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CRIAÇÕES CURRICULARES COM OUTRAS ECOLOGIAS NAS REDES COTIDIANAS: diálogos amorosos no esperançar por uma educação ambiental antirracista
CURRICULAR CREATIONS WITH OTHER ECOLOGIES IN EVERYDAY NETWORKS: loving dialogues in Hoping for an anti-racist environmental education
CREACIONES CURRICULARES CON OTRAS ECOLOGÍAS EN REDES COTIDIANAS: diálogos amorosos en Esperando una educación ambiental antirracista
Revista Espaço do Currículo, vol. 16, núm. 2, pp. 1-20, 2023
Universidade Federal da Paraíba

Artigos

Revista Espaço do Currículo
Universidade Federal da Paraíba, Brasil
ISSN: 1983-1579
Periodicidade: Cuatrimestral
vol. 16, núm. 2, 2023

Recepção: 10 Julho 2023

Aprovação: 24 Agosto 2023


Este trabalho está sob uma Licença Internacional Creative Commons Atribuição 4.0.

Resumo: Este texto tem o interesse de apresentar as possibilidades de criações curriculares com outras ecologias nas redes educativas a partir de práticas pedagógicas realizadas com as andarilhagens de um grupo de pesquisa envolvendo também o ensino e a extensão universitária. O objetivo do artigo é apresentar as pesquisas praticadas por professores/as pesquisadores/as, que compõem o referido grupo e atuam nas redes de escolas públicas da educação básica. Nosso apoio teórico-metodológico tem inspiração na pedagogia de Paulo Freire com as noções de diálogo amoroso e de esperançar, assim como os estudos com os cotidianos e as pesquisas narrativas, com Nilda Alves e Marcos Reigota. Além disso, nosso aporte epistemológico é atravessado pelas ideias de Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, Ailton Krenak e Malcom Ferdinand. Nesse cenário, os resultados das pesquisas do grupo citado são criações curriculares e modos de resistências tecidos com os sujeitos da história nos múltiplos espaçostempos nas redes educativas, amparados na educação das relações étnico-raciais, numa educação ambiental antirracista e em outras ecologias cotidianas insubmissas. Assim, os produtos educacionais elaborados pelas pesquisas foram também procedimentos metodológicos, dentre eles, o uso de drone em aula de campo, cartões postais, cartas pedagógicas, podcast, oficinas de cinema de animação, cineconversas, imagens, narrativas, filmes. Por fim, a partir disso defendemos outras criações curriculares que possibilitem e apostem em ideias e sonhos em prol de uma sociedade mais solidária, igualitária, justa, antirracista e anticolonial no exercício de esperançar para adiar o fim do mundo.

Palavras-chave: Criações curriculares, Práticas pedagógicas nas redes cotidianas, Outras Ecologias e Educação Ambiental Antirracista.

Abstract: In academic research with the environmental theme we commonly notice the absences of the articulation of environmental education with the education of ethical-racial relations. Therefore, this text highlights possibilities of curricular creations with other ecologies in educational networks from pedagogical practices carried out with the wanderers of a research group also involving teaching and university extension. The objective of this article is to present the research practiced by research teachers, who make up this group and work in the networks of public schools of basic education. Our theoretical-methodological support is inspired by Paulo Freire's pedagogy with the notions of loving dialogue and hope, as well as studies with daily life and narrative research, with Nilda Alves and Marcos Reigota. In addition, our epistemological contribution is crossed by the ideas of Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, Ailton Krenak and Malcom Ferdinand. In this scenario, the results of the research of the cited group are curricular creations and modes of resistance woven with the subjects of history in the multiple spacetimes in the educational networks, supported by the education of ethnic-racial relations, an anti-racist environmental education and other unsubmissive everyday ecologies. Thus, the educational products elaborated by the researches were also methodological procedures, among them, the use of drone in field class, postcards, pedagogical letters, podcast, animation cinema workshops, cineconversations, images, narratives, films. Finally, from this we defend other curricular creations that enable and bet on ideas and dreams in favor of a more solidary, egalitarian, just, anti-racist and anti-colonial society in the exercise of hope to postpone the end of the world.

Keywords: Curricular creations, Pedagogical practices in everyday networks, Other Ecologies and Anti-Racist Environmental Education.

Resumen: En la investigación académica con el tema ambiental comúnmente notamos las ausencias de la articulación de la educación ambiental con la educación de las relaciones ético-raciales. Por lo tanto, este texto destaca las posibilidades de las creaciones curriculares con otras ecologías en redes educativas a partir de prácticas pedagógicas llevadas a cabo con los vagabundos de un grupo de investigación que también involucra la enseñanza y la extensión universitaria. El objetivo de este artículo es presentar la investigación practicada por profesores investigadores, que conforman este grupo y trabajan en las redes de escuelas públicas de educación básica. Nuestro apoyo teórico-metodológico se inspira en la pedagogía de Paulo Freire con las nociones de diálogo amoroso y esperanza, así como estudios con la vida cotidiana y la investigación narrativa, con Nilda Alves y Marcos Reigota. Además, nuestra contribución epistemológica está atravesada por las ideas de Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, Ailton Krenak y Malcom Ferdinand. En este escenario, los resultados de la investigación del grupo citado son creaciones curriculares y modos de resistencia tejidos con los sujetos de la historia en los múltiples espacio-tiempos en las redes educativas, apoyados por la educación de las relaciones étnico-raciales, una educación ambiental antirracista y otras ecologías cotidianas insumisas. Así, los productos educativos elaborados por las investigaciones fueron también procedimientos metodológicos, entre ellos, el uso de drones en clase de campo, postales, cartas pedagógicas, podcast, talleres de cine de animación, cineconversaciones, imágenes, narrativas, películas. Por fim, a partir disso defendemos outras criações curriculares que possibilitem e apostem em ideias e sonhos em prol de uma sociedade mais solidária, igualitária, justa, antirracista e anticolonial no exercício de esperançar para adiar o fim do mundo.

Palabras clave: Creaciones curriculares, Prácticas pedagógicas en redes cotidianas, Otras ecologías y educación ambiental antirracista.

1 INTRODUÇÃO



21 de julho de 1955. Passei o resto da tarde escrevendo... Quando cheguei em casa era 22:30. Liguei o rádio. Tomei banho. Esquentei comida. Li um pouco. Não sei dormir sem ler. Gosto de manusear um livro. O livro é a melhor invenção do [ser humano].

Fonte: Carolina Maria de Jesus (2014, p. 23-24)

Tem sido crescente o debate a respeito do racismo e das questões ambientais nos últimos anos, impulsionado sobretudo por acontecimentos como a pandemia da Covid-19, as mudanças climáticas e o caso estadunidense George Floyd. Apesar disso, frequentemente a temática do racismo ambiental e as interfaces étnico-raciais têm sido dissociadas das pesquisas e práticas pedagógicas-curriculares.

Por isso, este texto tem o interesse de apresentar as possibilidades de criações curriculares (OLIVEIRA, 2019) nas redes educativas (ALVES, 2019), a partir de práticas pedagógicas realizadas por meio do Grupo de Pesquisa Territórios de Aprendizagens Autopoiéticas e do Projeto de Extensão Narradores da Maré. Essas abordagens educativas envolvem andarilhagens de professores/as pesquisadores/as (GONZALEZ; RAMOS, 2021) que ressaltam os movimentos de criações curriculares tecidos com outra educação ambiental e outras ecologias, as quais são atravessadas pela educação antirracista, anticolonial e como prática de liberdade (FREIRE, 2014a).

Pensamos a andarilhagem a partir do dicionário de Paulo Freire onde Carlos Rodrigues Brandão ao escrever este verbete no diz que:

Somos humanos porque aprendemos a andar. Somos humanos porque aprendemos a pendular entre um “estar aqui” e um contínuo “partir”, “ir para”. Entre os que andam, viajam e vagam, há os que se deslocam porque querem (os viajantes, os turistas), os que se deslocam porque creem (os peregrinos, romeiros), os que se deslocam porque precisam (os migrantes da fome, os exilados, e há os que se deslocam porque devem (os “engajados” – para usar uma palavra cara aos dos anos 1960 – os “comprometidos com o outro, com uma causa”). Paulo Freire pertenceu às duas últimas categorias (STRECK; REDIN; ZITKOSKI, 2010, p. 41).

Nessas andarilhagens, o grupo de pesquisa desenvolve duas linhas de estudo, a saber: 1) Educação ambiental e ensino de Geografia; e 2) Educação ambiental e Educação das relações étnico-raciais. A partir delas, dialogamos com diferentes perspectivas de Educação Ambiental, não apenas àquelas “maiúsculas e institucionalizadas”, mas também, as outras educações ambientais: "minúsculas”, cotidianas, insubmissas, antirracistas, anticoloniais e como prática de liberdade e de resistência. É importante destacar que as primeiras andarilhagens do grupo com a perspectiva de uma Educação Ambiental Autopoiética suscitaram algumas produções acadêmicas em periódicos na área da Educação (GONZALEZ; RAMOS, 2012, 2014; GONZALEZ, 2013a; RAMOS, 2013a) e em importantes eventos na área da Educação, tais como as reuniões anuais e regionais da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), o Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino (ENDIPE), o Seminário Internacional As Redes Educativas e suas Tecnologias da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), dentre outros.

No que tange o contexto das pesquisas em Educação Ambiental no Brasil e as abordagens teórico-metodológicas que embasam nosso grupo de pesquisa, apostamos no pensar e praticar a pesquisa como posicionamentos político e epistemológico, ou seja, nossas intencionalidades consistem em problematizar as contribuições ética, política, pedagógica, estética, metodológica, epistemológica (anticolonial) da conversa, do conversar e das redes de conversações (GONZALEZ, 2013b; RAMOS, 2013b).

Ou seja, apostamos no exercício de práticas pedagógicas e/ou comunitárias - que nos conectam com nossas histórias, como sujeitos no mundo, com outras educações ambientais e ecologias tecidas nas microrrelações cotidianas com o outro, considerando-o como legítimo outro na convivência (GONZALEZ, 2022; MATURANA, 1998, 1999, 2006).

Além disso, o aporte teórico-metodológico das pesquisas realizadas também está embasado na pedagogia de Paulo Freire com as noções de diálogo amoroso (FREIRE, 2014a) e de esperançar (FREIRE, 2009), bem como se inspira nos estudos com os cotidianos (ALVES, 2019) e nas pesquisas narrativas (REIGOTA, 2016). Desse modo, ao dialogarmos com a produção de dados, encontramos a possibilidade de afirmar, anunciar e reforçar o comprometimento com uma “educação como prática de liberdade” (FREIRE, 2014a), anticolonial e antirracista, amparada nas Leis 10.639/2003 (BRASIL, 2003) e 11.645/2008 (BRASIL, 2008), que estabelecem as diretrizes e bases da educação nacional, incluindo no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade do ensino da História e cultura afro-brasileira e indígena.

Nesse cenário, nossas andarilhagens acadêmicas com os sujeitos da história e das pesquisas junto às nossas redes educativas têm sido fundamentais para pensarmos, como nos ensinou Paulo Freire, nossa incompletude. Assim, e como seres inconclusos, conscientes de nossa inconclusão (FREIRE, 2009), refletirmos também em questões problematizadoras, sobretudo: que geografias, ecologias, resistências, temporalidades, ancestralidades, conflitos e territorialidades atravessam as redes educativas e as práticas pedagógicas cotidianas dos sujeitos da história e da pesquisa?

Nessa travessia, encontramos as bases teórico-metodológicas da educação ambiental política, da perspectiva ecologista de educação (REIGOTA, 1999) e de outras ecologias cotidianas insubmissas (RAMOS, 2018), criadas nas relações de resistência, presentes nas práticas do narrar, dialogar e aprender com a própria história. A partir disso, destacamos que os sujeitos da história e da pesquisa são, em sua maioria, professoras e professores da Educação Básica; e/ou membros de comunidades pesqueiras e de grupos sociais: pescadores, desfiadeiras de siris[1], marisqueiros/as, catadores de caranguejos, paneleiras de Goiabeiras[2], congueiros, congueiras[3] e cantadeiras do congo[4].

As andarilhagens percorridas desde 2014 até aqui fizerem proliferar encontros, desencontros, descobertas e aprendizagens com diferentes perspectivas políticas e pedagógicas de educação ambiental, desde as perspectivas críticas, pós-críticas, empresariais, governamentais, conservacionistas e cartesianas-técnico-instrumentais às perspectivas humanistas, ancestrais, libertárias, ecologistas, freireanas, autopoiéticas, libertadoras, antirracistas e anticoloniais.

Assim, acreditamos que “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo: os [seres humanos] se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo” (FREIRE, 2009). Desse modo, durante as pesquisas do grupo, fomos mediatizados pelas ecologias, arte, cinema, sons, imagens, fotografias, narrativas e escrevivências[5] (RAMOS, 2019, 2020a, 2021a, 2022). Nesse sentido, prezamos por processos formativos e práticas pedagógicas de outras educações ambientais, outras ecologias cotidianas insubmissas, como uma aposta estética, política, ética, pedagógica e teórico-metodológica para trazermos aos processos e práticas pedagógicas as criações curriculares e os diálogos amorosos com as redes educativas de conhecimentos, inspirados também nos estudos com os cotidianos (ALVES, 2010, 2018, 2019; OLIVEIRA et al., 2019) e, mais especificamente, no movimento de “narrar a vida e literaturizar a ciência” a partir das ficções cotidianas, afinal como nos lembra Conceição Evaristo (2016a, p. 7):

Então, as histórias não são inventadas? Mesmo as reais, quando são contadas. Desafio alguém a relatar fielmente algo que aconteceu. Entre o acontecimento e a narração do fato, alguma coisa se perde e por isso se acrescenta. O real vivido fica comprometido. E, quando se escreve, o comprometimento (ou o não comprometimento) entre o vivido e o escrito aprofunda mais o fosso. Entretanto, afirmo que, ao registrar estas histórias, continuo no premeditado ato de traçar uma escrevivência.

Desse modo, o artigo está estruturado em duas seções principais: na primeira seção, discutimos as Andarilhagens acerca das atividades desenvolvidas pelo grupo de pesquisa, enquanto na seção seguinte, apresentamos as contribuições teórico-conceituais de cada pesquisador/a que compõe o grupo. Por fim, discorremos nas palavras finais nossas apostas sobre processos criativos de uma educação ambiental cotidiana e antirracista, entrelaçada com outras ecologias que possibilitam o reencantamento do mundo.

2 Primeiras andarilhagens acerca das atividades do grupo de pesquisa



“Ninguém pode estar no mundo, com o mundo e com os outros de forma neutra. Não posso estar no mundo de luvas nas mãos constatando apenas. A acomodação em mim é apenas caminho para a inserção, que implica decisão, escolha, intervenção na realidade. Há perguntas a serem feitas insistentemente por todos nós e que nos fazem ver a impossibilidade de estudar por estudar. De estudar descomprometidamente como se misteriosamente, de repente nada tivéssemos que ver com o mundo, um lá fora e distante mundo, alheado de nós e nós dele. Em favor de que estudo? Em favor de quem? Contra que estudo? Contra quem estudo?”

Fonte: Paulo Freire (2009, p. 77

O Grupo de Pesquisa Território de Aprendizagens Autopoiéticas foi criado em 2014, assim como o Projeto de Extensão Narradores da Maré, de modo que os acontecimentos e as andarilhagens iniciais foram fundamentais para a criação de ambos, cujos membros reúnem tanto estudantes quanto professoras e professores da graduação, da pós-graduação e da Educação Básica. O grupo tece parcerias com membros de “comunidades tradicionais”, com o grupo de pesquisa ‘Ecologias do Narrar’, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, liderado pela professora Patrícia Baroni da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e com o grupo de pesquisa ‘Cotidiano no ambiente escolar’ do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Sorocaba, coordenado pelo professor pesquisador Rodrigo Barchi (BARCHI; GONZALEZ, 2022; BARCHI; GONZALEZ; RAMOS, 2022).

A aposta e proposta política, epistemológica e metodológica do grupo de pesquisa leva em consideração as práticas culturais e ecológicas de grupos sociais que vivem e sobrevivem dos manguezais e/ou de outros ecossistemas, e suas artes de narrar, dialogar e aprender com a própria história, como alternativas para pensarmos em práticas pedagógicas de educação ambiental dialógicas, coletivas, solidárias, anticoloniais, antirracistas e como prática de liberdade.

Desde então, o grupo de pesquisa (assim como o Narradores da Maré) tem buscado ampliar suas redes de relações e de ações, envolvendo estudantes da graduação dos cursos de Licenciatura em Geografia, Pedagogia; mestrandas e mestrandos do Programa de Pós-Graduação de Mestrado Profissional em Educação (PPGMPE) da Ufes; professoras e professores de universidades; estudantes, professoras e professores de escolas públicas; associações de moradoras e moradores; espaços e grupos comunitários; cinema universitário e comunidades tradicionais, dentre elas, as Desfiadeiras de Siri do Bairro Ilha das Caieiras (ES) e as Paneleiras de Goiabeiras.

As pesquisas e as práticas pedagógicas e de extensão expõem o caráter andarilho do grupo, estando condizentes com as andarilhagens teóricas e metodológicas incorporadas, desde as problematizações iniciais. Além disso, a perspectiva autopoiética de educação ambiental pode ser vislumbrada na formação de educadoras e educadores a partir de abordagens teórico-metodológicas das pesquisas com os cotidianos escolares e das pesquisas cartográficas. Nos últimos anos, nossas andarilhagens têm dialogado com a Educação Ambiental, a Educação das Relações Étnico-Raciais, as pesquisas narrativas, as pesquisas (auto)biográficas e as escrevivências, entrelaçadas com a perspectiva ecologista de educação e a perspectiva freireana de educação, para pensarmos em uma educação ambiental anticolonial e antirracista.

Salientamos algumas das práticas pedagógicas e de pesquisa e extensão, dentre elas, a oficina de mapas nos cotidianos escolares na qual estudantes puderam dialogar e cartografar toponímias, territórios pesqueiros da comunidade, tipos de pescarias, lugares preservados e/ou poluídos. Destacamos também as aulas de campo realizadas semestralmente no bairro Goiabeiras (ES) e no Galpão das Paneleiras de Goiabeiras, territórios adjacentes à universidade. Com as aulas de campo, problematizamos o ofício das paneleiras e sua relação ecológica, comunitária, ancestral e cultural com os manguezais. Além disso, vivenciamos diferentes espacialidades, temporalidades, territorialidades, devoções e memórias no ofício das Paneleiras de Goiabeiras.

Essas outras geografias, ecologias e educações ambientais cotidianas e comunitárias que se expressam no narrar, morar, pescar, cozinhar e fazer panela de barro, nos ensinam, nos (trans)formam e nos impelem a repensar práticas pedagógicas e temáticas de pesquisas que reconheçam e denunciem a interrelação dos crimes e problemáticas ecológicas que historicamente recaem tanto sobre os ecossistemas manguezais (e sobre outros ecossistemas) quanto sobre as populações que deles dependem há gerações. Aliás, essas estruturas de poder e de saber ajudam a perpetuar o modo antiecológico do habitar colonial no planeta, sendo herança da colonização da escravidão.

As aulas de campo nos manguezais do campus da Ufes de Goiabeiras, realizadas semestralmente, têm a intenção de problematizar como a produção do espaço geográfico das cidades nesse território, inventado e chamado Brasil, é historicamente marcada pela estrutura de nossa sociedade colonial e escravocrata, na qual a “raça” organiza e determina quem pode ou não habitar e viver em determinado lugar. A partir disso, reafirmamos a necessidade de pensar as diferentes espacialidades e experiências com o lugar e a cidade, racializando nossas leituras de mundo e nossas relações ecológicas.

Realizamos também aulas de campo no Centro Histórico de Vitória no exercício de desmontarmos a política de narratividade da historiografia hegemônica do colonizador sobre o centro histórico, que é adotada também pela municipalidade e por outros espaços educativos e turísticos. Outra criação curricular do grupo consiste na oficina de cinema de animação nas escolas situadas próximas aos manguezais da Baía de Vitória, possibilitando que os estudantes pratiquem técnicas de cinema e animação ao criarem personagens, cenários e roteiros para narrarem suas ecologias cotidianas e comunitárias, expressadas no narrar, morar, pescar e cozinhar. Dessa oficina surgiu o curta-metragem de cinema de animação ‘O dia da torta capixaba’.

Vale ressaltar que, os medos e as incertezas de uma pandemia afetaram todos os profissionais da educação e a comunidade escolar. No que se refere às nossas atividades de ensino, pesquisa e extensão, não foi diferente. Assim, o grupo de pesquisa e o projeto Narradores da Maré trouxeram à tona problematizações acerca das questões ecológicas e da crise sanitária decorrente da Covid-19 e seus efeitos principalmente em populações negras, indígenas e periféricas, escancarando e denunciando, o racismo estrutural, institucional, cotidiano e ambiental em nossa sociedade.

Tais denúncias também aparecem, de outro modo, no livro ‘Quarto de despejo: diário de uma favelada’, da escritora Carolina Maria de Jesus, que, em 2020, completou 60 anos de sua publicação. Seguindo e apostando no reencantamento da escola e da educação, bem como nas cocriações curriculares de ensino, pesquisa e extensão, no ano de 2020, em pleno auge da pandemia, realizamos o I Ecologias insubmissas — transmitido pelo canal do Narradores da Maré no YouTube — com inspiração em Carolina Maria de Jesus (2014a; 2014b), Conceição Evaristo (2016a, 2016b, 2017a, 2017b, 2017c, 2017d) e Ailton Krenak (2019, 2020, 2022).

No ano seguinte, em 2021, realizamos o II Ecologias insubmissas: educações ambientais e outras ecologias cotidianas em tempos de pandemia, que fez parte da programação da IX Jornada Integrada de Extensão e Cultura da Universidade Federal do Espírito Santo, e que também foi transmitido pelo canal do Narradores da Maré no YouTube. Nesse mesmo ano, iniciamos a criação de episódios de podcast para darmos continuidade às ações de ensino, pesquisa e extensão em tempos de ensino remoto e de isolamento social. Os episódios foram criados pelo bolsista do projeto Narradores da Maré, Pauliano Roberto Martins da Silva, e por pós-graduandos/as e membros do grupo de pesquisa que utilizaram dessa linguagem como procedimento metodológico para a produção de dados das pesquisas em andamento, que foram atravessadas pelos efeitos da pandemia. Nos encontros, foram apresentados trabalhos com temáticas relacionadas à educação ambiental, formação de educadores/as, educação das relações étnico-raciais, ensino de Geografia, história ambiental, dentre outras problemáticas ecológicas como a tragédia-crime da lama tóxica da Samarco em Mariana (MG).

Em 2022, o grupo de pesquisa se mobilizou para realizar de modo presencial o III Ecologias insubmissas: educações ambientais, cotidianos escolares e outras ecologias em tempos de pandemia, que também fez parte da programação da X Jornada de Extensão e Cultura da Ufes, promovida pela Proex. Nesse mesmo ano, o projeto Narradores da Maré realizou a ação imaginamangue que consistiu numa oficina de podcast com uma turma do 5º ano do ensino fundamental em uma escola do bairro Ilha das Caieiras (ES). Os estudantes, organizados em grupos, elencaram as curiosidades que gostariam de conversar com a convidada Eliete, a Lelete, Marisqueira e Desfiadeira de Siri da comunidade. Dessa oficina foram criados 5 episódios de podcasts na escola e outros 2 episódios na comunidade com a participação da Marisqueira, filha de pescadores e moradora do bairro Flexal II, Joseane Garcia, e de uma Desfiadeira de Siri, Cozinheira e líder comunitária, Simone Leal. Esses encontros também foram filmados e organizados na forma de uma websérie, disponível no canal do Narradores da Maré no YouTube.

Já em 2023, no dia 5 de junho, dia em que é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente, realizamos o I Seminário Pesquisa, Extensão e Ensino nas Redes Educativas com outras ecologias. No seminário, compartilhamos algumas das andarilhagens que realizamos desde 2014 com as ações do Grupo de Pesquisa Territórios de Aprendizagens Autopoiéticas e do Projeto de Extensão Narradores da Maré, envolvendo os cursos de graduação em Geografia – Licenciatura, Pedagogia e Licenciatura Intercultural Indígena (Prolind). Nesse seminário, ressaltamos que a perspectiva ecologista de educação (ou de Educação Ambiental) que abrange nossas ações de ensino, pesquisa e extensão, reconhece nossa história de trezentos e oitenta e oito anos de escravidão e as heranças da colonialidade, do capitalismo racial contemporâneo e de um modo colonial anti-ecológico de habitar a Terra, segundo o pesquisador martinicano Malcom Ferdinand, em seu livro “Uma ecologia decolonial: pensar a partir do mundo caribenho”.

De acordo com o pesquisador, tais estruturas opressoras, exploratórias e coloniais perpetuam as condições de possibilidades de ataques contínuos ao meio ambiente, por se fundamentarem no que ele denomina por dupla fratura colonialda modernidade, na qual as bases epistemológicas que buscam explicar os problemas ambientais globais contemporâneos não consideram o seu próprio modo antiecológico de habitar colonial, suscitando processos de apagamento da colonização e da escravidão na genealogia do pensamento ecológico moderno, como é o caso, de acordo com o Ferdinand (2022), dos movimentos ecologistas e ambientalistas, por não terem pautados, até recentemente, as questões anticoloniais e antirracistas.

Desse modo, gostaríamos de destacar que nosso Grupo de Pesquisa Território de Aprendizagens Autopoiéticas é o único, dentre os 234 grupos cadastrados no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq, que tem, ou no título, ou na linha de pesquisa, ou nos objetivos, os descritores “educação ambiental”, “educação das relações étnico-raciais” e “racismo ambiental”.

Nesse sentido, ressaltamos nossa intencionalidade de trazer à tona, tanto para o contexto das pesquisas e práticas pedagógicas quanto em processos formativos de educação ambiental, com as imagens, sons e narrativas, possibilidades para que os sujeitos da história, sejam eles educandos, educadores e comunidades, ergam suas vozes, dialoguem e aprendam com a própria história, assim como narrem seus saberes, sonhos e esperanças. Que possamos suspender o céu, adiar o fim do mundo, com outras ecologias cotidianas, comunitárias, antirracistas, anticoloniais e como prática de liberdade.

A partir de 2016, intensificamos nossos estudos e pesquisas com as perspectivas teóricas e metodológicas das pesquisas com os cotidianos em diálogo com as perspectivas freireanas de educação (FREIRE, 2011, 2015; FREIRE; GUIMARÃES, 2011a, 2011b), a pesquisa narrativa e a perspectiva ecologista de educação. Assim, abordaremos aqui esses outros modos de caminhar com a educação ambiental, a partir de trabalhos realizados pelos/as professores/as pesquisadores/as do grupo de pesquisa.

Nossa atitude andarilha se aproxima da perspectiva ecologista adota no livro Ecologistas do professor pesquisador Marcos Reigota (1999) e no livro Geografia dos afetos: cartas, cartões postais, diário de campo e caderno de uma pesquisadora, da professora Andreia Ramos Teixeira (2021b). Nesse sentido, com essas pesquisas desejamos ouvir as narradoras e narradores das marés, suas vozes, narrativas, de modo que, como nos ensinou Paulo Freire (2014a), sejamos mediatizados com as aproximações entre o ecológico, o cinema, sons, imagens, fotografias, narrativas e escrevivências, em processos formativos e em práticas pedagógicas de educação ambiental.

Nessas travessias, nossas pesquisas dialogam com o que estamos denominando por ecologias insubmissas, embasada na tese de doutorado da professora Dra. Andreia Teixeira Ramos, intitulada Mulheres no congo do Espírito Santo: práticas de re-existência ecologista com os cotidianos escolares (RAMOS, 2018). No capítulo final desta tese, intitulado (In)conclusões de uma mulher insubmissa, a pesquisadora nos convida a adentrar “nos muitos modos de re-existência ecologista tecidos na solidariedade, na insistência e resistência com esperança, fé, alegria e coragem na vida cotidiana, porque “a noite não adormece nos olhos das mulheres” (RAMOS, 2018, p. 306)”.

Destacamos ainda o trabalho de comunicação oral denominado “Mulheres do congo: educação e outras ecologias” (RAMOS, 2020b), apresentado no Grupo de Trabalho 22 (GT 22) – Educação Ambiental, na 14ª Reunião Regional da Anped Sudeste, realizada em 2020 na UFF, cuja temática foi “Direito à vida, direito à educação em tempos de pandemia”. Neste texto são apresentadas perspectivas ética, estética, política, pedagógica e ecológicas, das mulheres do congo e suas práticas de re-existências cotidianas. A própria autora se questiona no início do artigo, “Mas de que ecologia estou falando? Como adensar a pesquisa a partir de uma perspectiva outra de ecologia? (RAMOS, 2020b, p. 1)”. E complementa afirmando que

essa pesquisa exercitou outras ecologias articulada com a educação, reafirmando uma posição política, porque age no mundo, ética, porque não ignora os tantos outros e outras, estética, porque criadora de existências belas e fortes, pedagógica, porque diz de um modo de conviver. Nessa perspectiva, a prática de re-existência ecologista no congo acontece nas relações de solidariedade entre os integrantes das bandas, que sustentam, no seu agir, o diálogo amoroso no enfrentamento das relações de opressão e poder. E é por isso que o congo persiste e resiste, ocupando por tantos séculos as terras de um estado do Brasil. (RAMOS, 2020b, p. 2)

Citamos também o trabalho de comunicação oral “Pesquisa narrativa em diálogo com outras ecologias” (RAMOS, 2021c), apresentado também no GT 22 – Educação Ambiental, na 40ª Reunião Nacional da Anped, que aconteceu na UFPA em 2021, e que trazia como temática “Educação como prática de liberdade: cartas da Amazônia para o mundo”. Neste texto, alguns percursos teóricos e inspirações metodológicas da pesquisa e da pesquisadora são abordados, alicerçados nas pesquisas narrativas, enlaçadas com a perspectiva freireana e com o potencial das cartas pedagógicas. Nesse bojo, a pesquisadora dialoga com o pensador indígena Ailton Krenak e com as vidas e obras literárias de Carolina Maria de Jesus e Conceição Evaristo, em consonância com as pesquisas com os cotidianos escolares, como consta no resumo do artigo:

este texto é um ensaio acerca da pesquisa narrativa em diálogo com outras ecologias com base nos pensamentos de Paulo Freire, de Ailton Krenak e nos estudos com os cotidianos de Nilda Alves. Apresento a arte da escrevivência da literatura de Conceição Evaristo e a escrita de Carolina Maria de Jesus expondo uma carta pedagógica para essa escritora negra como procedimento metodológico da pesquisa narrativa no exercício de pensar em outras ecologias cotidianas que são expostas de modo poético nos seus escritos autobiográficos (RAMOS, 2021c, p. 1).

O professor e pesquisador Victor de Jesus (2017, 2020a, 2020b, 2021, 2022a, 2022b, 2022c, 2022d) tem contribuído com o grupo a partir de suas pesquisas sobre racismo ambiental e genocídio da população negra brasileira, que se iniciaram na dissertação “Coisas negras no quarto de despejo: saneando subjetividades, corpos e espaços”, com continuidade na tese “O Racismo mata! Uma Sociologia Forense do Genocídio da População Negra Brasileira”. Assim, ele tem discutido o racismo ambiental como uma dinâmica presente na vida da população negra desde os navios tumbeiros do tráfico transatlântico, com condições ambientais insalubres, até os dias atuais, quando a população negra continua sem serviços básicos de saneamento nas favelas, periferias, quebradas e palafitas. Nesse cenário, que morre uma pessoa negra brasileira a cada 1h e ½ por doenças evitáveis do saneamento, Victor de Jesus discute o genocídio social da população negra a partir da precarização da vida negra e da falta de políticas socioambientais em seus territórios, além de refletir sobre a desconsideração da humano-dignidade e da cidadania da população negra ainda hoje.

Em suas pesquisas, ele também tem problematizado a faceta eugenista-higienista da cultura político-afetiva brasileira ao demarcar que pessoas negras são sujas, fedidas e imundas ao mesmo tempo que a branquitude se autodenomina limpa, correta, cheirosa e justa, mesmo quando detém o poder de mudar a realidade e promover justiça socioambiental e racial e não o faz. Assim, a branquitude racista que viola o corpo, a história, o ambiente e a humano-dignidade da população negra desde o período colonial tem atualizado o racismo ambiental nas suas dimensões simbólicas, cotidianas e geopolíticas. Isso se evidencia quando os países brancos europeus (e Estados Unidos) reatualizam sua condição colonizadora, imperialista e degradadora ao enviarem seus lixos tóxicos para os países racializados do sul global, outrora colônias, exploradas, devastadas.

Nesse percurso, Victor de Jesus tem explorado as letras de músicas, obras literárias, documentários e matérias de jornais negros (como Geledés, Alma Preta, Notícia Preta etc.) como elementos didáticos para evidenciar o racismo ambiental, mas também o ativismo e protagonismo negro na denúncia dos problemas socioambientais a partir da produção cultural negra. Como resultado, playlists e textos artísticos também têm sido elaboradas por ele para produzir o debate em múltiplas linguagens (e não meramente na linguagem científico-acadêmica), além de participar de atividades em espaços e escolas públicas a partir de rodas de conversas sobre racismo ambiental.

3. ANDARILHAGENS ACERCA DOS CAMPO-TEMAS DE PESQUISAS DO GRUPO

“O que as nossas crianças aprendem desde cedo

é a colocar o coração no ritmo da terra”

Ailton Krenak (2022, p. 118)

Nestas trilhas, acentuamos a pesquisa intitulada “Geografia das Cores: Práticas Pedagógicas Libertárias e Ecologistas em Educação nos Cotidianos Escolares”, realizada pelo professor pesquisador Roberto Marcio da Silveira, cujo objetivo foi “problematizar as contribuições políticas, pedagógicas, ecologistas e libertárias de educação, a partir das narrativas, imagens, fotografias e práticas pedagógicas realizadas nas oficinas [...] nos cotidianos escolares” (SILVEIRA, 2019, p. 5). A pesquisa apostou no processo de formação inventiva com as oficinas “Geografias das cores” e “Sucata que gera vida nos cotidianos escolares”, na qual os estudantes criaram tanto as tintas naturais de solo e de sucatas quanto as telas por eles pintadas, potencializando encontros e conversas, propondo outras ecologias dialógicas e solidárias assim como uma educação ambiental política, como afirma o professor pesquisador Marcos Reigota (2012, p. 13):

Uma educação ambiental como educação política está comprometida com a ampliação da cidadania, da liberdade, da autonomia e da intervenção direta dos cidadãos e das cidadãs na busca de soluções e alternativas que permitam a convivência digna e voltada para o bem comum.

Como produto educacional, foi elaborado um Caderno Educativo intitulado “(Re)Inventando Geografias e Ecologias com a própria história” (SILVEIRA; GONZALEZ, 2019), no qual são apresentadas as etapas de criação das cores a partir das oficinas e dos processos de criação dos estudantes, que deram origem a uma exposição artística e educativa.

Na dissertação “Cartografias e Narrativas das Educações Ambientais e Ecologias Insubmissas nos Cotidianos das Mulheres na Bacia do Rio Formate, Viana (ES)”, a professora pesquisadora Edilene Machado dos Santos problematiza algumas práticas pedagógicas de educação ambiental “realizadas em comunidades e movimentos sociais vianenses” (SANTOS, 2020, p. 6) em defesa da preservação do rio Formate. Edilene Santos é professora formadora em Educação Ambiental e Educação das relações étnico-raciais e professora pedagoga da Secretaria Municipal de Educação de Viana. Sua dissertação de mestrado está disponível também em formato de e-book (SANTOS; GONZALEZ, 2022) com o título “Educações ambientais e ecologias insubmissas nos cotidianos das mulheres na bacia do rio Formate, Viana” (ES).

No processo da pesquisa, ela identificou um grupo de mulheres de diversos movimentos sociais do município de Viana, que re-existem frente às opressões patriarcais, raciais, sexistas e machistas, possibilitando trazer para o debate ambiental local as contribuições de intelectuais negras, dentre elas, Sueli Carneiro, bell hooks, Conceição Evaristo e Carolina Maria de Jesus. Enfim, como produto educacional, foi criado um fascículo das ecologias insubmissas praticadas pelas mulheres participantes dos movimentos sociais vianenses, que com suas vozes-mulheres narraram suas histórias que são também das comunidades e do rio Formate, ecoando vida-liberdade como a poesia de Conceição Evaristo (2017c, p. 24-25):



Vozes-Mulheres A voz de minha bisavó ecoou criança nos porões do navio. Ecoou lamentos de uma infância perdida. A voz de minha avó ecoou obediência aos brancos-donos de tudo. A voz de minha mãe ecoou baixinho revolta no fundo das cozinhas alheias debaixo das trouxas roupagens sujas dos brancos pelo caminho empoeirado rumo à favela A minha voz ainda ecoa versos perplexos com rimas de sangue e fome. A voz de minha filha recolhe todas as nossas vozes recolhe em si as vozes mudas caladas engasgadas nas gargantas. A voz de minha filha recolhe em si a fala e o ato. O ontem – o hoje – o agora. Na voz de minha filha se fará ouvir a ressonância O eco da vida-liberdade.

Continuando nossas travessias, salientamos o trabalho de mestrado da professora pesquisadora Márcia Cristiana Mazzoco Ribeiro (2021, p. 10), nomeado “Entre Fios, Nós e Educações Ambientais: Narrativas Ecologistas de Mulheres de Cariacica/ES”, que abordou

os movimentos da institucionalização das políticas municipais de educação ambiental no município de Cariacica e as educações ambientais que emergem nas narrativas ecologistas de um grupo de professoras e educadoras ambientais e com as escrevivências de um grupo de mulheres de diferentes regiões administrativas do município.

Desse modo, o potencial pedagógico dessas outras ecologias e narrativas em prol de uma educação ambiental política potencializou a participação da comunidade nas discussões das problemáticas locais e nas políticas de educação ambiental de seu município. Na produção de dados, a pesquisadora optou por entrevistas conversadas, fotografias, postais, diário de campo e pesquisa bibliográfica. Como proposta do produto educacional, apresentou um conjunto de materiais, com 03 episódios de Podcast, disponibilizados nas contas digitais dos Narradores da Maré com link para acesso ao material e 16 cartões-postais aquarelados, pintados à mão, com as imagens dos territórios de afetos e as escrevivências das mulheres, apostando numa política de narratividade na qual os sujeitos da pesquisa e da história possam narrar suas memórias, ecologias e educações ambientais, pois

[...] o fato de me perceber no mundo, com o mundo e com os outros me põe numa posição em face do mundo que não é de quem nada tem a ver com ele. Afinal, minha presença no mundo não é a de quem a ele se adapta, mas a de quem nele se insere. É a posição de quem luta para não ser apenas objeto, mas sujeito também da história (FREIRE, 2017, p. 53).

Destacamos também a pesquisa do professor pesquisador Fledson Silva Faria, denominada “Educações Ambientais Com Os Usos de Drones e Artefatos Tecnoculturais na Reserva de Desenvolvimento Sustentável dos Manguezais de Cariacica e nos Cotidianos Escolares”, que “problematizou o potencial pedagógico, político e ecológico de práticas pedagógicas realizadas nos cotidianos escolares com os usos de drones e outros artefatos tecnoculturais, em diálogo com uma educação ambiental política” (FARIA, 2021, p. 10). Os sujeitos da pesquisa foram estudantes, professores/as, comunidades locais e ribeirinhas, e representantes de órgãos ambientais e de educação do município.

Nesse contexto, ressaltamos o potencial pedagógico e formativo dos artefatos tecnoculturais e das imagensnarrativas nos cotidianos escolares a favor de uma educação ambiental política que permite o envolvimento da comunidade nas discussões e intervenções das problemáticas locais (FARIA, GONZALEZ, 2022a, 2022b). Na produção de dados, o pesquisador realizou entrevistas conversadas, aulas de campo, oficinas, diários de campo, vídeos e fotografias aéreas produzidas com os/as estudantes e a comunidade. Além disso,

como produto educacional foi criado o audiovisual: Olharpassarinho sobre as comunidades, os manguezais e suas ecologias, produzido com os sujeitos da pesquisa, composto por narrativas e imagens pescadas ao longo do processo e que também estará disponível no canal do Youtube e blog Narradores da Maré e nas redes sociais do autor. O audiovisual aborda os processos da pesquisa e do pesquisador, as ecologias do território, narrativas, atividades pedagógicas realizadas, vídeos e fotografias produzidas com os sujeitos da pesquisa, apostando numa política de narratividade, na qual os sujeitos da pesquisa e da história possam narrar suas memórias, conflitos, o morar e o pescar no bairro, as potencialidades históricas, geográficas, ecológicas e culturais locais (FARIA, 2021, p. 10).

Continuando com as pesquisas realizadas, destacamos a dissertação “Educação Ambiental e o Racismo Ambiental no Bairro José de Anchieta - Serra/ES e nos Cotidianos Escolares”, produzida pelo professor pesquisador Raphael da Silva Gama. A pesquisa teve como objetivo problematizar e mapear práticas pedagógicas e projetos de educação ambiental implementados no município de Serra, especificamente, numa escola estadual do bairro José de Anchieta, na cidade de Serra, ES. Tais práticas pedagógicas estão comprometidas com uma educação antirracista e de enfrentamento ao racismo ambiental e à injustiça ambiental, intensificados pela pandemia do novo Coronavírus não só no bairro, mas em todo o município de Serra.

Os procedimentos metodológicos envolvem práticas pedagógicas com estudantes, narrativas ficcionais, os saberes dos educandos, professores e moradores locais. Almejamos que esta dissertação contribua com as práticas pedagógicas comprometidas com uma educação antirracista e de enfrentamento ao racismo ambiental no bairro e no município de Serra, intensificado com a pandemia do novo Coronavírus (GAMA, 2022, p. 9).

Com esta pesquisa foi possível perceber e registrar em vídeos, fotografias e narrativas de estudantes e moradores locais as marcas do racismo ambiental e das injustiças ambientais presentes no bairro José de Anchieta e nos cotidianos escolares, divulgadas na página @ecologiasdejosedeanchieta do Instagram, como nos ensinou Paulo Freire:

Por isso mesmo pensar certo coloca ao professor ou, mais amplamente, à escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos, sobretudo os das classes populares, chegam a ela – saberes socialmente construídos na prática comunitária – mas também, como há mais de trinta anos venho sugerindo, discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses saberes em relação como ensino dos conteúdos. Por que não aproveitar a experiência que têm os alunos de viver em áreas da cidade descuidadas pelo poder público para discutir, por exemplo, a poluição dos riachos e dos córregos e os baixos níveis de bem-estar das populações, os lixões e os riscos que oferecem à saúde das gentes. Por que não há lixões no coração dos bairros ricos e mesmo puramente remediados dos centros urbanos? Esta pergunta é considerada em si demagógica e reveladora da má vontade de quem a faz. É pergunta de subversivo, dizem certos defensores da democracia. (FREIRE,1996, p. 17).

A professora e pesquisadora Olga Rodrigues Vicente Fernandes produziu a pesquisa “Dos Encantos às Problemáticas Ecológicas de Guarapari: Reflexões e Saberes nos Cotidianos Escolares a partir de imagens narrativas”, que teve como temática as práticas pedagógicas e os projetos de educação ambiental no município de Guarapari, com a intencionalidade de pensarmos de que modo as imagens e narrativas que veiculam a ideia de Guarapari como “cidade saúde” atravessam essas práticas, projetos e os cotidianos escolares.Nas palavras da própria pesquisadora:

tal projeto de pesquisa justifica-se pelo fato de que as narrativas como cidade saúde, Guarapari e seus encantos, relacionada a Guarapari, contém, em si mesmas, diversos sentidos imagéticos que variam de acordo com as áreas onde são usadas, isto é, no jornalismo, na produção científica, nas publicidades e nos cotidianos escolares. As imagens produzidas por essas narrativas, em cada uma destas esferas, nem sempre encampa toda a realidade local e acabam, desembocando nas práticas pedagógicas, que hegemonizam e constroem imagens representativas, desconsiderando temas como a falta de coleta seletiva de resíduos, questões de saneamento básico, dentre outros temas importantes para a educação ambiental (FERNANDES, 2022, p. 9).

Em relação ao produto educacional foram sugeridas as Oficinas “Fotoconversas e outras ecologias de Guarapari”, com o intuito de problematizar o potencial político e pedagógico das imagensnarrativas de Guarapari ao desconstruir narratividades hegemônicas que tentam apagar as problemáticas ecológicas locais.

A professora pesquisadora Letícia Lopes Bortolotti Baptista produziu a pesquisa “Ecologias infantis e práticas pedagógicas de educação ambiental nos cotidianos da educação infantil”, que teve como “objetivo cartografar as ecologias infantis nos cotidianos escolares da educação infantil a partir de práticas pedagógicas de educação ambiental que tenham uma perspectiva ecologista de educação” (BAPTISTA, 2023, p. 8). Segundo a pesquisadora,

os procedimentos metodológicos para os registros das vivências e narrativas, ocorreu por meio de fotografias, diário de campo e gravador. Dentre os resultados, destacamos as ecologias infantis e a potência dos cotidianos escolares e suas práticas pedagógicas de educação ambiental no Município de Cariacica (BAPTISTA, 2023, p. 8).

Como produto educacional, a professora apresentou cartões-postais com imagens e narrativas das ecologias infantis das crianças, apostando no potencial pedagógico das ecologias infantis e no desenvolvimento de uma educação ambiental política e como prática de liberdade.

A professora pesquisadora Simara Santos Silva produziu a pesquisa “Ecoformação de professoras no território do brincar: saberes tecidos com as infâncias de uma escola de educação infantil no município de Domingos Martins/ES”. Tal pesquisa objetivou realizar e problematizar práticas pedagógicas ecoformativas nos cotidianos de uma escola de Educação Infantil. De acordo com a pesquisadora,

Para acompanhar os processos, realizamos a pesquisa documental acerca da educação e da educação ambiental no contexto do município de Domingos Martins/ES, constituindo com as participantes da pesquisa, redes de conversações, fotografias e oficinas pedagógicas ecologistas com as docentes e discentes. Criamos um álbum que foi o produto educacional da pesquisa, buscando tecer diálogos que se tornam lugar de resgate das memórias, lugar de histórias sem fim, sempre aberto a outras fotografias, narrativas, memórias e afetos do Centro de Educação Infantil. Com este estudo foi possível que as participantes da pesquisa vivenciassem práticas pedagógicas brincantes, dialógicas, solidárias e ecologistas, que caminham em direção ao respeito à condição biofílica dos seres humanos e ao direito das crianças enquanto seres entrelaçados com o ambiente natural (SILVA, 2023, p. 5).

O professor pesquisador Gabriel Lecoque Francisco produziu a dissertação “Cineconversas e imagensnarrativas em práticas pedagógicas de educação ambiental nos cotidianos escolares de Vila Velha, ES”, em que “problematizou nos cotidianos escolares práticas pedagógicas de educação ambiental com o ensino de Geografia em diálogo com as perspectivas ecologistas de Educação e com a educação para as relações étnico-raciais.” (FRANCISCO, 2023, p. 8). Os procedimentos metodológicos consistem no uso das imagensnarrativas e das oficinas de cineconversas, aulas dialogadas, consulta a fontes documentais, fotografias e diário de campo, para dialogar acerca das problemáticas ecológicas cotidianas e comunitárias. O produto educacional apresentado discorre acerca do potencial político, pedagógico e ecológico das cineconversas e das imagensnarrativas nos cotidianos escolares, em práticas pedagógicas de educação ambiental e no ensino de Geografia, comprometidos com as problemáticas ambientais locais.

Dentre as pesquisas em andamento, elencamos a do professor pesquisador Bruno de Almeida Zamite, que tem a intencionalidade inicial de realizar uma cartografia social com estudantes e moradores/as locais do bairro Industrial em Viana/ES como estratégia política e pedagógica de cartografar as potencialidades e problemáticas ecológicas comunitárias e suas relações com o rio Formate. O caminho teórico e metodológico desta pesquisa aborda algumas ações da metodologia da cartografia social em diálogo com a pesquisa narrativa, a pesquisa com os cotidianos escolares, a perspectiva ecologista de educação e a pedagogia freireana.

Outra pesquisa em andamento é a do professor e pesquisador José Honor de Brito Neto, que tem a intencionalidade inicial de pesquisar as relações entre os manguezais, os cotidianos escolares e as expressões culturais e ecológicas de uma comunidade que reúne pescadores/as, marisqueiros/as, paneleiras, catadores de caranguejos, Banda de Congo, Escola de Samba e movimentos comunitários em prol da preservação dos manguezais. Os caminhos teóricos e metodológicos desta pesquisa abordam a pesquisa narrativa, a pesquisa com os cotidianos escolares, a perspectiva ecologista de educação e a pedagogia freireana.

Por fim, o professor Gefferson Pereira Marques, indígena da etnia Tupinikim, morador da Aldeia de Caieiras Velha, em Aracruz, norte do ES, tem como temática de sua pesquisa em andamento, problematizar a imagem estereotipada dos povos originários nos livros didáticos de História do Ensino Fundamental e Médio, trazendo à tona uma representatividade condizente com a participação dos povos originários na sociedade brasileira, tanto na política quanto na ciência, tecnologia e em outras atividades contemporâneas.

PALAVRAS FINAIS SOBRE O REENCANTAMENTO DO MUNDO



“Compreendera que sua vida, um grão de areia lá no fundo do rio, só tomaria corpo, só engrandeceria, se tornasse matéria argamassa de outras vidas. Descobriu também que não bastava saber ler e assinar o nome. Da leitura era preciso tirar outra sabedoria. Era preciso autorizar o texto da própria vida, assim como era preciso ajudar a construir a história dos seus. E que era preciso continuar decifrando nos vestígios do tempo os sentidos de tudo que ficara para trás. E perceba que por baixo da assinatura do próprio punho, outras letras e marcas havia. A vida era um tempo misturado do antes-agora-depois-e-do-depois-ainda. A vida era a mistura de todos e de tudo. Dos que foram, dos que estavam sendo e dos que viriam a ser.”

Fonte: Conceição Evaristo (2017d, p. 109-110)

Por fim, ressaltamos aspectos relevantes para o campo da pesquisa em educação ambiental e para práticas pedagógicas e de formação em educação ambiental, levando em consideração o contexto transitório de uma pós-pandemia, em uma sociedade marcada, até os dias atuais, pelas heranças da colonização em suas mais diversas formas. De acordo com pesquisador Ferdinand (2022), tais estruturas opressoras, exploratórias e coloniais perpetuam as condições de possibilidades de ataques contínuos no meio ambiente, por se fundamentarem no que ele denomina por dupla fratura colonial da modernidade, na qual as bases epistemológicas que buscam explicar os problemas ambientais globais contemporâneos não consideram o seu próprio modo antiecológico de habitar colonial, suscitando processos de invisibilização da colonização e da escravidão na genealogia do pensamento ecológico moderno, como é o caso, segundo o autor, dos movimentos ecologistas e ambientalistas, por não terem pautados, até recentemente, as questões anticoloniais e antirracistas.

Nessa perspectiva, Ferdinand (2022) propõe uma ecologia decolonial, que incide sobre as fraturas coloniais e ambientais e que colide com a ecologia da arca de Noé e com a ecologia do porão da modernidade (dos navios negreiros). Assim, o autor propõe uma ecologia do navio-mundo que compreende as relações sociais e políticas ao mesmo tempo em que grita por justiça e por um mundo plural de existências humanas e não-humanas, de culturas e de ação conjunta. Uma ecologia que forja alianças interespécies; que aquilomba, emancipa e liberta os sujeitos negros de sua condição colonial de escravizado; e que considera a potência das palavras, do agir político, dos sofrimentos, das esperanças, das lutas, das vitórias, das recusas e dos desejos. Assim,

pensar a ecologia a partir do mundo não pode ter como origem um local fora-do-solo, fora-do-mundo, fora-do-planeta nem se enunciar tendo por base um ser sem corpo, sem cor, sem carne e sem história. [...] [Frente a] uma ecologia que recusa o mundo, reforça as discriminações coloniais e as desigualdades sociais: uma ecologia colonial. [...] Nem arca de Noé, nem navio negreiro, [...] [mas uma ecologia do navio-mundo que permite] tomar corpo no mundo e restabelecer uma relação matricial com a Terra (FERDINAND, 2022, p. 40, 42, 43, grifo do autor).

Nesse cenário, nosso entendimento dialoga com o sentido impresso pela ecologia decolonial de Malcom Ferdinand na medida em que apostamos também em uma ecologia/educação ambiental que seja um grito por justiça racial, socioambiental e de gênero. Assim, acreditamos que o reencantamento do mundo demanda uma educação ambiental antirracista e anticolonial e feminista e anticapitalista. Isto é, o reencantamento do mundo passa necessariamente por uma educação ambiental que seja inerentemente uma educação política, uma educação das relações étnico-raciais, uma educação das relações de gênero e sexualidade. Uma educação que considere os modos de viver, sonhar e esperançar dos povos originários, quilombolas e negros do Brasil. Uma educação antirracista, contra colonial, contra o patriarcado, anticapitalista e contra o racismo religioso. Uma educação que se faz com o letramento racial nos cotidianos, mas também na história e nos espaços de poder.

Enfim, nossa aposta de reencantamento do mundo é também de um reencantamento da própria educação ambiental a partir do diálogo amoroso, do esperançar e do adiamento do fim do mundo com os sujeitos históricos dos cotidianos ecologistas que têm re-existido frente aos processos coloniais. Apostamos, então, numa educação ambiental historicotidiana que se (re)constrói nos terreiros, no congo, nos quilombos, nos territórios indígenas, nos espaços escolares, nas conversas e nos espaços políticos. Uma educação ambiental construída com povos originários e quilombolas, com pessoas negras e comunidades tradicionais, com mulheres e LGBT+, com povos de terreiros, com garis, lixeiros e empregadas domésticas, com os sujeitos que historicamente vivenciam o racismo ambiental e as dores do mundo, mas que raramente são escutados na construção de políticas públicas (ambientais, sanitárias e de educação, por exemplo).

Apostamos, portanto, em uma educação ambiental que seja entremeada pelas políticas afirmativas e compromissada com o fim das desigualdades e injustiças raciais, ambientais, de gênero e de classe. Uma educação ambiental embebida das escrevivências, da música e da literatura afro-indígena. Uma educação ambiental antirracista que circule nas rodas, nas gingas, giras e afetos. Uma educação ambiental que propicia o tornar-se negra/o e o tornar-se ecologista/o, processos com os quais o sujeito compreende seu lugar no mundo e atua contra as atualizações coloniais, escravocratas, devastadoras e predatórias das existências do mundo. Nesse sentido, ressaltamos nossa intencionalidade de trazer à tona, para os contextos das pesquisas e práticas pedagógicas, processos formativos de educação ambiental, com as imagens, sons e narrativas, que possibilitem que os sujeitos da história, sejam eles educandos/as, educadores/as e comunidades, ergam suas vozes, dialoguem e aprendam com a própria história, narrem seus saberes, sonhos e esperanças. Que possamos suspender o céu e adiar o fim do mundo com outras ecologias cotidianas, comunitárias, antirracistas, anticoloniais e como a prática de liberdade.

REFERÊNCIAS

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Notas

[1] “1º de agosto, tem um sabor especial para a cidade de Vitória. Nesta data é comemorado o ‘Dia das Desfiadeiras de Siri’. De geração em geração, mulheres da Ilhas das Caieiras se dedicam à atividade de desfiar o siri, que é um dos ingredientes principais da tradicional torta capixaba”. [...] “O Dia das Desfiadeiras de Siri, passou a ser comemorado anualmente em 1º de agosto, foi instituído pela Lei Municipal 4.473, de 30 de julho de 1997”. Disponível em: https://www.vitoria.es.gov.br/noticia/dia-das-desfiadeiras-de-siri-e-celebrado-nesta-terca-feira-24098 Acesso em: 10. abr. 2023.
[2] “O saber envolvido na fabricação artesanal de panelas de barro foi o primeiro bem cultural registrado, pelo Iphan, como Patrimônio Imaterial no Livro de Registro dos Saberes, em 2002. O processo de produção no bairro de Goiabeiras Velha, em Vitória, no Espírito Santo, emprega técnicas tradicionais e matérias-primas provenientes do meio natural. A atividade, eminentemente feminina, é tradicionalmente repassada pelas artesãs paneleiras, às suas filhas, netas, sobrinhas e vizinhas, no convívio doméstico e comunitário”. (IPHAN, acesso em 9 fev. 2017).
[3] Os "congueiros" e as “congueiras” são as pessoas que participam das atividades das Bandas de Congo.
[4] “Registrado em 2014 como Patrimônio Imaterial pelo Conselho Estadual de Cultura, o Congo é um gênero musical e, de acordo com Cleber Maciel (2016), é uma herança africana que se mantém graças ao esforço dos antepassados em conseguir, mesmo sob o domínio e o medo impostos pelos colonizadores, preservar sua dignidade cultural” (RAMOS, 2018).
[5] “E a escrevivência tem muito também a ver com uma escrita que nasce de uma experiência, que nasce de uma vivência, nesse caso é uma escrita que nasce de uma experiência de uma vivência das subjetividades das mulheres negras. Eu gosto muito de afirmar que minha escrita, a minha escrevivência, [...] é marcada pela minha condição de mulher negra na sociedade brasileira” (EVARISTO, 2017, online).


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