INTEGRAÇÃO COMUNITÁRIA ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO COOPERATIVA: OS PROGRAMAS DE ENSINO E PESQUISA DA UNESP/FFC¹

A gestão efetiva aos processos de trabalho institucional favorece a otimização de recursos provenientes do meio ao quais as organizações encontram-se inseridas. Assim, existe a crescente troca educacional entre o aprendizado ofertado junto ao mercado de trabalho e a prestação de serviços na demanda da qualificação profissional. Surge então a necessidade da construção individual que contemple o efetivo posicionamento de uma atuação profissional que permita o equilíbrio funcional para a sobrevivência organizacional através de potencialidades pessoais e destreza na exigência das carreiras escolhidas.

Em ambientes de constante transformação, como as instituições estão vivenciando no quadro profissional de seus funcionários, as oportunidades devem ser aproveitadas na formulação de planejamentos aos sistemas, adquirindo a capacidade de aprendizado entre seu corpo funcional e o mercado atuante.

O universo de trabalho atual é desafiador e faz com que a apreensão de habilidades prementes ao indivíduo seja de excelência no desenvolvimento da carreira profissional diante do crescimento de oportunidades nos postos de atuação organizacional. O indivíduo agrega em sua ação o pensar e o executar como fonte de impacto ao objetivo de alcançar uma realização pessoal.

As interações pessoais compõem a formação dos profissionais frente ao seu processo de inserção nas organizações as quais atuam. A informação e o conhecimento destacam-se para as organizações que sabem aliar seus objetivos institucionais conjuntamente à capacidade pessoal de indivíduos que a compõem.

A gestão efetiva aos processos de trabalho institucional favorece a otimização de recursos e produz a troca entre o aprendizado e a efetiva realização das atividades profissionais enquanto uma construção do indivíduo através do favorecimento de suas potencialidades pessoais e a observância das exigências para o desenvolvimento de uma carreira profissional. Portanto, faz-se necessário o estudo das representações sociais no âmbito da educação como proposta de uma projeção diferenciada tanto no que tange a valorização da carreira docente como no processo do ensino para o contexto das instituições universitárias.

O estudo teve por pretensão prosseguir com a idealização de implementar espaços para apresentação e discussão de projetos de inovação das metodologias de aprendizagem junto a Universidade Estadual Paulista ‘Júlio de Mesquita Filho’ (Unesp) e que enfoquem o conhecimento em prol do desenvolvimento da produção cientifica.

Através da análise dos dados coletados foi possível entender: que a inserção de programas institucionais que promovem o conhecimento solidifica o processo de ensino; a representação social do indivíduo como recurso a ser integralizado na projeção do processo de trabalho alcança maiores êxitos quando ocorre a sua implementação em formas da atuação profissional; o investimento em projetos e propostas que relevem o entendimento do indivíduo em formação e o coloquem frente ao mercado profissional auxiliam a desenvolver a capacidade para a resolução de problemas e tomada de decisões, na busca da satisfação plena na atuação da carreira funcional.

A gestão da informação e do conhecimento torna-se essencial para a disseminação da informação. Coordenada aos processos de aprendizagem, o fluxo da informação perfaz com que o uso das tecnologias e a otimização de recursos existentes nas instituições de ensino superior sejam o diferencial das práticas de gestão em projetos de pesquisa e extensão. Portanto as instituições de ensino superior deveriam se aproveitar de sua estrutura organizacional através de recursos pessoais e físicos para oferecer meios eficazes e eficientes para metodologias de ensino inovadoras.

O desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão premente na universidade pública são as conquistas oriundas da profícua desenvoltura dos agentes participantes neste contexto institucional. A instituição de ensino superior que utiliza meios inovadores para as metodologias de ensino promove um trabalho acolhedor entre a forma de olhar o caráter profissional e a aprendizagem de seus docentes e alunos construindo uma rede colaborativa que se reflete no desenvolvimento científico e tecnológico das comunidades.

Diante do uso das modernas tecnologias no ensino, o papel do professor tem alcançado um papel diferencial nos objetivos dispostos pelas instituições de ensino superior. Os ambientes de ensino encontram-se cada vez mais interativos e dinâmicos diante da atuação dos professores que conjuntamente aos alunos, refletem sobre os diferentes modos de construção do conhecimento.

As metodologias adotadas para o processo ensino-aprendizagem são a consequência da apreciação do tratamento dado ao conhecimento e da observação de fatores que possam focar no processo de melhoria continua das políticas existentes e do cenário de outras realidades institucionais no que tange a educação.

Os conceitos relacionados ao ensino se reformulam para entender a estrutura do processo de planejar o ensino superior com uma forma mais ampla e inovadora de adaptarem-se as metodologias que devem ser utilizadas para a consecução da informação e construção do conhecimento no meio acadêmico.

O processo de ensino-aprendizagem se valoriza diante das políticas educacionais e configura-se no eixo da extensão universitária ao idealizar uma sociedade que cresce e desponta na produção de informação e conhecimento.

As instituições de ensino através de seus objetivos e metas, localizam, entendem, disseminam e utilizam os conhecimentos gerados no trabalho para valorizar tanto a instituição como o ensino, através da integração de seus diversos recursos: ferramentas (tecnologias), pessoas e processos. Segundo Teixeira Filho (2009, p.14), a gestão do conhecimento “[...] situa-se na confluência entre a Teoria da Organização, Estratégia Empresarial, Cultura Administrativa, Sistemas de Informação e Comunicação”.

2.1 Estratégias de Programas Institucionais que Integram a Educação Colaborativa ao Ensino

O conhecimento é um processo de assimilação da informação que resulta no aprender gerado pelas construções próprias do saber e representado pela participação individual no ambiente social das organizações. Segundo Klein (2003), com o incremento de ciência e tecnologia no meio produtivo, surgem novas exigências técnicas, educacionais, comportamentais e políticas para conseguir um emprego, embora isso não signifique garantia de consegui-lo ainda a aprendizagem parece ser o fator diferencial entre os eixos econômico, social e político.

Aprender é reorganizar as estruturas do conhecimento, interagindo os estilos de pensamento. O saber realizar ocorre em um processo de diálogo das pessoas que pode se dar uns com os outros, consigo mesmas e com o universo em que se encontram inseridas e que dessa forma projeta o contexto das organizações educacionais.

No ambiente educacional, a interação do professor, do aluno e das metodologias de ensino propostas em atividades e projetos educacionais verifica-se o direcionamento que leva o aluno a pensar e a aprender a aprender. O professor deixa de ser o repassador do conhecimento, para ser o criador de ambientes de aprendizado e facilitador do processo pelo qual o aluno aprende a adquirir o conhecimento por si mesmo (COSTA et al., 2000).

O professor conjuntamente aos alunos reflete sobre os diferentes modos de construção do conhecimento o que leva a ser repensado na metodologia, no processo ensino-aprendizagem, para um ambiente mais interativo e dinâmico. Para tanto, o que está sendo referenciado não é apenas o conhecimento, mas o tratamento dado a ele, em uma relação de construção que ocorre no ensinar e no aprender. O conhecimento é um processo de assimilação que resulta no aprender, assimilação essa não de conhecimentos transmitidos, pois eles não são construídos por outras pessoas, mas são construções próprias do saber.

Aprender é um processo que ocorre quando o indivíduo tem oportunidade de entrar em contato com um novo conhecimento, como observado na Figura 1. Os conceitos com relação a aprender e ensinar também se reformulam para as novas formas do ensino educacional. O aprender passa a ser uma busca de informações e adaptações às mudanças, e o ensinar não é mais a transmissão do conhecimento, mas sim uma aceitação por parte do professor, de aprender a ensinar.

Figura 1
Aprendizagem relacionada ao conhecimento adquirido pelos alunos. Fonte: Caldas – 2010.

No ambiente educacional colaborativo, existe a comunicação e uma transferência de informações, podendo ocorrer uma mudança nas técnicas utilizadas para essa finalidade e também para que o conhecimento seja um fluxo informacional, um processo de fazer ciência no qual a união da experiência investigativa do professor com a busca informacional realizada pelo aluno tem como resultado a construção do conhecimento.

O conhecimento científico e técnico, o domínio e a propriedade da mais recente técnica, ou descoberta científica, significa para Marx (2002) uma vantagem competitiva de grande importância para o capital.

Assim, vê-se que o ensino está comprometido com a qualificação da força de trabalho e com o seu máximo aproveitamento: "O sistema de ensino [...] reproduz o sistema dominante, tanto a nível ideológico quanto técnico produtivo" (MARX; ENGELS, 1992).

Afinal, na sociedade da informação, o recurso que mais sobressai para as regiões é o caráter inovativo que associado ao conhecimento adequa novas formas de cidadania e qualidade de vida. O conhecimento aqui tratado pode ser entendido como a informação estruturada, contextualizada, e dotada de conteúdo a quem a detém. Costa et al. (2000, p.31), consideram que “[...] conhecimento é um processo cognitivo que necessita da informação como matéria-prima para desencadeá-lo” e a informação consegue formas de disseminação através da proposta do ensino e da educação presentes nas comunidades.

A informação tratada e adotada enquanto recurso, somente existe diante do composto humano, pois esta é gerada e produzida com sentido para sua devida utilização no complexo das organizações que são regidas pelos indivíduos que a compõem. Sutter (2006) relata que a informação precisa de compreensão e percepção para as operações mentais que por si transformam-se na tecnologia e que são favoráveis ao conhecimento produzido nas organizações. A informação é “[...] pré-requisito do conhecimento para se realizar a interpretação dotada de significado para os indivíduos que na organização atuam com a comunicação e a tecnologia” (SUTTER, 2006).

A tipologia do processo investigativo pautou-se na pesquisa participativa de classificação descritiva e exploratória. A abordagem metodológica é quantitativa e utilizou-se da estratégia de recolha de dados proposto pelo método Survey.

A metodologia Survey foi escolhida diante do objetivo da investigação que deveria abranger o entendimento do comportamento de alunos pertencentes à área de domínio da Ciência da Informação e docentes que agrupam o Centro de Estudos e Práticas Pedagógicas (CENEPP) (ALRECK; SETTLE, 1995). O universo de pesquisa foi o câmpus da Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC) da Unesp situado no Estado de São Paulo.

Procurou-se expor no contexto metodológico investigativo – com vistas a gestão institucional – a organização do trabalho acadêmico e profissional no âmbito da Unesp. Ressalta-se o comprometimento em analisar a representação do conhecimento gerada no processo de: Estrutura física existente; ensino e aprendizagem e; coordenação e participação em projetos realizados pelos docentes como meios de capacitação e desenvolvimento profissional. A capacitação aqui determinada foi levantada através das atividades coordenadas pelas tutorias do grupo do Programa de Educação Tutorial (PET) de Biblioteconomia.

A educação cooperativa tem sido utilizada e analisada como temas de pesquisa em variados modelos de ensino e grupos escolares. Portanto há um debate acerca da promoção e desenvolvimento da aprendizagem em ambientes cooperativos.

No âmbito da Unesp/FFC procurou-se apresentar fatos sobre as aplicações práticas mais utilizadas de métodos cooperativos a fim de auxiliar a constituição de mecanismos teóricos que evidenciam a formação da educação cooperativa.

Segundo Slavin (2011) a educação cooperativa apresenta condições específicas que melhoram substancialmente o desempenho do aluno na participação universitária nas esferas do ensino e pesquisa e as formas estruturadas de aprendizagem provam ser eficazes posteriormente na formação do indivíduo. Refere-se ainda a maneiras as quais os docentes organizam seu trabalho conjuntamente aos alunos, apreciando o conteúdo informacional e o conhecimento conduzido pelo grupo com o intuito da atuação próxima para ajudar uns aos outros e apreender conteúdos acadêmicos.

O docente ao organizar o seu trabalho em projetos de ensino e pesquisa que envolva os alunos em formas colaborativas de atuação, tende a analisar uma projeção histórica da trajetória de produção informacional destes com a capacidade de envolvimento nas temáticas a serem desenvolvidas o que configura a importância do entendimento da representação do conhecimento.

A informação pode assim ser o instrumento modificador da formação do indivíduo em seu grupo social e assim, ao atuar em projetos de educação cooperativa, o aluno se desenvolve pessoalmente e no seu preparo para exercer sua atuação profissional, fomenta a construção do conhecimento e provoca um crescimento dos grupos sociais existentes no meio acadêmico. Para Barreto (2002) o conhecimento é uma alteração no estado cognitivo do indivíduo no qual o sujeito assimila o meio e interpreta a informação através de um saber acumulado em prol de desenvolver competências que se potencializam no agir profissional.

Os projetos de educação cooperativa destacados na Unesp/FFC diante de seus trabalhos de reconhecimento da representação do conhecimento e do comprometimento de seus membros em formar competências que traduzam a melhoria ao incentivo da participação dos grupos sociais existentes no meio acadêmico foram: PET de Biblioteconomia; PET de Ciências Sociais; empresas juniores; extensão universitária; Centro de Estudos da Educação da Saúde (CEES); e CENEPP. Dentre tais projetos, destacam-se na área da Ciência da Informação: PET de Biblioteconomia; Empresa Júnior de Gestão da Informação e Documentação (EGID); e CENEPP.

Os Cursos de Arquivologia e Biblioteconomia da Unesp dispõem do PET, implantado desde novembro de 1994 e destinado aos alunos que demonstram potencial de liderança e resultados acadêmicos destacados. Para atuação no grupo, os alunos realizam o processo seletivo e classificam-se como bolsistas e voluntários. As atividades desenvolvidas pelo PET procuram contribuir com a projeção da qualidade acadêmica do curso de graduação, principalmente por meio da aprendizagem ativa, complementando a perspectiva convencional do ensino relacionado a educação universitária.

Aos membros do grupo PET são requeridos: A ação democrática; senso de responsabilidade diante do enfoque das atividades realizadas com os integrantes e; trabalho em equipe, além de representar um comprometimento diferencial junto a comunidade universitária e externa, pertencente à cidade e região. Portanto, o programa PET configura-se em uma projeção ímpar e referencial de um processo de excelência do eixo educacional que reflete no aprendizado para posterior atuação do aluno no mercado de trabalho.

O grupo PET de Biblioteconomia conta com doze bolsistas e seis voluntários e em sua trajetória esteve sob a tutoria de cinco docentes ligados ao Departamento de Ciência da Informação da Unesp/FFC e que permaneceram por um período de três anos de atuação tutorial. Os bolsistas e voluntários realizam a Pesquisa Coletiva que se relaciona com os temas de pesquisas individuais, ligados a Gestão Informacional e comum ao grupo. Promovem ainda a exposição de suas pesquisas, debatendo com profissionais e pesquisadores da área os principais pontos de sua investigação periodicamente através das Reuniões de Estudo.

Na análise do planejamento de atividades do grupo PET, percebeu-se o enfoque na integração comunitária diante da apreciação de algumas dimensões de ações alcançadas como: Utilização de redes de discussão; envolvimento da comunidade interna e externa à universidade; uso de meios de comunicação; uso da mídia local; interesse político local, conhecimento e participação.

A integração comunitária determina o papel social nas ações do grupo e então remete a oportunidades para aprender habilidades práticas sociais e de convivência conjunta à comunidade diante de uma ampla percepção na variedade de ambientes comunitários. Cria-se a melhoria na qualidade de vida das pessoas envolvidas por constantemente oferecer tipologias de serviços, melhores práticas estudos e inovações, da comunidade e de integração.

No Gráfico 1 é possível perceber o impacto das atividades realizadas pelo grupo PET junto à comunidade. Entre o período analisado, a ‘Organização de Eventos’ contou com a participação de seiscentas pessoas, a ‘Recepção de Calouros’ com mil e vinte e a ‘Feira de Profissões’ com novecentos e oitenta participações. Assim é possível observar o forte papel social que desempenha grupos de trabalho que conquistam a realização de aliar a educação cooperativa com a integração comunitária.

Gráfico 1
Impacto da integração comunitária realizada pelo grupo PET.
Elaborado pelas autoras.

O PET de Biblioteconomia tem desenvolvido programas de divulgação de profissões em escolas de ensino médio da cidade de Marília/SP e região. Além da realização de atividades junto à Feira de Profissões – projeto realizado durante um dia ao qual a Unesp abre a sua porta para as escolas da região a fim de divulgar os cursos e atividades profissionais existentes na universidade.

A atividade ‘Recepção de Calouros’ tem por objetivo apresentar a FFC aos alunos ingressantes a fim de que sejam devidamente acolhidos pelos departamentos da unidade, facilitando suas atividades no decorrer do ano, tendo em vista o conhecimento do espaço físico do campus. Os integrantes do grupo PET agendam anteriormente uma reunião com representantes dos cursos existentes com treinamentos para que se tornem monitores de suas turmas. Posterior à visita geral, o aluno ingressante acompanha seu monitor para conhecer os locais aos quais utilizará no período que cursar a universidade.

No desenvolvimento da ‘Organização de Eventos’ o grupo enfatiza a disseminação de informações junto à comunidade, realiza para tanto a criação de logotipos representativos dos eventos e circula estes em: cartazes; redes sociais; folders; mensagens eletrônicas; e mídias, propagando a divulgação do evento e a abrangência de sua área do conhecimento. Atualmente é através das redes sociais que instituições divulgam e tem contatos com seus clientes, percebe-se no âmbito digital o vínculo informativo.

Ao verificar o relatório de atividades desenvolvidas pelo grupo PET, destacaram-se ainda as seguintes atividades:

• Palestras: são oferecidas palestras semestrais, com pesquisadores e profissionais da área de Ciência da Informação, buscando abordar os temas atuais e as tendências da área a fim de oferecer subsídios para que os alunos da graduação possam entender o conhecimento gerado através do desenvolvimento das comunidades;

  O PET Cultural é um evento realizado anualmente. É uma atividade de cunho cultural que tem por objetivo a aproximação da comunidade acadêmica realizada através da exposição de aspectos culturais da área da Ciência da Informação por meio de palestras e oficinas de interesse social e construtivo.

  Minicurso: Workshop realizado anualmente que procura interligar a comunidade acadêmica com os profissionais da região de Marília. Tem por objetivo proporcionar um novo olhar sobre o tema abordado, bem como ampliar conhecimentos, tanto técnicos quanto teóricos, sobre a atividade que pode se manifestar enquanto arte.

  Semana de Biblioteconomia: tem sua realização anual e permite que a comunidade acadêmica entre em contato com a atividade de um profissional atuante nos variados tipos de bibliotecas, proporcionando um debate sobre os possíveis desafios que o profissional irá encontrar ao longo da carreira através da ênfase aos desafios e dificuldades existentes.

  Reunião de Estudos: realizada semanalmente possui o intuito de debater em profundidade temas que perfazem o planejamento do grupo e a intersecção da pesquisa coletiva na geração de informação com foco na comunidade e nas linhas de pesquisa existentes no departamento de Ciência da Informação da Unesp/FFC.

  Metacine: O projeto existe há cinco anos e traz discussões sobre documentários dos mais renomados diretores de todos os tempos. O objetivo principal é promover a apreciação sensível e a reflexão inspirada em diversos campos do saber como a psicologia, a filosofia e a estética.

Salienta-se que parece existir no projeto a importância em demonstrar e agir no contexto de reconhecimento do conhecimento para que a exista um processo de aprendizagem ao qual a observação da realidade também ocorre mediante a investigação dos problemas (HJØRLAND, 2014).

Entende-se que o Grupo PET de Biblioteconomia da Unesp, por meio de sua trajetória de atividades relativas ao ensino, à pesquisa e à extensão, vem contribuindo para o desenvolvimento permanente de uma dinâmica construtiva e criativa de aprendizagem, visando à formação de profissionais comprometidos com a realidade científica e social em que se inserem.

O programa PET se fundamenta na atividade prática do ensino no que tange uma educação cooperativa como ponto de partida para a produção do conhecimento. Percebeu-se ainda o enfoque na integração comunitária diante da apreciação de algumas dimensões de ações realizadas, determinando o papel social do grupo que remete a oportunidades para aprender habilidades conjuntamente à comunidade.

Foi possível perceber através da análise do planejamento e relatório de atividades, que o grupo PET possui forte impacto nas ações que integra junto à sua comunidade de atuação, talvez tal fato seja uma conquista na realização de aliar a educação cooperativa com a integração comunitária. Entende-se que em sua atuação o indivíduo apreende, compreende e transforma as circunstâncias, ao mesmo tempo, em que é transformado por elas (KUENZER, 2000).

O estudo alcançou seus objetivos ao verificar as atividades desenvolvidas pelo PET de Biblioteconomia como recurso da representação do conhecimento de alunos da graduação na integração do ensino e da aprendizagem através de parâmetros indicativos da prática pedagógica premente na estrutura organizacional, projetada por programas como CENEPP, Projetos de Extensão e Empresa Jr.

As situações vivenciadas, os problemas enfrentados e as áreas do conhecimento envolvidas no planejamento e execução das atividades são características que diferenciam o PET de qualquer outro programa extracurricular que preconize o ensino, a pesquisa e a extensão universitária.

Para Freire (2002) aprender não se limita a tornar o indivíduo adaptado à realidade, mas inclui criar um sujeito ativo, capaz de transformá-la e intervir sobre ela, recriando-a a cada novo momento de ação.

Portanto, para a integração da universidade a uma sociedade verdadeiramente democrática e uma Reforma do Ensino Superior que realmente melhore a formação e propicie a emancipação, faz-se necessário a interação ao estímulo do ensino e criatividade dos alunos a fim de divulgar e apoiar a valorização da pesquisa e dos resultados investigativos existentes nas instituições científicas do ensino superior e dinamizar parcerias entre docentes das universidades, pesquisadores e comunidade.