Dossiê

A SEMIÓTICA DE GREIMAS NA PESQUISA BRASILEIRA EM DESIGN E MODA: TRIAGEM E MISTURA ENTRE DISCIPLINAS

Greimas’ Semiotics in Design and Fashion research in Brazil: separation and mixing between disciplines

La Sémiotique de Greimas dans la recherche brésilienne sur Design et Mode: tri et mélange entre disciplines

Marc Barreto Bogo 1
PUC São Paulo, Brasil
Mariana Braga Clemente 2
PUC São Paulo, Brasil

Revista de Ensino em Artes, Moda e Design

Universidade do Estado de Santa Catarina, Brasil

ISSN: 2594-4630

Periodicidade: Bimestral

vol. 5, núm. 1, 2021

modaesociedade@gmail.com

Recepção: 11 Setembro 2020

Aprovação: 30 Novembro 2022



DOI: https://doi.org/10.5965/25944630512021014

Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution 4.0 Internacional, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.

Resumo: A Semiótica de linha francesa desenvolvida por A. J. Greimas e seus colaboradores tem como um de seus princípios colocar-se a serviço das outras ciências sociais e humanas. O objetivo deste trabalho é realizar um levantamento e entender como a arquitetura conceitual da teoria semiótica de Greimas é usada nas pesquisas das áreas de Design e Moda no Brasil. Nosso corpus de pesquisa são as teses e dissertações defendidas até o ano de 2019 em 25 programas de pós-graduação dessas áreas, filtradas segundo o uso ou menção de autores do campo da teoria semiótica francesa. O problema foi compreender se e como a Semiótica de Greimas apresenta-se em interdisciplinaridade com as pesquisas desenvolvidas nos programas de pós-graduação em Design e Moda brasileiros. De um universo total de 2.854 teses e dissertações disponíveis nos bancos de dados online, encontramos 90 trabalhos que fazem uso da Semiótica de Greimas. Partindo da oposição entre os modos do fazer científico por triagem ou por mistura, identificamos nos resultados localizados uma tipologia das relações entre disciplinas, que podem se dar tanto como operações de separação ou de comparação (lógicas de triagem), quanto como operações de combinação ou de indiferenciação (lógicas de mistura). No geral, encontramos uma quantidade maior de trabalhos pertencentes à lógica da mistura do que à lógica da triagem, o que evidencia a própria natureza interdisciplinar das áreas de Design, Moda e Semiótica.

Palavras-chave: Semiótica de Greimas, Pesquisas em Design e Moda, Interdisciplinaridade.

Abstract: The Semiotic Theory developed in France by A. J. Greimasand his collaborators, has among its principles to put itself at the service of other social and human sciences. The goal of this paper is to understand how the conceptual architecture of Greimas’ Semiotic theory is used in Design and Fashion studies in Brazil, by conducting a data survey. Our research corpus are the doctoral theses and master’s dissertations defended until 2019 in 25 graduate programs in these areas, filtered according to the use or mention of authors from the French Semiotics field. The main problem was to understand if and how Greimas’ Semiotics presents itself in interdisciplinarity with the researches developed in the Brazilian graduate programs in Design and Fashion. From a total amount of 2,854 thesis and dissertations available in online databases, we found 90 studies that make use of Greimas’ Semiotics. Starting from the opposition between the modes of doing science by separation or by mixing, we identified a typology of the possible relations between disciplines, which can take place either as segregation or comparison operations (separation logics), or even as combination or undifferentiation operations (mixing logics). At large, we found a greater amount of works belonging to the logic of mixture than to the logic of separation, which highlights the very interdisciplinary nature of the areas of Design, Fashion and Semiotics.

Keywords: Greimas’ Semiotics, Design and Fashion research, Interdisciplinarity.

Résumé: La Sémiotique d’origine française développée par A. J. Greimas et ses collaborateurs a comme un de ses principes le but de se mettre au service des autres sciences sociales et humaines. L’objectif de ce travail est de mener une identification des travaux de recherche, aussi bien que de comprendre comment l’architecture conceptuelle de la théorie de Greimas est utilisée dans les recherches des domaines du Design et de la Mode au Brésil. Notre corpus sont les thèses et les dissertations soutenues jusqu’en 2019 dans 25 programmes d’études supérieures dans ces domaines, filtrées en fonction de l’utilisation ou de la mention d’auteurs du cadre de la théorie sémiotique française. Le problème a été de comprendre si et comment la Sémiotique de Greimas se présente en interdisciplinarité avec les recherches développées dans les programmes d’études supérieures en Design et Mode brésiliens. À partir de la somme totale de 2854 thèses et dissertations disponibles en ligne sur les bases de données, nous avons trouvé 90 ouvrages qui utilisent la Sémiotique de Greimas. Partant de l’opposition entre les modes de faire de la science par tri ou par mélange, nous avons identifié dans les résultats une typologie des relations entre disciplines, qui peuvent se dérouler à la fois sous la forme d’opérations de séparation ou de comparaison (logique du tri), ainsi que sous la forme d’opérations de combinaison ou d’indifférenciation (logique du mélange). En général, nous avons trouvé un plus grand nombre d’œuvres appartenant à la logique du mélange qu’à la logique du tri, ce qui met en évidence le caractère très interdisciplinaire des domaines du Design, de la Mode et de la Sémiotique.

Mots clés: Sémiotique de Greimas, Recherche sur Design et Mode, Interdisciplinarité.

1 INTRODUÇÃO

Disciplinas de Semiótica constam no currículo de várias graduações em Design e Design de Moda no Brasil, o que nos aponta de antemão uma afinidade entre as teorias semióticas e as atividades criativo-projetuais. Como áreas de conhecimento ainda em vias de construção, tanto o Design como a Moda constituem-se por meio de abordagens autodeclaradas “interdisciplinares”, abertas às colaborações das mais diversas disciplinas, dentre as quais se encontra a Semiótica em suas várias linhas teóricas – sendo que a que nos mais interessa aqui é a Semiótica desenvolvida por A. J. Greimas e seus colaboradores.

A Semiótica se apresenta como um estudo do fenômeno da significação e, na tentativa de compreender esse amplo objeto de estudo, desdobra-se em múltiplas vertentes e abordagens. Na França, destaca-se a figura de Algirdas Julien Greimas, considerado o “pai” ou fundador da semiótica dita discursiva (igualmente nomeada de semiótica francesa, semiótica estrutural ou, não por acaso, semiótica greimasiana). Lituano radicado na França, Greimas pode ser considerado a partir da década de 1960 um continuador das teorias linguísticas de Saussure e Hjelmslev[3]. Greimas estruturou sua pesquisa não somente a partir da semântica, da lexicologia, da linguística e dos estudos da cultura, como os do folclore, mas também observando desenvolvimentos da fenomenologia e da antropologia – o que já indica uma aproximação entre disciplinas diversas.

Juntamente com os seus colaboradores do Groupe de recherchessémio-linguistiques, com sede na ÉcoledesHautesÉtudesenSciencesSociales, em Paris, ele desenvolveu ao longo de quatro décadas de estudo uma teoria da significação. Seu trabalho sempre foi marcado pela colaboração intensa e pelas trocas com seu grupo de trabalho. Como aponta Oliveira (2013, p. 19), “essa maneira de Algirdas JulienGreimas trabalhar em equipe foi notável nos desafios que provocou em cada um dos integrantes de seu entorno”.

O semioticista lituano entendia que a Semiótica deveria cumprir uma “função ancilar – a mais nobre – contribuindo à constituição das ciências sociais”[4] (GREIMAS, 1984, p. 7). Essa função ancilar da Semiótica proposta por Greimas é retomada por Eric Landowski (2017, p. 36-37) na passagem a seguir:

Um dia, por ocasião de um grande colóquio organizado em sua honra (deve ter sido por volta de 1985, em Cerisy), ele solenemente reiterou — talvez para moderar um pouco o tom solene da assembléia e amenizar a autocelebração coletiva — que ele concebia a semiótica como uma disciplina “ancilar” cuja vocação última não era se aperfeiçoar indefinidamente a si mesmo, sempre em procura de refinamentos e “profundidade” na teoria, mas colocar-se a serviço das outras ciências sociais e humanas. A disciplina deve servir a qualquer coisa na sociedade, ou ao menos (sejamos realistas!) no universo intelectual em que vivemos.

Ao se ocuparem do discurso e do advir do sentido nas mais diferentes manifestações – e mais atualmente também de seu devir –, a multiplicidade do grupo fez com que os estudos semióticos apontassem também para diferentes áreas do saber: a Literatura, a Publicidade, a Política, a Religião etc. Mesmo após a morte de Greimas, em 1992, sua teoria permanece viva a partir do trabalho de dezenas de semioticistas ao redor do globo e perpassa áreas como a Arte, a Educação, as Letras, o Urbanismo, a Administração, o Design e o Design de Moda, dentre outras.

O presente trabalho retoma e atualiza uma pesquisa coletiva intitulada “Emprego da Semiótica de A. J. Greimas nas áreas de conhecimento do Brasil: desenvolvimentos, apropriações e desdobramentos conceituais e metodológicos”, que procurava entender justamente como a Semiótica põe-se “a serviço” das várias disciplinas. O objetivo geral da pesquisa era realizar um levantamento e análise de como a arquitetura conceitual da teoria semiótica de Greimas foi usada nas pesquisas das várias áreas de conhecimento no Brasil (OLIVEIRA, 2016). Após uma primeira etapa de levantamento de alguns resultados parciais referentes aos usos da semiótica greimasiana nas áreas de Design e Moda no Brasil (BOGO et al, 2017), este artigo pretende complementar tal pesquisa, além de analisar a problemática da interdisciplinaridade entre a Semiótica e demais disciplinas nos programas de pós-graduação em Design e Moda.

Nosso corpus de pesquisa são as teses e dissertações defendidas até o ano de 2019 em 25 programas de pós-graduação em Design e Moda no Brasil, filtradas segundo o uso ou menção de autores do campo da teoria semiótica discursiva. Perguntamo-nos: a Semiótica, nesses trabalhos, mostra-se como uma disciplina ancilar para os processos de aprendizagem e de pesquisa em Design e Moda? Nosso problema foi compreender se e como a Semiótica de Greimas apresenta-se em interdisciplinaridade com as pesquisas desenvolvidas nos programas de pós-graduação em Design e Moda brasileiros.

Feito o levantamento, na intenção de desenvolver uma tipologia do emprego da semiótica de Greimas por essas áreas, tomamos a oposição entre os modos do fazer científico por triagem ou por mistura, elaborados por José Luiz Fiorin (2008), buscando entender de que modo o Design e a Moda como disciplinas distinguem-se ou misturam-se em relação às abordagens da Semiótica de Greimas.

2 A PESQUISA NAS BASES DE DADOS

Objetivando entender como essa vertente da Semiótica é empregada na pesquisa em Design e Moda, buscamos as dissertações e teses defendidas nos programas de pós-graduação dessas áreas no Brasil. Esse resultado, é claro, não dá conta de todas as relações possíveis entre Semiótica, Design e Moda. Muitos trabalhos de Pós-Graduação em Semiótica, por exemplo, tomam como corpus de análise objetos de design e de moda. No entanto, a abordagem adotada nesta pesquisa é a de investigar como a Semiótica é vista pelas áreas de Design e Moda, e não como os objetos dessas áreas são analisados por outros campos de conhecimento em programas de pós-graduação stricto sensu.

Iniciamos a pesquisa consultando a lista de cursos avaliados e reconhecidos na Plataforma Sucupira (CAPES) que constituem a subárea “Desenho industrial” (dentro da área de avaliação “Arquitetura, Urbanismo e Design”). Dos 24 programas ativos no ano de 2020, dois tiveram de ser excluídos por não disponibilizarem os trabalhos finais em repositórios online[5]. Aos resultados restantes adicionamos o programa em Têxtil e Moda da Universidade de São Paulo (USP), que, apesar de estar cadastrado na área de conhecimento “Interdisciplinar”, assume um papel importante se buscarmos dar conta de uma panorâmica na produção acadêmica em Moda no Brasil. Além dos programas em atividade, incluímos ainda as dissertações defendidas em dois programas já desativados, mas que por vários anos abrigaram pesquisas de Design e Moda no Centro Universitário SENAC-SP (programas de “Design” e de “Moda, Cultura e Arte”).

Cabe esclarecer como foi feita a pesquisa na USP. A Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da USP teve por muitos anos como área de concentração a especificidade “Design e Arquitetura”, o que fez com que o programa abrigasse numerosas pesquisas relacionadas ao campo do Design. No entanto, ao consultar esse programa na base de dados da universidade, resultados de Arquitetura surgem junto a resultados de Design, o que não se enquadraria no escopo da pesquisa. Seguindo nosso critério de avaliar a pesquisa feita apenas pelos programas de Design e Moda, consideramos para nosso levantamento somente os trabalhos defendidos no programa de pós-graduação em Design da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), criado em 2017 como desdobramento do antigo programa de Arquitetura.Além dele, consideramos também o já citado Mestrado Acadêmico em Têxtil e Moda, datado de 2011. Do contrário, teríamos que considerar também as pesquisas sobre Design realizadas em diversos outros programas que, sabemos, pesquisam objetos e temas do Design (como nas áreas de Engenharia de Produção, Comunicação, Sociologia etc.), o que não é nosso objetivo.

Acessando as diferentes bases de dados em que cada programa de pós-graduação disponibiliza suas teses e dissertações, realizamos a busca pelos seguintes termos: “Semiótica Estrutural”, “Semiótica Francesa”, “Semiótica Discursiva”, “Sociossemiótica”, “Etnossemiótica”, “Semiótica plástica”, “Semiótica Narrativa”, “Semiótica Tensiva”, “Semiótica das paixões” e simplesmente “Semiótica” (nesse último caso, menções referentes a outras linhas teóricas semióticas, como a Semiótica de Peirce, por exemplo, foram desconsideradas). Buscamos ainda os sobrenomes dos seguintes autores considerados fundamentais para os estudos dessa abordagem Semiótica: “Greimas”, “Landowski”, “Zilberberg”, “Fontanille”, “Floch”, “Marsciani”, “Hammad”, “Oliveira”. Os resultados encontrados estão sistematizados a seguir (Quadro 1).

Quadro 1
Programas de pós-graduação pesquisados e resultados encontrados
Instituição; Programa de Pós-graduação e grau concedido Base de dados consultada Total de teses e dissertações disponíveis na base (junho de 2020) Trabalhos que fazem uso da Semiótica de Greimas
Centro Universitário Senac (SENAC-SP); PPG Design (Mestrado Acadêmico). Base de dados Sucupira - CAPES. 2 0
Centro Universitário Senac (SENAC-SP); PPG Moda, Cultura e Arte (Mestrado Acadêmico). Base de dados Sucupira - CAPES. 40 4
Centro Universitário Teresa D’Ávila (UNIFATEA); PPG Design, Tecnologia e Inovação (Mestrado Profissional). Página do PPG Design UNIFATEA. 59 0
Pontifícia Universidade Católica do Rio De Janeiro (PUC-RIO); PPG Design (Mestrado Acadêmico e Doutorado Acadêmico). Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, filtrando resultados por instituição e programa. 477 2
Universidade Anhembi Morumbi (UAM); PPG Design (Mestrado Acadêmico e Doutorado Acadêmico). Página do PPG Design Anhembi Morumbi. 179 23
Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE); PPG Design (Mestrado Profissional). Biblioteca Universitária Digital da UNIVILLE 59 1
Universidade de Brasília (UNB); PPG Design (Mestrado Acadêmico). Página do PPG Design UNB. 60 3
Universidade de São Paulo (USP); PPG Design (Mestrado Acadêmico e Doutorado Acadêmico). Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP. 11 0
Universidade de São Paulo (USP); PPG Têxtil e Moda (Mestrado Acadêmico). Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP. 173 13
Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG); PPG Design (Mestrado Acadêmico e Doutorado Acadêmico). Banco Digital de Teses e Dissertações da UEMG. 141 0
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC); PPG Design (Mestrado Acadêmico e Doutorado Acadêmico). Página do PPG Design UDESC. 72 9
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC); PPG Design de Vestuário e Moda (Mestrado Profissional). Repositório de Teses e Dissertações UDESC. 15 1
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); PPG Design (Mestrado Acadêmico e Doutorado Acadêmico). Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UERJ. 138 4
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS); PPG Design (Mestrado Acadêmico e Doutorado Acadêmico). Repositório Digital da Biblioteca da UNISINOS. 173 13
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Bauru (UNESP-BAURU); PPG Design (Mestrado Acadêmico e Doutorado Acadêmico). Repositório Institucional de Teses e Dissertações UNESP. 240 6
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG); PPG Design (Mestrado Acadêmico). Página do PPG Design UFCG. 31 2
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); PPG Design (Mestrado Acadêmico e Doutorado Acadêmico). Repositório de Teses e Dissertações UFPE. 303 1
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); PPG Ergonomia (Mestrado Profissional). Repositório de Teses e Dissertações UFPE. 56 0
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); PPG Design (Mestrado Acadêmico e Doutorado Acadêmico). Repositório Institucional de Teses e Dissertações da UFSC. 176 3
Universidade Federal do Amazonas (UFAM); PPG Design (Mestrado Profissional). Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFAM. 8 0
Universidade Federal do Maranhão (UFMA); PPG Design (Mestrado Acadêmico). Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFMA. 48 1
Universidade Federal do Paraná (UFPR); PPG Design (Mestrado Acadêmico e Doutorado Acadêmico). Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFPR. 82 0
Universidade Federal do Rio De Janeiro (UFRJ); PPG Design (Mestrado Acadêmico). Repositório Institucional de Teses e Dissertações da UFRJ. 4 0
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); PPG Design (Mestrado Profissional). Repositório de Teses e Dissertações da UFRN e Base de dados Sucupira - CAPES. 33 0
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); PPG Design (Mestrado Acadêmico e Doutorado Acadêmico). Lume - Repositório Digital da UFRGS. 274 4
Total 2.854 90
os autores.

Assim, de um universo total de 2.854 teses e dissertações das áreas de Design e Moda disponíveis nos bancos de dados online, encontramos 90 trabalhos que faziam uso da Semiótica de Greimas, o que configura cerca de 3,15% do montante. Tal “uso” engloba desde citações pontuais do semioticista lituano ou de seus colaboradores e continuadores, até trabalhos em que a abordagem semiótica fundamenta toda a visada teórico-metodológica da pesquisa.

3 USOS DA SEMIÓTICA DE GREIMAS

Dentre os documentos localizados em nossa pesquisa, destaca-se numericamente um conjunto de 23 teses e dissertações da Universidade Anhembi Morumbi que versam principalmente sobre a Moda, citando em especial as obras de Kathia Castilho, que atuou no programa orientando diversos trabalhos e teve grande importância nos estudos semióticos da moda. Embora poucas vezes mencionem Greimas, esses trabalhos citam outros autores que fazem uso de sua teoria (E. Landowski, A. C. de Oliveira, A. Semprini, J. L. Fiorin, K. Castilho, M. M. Martins, S. Demetresco, dentre outros).

Nesses trabalhos, a teoria semiótica é utilizada para esclarecer certos conceitos relacionados ao universo da moda: a própria noção de moda, identidade, corpo, simulacro, manipulação (sedução) etc. Poucas vezes apontando que esses conceitos se tratam de formulações semióticas e raramente empregando o ferramental metodológico da Semiótica de Greimas em suas análises, esses numerosos trabalhos, no entanto, semiotizam elementos importantes no universo da moda (a sedução, os desfiles, a marca, o corpo vestido, dentre outros) feitas por pesquisadores do campo da Semiótica.

Outro conjunto numeroso de trabalhos é o da UNISINOS, onde foram localizadas 13 dissertações, grande parte delas orientada por Ione Bentz. Sete dissertações da UNISINOS citam pontualmente Greimas e Courtés, Fiorin e Fontanille para esclarecer os conceitos “competência”, “signo”, “actante”, “metalinguagem”, “texto”, “comunicação”, “enunciação”, “discurso”, “sentido”. Essas dissertações são voltadas para o Design estratégico e tratam de objetos bastante diversos (livros digitais, histórias em quadrinhos, redes sociais, briefing etc.). Uma dissertação vale-se da semiotização do conceito de “marca” feita por A. Semprini, enquanto outra retoma a semiotização de “moda” e “aparência” de A. C. de Oliveira e K. Castilho.

A dissertação de Anerose Perini (2015), sobre mobilidade urbana por bicicleta, também recorre pontualmente a conceitos como “símbolo” e “significante”, citando J. Fontanille. No entanto, ao tratar da mesma temática, a dissertação de Ana Paula Santos (2018) faz um uso mais aprofundado da proposição do percurso gerativo do plano da expressão de J. Fontanille para analisar os discursos dos participantes de um workshop que buscava propor espaços cicláveis na cidade (Porto Alegre). Seu objetivo era integrar o modelo teórico da Semiótica e a prática projetual: “ao lado do metaprojeto entra em cena a semiótica que também pode auxiliar no processo do projeto” (SANTOS, 2018, p. 38). Rodrigo Machado (2017) retoma a semiotização de Greimas do jogo e do sujeito lúdico, comparando-a com formulações de “jogo” feitas por Huizinga e por Deleuze e Guattari; apesar de debater a semiotização, esta é usada comparativamente e de modo pontual.

A dissertação de Paulo Bittencourt (2012) examina a cadeia produtiva da celulose a partir de uma perspectiva semiótica, analisando os programas narrativos dessa cadeia e alcançando um quadrado semiótico. Essa dissertação cita várias obras de A. J. Greimas, J.-M. Floch, J. L. Fiorin e J. Fontanille, procurando estabelecer estratégias de ação a partir das categorias semióticas de nível fundamental, combinando as áreas da Semiótica e do Design estratégico. Segundo o autor, um dos objetivos do trabalho era aportar ao projeto de design o conhecimento das operações de linguagens: “Para isso, trouxe um conjunto de conceitos, operações e instrumentos de outras áreas do conhecimento, que podem ser mais bem estudados e, se for o caso, incorporados ao método do design estratégico” (BITTENCOURT, 2012, p. 84). O autor enumera então uma série de conceitos como conjunção, disjunção, sintagma, paradigma e, ao final, quadrado semiótico.

No programa de Design da USP não foram encontrados trabalhos empregando a Semiótica de Greimas. No entanto, no programa de Têxtil e Moda foram encontradas 13 dissertações que fazem algum tipo de uso da Semiótica de Greimas, dentre as quais se destacam algumas que tomam efetivamente a disciplina como fundamentação teórico-metodológica. Uma destas dissertações é a pesquisa de Salgado (2014), que analisa as produções da marca de moda Chanele retoma obras essenciais de Greimas como Semântica Estrutural,Semiótica Figurativa e Semiótica Plástica, Da Imperfeição, e sua obra junto a Courtés, Dicionário de Semiótica. Além desses, utiliza autores que continuaram a teoria, como E. Landowski, A. C. de Oliveira e J.-M. Floch, bem como K. Castilho. Nesse e em outros trabalhos, além do uso ou citação da Semiótica de Greimas, são mencionados também os trabalhos de Barthes, Bakhtin e Santaella, de maneira quase multidisciplinar, mesmo que haja uma predominância do uso da semiótica de linha francesa. Outra dissertação a se destacar é a de Medeiros (2013), em que a autora explana sobre a importância da utilização de imagens para a criação de produtos de moda e, para tratar desse objeto, utiliza-se de obras fundamentais de Greimas, como, além das supracitadas, Sobre o sentido, retomando ainda diversas obras de E. Landowski, A.C. de Oliveira, J.-M. Floch, chegando a mencionar também F. Saussure, antecedente ao desenvolvimento da teoria greimasiana.

Na UDESC, encontramos nove trabalhos defendidos no Programa de Pós-Graduação em Design. Alguns fazem uso pontual de conceitos como “significação”, “estesia”, “enunciatário”, “texto”, “semiose”, “símbolo” etc. em estudos de objetos variados (desde ícones digitais, até livros-brinquedo e etiquetas têxteis). No entanto, destacamos três trabalhos que fizeram uso mais extenso da Semiótica de Greimas, orientados por Murilo Scoz e por Sandra Ramalho e Oliveira.

Na dissertação de Airton Jordani (2015), a proposta dos regimes de interação e sentido de Landowski é convocada para analisar uma interface web, em comparação com estudos pautados por critérios ergonômicos; ou seja, a relação proposta entre Ergonomia e Semiótica objetiva estipular até que ponto cada teoria dá conta da problemática analisada (usabilidade de interfaces web). No trabalho de Rafael Motta (2016), um capítulo é dedicado à abordagem sociossemiótica de Landowski, visando “as possibilidades de aplicação de seus elementos estruturantes no design de interação” (MOTTA, 2016, p. 19-20), ou seja, buscando ativamente traçar uma relação interdisciplinar que integre duas disciplinas (Design de Interação e Sociossemiótica). Já a dissertação de Laura Pereira (2017) analisa uma publicidade de marca veiculada em rede social e um dos seus objetivos é justamente testar o modelo oferecido pela semiótica greimasiana, comparando (“confrontando” é a expressão utilizada pela autora) o resultado de uma análise semiótica com o resultado de um teste de recepção com usuários, realizado por meio de entrevistas e questionários.

Ainda na UDESC, no Programa de Pós-Graduação em Moda, encontramos mais uma pesquisa, de Bruna Machado (2019). Ao analisar a gestão estratégica de marcas, desenvolve o que chama de um “framework de posicionamento de marcas de moda” embasando-se nos preceitos da semiótica “greimasiana” e dedica-se a compreender “os processos de significação dos produtos de diferentes linguagens” (MACHADO, 2019, p.5), tomando a marca como instância enunciativa. Cabe ressaltar que a pesquisa da autora foi elaborada junto a uma empresa especializada em desenvolvimento e gestão de marcas, cujo uso evidencia uma possível abordagem mais tangível e, quiçá, mais acessível dessa metodologia. Nota-se que a autora localiza brevemente a semiótica de linha francesa em meio às outras vertentes da Semiótica e, citando de Greimas somente sua obra junto à Courtés, Dicionário de Semiótica, menciona outros desenvolvedores da teoria, como J.-M. Floch, A. C. de Oliveira, D. L. P. Barros, J. L. Fiorin, bem como autores relacionados, como K. Castilho, S. Ramalho e Oliveira, A. Semprini, J. Ciaco e M. Scoz.

No Programa de Pós-Graduação em Design da UNESP, campus Bauru, encontramos seis dissertações, que tratam de objetos diversos, como a fotografia, uma coleção de moda, identidade de gênero, ensino de moda, as relações entre design, moda e artesanato e experiências de compra sensoriais, que recorrem respectivamente aos conceitos de “linguagem visual”, “intertextualidade” – utilizando as definições de J. L. Fiorin e D. L. P. Barros –, “identidade”, “plasticidade”, “linguagem” e “estética”. No entanto, não há nessas pesquisas um uso da teoria como fundamentação teórico-metodológica, sendo os conceitos tomados somente auxiliares na compreensão dos objetos. São citados autores relacionados a Greimas, alguns mais diretamente, como A. C. de Oliveira e O. Calabrese, e outros mais indiretamente, como K. Castilho (tanto em obras conjuntas, quanto individuais), além de S. Demetresco e M. M. Martins.

A PUC-Rio possui o PPG mais antigo em Design em atuação no Brasil. Apesar de muitos trabalhos fazerem uso da Semiótica de linha americana ou peirceana, orientados especialmente por Vera Lucia Nojima, apenas dois trabalhos citaram obras de Greimas. Um deles é o de Frederico B. R. Paula (2012), sobre os processos de hibridização nos objetos de design, em que “a postura adotada reconhece o design a partir de suas relações transversais com as ciências das linguagens” (p. 7). Embora também seja um trabalho de embasamento peirceano, a obra de Greimas é evocada por meio de citações de D. L. P. Barros, J. L. Fiorin e Hjelmslev para tratar do conceito de “linguagem”, em uma abordagem comparativa com as definições de linguagem feitas por Santaella e Peirce, dentre outros.

Já o outro trabalho defendido na PUC-Rio trata-se da tese de Murilo Scoz (2011), que apresenta um embasamento na semiótica de linha francesa citando Greimas, numerosos trabalhos de E. Landowski, além de outros semioticistas como A. C. de Oliveira, J. L. Fiorin, Y. Fechine, A. Semprini, L. Teixeira, S. Ramalho e Oliveira, dentre outros. Sua tese trata das comunicações publicitárias fora de suportes midiáticos massivos – a chamada “mídia alternativa”. O resumo do trabalho indica seu objetivo: “Tendo como pano de fundo a perspectiva semiótica, o estudo busca analisar os aspectos semânticos envolvidos nesta forma pessoalizada de comunicação comercial” (SCOZ, 2011, p. 6). A interdisciplinaridade é apontada também desde o resumo: “a pesquisa propõe uma aproximação interdisciplinar das áreas, tendo como objetivo indicar possíveis contribuições da metodologia projetual do Design na prática da comunicação publicitária” (SCOZ, 2011, p. 6).

Na Pós-Graduação em Moda, Cultura e Arte, do Centro Universitário SENAC-SP, encontramos quatro dissertações, todas elas orientadas por Anamelia Bueno Buoro, as quais tomam da teoria de Greimas suas ferramentas de análise para iluminar objetos que vão desde bolsas femininas e a técnica da moulage, até questões complexas como o folclorismo e as relações entre moda e arte. São poucas as obras citadas do próprio Greimas, como Da Imperfeição e Dicionário de Semiótica, mas são várias as obras citadas de E. Landowski, A. C. de Oliveira, J. L. Fiorin, J.-M. Floch e de autores relacionados como K. Castilho, Y. Fechine, S. Demetresco, além de Barthes e até mesmo Santaella.

Na UFRGS foram localizados quatro trabalhos. A tese de Cilene Cardoso (2017) trata do ensino de Semiótica nos cursos de Design e desenvolve uma “proposta de intervenção para disciplinas de Semiótica de cursos de graduação em design”, conforme indica o título do trabalho.A autora faz uma revisão teórica dos principais fundamentos da Semiótica de Greimas e mesmo dos desenvolvimentos atuais da Sociossemiótica, comparando-os com a corrente semiótica americana, mas ao final decide apoiar-se na Semiótica de Peirce para desenvolver sua intervenção nas disciplinas. Para justificar sua decisão, a autora indica que pode ser demasiadamente complexo fazer os alunos entenderem o percurso gerativo de sentido na análise de objetos de design, “principalmente se esse processo envolve alunos de primeiro e segundo ano de graduação em Design e uma disciplina de Semiótica com carga horária restrita” (CARDOSO, 2017, p. 55). A respeito da contribuição teórica de Landowski, ela complementa (p. 56): “Nesta pesquisa, entende-se o trabalho de Landowski como fundamental para o design, em função da sua perspectiva social, que reavalia o potencial do signo em si e o integra em um ambiente de interação mais amplo”. Ainda na UFRGS há mais três trabalhos: uma dissertação e uma tese que recorrem à semiotização de “marca” (por Floch e Semprini), além de uma tese que recorre à abordagem semiótica de “linguagem” e “comunicação” (a partir de J. L. Fiorin).

Na UERJ encontramos quatro resultados com usos breves e pontuais da Semiótica de Greimas. Uma dissertação recorre à Semiótica para conceituar “sujeito” (a partir de Saussure e Landowski), outras duas recorrem à semiotização dos termos “vitrina” e “espaço de venda” (por S. Demetresco e K. Castilho), outra ainda recorre à semiotização de “marca” feita por A. Semprini e também menciona a noção de signo em Saussure e Greimas, mas apenas para diferenciar essa abordagem da semiótica peirceana que é adotada no trabalho.

Na UFSC, deparamos com uma tese de doutorado e duas dissertações de mestrado. A tese (FEIJÓ, 2019) tem como objeto a experiência de marca e utiliza A. Semprini, autor que conta com fundamentação teórico-metodológica semiótica, o qual é também citado em uma das dissertações (NAPOLEÃO, 2014), que tem como objeto a criação de uma marca turística para a cidade do Rio de Janeiro. A dissertação de Campos (2013), por sua vez, analisa campanhas publicitárias de moda e se vale de conceitos como “linguagem visual”, “mitologia” e “identidade”, mesclando diferentes abordagens desses conceitos ao transitar entre a semiótica de linha francesa, citando J.-M. Floch, A. C. de Oliveira e A. Semprini, a Semiologia de Barthes e a Semiótica de Peirce, ao utilizar preceitos de L. Santaella.

Três dissertações da UNB citam episodicamente Greimas e Courtés, J. L. Fiorin, D. L. P. Barros e V. Propp, valendo-se pontualmente de conceitos como “aspectualização”, “intertextualidade”, “enunciação” e “narrativa”, em pesquisas de temas bastante diversos (cidade, ensino do Design, Design Instrucional).

Na UFCG , além de vários trabalhos relativos à Semiótica de Peirce (que não entram no escopo de nossa pesquisa), encontramos duas dissertações pertinentes orientadas por C. Pereira. Uma delas, sobre xilogravura e audiovisual, parte dos desenvolvimentos da Semiótica visual do Groupe µ para analisar imagens, enquanto a outra faz uso dos estudos da plasticidade e figuratividade para analisar capas de discos.

Na UFMA, uma dissertação recorre pontualmente a Greimas e Courtés, além de Saussure e Hjelmslev, para esclarecer conceitos como “plano da expressão”, “plano do conteúdo”, “forma” e “substância” em um estudo sobre ícones digitais.

NaUFPE, no Programa de Pós-Graduação em Design, foi encontrada uma dissertação (OLIVEIRA, 2014) que trata do “design de informação em redes sociais educacionais” e que somente utiliza a definição do termo “informação” segundo o Dicionário de Semiótica e mescla, indiferenciadamente, conceitos da Semiótica francesa e da Semiótica de Peirce.

No Programa de Pós-Graduação Profissional em Design da UNIVILLE, encontramos somente um Relatório Técnico, de autoria de Maximiliano (2019), que se propõe como um “Guia de design para vitrinas de pequenos varejistas”, embasando-se nos preceitos de vitrinismo de S. Demetresco, autora que toma em suas obras as ferramentas teórico-metodológicas da semiótica de Greimas.

Nenhuma tese ou dissertação que fizesse uso ou citação da Semiótica de A. J. Greimas foi encontrada nas seguintes instituições: UNIFATEA, UFAM, UFPR, UFRN, UFRJ, UEMG, no Programa de Pós-Graduação em Design do SENAC-SP, tampouco no Programa de Pós-Graduação em Ergonomia da UFPE.

4 TIPOLOGIA DOS USOS DE GREIMAS NO DESIGN E NA MODA

Ao tratar do caráter interdisciplinar da Linguística, José Luiz Fiorin (2008), detectou duas maneiras pelas quais as disciplinas se confundem ou se diferenciam: a mistura e a triagem, respectivamente. Enquanto a mistura se caracteriza pela universalidade e pela diversidade entre as disciplinas, por um fazer científico mais aberto que busca a “expansão e a participação” (FIORIN, 2008, p. 33), a triagem se caracterizaria pela unidade ou pela nulidade, bem como pela totalidade, como se uma disciplina qualquer do conhecimento humano fosse fechada em si mesma.

Segundo o autor (FIORIN, 2008, p. 33), até meados do século XVII “predominava o fazer científico regido pelo princípio da mistura” e, a partir do século XVIII, “começa um movimento de especialização das atividades científicas, ou seja, uma atividade de investigação gerida pelo princípio de triagem” (FIORIN, 2008, p. 33), o que levou à disciplinarização que atingiu seu ápice no século XX, com especializações cada vez mais restritas e particulares. O resultado foi uma espécie de dogmatização das disciplinas que faz com que a ciência se desenvolva somente no interior de um dado paradigma, fechada em si mesma. O que se vê mais atualmente, ainda de acordo com Fiorin (2008, p. 36), é um movimento de retomada de um fazer investigativo “governado pela mistura”.

Seguindo esse movimento, o Design (o que inclui o Design de Moda) é uma disciplina do conhecimento relativamente recente caracterizada como interdisciplinar, que se serve de várias disciplinas em uma abordagem que não separa explicitamente a teoria e a prática. Michela Deni (2019) aponta que os designers costumam recorrer a diversos domínios científicos em busca de ferramentas metodológicas, como a Antropologia, a Sociologia, a Ergonomia, entre outros, dos quais destaca-se a Semiótica. As várias disciplinas são consideradas parte essencial tanto das pesquisas em Design quanto do fazer prático e criativo do designer. A História, a História da Arte, a Filosofia, a Publicidade e o Marketing, dentre tantas outras disciplinas, integram os currículos de graduação em Design nas suas várias especialidades e evidenciam seu caráter interdisciplinar: o Design, como área do conhecimento e do fazer criativo, não existe per se, mas somente pela mistura de caráter universal e diversificado que se estrutura e se expande no encontro com as outras disciplinas.

Com efeito, nas pesquisas feitas na área do Design e da Moda não há como falar em uma disciplinarização dogmática como ocorre, talvez, em outras disciplinas, mas existem diferentes maneiras pelas quais as áreas do saber se misturam em relação ao Design.Há também uma maneira de, por meio da comparação, dar preferência a uma ou outra disciplina que se relaciona com o Design, trilhando um caminho que leva à triagem, mesmo que isso pareça contradizer seu caráter interdisciplinar. Mas como se caracteriza a interdisciplinaridade? E as outras relações entre as disciplinas, as outras maneiras de fazer a triagem ou de misturar: como compreendê-las e denominá-las? Inter, multi ou mesmo indisciplinaridade? Fiorin (2008, p. 36-37) buscou defini-las partindo da etimologia dessas palavras:

Esse conjunto de termos tem um radical comum, -disciplina, um sufixo comum, -dade, e prefixos distintos in-, multi-, [...], inter- [...]. Para definir os termos, a questão é pensar os prefixos, todos de origem latina, sempre a partir das raízes indo-européias: in < ne (indica negação e aparece em palavras como nulo, neutro, negar,ninguém, inútil); inter (denota “dentro de”, “entre” e ocorre, por exemplo, em interior, íntimo, interno, entrar, intestino); [...] multi< mel (traduz a noção de “abundância quantitativa ou qualitativa” e aparece em muito, multidão, múltiplo, multiplicação, melhor, etc.).

Nos empregos da Semiótica de Greimas pelas áreas de Design e de Moda, encontramos tanto relações propriamente “entre” disciplinas, o que configura a interdisciplinaridade stricto sensu, quanto o olhar de “abundância quantitativa” da multidisciplinaridade e a “negação” de fronteiras característica da indisciplinaridade. Pela análise desses usos, chegamos a pelo menos dois modos distintos de “triagem” e de “mistura”, que configuram um sistema (Figura 1). Essa tipologia das relações entre disciplinas, a partir de sua articulação lógica em oposições, contradições e implicações, assume a forma de um quadrado semiótico (GREIMAS; RASTIER, 2012). Trata-se de estratégia similar a adotada por Baggio (2019) ao analisar as relações nas pesquisas em Moda e Literatura; em seu trabalho, a pesquisadora enfatiza que a “distribuição da tipologia não significa a priori uma apreciação sobre cada abordagem: trata-se de uma sistematização dos tipos de articulação possíveis [...], a depender dos objetivos de cada pesquisa” (BAGGIO, 2019, p. 131).

Nas relações apresentadas abaixo, dado que a interdisciplinaridade conta com uma contrariedade pressuposta, elencamos a intradisciplinaridade enquanto seu par oposto. O prefixo intra- indica algo que está “dentro de; durante; próximo ao centro; interiormente: intramolecular, intraocular, intravenoso” (HOUAISS, 2020), e assim define a oposição ao que é inter, uma vez que é algo interno e fechado em si mesmo, características da triagem que levam à disciplinarização.

Tipologia das
relações entre disciplinas
Figura 1
Tipologia das relações entre disciplinas
os autores.

No que tange à interdisciplinaridade, encontramos alguns casos que buscam fazer convergir a metodologia da Semiótica greimasiana e os métodos de pesquisa do Design e da Moda, complementando-os por um procedimento combinatório. Nesses casos há, como afirma Fiorin (2008, p. 38), “a transferência de conceitos teóricos e de metodologias”, combinando as áreas de pesquisa, o que configura um fazer interdisciplinar entre a Semiótica e o Design. Os trabalhos identificados que se categorizam como interdisciplinares ora partem da abordagem semiótica para analisar objetos distintos como uma cadeia produtiva (BITTERNCOURT, 2012), uma marca de moda (SALGADO, 2014), publicidade (SCOZ, 2011) e design de interação (MOTTA, 2016), ora integram a metodologia semiótica na abordagem projetual para criar ferramentas novas de projeto (SANTOS, 2018; MACHADO, 2019).

Em contradição, negando a combinação entre áreas, está o fazer multidisciplinar, caracterizado pelo procedimento de comparação. Essa operação, segundo Fiorin (2008, p. 37), acontece quando “várias disciplinas analisam um dado objeto” e o que se faz é “pôr em paralelo diferentes maneiras de enfocar um tema”, sem que haja necessariamente complementaridade entre as disciplinas. O objetivo é principalmente mostrar o alcance ou limitação de cada disciplina distinta posta em relação. Alguns exemplos são os trabalhos que comparam a abordagem semiótica com estudos ergonômicos (JORDANI, 2015), comparam uma análise semiótica com testes em usuários (PEREIRA, 2017), comparam a semiotização de “jogo” com abordagens filosóficas (MACHADO, 2017), ou ainda trabalhos que comparam distintas linhas teóricas semióticas, em especial a de Greimas e a de Peirce (PAULA, 2012; CARDOSO, 2017).

Do ponto de vista teórico, a comparação pode implicar uma separação de abordagens, outro modo de triagem. A intradisciplinaridade seria o fechamento de cada área em si mesma, caso em que outras disciplinas são convocadas apenas para separar um domínio de outro, para caracterizar bem cada disciplina naquilo que ela difere das demais. Nessa perspectiva, há trabalhos de Análise do Discurso ou de Linguística que fazem questão de diferenciar bem a sua abordagem daquela da Semiótica. Em nosso caso, dado o próprio princípio da busca que já relaciona citações de autores da Semiótica (termos da pesquisa) às áreas do Design e da Moda (bancos de dados pesquisados), não encontramos resultados relevantes de intradisciplinaridade. O próprio campo do Design, como vimos, tem uma vocação interdisciplinar dada por sua constituição. No entanto, se considerarmos não apenas as relações entre disciplinas, mas também as relações entre linhas teóricas de uma mesma disciplina, encontramos alguns casos em que a Semiótica de Greimas é convocada apenas para que seja feita a distinção em relação à Semiótica de Peirce. No entanto, um mesmo trabalho pode ter mais de uma operação: triagem entre teorias semióticas distintas, por exemplo, porém mistura entre a área do Design e a Semiótica.

Por fim, em contradição a essa posição está a “não-separação”, ou seja, a indiferenciação entre disciplinas, que nomeamos “indisciplinaridade”. Vários trabalhos encontrados retomam certos conceitos da Semiótica ou semiotizações diversas de elementos relacionados ao universo das marcas e da moda, bem como definições de linguagem e significação, sem indicar que o que está sendo citado trata-se de uma abordagem semiótica. Esses trabalhos negam as delimitações entre áreas, em sua maioria sem problematizar ou mesmo apontar a integração da Semiótica no campo do Design. A maior parte dos resultados que encontramos em nosso levantamento caracteriza-se por essa indiferenciação, que ocorre também entre linhas teóricas semióticas diferentes, em trabalhos que transitam entre a teoria de Greimas e autores das Semióticas de Peirce ou de Lotman.

5 CONCLUSÃO

De modo geral, encontramos em nossa pesquisa uma quantidade maior de resultados pertencentes à lógica da mistura do que à lógica da triagem. A mistura parece ser um traço característico da cultura brasileira, refletido em vários modos de criação, seja na pesquisa ou na própria prática dos designers. Segundo Moura (2013, p. 26), “a diversidade cultural implica a diversidade no campo do design, que, a cada dia, torna-se um campo mais complexo, pois lida com as inter-relações entre os segmentos de sua área, construindo relações interdisciplinares”.

Dentre os resultados encontrados, vimos alguns trabalhos que assumem uma abordagem mais evidentemente interdisciplinar, partindo da Semiótica de Greimas para tentar construir novos modelos teóricos que auxiliem a prática projetual e as pesquisas em Design, o que parece um caminho particularmente promissor e surpreendentemente pouco explorado no Brasil. Nesses casos, ocorre o que é comumente denominado na Semiótica de “semiotização”. Trata-se, em suma, de compreender os fenômenos estudados pelo viés da semiótica de Greimas, como se a disciplina oferecesse uma “visão de mundo” (LANDOWSKI, 2001) que iluminasse os vários objetos, do nível mais concreto ao nível mais abstrato da geração de sentido. A semiotização é o que talvez determine, dentre outras coisas, o caráter ancilar da disciplina e permita sua interdisciplinarização com as áreas de Design e de Moda, por exemplo.

Os trabalhos que assumem uma abordagem multidisciplinar, comparando áreas do conhecimento, também mostraram adotar uma perspectiva promissora, na medida em que ajudam designers e pesquisadores a escolherem, dentre as ferramentas teórico-metodológicas existentes provenientes de várias disciplinas, as que melhor servem a cada tipo de pesquisa ou de projeto. Já os casos de indisciplinaridade mostram-se muitas vezes problemáticos, por não indicarem com precisão a que teoria recorrem. Embora a “não-separação” ou indiferenciação possa ser considerada uma operação muito positiva em certas práticas do fazer humano (no combate às desigualdades sociais, por exemplo), na academia ela costuma ser encarada como falta de rigor científico.

Michela Deni (2019) critica a retomada pelo campo do Design de certos conceitos da teoria semiótica de maneira descontextualizada ou privada de seus fundamentos teóricos e expectativas metodológicas e epistemológicas, o que pode resultar em contribuições semióticas “banalizadas” que perdem relevância e credibilidade. O que a autora verificou na França parece acontecer também em alguns trabalhos no Brasil, como averiguamos em nossa pesquisa. No entanto, a autora aponta que a metalinguagem semiótica pode apresentar uma riqueza “a longo termo”, graças à sua precisão teórica que permite “hierarquizar elementos heterogêneos” em um pensamento sistêmico de que o designer sente falta recorrentemente (DENI, 2019, p. 101). Alguns dos trabalhos encontrados em nossa pesquisa apontam para essa vantagem da precisão teórica na construção de novos modelos analíticos e ferramentas projetuais.

Além disso, podemos pensar em novos desenvolvimentos teóricos como os da Sociossemiótica, que iluminariam “novas formas projetuais ajustadas à complexa natureza das interações humanas”, como propõe Scoz (2018). Essa abordagem nos afastaria da “matriz de pensamento com viés projetivista” e permitiria ao campo do Design, no contato com a Semiótica, “reconhecer certas iniciativas projetuais ainda infrequentes que colhem resultados promissores de uma abertura ao risco” (SCOZ, 2018).

No que tange ao uso ancilar da Semiótica de Greimas na pesquisa brasileira em Design e Moda, vemos que há ainda um grande campo a ser explorado, dado o resultado quantitativamente limitado de teses e dissertações encontradas em nossa pesquisa, o que talvez se deva à falta dessa abordagem nas grades curriculares desses cursos. Por meio desses resultados é possível inferir que as obras que chegam aos currículos de Pós-Graduação são, em sua maioria, de continuadores da teoria de Greimas e de autores relacionados, evidenciando a grande distância entre o teórico e os usos de sua teoria nessas áreas. Entretanto, esse fato demonstra a importância dos colaboradores da Semiótica de Greimas, os quais têm um papel primordial para sua continuidade e desenvolvimento. Não obstante, os resultados encontrados apontam um caminho ainda a ser percorrido para que essa “visada de mundo” teórica tenha maior alcance e seja mais bem compreendida, para cumprir assim o seu caráter ancilar proposto. Afinal, a Semiótica greimasiana teve ela mesma um modelo de desenvolvimento de saberes alicerçado no fazer em conjunto, o que é também característico do fazer do designer.

O cunho promissor de muitas das pesquisas encontradas, especialmente no que diz respeito às combinações e comparações, iluminam e abrem caminhos para que novas pesquisas se desenvolvam nesse fazer científico que constrói pontes entre as disciplinas. Seja na interdisciplinaridade, seja na multidisciplinaridade, pôr em relação saberes de áreas distintas parece ser a tônica vigente nas pesquisas brasileiras em Design e Moda, o que confirma sua natureza fundada na mistura e que pode, nesse fazer, construir novas perspectivas para o pensamento projetual e acadêmico no Design e na Moda[6].

Referências

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Notas

[3] Para uma abordagem resumida das principais descobertas semióticas que levaram Greimas a constituir sua teoria, ver Hénault (2006).
[4] Tradução livre do original: “[...] fonction ancillaire – la plus nobre – en contribuant à la constitution des sciences sociales”.
[5] Os dois programas estão instalados no Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife, nas unidades de Pernambuco (“Design”) e do Amazonas (“Design de artefatos digitais”).
[6] Revisão: Jenifer Cristina Martins. Graduada em Letras – Língua Portuguesa e Língua Inglesa (UNIVILLE, 2013). Email: jenifer.martins@catolicasc.org.br

Autor notes

1 Doutorando em Comunicação e Semiótica pela PUC São Paulo, em cotutela com a Université de Limoges (França). Mestre em Comunicação e Semiótica (PUC São Paulo, 2014) e Bacharel em Design Gráfico (UDESC, 2010). Pesquisador no Centro de Pesquisas Sociossemióticas (CPS) e no Centre de RecherchesSémiotiques (CeReS).
2 Doutoranda em Comunicação e Semiótica pela PUC São Paulo, em cotutela com a Universitádi Bologna (Itália). Mestre em Comunicação e Semiótica (PUC São Paulo, 2015) e Bacharel em Design de Moda (UEL, 2012). Pesquisadora no Centro de Pesquisas Sociossemióticas (CPS).
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