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EDITORIAL
Ester Liberato Pereira; Rafael Dias de Castro
Ester Liberato Pereira; Rafael Dias de Castro
EDITORIAL
Caminhos da História, vol. 26, núm. 1, 2021
Universidade Estadual de Montes Claros
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Editorial

EDITORIAL

Ester Liberato Pereira1
Universidade Estadual de Montes Claros, Brasil
Rafael Dias de Castro2
Universidade Estadual de Montes Claros, Brasil
Caminhos da História
Universidade Estadual de Montes Claros, Brasil
ISSN: 1517-3771
ISSN-e: 2317-0875
Periodicidade: Semestral
vol. 26, núm. 1, 2021


Estimados(as) leitores(as),

A pandemia da COVID-19 tem sido assinalada por um momento de distanciamento social. Em função disso, há uma disposição para que as atividades de diversão e lazer sejam modificadas ou ajustadas às alternativas dentro das moradias, quando possíveis. Aliado aos debates sobre a precariedade das moradias de grande parte da população brasileira, às diferenças sociais cada vez mais escancaradas pela pandemia e as dificuldades de se atentar para momentos de lazer devido às problemáticas econômicas provenientes de tal período, pesquisas têm apontado também para alterações significativas nos costumes de diversão e lazer, especialmente no que se refere aos interesses sociais, físico-esportivos e turísticos.

Segundo a jornalista Macarena Vidal Liy, em matéria divulgada no jornal espanhol El país, no dia 07 de dezembro de 2020, depois de as pessoas passarem por todo esse tempo “trancadas”, precisarão liberar suas emoções, pois “[...] a fome de diversão se junta à vontade de esquecer [...]”. Como veículo de divulgação científica, entendemos que nosso papel também seja o de ressaltar a diversão e o lazer como algo básico na vida, ainda que alguns setores da população, principalmente os mais vulneráveis econômica e socialmente, estejam constatando que estão tendo menos tempo livre para desfrutá-los, porquanto os afazeres do trabalho, as ocupações cotidianas e as diversas problemáticas sociais estejam cada vez mais sobrepostas.

Concomitantemente, agora, 10 de dezembro de 2020, atingimos a fúnebre cifra de 178.995 mortos, no Brasil, e mais de 6 milhões de casos confirmados no país. Inclui-se, nesse panorama necropolítico, um assustador e lamentável descaso de grande parcela da população perante a pandemia do novo coronavírus. Assim, a previsão é de que essa edição da Caminhos da História alcance o público no início de janeiro de 2021, e com esses números já bem desatualizados.

Perante este cenário pandêmico, afora os pontos supracitados, um boletim da Fiocruz aconselha, para se sustentar a saúde mental, que as pessoas confinadas conservem ocasiões de diversão e lazer e que procurem ler livros e assistir a filmes, dialogar, trocar informações entre familiares e indica, também, que se cultivem contatos sociais online (FIOCRUZ, 2020)[1]. Dentre tais conselhos, destacam-se, assim, as diversões, aquilo que oferece distração e prazer, afastando, assim, os assuntos que aborrecem. Passatempos, recreios, entretenimentos, recreação, desvios, distrações, divertimentos e esporte. Eis aí fenômenos que, se outrora foram relegados a um segundo plano de importância (no meio acadêmico-científico, social, cultural, político e econômico), perante o voraz ritmo capitalista e neoliberal, agora, apresentam-se como possíveis “antídotos” salvadores de uma pandemia sem precedentes neste século XXI.

Nossa proposta, assim, foi lançar o dossiê História das Diversões, organizado pelxs professorxs Igor Maciel da Silva (UFJF), Sarah Teixeira Soutto Mayor (UFJF) e Cleber Dias (UFMG). Hoje, com muita satisfação, o colocamos no ar. O dossiê, que será elucidado com maior primor no seu texto de apresentação, agrupa oito artigos que proporcionam análises, sob a perspectiva histórica, de diferentes perspectivas das diversões no Brasil. Nesse distinto quadro, encontram-se xs pesquisadorxs Renata Oliveira, Ronaldo de Souza Júnior, Marcela Ariete dos Santos, Fábio Santana Nunes, Rogério Othon Teixeira Alves, Georgino Jorge de Souza Neto, Juliana Araújo de Paula, Jordania de Oliveira Eugenio, Marília Martins Bandeira, Sarah Teixeira Soutto Mayor e Igor Maciel da Silva.

O periódico Caminhos da História, como de costume, apresenta também a sua seção de artigos sobre temáticas livres e que discorrem acerca de conteúdos harmônicos à História. O primeiro deles, intitulado “Mulheres do campo, sindicalismo e ação política: a construção histórica da categoria trabalhadora rural”, é de autoria de Marisangela Lins de Almeida. O texto objetiva analisar a ação política de trabalhadoras rurais que, ao longo da década de 1980, protagonizaram um movimento político por reconhecimento do seu trabalho e direitos.

O artigo seguinte, “A cena musical ‘blues’ de Fortaleza 1989-1992: os primeiros momentos do Blues Pai D’égua”, é, também, de especial relevância. Em momentos tão abjetos vividos pela arte em nosso país, Leopoldo de Macedo Barbosa, estudioso do “blues”, do “rock ‘n’ roll”, da juventude e da cena musical de Fortaleza, no Ceará/Brasil, apresenta, ao(à) leitor(a), um aporte essencial para apreendermos esse espaço de produção musical entre os anos de 1989 e 1992.

O terceiro artigo publicado, “Outras vozes da canção popular brasileira”, é de Leandro Braz da Costa e apresenta relevantes subsídios para a área dos estudos da canção e da cultura populares na historiografia e ensino de História. Traz, assim, algumas inflexões acerca da historiografia da música brasileira e a utilização da canção popular enquanto fonte utilizada no processo de ensino e aprendizagem em história, por meio de perspectivas sublinhadas por Jörn Rüsen, com enfoque nas manifestações socioculturais ligadas à produção musical das décadas de 1960, 1970 e 1980.

O quarto e último artigo desta edição “Desafios do aprender a ensinar História: reflexões sobre o livro didático a partir do Projeto Pibid (Fahist)”, de Erinaldo Cavalcanti, Izanne Carvalho e Camila Carvalho, apresenta uma síntese das atividades desenvolvidas no Projeto Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) da Faculdade de História da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa, Marabá-PA), para analisar o livro didático de História como objeto de pesquisa.

Em seguida, na seção Resenhas, a qual encerra a presente edição, contamos com a resenha “Fascismos?”, de Jordi Estivill, sobre o livro “Fascismos (?): análises do integralismo lusitano e da ação integralista brasileira (1914-1937)”, de autoria de Felipe Azevedo Cazetta, e publicado em 2019 pela editora Paco Editorial. Estivill, responsável pela resenha, demonstra que não há muitas investigações que contrastem a evolução da ideologia fascista entre a Europa e a América Latina, e, menos ainda, estritamente entre Brasil e Portugal. Portanto, essa ausência, que agora é contemplada, seria apenas um primeiro motivo, apontado por Estivill, para destacar o valor da obra de Felipe Azevedo Cazetta.

ivo, apontado por Estivill, para destacar o valor da obra de Felipe Azevedo Cazetta. Desejamos uma excelente e prazerosa leitura! E que consigamos continuar persistentes para reprimir a urgência da pandemia...!

Ester Liberato Pereira, Rafael Dias de Castro, e Comissão Editorial.

Material suplementar
Apêndices
Sobre a imagem da capa:

Título da obra

"Praia, praia, praia"


Biografia do artista

Camilo Martins se formou em gravura pela UFRJ em 2017. Nesse mesmo ano, foi o jovem ilustrador escolhido para representar o Brasil no workshop da Bienal Internacional de Ilustração da Eslováquia, e trabalha ilustrando livros para crianças e jovens desde então. Recebeu o selo Seleção Cátedra 10-UNESCO (PUC-RIO) pelo livro Em Busca do Mar (2019). Atualmente, também trabalha como designer de estampas na marca A Fábula. Instagram: @camilo3martins




Notas
Notas
[1] Disponível em: https://portal.fiocruz.br/fundacao. Acesso em: 10 dez. 2020.
Autor notes
1 Editora-Chefe
2 Editor Adjunto



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