuação para o docente, e seus usos potencializam esses espaços e construção e saberes. As vantagens de utilização das histórias de vida do sujeito que se forma no ensino superior estão na possibilidade de apresentar sua cultura e visão de mundo e no compartilhamento que viabiliza a interação com outras pessoas (ROBIN, 2012).

A criação de narrativa na cibercultura demanda habilidades para criar enredos envolventes, competências técnicas no uso dos recursos tecnológico conectados à rede de computadores, capacidade expressiva e comunicativa, que precisam ser ensinadas e desenvolvidas em níveis cada vez mais elaborados e complexos (CONCEIÇÃO; PORTO; OLIVEIRA, 2018).

Nesse sentido, afirmamos com Josso (2007, p. 419) que as narrativas dos professores em formação podem ser dadas como a matéria-prima dos fios que se entrecruzam e formatam seu autor/narrador em ações e reflexões, funcionando como uma

“[...] mediação do conhecimento de si em sua existencialidade, que oferece à reflexão de seu autor oportunidades de tomada de consciência sobre diferentes registros de expressão e de representações de si, assim como sobre as dinâmicas que orientam sua formação”. (JOSSO, 2007)

Sendo assim, há uma construção, uma formação de si em processo narrativo. Diante desses apontamentos, trazemos na sequência os procedimentos de nossa revisão de literatura sobre as narrativas digitais na formação de professores.

Desenho Metodológico

A concretização de uma revisão de literatura tem o intuito de nos aproximar das produções científicas publicadas sobre o tema, e para sua concretização é necessária a definição de norteadores de busca bem claros, de maneira a torná-la viável e validada cientificamente. Nesse limiar, dedicamo-nos a identificar nas produções científicas como as narrativas digitais no âmbito da formação de professores tem sido discutida.

Dito isso, era preciso definir os bancos de dados e especificar algumas questões que esperávamos encontrar, buscando elementos de aproximação e estreitamento com o tema em pesquisas versadas em língua portuguesa. As equações buscadas nos trabalhos foram: (1) os objetivos de pesquisa que essas produções revelavam e (2) os aspectos teórico-metodológicos adotados pelos pesquisadores.

Aqui optamos pela revisão de literatura, desenvolvida durante o primeiro semestre de 2019 e retomada no primeiro semestre de 2020. Por revisão de literatura entendemos a pesquisa que utiliza de material já publicado, discorrendo e explicando os vários aportes científicos, como destaca Severino (2007), que tem, dentre as muitas vantagens, o levantamento problemas, conhecimento de cenários e panoramas mais relevantes para o estudo que se pretende, de maneira detalhada e confiável da bibliografia encontrada, ou seja, permite ao pesquisador investigar e conhecer uma amplitude de material publicado para compreender melhor o assunto explorado.

Fizemos a opção por uma revisão de caráter exploratório, que segundo Gil (2007), favorece uma maior familiaridade com a questão pesquisada, com vistas a clarificar o problema e levantamento de hipóteses que ampliem e redimensionem o objeto de estudo. Para tanto, contamos com o auxílio do software Parsifal, ferramenta on-line para revisão de literatura, com recorte temporal entre os anos de 2009 a 2020.

Para efetivar a revisão, seguimos alguns protocolos/etapas, a saber: inicialmente, definimos os descritores para as buscas, delimitando termos que julgamos pertinentes a temática que se buscava pesquisar; em seguida, os critérios de inclusão e exclusão que atendessem às pretensões da pesquisa; posteriormente, a leitura dos resumos e seleção do material; depois, a organização e categorização dos trabalhos encontrados de forma que pudessem ser oportunamente analisados e respondêssemos ao objetivo proposto no trabalho.

Como primeiro norteador traçado para a busca o objetivo de analisar as produções em língua portuguesa sobre as narrativas digitais no âmbito da formação de professores (inicial ou continuada). Com isso, nossa string de busca foi: “narrativas digitais”, “narrativas multimodais”, “narrativas hipermidiáticas”, “digital storytelling”, "formação de professores"; “narrativas digitais na formação” e “teacher formation”.

Para as teses e dissertações definimos como banco de dados a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), o Catálogo de Teses e Dissertações da Capes. Para os artigos definimos o banco da Capes, Scielo, Dialnet, Duaj e Redalyc. Como critério de inclusão definimos trabalhos publicados entre 2009 e 2020, disponíveis para download, sendo pesquisas teóricas, bibliográficas ou empíricas, na área das ciências humanas, com foco na educação. Os critérios de exclusão foram trabalhos com menos de dez páginas, indisponíveis para download e fora das ciências humanas.

Achados e Discussão

Encontramos 434 trabalhos, entre teses, dissertações e artigos, procedendo posteriormente à leitura dos resumos a fim de selecionar os trabalhos que nos interessavam. Parte dos trabalhos encontrados discutiam a construção de narrativas sem adentrar no contexto digital; outra parte discutia as narrativas digitais, sem ambientá-las na formação dos professores; outro grupo constava em dois ou três bancos de dados ao mesmo tempo. Esses foram descartados. Selecionamos o total de 50 trabalhos, conforme Tabela 1.

Tabela 1 – Quantidade de trabalhos encontrados

Tabela 1
Quantidade de trabalhos encontrados

Elaborado pelo autor (2021).

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

Na sistemática de leitura e conhecimento dessas produções selecionadas, verificamos em quais contextos as pesquisas se deram. Nesse viés, encontramos 28 trabalhos que definiram como lócus a formação inicial; outros 17 trabalhos investigaram a formação continuada ou em serviço; e outros cinco voltaram-se a pesquisas bibliográficas.

Pesquisar o trabalho e a formação do professor significa pormenorizar as nuances do aprender e do ensinar, dos construtos da identidade e profissionalidade docente, como nos assevera Nóvoa (1992). Isso requer tecer olhares sobre as objetividades e subjetividades do trabalho dos professores, que está envolto de seus pensamentos, emoções, crenças, aprendizagens e ações. Por isso mesmo, esses aspectos são válidos e traduzem um movimento que busca alicerçar a formação de professores como campo de pesquisa ressignificado.

Com efeito, as pesquisas selecionadas sugerem que os pesquisadores se ocuparam de níveis e segmentos que integram a formação de professores, quer seja inicial ou continuada, consagrando a compreensão científica de que esse processo formativo não se esgota em uma única etapa, dá-se em um contínuo. Como tal, análises sobre essas conjunturas no âmbito da formação são propositivas, na percepção de como tem se dado a organização político-pedagógico dos cursos e suas respectivas efetivações. Situar as várias modalidades da formação de professores subsidia olhares mais aproximados e capazes de fornecer elementos sumários para repensá-la.

Em relação aos trabalhos na formação inicial, o dado que seis deles investigam o curso de Pedagogia nos dá um panorama interessante dos modos como este curso tem buscado desenvolver e potencializar os trabalhos com escritas e tecnologias. Essas pesquisas nos chamam atenção por pretendermos como lócus também a licenciatura em Pedagogia. Para essas as narrativas foi um instrumento que favoreceu reflexividades e desenvolvimento do sujeito e da profissionalidade docente, conforme asseveram os trabalhos de Josso (2010) e Nóvoa (1992).

Os trabalhos concernentes à formação continuada ou em serviço apresentam contextos de cursos de pós-graduação, capacitações ofertadas por secretarias de Educação ou ainda por pares. Esses trabalhos nos trouxeram um entendimento de superação à velha concepção de formação continuada em que os professores (sujeitos de pesquisa) são apenas ouvintes ou coadjuvantes de um processo. Nesses trabalhos, os sujeitos participantes foram protagonistas nas construções e reflexões de suas práticas a partir das pesquisas interventivas que foram propostas.

Em especial, os trabalhos de formação em serviço nos lembraram de Nóvoa (2013) quando trata da necessidade de a formação do professor ser ambientada dentro da profissão, não fora dela ou para ela. Analisando os eventos que foram propostos nas pesquisas, esses trabalhos também dialogam com o que fora destacado por Imbernón (2009) sobre essa modalidade de formação, na questão de consolidar o conhecimento docente na prática, por meio de análises, reflexões e intervenções no processo educativo.

Com relação a nossa primeira equação, referente aos objetivos que as pesquisas revelam, os dados assentem para delimitação de categorias por uma necessidade de ordenamento didático, além de facilitar nossas análises, conforme apontamos acima. Vale destacar que as categorias foram delimitadas a partir da leitura e organização dos trabalhos encontrados, que já indicavam por escrito na formulação de seus objetivos, indícios que estabelecemos, quanto a: (1) os processos de construção das narrativas digitais, (2) as contribuições das narrativas para o processo formativo dos professores e (3) as compreensões e implicações das narrativas para a prática profissional.

Na primeira categoria é possível destacar 13 trabalhos, que trazem expressamente essas palavras-chave ou caracterizados pela relação entre o objetivo e as escolhas metodológicas (Quadro 1).

Quadro 1 - os processos de construção das narrativas digitais

Quadro 1
os processos de construção das narrativas digitais

Elaborado pelo autor (2021).

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

Produções como essas nos trazem as possibilidades de usos dos gêneros digitais na produção e disseminação do conhecimento de si e do mundo. As mídias estão presentes nas práticas de nossa época e provocaram alterações em nosso cotidiano (LÉVY, 2001; PORTO, 2006). Incorporá-las às práticas docentes já não é mais opção. As linguagens são criadoras de novos modos de aprender e de existir, de subjetividades.

Nesse limiar, emergências são postuladas na formação de professores, que necessita criar um movimento favorável às subjetividades proporcionadas pelas apropriações, incorporações e aprendizagem em tecnologias. Os construtos digitais dos atores em formação parecem ir nesse sentido; viabilizá-los e investigá-los é reconhecer a plasticidade e a intercessão entre as narrativas e as tecnologias, e, segundo Porto (2006, p. 44), as pesquisas devem implicar não apenas as “[...] características técnicas dos meios, mas buscar entender a condições sociais, culturais e educativas de seus contextos”.

As tecnologias digitais, nesse caso, ganham foco e são dadas como um recurso de representação do pensamento dos sujeitos na cibercultura e também dos significados atribuídos aos processos de produção por meio delas. Como tal, possibilitam as tessituras de si, marcadas por experiências, saberes e usos. As narrativas favorecem uma formação aberta, que materializa a constituição de si no processo, por isso mesmo alvitra centralidade no sujeito: não sendo ele objeto, é produtor de suas aprendizagens bem como os efeitos dessas construções. E, nesse campo, podem ganhar formatos diversos e cada formato novos efeitos no uso, permitindo que diferentes abordagens sobre o fenômeno possam ser feitas.

Em vista disso, trazemos o segundo enquadramento dos objetivos buscando os efeitos da construção de narrativas, que denominamos “Contribuições das narrativas para o processo formativo dos professores”, apontados em 24 trabalhos, conforme Quadro 2.

Quadro 2 - As contribuições das narrativas para o processo formativo dos professores

Quadro 2
As contribuições das narrativas para o processo formativo dos professores

Elaborado pelo autor (2021).

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

Ao buscarem esses efeitos ou contribuições das narrativas digitais na formação, esses pesquisadores estiveram preocupados em desvelar as subjetividades construídas, em um exercício de escuta dos sujeitos. Esses efeitos foram verificados nas produções desses. Destacam que o exposto, o escrito e o produzido delinearam aprendizagens e outros movimentos constitutivos nos indivíduos participantes das pesquisas.

As contribuições das narrativas digitais puderam ser compreendidas sob diversas frentes, desde reflexões críticas a percepções de autoria desenvolvidas. Correspondem ao resultado do encontro entre o visto e vivido, que, quando ordenado pela experiência, traduz os significados e entendimentos da própria ação (LARROSA, 2004; JOSSO, 2010). Nesse ordenamento, os sujeitos inauguram um ritmo às modelagens do conhecimento e reconhecimento de si, direcionamento bastante relevante na formação do professor, que precisamos investir e desvelar nos esquemas compostos pelos sujeitos.

Dando prosseguimento ao movimento de assinalar as diferentes compreensões e implicações das narrativas digitais para a prática dos professores, trazemos a terceira categoria nos 13 trabalhos apresentados (Quadro 3).

Quadro 3 - As compreensões e implicações das narrativas para a prática profissional.

Quadro 3
As compreensões e implicações das narrativas para a prática profissional.

Elaborado pelo autor (2021)

Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

Nesses trabalhos as narrativas foram abordadas, sobretudo, como perspectiva metodológica, que instrumentaliza a ação de conhecer o construído, sendo este um dos possíveis direcionamentos de trabalho com esse recurso (GALVÃO, 2005). Dentre as muitas agendas possíveis nesse contexto complexo e multirreferenciado, ao buscarem as compreensões sobre as narrativas construídas pelos sujeitos em processos formativos, os pesquisadores perspectivaram a representação das realidades expostas.

Na acepção de Benjamin (1994, p. 212), nesse processo reside a possibilidade de que o “[...] sujeito só pode ultrapassar o dualismo da interioridade e da exterioridade quando percebe a unidade de toda sua vida na corrente vital do seu passado, resumida na reminiscência”. Aqui encontrará as conformidades, as concepções, contradições e as construções, publicizadas nessa escrita socializada.

As estruturas narrativas na qual estamos imersos organiza nossa experiência. Quando narramos, revelamos e damos significado à experiência (LARROSA, 2004), em um entrecruzamento de vozes e diálogos capazes de compor nossa cultura e nossa história. Buscar essas compreensões torna-se elemento valoroso na acepção dos entrelaçamentos e significados das experiências.

As opções teóricas representadas também nos instrumentos e procedimentos metodológicos foi nossa segunda equação. Constatamos, diante das escolhas teórico-metodológicas, que boa parte dos trabalhos concebem os professores (sujeitos da pesquisa) como protagonistas de sua formação e não como objeto, o que legitimou as escolhas dos instrumentos e procedimentos de pesquisas.

Como pudemos verificar, 5 pesquisas se debruçaram sobre a pesquisa bibliográfica. Outros 47 trabalhos se dedicaram à pesquisa de campo. Desses 47, há 20 trabalhos que optaram pela pesquisa-formação, 6 seguem a netnografia e outros 21 denominam-se estudos qualitativos. As justificativas pela pesquisa de campo reforçam a natureza das narrativas, que podem ser instrumento de aprendizagem e de investigação, como destaca Galvão (2005), e também convergem com a tendência de pesquisas na área das narrativas no contexto educacional, como asseguram Passeggi, Souza e Vicentini (2011).

Considerações finais

Este texto apresentou o resultado de uma revisão de literatura que analisou as teses, dissertações e artigos publicados entre 2009 e 2020 sobre as narrativas digitais na formação de professores, com o auxílio do software Parsifal.

Sobre as narrativas digitais, vimos que o advento das tecnologias digitais permitiu a construção de artefatos para os dizeres e saberes dos usuários, que por sua vez desenham e formatam modos de ser e estar no mundo, bem como as aprendizagens significativas que estes sujeitos vão construindo nos usos de tecnologias.

Nesses termos, a formação foi pesquisada por meio das ou com as narrativas digitais, fomentando resultados e agendas de pesquisa que se voltam para a autenticação de que os novos usos e apropriações das ferramentas digitais no trabalho com as narrativas modificam a realidade dos sujeitos, e que esses processos de construção ratificam o desenvolvimento de aspectos relacionados a emoção, inventividades, partilha de experiência, conhecimentos digitais, construção de si e de ser professor.

Pesquisar o recurso das narrativas na formação pode nos fazer avançar na forma de pensar a docência na e para a cibercultura, na caracterização das mudanças e investiduras das formações empreendidas exitosamente. No dizer de Ventura (2018, p. 229), nos leva a “[...] reunir algumas peças e tentar construir com elas um mosaico, uma imagem fugaz, um quadro alegórico[...]” nas miríades de significados que eclodem dos processos formativos do professor.

Assim, essa revisão de literatura possibilitou uma aproximação com o tema, caracterizando a maneira como o fenômeno das narrativas tem sido pontuado na formação de professores através dos processos de construção sob os mais diversos formatos e aparatos midiáticos, das contribuições da construção de narrativas em termos de aprendizagens efetivas para o professor em formação, bem como os vislumbramentos dessa construção e aprendizagens com vistas a prática profissional. Ainda, os aportes metodológicos que os trabalhos nos favorecem que outras abordagens sejam desenvolvidas em pesquisas.

A partir desta, podemos dizer que temos um número ainda reduzido de trabalhos e que, por isso, se revela um campo fértil em pesquisa, visto que quanto mais os professores em formação e/ou exercício utilizam as tecnologias digitais para o seu desenvolvimento profissional, mais podemos problematizar em estudos científicos. Como trabalhos futuros sugerimos a ampliação dos bancos de dados, que fornecerá um panorama mais abrangente, além de pesquisas de campo que nos apresentem panoramas de como os recursos digitais na produção de narrativas alteram e estimulam inventividades, autoconstrução e do ser docente.

Agradecimentos

Agradecimentos ao CNPQ por viabilizar a pesquisa.

Referências

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